Capítulo IX



Capítulo IX


"As lágrimas desciam mais profusamente quando finalmente ela começava a perceber como doía."


 


            “Querida Mamãe,


            Como estão as coisas aí em casa? Todos bem? Por aqui tudo ótimo. Antes que pergunte, Harry não aprontou nenhuma. Ainda. Nada pior que nos últimos anos, ao menos. Estou escrevendo porque preciso mesmo conversar com você, mãe... Você faz falta...


            Antes de tudo, espero que papai não pegue essa carta. Não ainda. Nem o Tio Six, por Merlin! Enfim, agora que já teve tempo de afastar-se deles, eu falo o que me fez escrever.


            Mãe, eu estou muito confusa. Não sei o que fazer. Você se lembra do Eric Duhmall? Aquele loiro bonito da Corvinal? Então... É que... Ele pediu para namorar comigo. Sim, ele é lindo. Sim, também é ótimo aluno (consegue ver o meu rolar de olhos pra você?). Mas eu não sei se aceito, mamãe... Eu gosto dele. Bastante, até. Mas não parece ser o bastante...


            O pior é que ele já fez o pedido mais de uma vez. Eu acho que não ficaremos mais juntos caso eu não decida realmente namorá-lo... Mas o que eu posso fazer? Eu acho que ainda é cedo demais... Não sei... O que você pensa? Eu não sei o que fazer, mamãe... Ginny e Mione acham que eu não devo aceitar o pedido.


            Mudando de assunto: vocês poderão vir à primeira tarefa do Torneio? É daqui a um mês. Sirius está muito feliz, acredita? Agora que já me acostumei à ideia, acho que estou feliz por ele também, afinal, sempre soube que ele era doido assim. Outra coisa, passaremos a noite de natal em casa mas, devido ao Baile, chegaremos no dia 24.


            Responda assim que puder?


            Eu amo você.  Mande um beijo pro Papai.


            Saudades!


            Amy Potter.


            Ps.: Avise à Tia Lene que Sirius me deu o recado. Mande outro beijo pro Tio Six.


            Amy pousou a pena e o pergaminho na mesa e releu o que tinha escrito. Precisava tanto escutar o que Lilian teria a dizer... Sentia muita falta dos conselhos da mãe. E agora, mais que nunca, precisava deles. Já não tinha mais desculpas para Eric – em breve teria que dizer-lhe a verdade. O menino tinha marcado um encontro com ela naquela noite, e ela ainda não tinha uma resposta formada.


            A ruiva colocou o pergaminho em um envelope e saiu do dormitório, em direção ao corujal. O tempo estava começando a mudar... Já se sentiam os ares do inverno, que se aproximava. A garota apertou o passo, abraçando os braços, e subiu as escadas correndo.


            _Ai! – exclamou ao trombar com alguém no topo da escada.


            _Olha por onde anda, Potter... – a voz era desdenhosa, e quando Amy arriscou um olhar para cima, viu de quem se tratava.


            _Não foi minha intenção, Samantha, querida... – ela sorriu, irônica – Eu nunca ia querer nem encostar em alguém feito você. – piscou um dos olhos verdes, terminando de subir os degraus que faltavam.


            _O que você acha, garota? – a voz de Samantha se fez audível mais uma vez – Quem você pensa que é pra falar comigo assim?


            _Alguém que não discute com gente como você, meu bem. – Amy respondeu, sem se virar, até que escutou os passos da garota descendo as escadas, irritada.


            Amy revirou os olhos. Não suportava Samantha. A Corvinal tinha péssima fama na escola: já tinha terminado com vários relacionamentos, e não era querida por grande parte da população feminina do castelo. A ruiva balançou a cabeça para afastar aquele assunto do pensamento, e assobiou baixo.


            _Vem cá, Kim... – assobiou mais alto até que a coruja negra se aproximou – Hey, garota... Leve isso pra mamãe, ok? – ela prendeu a carta à patinha da coruja, que piou alegremente, antes de levantar vôo – Tomara que ela não demore... – suspirou pesado.


            A ruiva fez o caminho de volta ao castelo ainda pensando no que diria a Eric. Precisava de mais um tempo, enrolar um pouco mais o garoto... Pelo menos até que tivesse uma resposta da mãe.


            _O que é que anda fazendo sozinha nos jardins, hm, ruiva? – por um segundo, ela quase gritou de susto, mas os braços que envolveram sua cintura, Amy conhecia bem.


            _Sirius, seu louco... – ela riu de canto, virando-se para olhá-lo.


            _O que você estava fazendo? – ele insistiu – As meninas devem estar te procurando...


            _Mandando uma carta pra mamãe. O que você estava fazendo? – ela inquiriu, sorrindo.


            _Nada... – ele sorriu de canto – Só tratando de uns... assuntos.


            _Hm... – Amy ergueu uma das sobrancelhas, desconfiava. Conhecia bem demais aquele sorriso.


            Sirius riu da expressão da garota, e puxou-a pela mão para que pudessem entrar novamente. Amy o acompanhou até a Sala Comunal, onde estavam Rony, Hermione, Harry e Ginny.


            _Olá, meninas. – ela sorriu, sentando-se ao lado das duas.


            _Oi, Amy. – as garotas sorriram de volta – Mandou a carta pra sua mãe? – Hermione perguntou em tom baixo.


            _Mandei... – ela sorriu, desanimada – Eu não sei o que dizer ao Eric. De verdade... – confessou, cansada – Eu acho que é hoje que ele desiste.


            Ginny e Hermione riram levemente, rolando os olhos. Amy era realmente uma em um milhão.


            _Sirius deve estar gostando dessa sua demora pra decidir... – Hermione olhou de esguelha para a ruiva, que rolou os olhos categoricamente –  Sério... Pelo que eu saiba, ele não gosta nem um pouco do Eric.


            _Sirius não gosta muito de qualquer ser do sexo masculino que se aproxime de uma de nós. – ela riu – A propósito... Vocês sabem o que ele estava fazendo lá fora?


            _Não... – as duas responderam, dando de ombros.


            _Eu perguntei e ele desconversou... – Amy voltou os olhos para o garoto, desconfiada.


            _Deve ter ido te procurar, Amy... – Ginny riu.


            _Tanto faz... – ela estalou a língua, dando de ombros também.


            _Que horas marcou com Eric?


            _Sete. – ela suspirou pesadamente – Acho melhor ir me arrumar...


            _Vai lá. – as garotas lhe sorriram, buscando passar-lhe ânimo – Boa sorte.


            _Vou precisar... – Amy rolou os olhos, levantando-se da poltrona onde havia se sentado, e subindo as escadas do dormitório lentamente.


            A garota se demorou no banho o máximo que pôde. Não tinha nenhuma vontade de se encontrar com Eric naquela noite. Na realidade, não tinha vontade alguma de conversar com ele novamente sobre o mesmo assunto. Era a segunda vez que ele exigia dela uma resolução sobre o que os dois tinham...


            _Lá vamos nós... – revirou os olhos após checar a roupa no espelho – Que Merlin me ajude... – a ruiva suspirou, rindo, antes de descer as escadas.     


            _Tchau, gente. – sorriu para Hermione e Ginny, que agora estavam entretidas em uma conversa com Harry e Rony.


            _Aonde vai, Amy? – Harry perguntou à irmã.


            _Eric. – ela respondeu, antes de passar pelo buraco do retrato.


            O garoto tinha ficado de encontrá-la nos jardins, próximo à Fonte. A garota andou por alguns minutos, e quando chegou, Eric já a esperava.


            _Oi... – disse ao loiro, que se levantou do banco onde estava sentado.


            _Oi... – ele sorriu, abraçando-a – Tudo bom?


            _Uhum. – Amy sorriu – E você?


            _Melhor agora. – ele sorriu antes de beijá-la – Estava com saudades.


            _Eric... – a ruiva revirou os olhos – A gente se encontrou hoje de manhã...


            _Nunca é tempo suficiente com você. – ele riu, beijando-a novamente – Amy... – os olhos dele eram cheios de expectativa quando parou de beijá-la – Você pensou no que eu te disse?


            _Pensei. – ela desviou os olhos – Eric, eu continuo muito confusa...


            _Confusa, Amy? – ele ergueu as sobrancelhas – Confusa com o que?


            _Eric, é só que... – ela tomou fôlego para repetir para ele o mesmo discurso – Nós estamos juntos há duas semanas. É pouco tempo... Eu não tenho certeza se é isso que a gente precisa...


            _Se é isso que você realmente quer, você quer dizer... – ele disse, irritando-se um pouco.


            _Não é isso, Eric! – ela se irritou com a falta de compreensão dele.


            _Não? - ele sorriu, irônico – Então o que é? Você não sabe se o Black vai deixar que você namore comigo? – a voz dele era sarcástica.


            _ O que? – ela ergueu as sobrancelhas – Isso não tem nada a ver com ele, Eric.


            _Não, Amy? – ele perguntou, e dessa vez o olhar era sincero – Não mesmo?


            _Não... – ela suspirou – É sério...


            Eric relutou um pouco, mas em seguida sorriu, se aproximando de Amy com delicadeza. Ele tocou o rosto da garota e a beijou. Então o som começou. Eram inconfundíveis risadas femininas. Agudas. Irritantes. Elas eram abafadas por sons de beijos. Amy soltou-se de Eric, e passou os olhos em torno de onde estavam, procurando pelo animado casal que os interrompia.


            Era Samantha. Até aí, nenhuma novidade, claro. Ela estava de costas, beijando um garoto apoiado no muro de pedra. Amy conhecia aquele cabelo, mesmo que não pudesse ver direito o rosto do rapaz, que permanecia encoberto pelos beijos incessantes da menina agarrada a ele. Era, sem dúvidas, Sirius. E ele estava com ela no mesmo lugar onde estivera com ela na noite em que a ruiva foi tirar satisfações sobre ele ter entrado no Torneio. Com certeza, Samantha era o tipo de assunto com que Sirius tinha tratado mais cedo.


            Eric tentou se virar para saber o que tirava tanto a atenção da garota, mas a tentativa foi interrompida pelas mãos da menina, que o puxou para perto, beijando-o novamente.


            _Eu aceito. – ela murmurou por entre o beijo.


            _Você... aceita? – ele sorriu abertamente – Sério.


            _Sério. – Amy sorriu, tentando não olhar para Sirius e Samantha, que agora andavam, com certa dificuldade, para dentro do castelo, certamente em busca da Sala Precisa.


            _Então eu acho que finalmente posso fazer isso... – ele sorriu, abaixando-se e pegando uma florzinha branca no chão – Eu treinei. Espero que dê certo...


            _O que? – Amy sorriu de canto, tentando afastar Sirius do pensamento.


            _Toma isso. – ele deu a flor à garota. Eric apontou a varinha para a florzinha na mão de Amy, e, depois de um jato branco de luz, jazia ali um belo aro de prata.


            _Isso é... – ela sorriu, pegando o anel – É lindo!


            _Que bom que gostou... – ele sorriu, colocando o anel no dedo dela.


            _Eu adorei. – ela o abraçou, sorrindo – Você é um amor, Eric.


            O garoto riu e a beijou. Os dois ficaram por ali por mais algum tempo, até que Amy alegou precisar voltar antes que Harry começasse a ficar preocupado. A garota andou pelos corredores, levemente atordoada. Ela devia ficar feliz, não? Estava namorando, agora. Namorando um cara que gostava muito dela, de quem ela também gostava. Então por que se sentia tão incomodada?


            _Voltou! – Ginny sorriu abertamente, ao ver a garota entrando na Sala Comunal – Como foi?


            _Muito bem. – ela sorriu de volta, fracamente, esticando a mão direita,


            _Vocês estão namorando? – Hermione levou uma das mãos à boca, espantada – Por que mudou de ideia?


            Amy deu de ombros.


            _Acho que é a coisa certa a fazer. – ela suspirou – Vou pro dormitório, meninas, to meio cansada...


            Ginny e Hermione se entreolharam, sem entender a garota. Amy subiu as escadas de um pulo. Tomou um susto ao ver sua coruja empoleirada no dossel da cama, uma carta presa à perninha. Lily tinha mesmo levado a sério o seu “responda assim que puder”. A ruiva pegou a carta e leu as poucas, mas sábias, palavras da mãe.


            “Minha menina...


            Siga seu coração. Ele te dirá exatamente o que precisa saber. Você sente seu coração disparado quanto está com Eric? Está mesmo apaixonada por ele? Se não, Amy, não se prenda em algo que pode te afastar de quem você realmente ama.


            Com amor, Mamãe.”


            Amy puxou o cortinado da cama, sentindo as lágrimas marcando todo o seu rosto de boneca. Sabia que a mãe estava certa, que não estava nem um pouco apaixonada por Eric... Mas agora estava feito. Ela apertou a carta entre os dedos, e tentou fechar os olhos sem que a figura de Sirius sussurrando no ouvido de Samantha lhe surgisse à mente. Ele não podia ter feito aquilo...! Mas por que estava tão irritada com Junior, se ela mesma estava namorando outro? As lágrimas desciam mais profusamente quando finalmente ela começava a perceber como aquilo doía.


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N.a.: Heey!


Então, e agora que o Felipe me mata, né? Por ter feito um time-cut... Espero que as coisas não tenham ficado jogadas... :x  ahsuahsuhaus


Peço desculpas, mas não tem mesmo como ir passando tudo dia a dia... Espero que não tenha ficado ruim... :D


Carol: Eric e Amy, hm? Também nao gosto dos dois, relaxa! huahuaha Pelo menos com isso Felipe fica feliz, né? hehehe


Tomara que curtam! :D Quem quer entrar no Team anti-Samantha?? *--* hahaha


Beeijos, galeree! s2


PS.: LEAVE COMMENTS, PLEASE! *_____________*

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