Too many brothers...

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CAPÍTULO VI


Tentou abrir os olhos, sem sucesso. A claridade ainda a incomodava demais. A superfície onde estava deitada era macia, mas ela ainda podia sentir alguns ossos doloridos nas costas. Esforçou-se para se lembrar de algo ocorrido, mas em sua mente só surgiam imagens difusas de Regulus e Sirius. Uma discussão. Pensar em tudo aquilo fez com que sua cabeça doesse, então ela apenas procurou apurar os ouvidos.


_Você acha que vai demorar muito tempo até que ela acorde? – escutou a voz de Lily num sussurro. Queria dizer que não, que já estava acordada, mas não encontrou sua voz, nem forças para tanto.


_Espero que não... – desta vez quem falava era uma chorosa Emmeline.


_Não chore, Emmy... - ela ouviu Remus, carinhoso – A Lene é forte, vai ficar bem...


_E o Sirius, como está? – perguntou Dorcas, preocupada.


_Péssimo. – respondeu Remus, triste – De manhã estava no dormitório, mal conseguia falar. James está tentando fazer com que ele coma algo.


_E o Regulus? – Lily perguntou – Como será que ele está? – a ruiva inquiriu, e Lene sentiu-se grata por ela verbalizar seu pensamento. Estava querendo saber do garoto também.


_Falei com ele hoje. – disse Remus, e novamente Lene agradeceu mentalmente por tê-lo como amigo. "Por isso que eu te amo, lobinho!" Pelo menos alguém tinha falado com o sonserino – Estava muito mal também. Ele veio aqui ontem, não veio?


_Veio sim, numa hora em que o Sirius não estava. – afirmou Dorcas – Eles estão se evitando ao máximo... Mas também, depois da briga dos dois, acho difícil que voltem a se falar.


_Não sei... – disse Lily, pensativa – os dois ficaram muito abalados com o que aconteceu, talvez isso os aproxime.


_Tomara... – Lene murmurou, sorrindo de canto quando todos os amigos pararam de falar.


_LENE! – eles gritaram, quase pulando de felicidade.


As meninas deixaram escapar algumas lágrimas, enquanto abraçavam a amiga que ficara desacordada desde então.


_Vou avisar aos meninos. – disse Remus, saindo da ala hospitalar com um sorriso maior que o rosto por ver a amiga bem novamente.


_O que aconteceu, meninas? – Lene perguntou, com dificuldade.


_Bem... – começou Emmy – Você e o Sirius estavam discutindo, lembra? – Marlene apenas acenou com a cabeça – Vocês não perceberam que estavam muito perto do Salgueiro Lutador, e ele te acertou. Bom, aí o Sirius conseguiu paralisar a árvore, mas você já estava desacordada. Ele te trouxe pra cá, só que Regulus e Sirius começaram a discutir, brigaram feio, mas os meninos apartaram... E desde então nós estamos aqui, esperando que você voltasse.


_Lene... eu nunca vi o Sirius tão triste. – disse Lilian – Ele está arrasado, dizendo que a culpa do que aconteceu é dele...


_Mas não é! – Lene exclamou – Foi um acidente!


_Ele... – se Lilian pretendia dizer algo, não houve tempo, pois a porta da enfermaria se abriu, e Sirius entrou no local, com lágrimas de felicidade descendo pelo rosto. Todos sorriram e os deixaram a sós.


_Lene... – ele murmurou, sentando-se na beirada da cama dela – Eu...eu não sei o que te dizer... Me desculpa, a culpa de tudo foi minha... Eu não devia ter brigado com você, dito todas aquelas coisas... Você é muito mais importante pra mim do que eu imaginava e...


_Sirius, você não tem culpa. – ela se apressou em dizer – A discussão toda foi sem sentido... Nós sempre fomos amigos, não teve motivo pra tudo aquilo...


_Eu sei, eu não devia ter me metido... – ele olhou para baixo – Eu acho que nunca me senti pior que ontem, Lene... quando pensei que pudesse te perder. – os olhos azuis do maroto a encararam com dolorosa sinceridade – Se eu pudesse, faria tudo diferente. – os dois se encararam e a porta abriu-se novamente, dando passagem à Regulus.


_Eu não acredito que acordou! – sua face denotava alívio enquanto o moreno se aproximava da cama, ao que Sirius se levantou – Espera... Sirius. – chamou.


Sirius encarou o irmão, sem entende o que ele queria.


_Obrigada. Você a salvou. – disse Regulus, sem encará-lo.


_Eu... eu fiz o que você certamente faria também. – Sirius disse, desconfortável com aquela situação, saindo do quarto – Espero aqui fora.


Quando se viu sozinho com Lene, Regulus finalmente a abraçou.


_Senti medo de não ver mais o seu sorriso. – ele disse, preocupado, e depois buscou pelos lábios dela, mas Marlene virou o rosto.


_Nós precisamos conversar.


_Eu sabia que essa hora chegaria. – ele disse resignado, sentando-se na beira da cama.


_Me perdoa? – ela perguntou, sentindo uma lágrima cair enquanto afagava os cabelos lisos e negros dele.


_Por ser tão perfeita que está prestes a se mostrar a pessoa mais sincera do mundo e confessar que ama o meu irmão? – ele sorriu de canto – Perdôo. Você não tem culpa, Lene. Só espero que ele não a faça sofrer...


_É o que eu também espero... – ela suspirou – É tão ruim dizer isso a você, Regulus... Não imagina o quanto...


_Pior é escutar, acredite. – ele brincou, sorrindo tristemente – Agora que sei que você está bem, acho que posso ir...


_Obrigada por ser tão perfeito... – ela sorriu-lhe.


_Talvez eu seja... – ele brincou para esconder a tristeza – Só não sou perfeito para você, certo?


_Regulus, você é incrível. – ela disse com sinceridade – O problema é que eu não sou o que você precisa, nem você é o que eu preciso. Eu preciso de um homem que me ame, mas que me desafie a cada instante; que seja um terremoto cada vez que passa perto de mim; que me deixe louca com um olhar; que grite comigo e me faça chorar, para depois pedir desculpas com real arrependimento... Eu não posso viver em calmaria... Preciso de um vulcão para controlar o tornado que eu sou...


_Em resumo... – Regulus segurou na maçaneta – Você precisa de Sirius.


Marlene assentiu com a cabeça tristemente.


_Não fique triste, princesa... – ele sorriu genuinamente – Ele também te ama. – disse saindo. Do lado de fora, encontrou o irmão, a quem disse com a voz o mais firme que conseguia – Agora, idiota, entre lá e a faça feliz. A não ser que queira que a sua felicidade te escape entre os dedos mais uma vez.




N.a.: Ahhh, tá acabando... que triste! hahahahaha


Então, gente, falta mais um capitulozinho só, e um epílogo especial pra vcs!


Beijitos com chocolate!




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Comentários (1)

  • Lene Mckinnon Black

    Do lado de fora, encontrou o irmão, a quem disse com a voz o mais firme que conseguia – Agora, idiota, entre lá e a faça feliz. A não ser que queira que a sua felicidade te escape entre os dedos mais uma vez.    Cra eu começei a rir e chorar ao mesmo tempo!!!

    2012-01-24
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