Um novo dia



No dia seguinte acordei bem cedo, fiz minha higiene e coloquei minhas vestes. Voltei para o dormitório das meninas, apenas para pegar meus livros, mas Hermione me esperava inpaciente. Ela se levantou e veio até mim. Seu olhar era furioso e dizia muitas coisas, mas ao mesmo tempo que era revelador, era miterioso e sarcástico. Ela colou uma das mãos em meu ombro e disse:
- Emily, precisamos conversar.
- Tudo bem, fale.
Ela esperou até que as últimas duas meninas saíssem do quarto e começou:
- Eu sei o que você fez...
- O que?
- Eu sei o que você e, principalmente, quem você ajudava.
- Por favo...
- Não diga nada. - disse ela me interrompendo. - Só não quero que minta para Harry e Rony.
Ela saiu as pressas, provavelmente estaria atrasada para alguma de suas aulas. A preocupação veio atona quando pensei que todos os olhares vinham em minha direção. Será que Hermione contaria a alguém? Ela parecia ser confiavel e eu, por um lado, sabia que meu segredo estaria seguro com ela.
Segurei os livros em minhas mãos e descia as longas escadarias em direção ao grande salão, aonde eu tomaria o café da manhã. Vi um grupo de pessoas identifiquei o rosto familiar de Malfoy. Acenei para ele, que caminhou em minha direção, dizendo:
- O que você pensa que está fazendo? - Ele respirou fundo - Por que você acha que pode falar comigo?
- Bom, você foi muito legal comigo ontem...
- Eu? Legal com você?
- Sim...
- Eu nunca falaria com você, e se você fosse esperta o suficente, saberia disso.
- Mas...
- Aquilo foi uma aposta! E só para avisar, não fale mais comigo... Não quero ser visto andando com uma... Sangue ruim.
Ele se  afastou, andando em direção a roda de pessoas, que agora começava a se desfazer.
Quando voltei a caminhar, não segui até o salão. Fui somente me afastando, andando para fora do castelo, e cada vez ficando mais distante. Vi uma pequena casa e fui até ela, talvez eu pudesse ficar lá até que as primeiras aulas acabassem.
Bati, levemente na porta, que quase fechada, mas com uma fenda suficientemente grande para que eu enchergasse quem estava lá dentro.
Rony, com seu lindo cabelo ruivo, parecia estar nervoso e Harry queria o acalmar. Um homem muito alto andou em direção a porta, e me afastei. Com um sorriso amarelo, ele disse:
- Olá, o que gostaria?
- A-a... Meu nome é Emily e sou nova aqui em Hogwarts.
- Ah, olá Emily. Eu me chamo Hagrid, gostaria de entrar e tomar um chá, conosco?
- Sim, obrigada.
Me sentei ao lado de Hagrid, que logo me entregou uma xícara com Chá e alguns biscoitos. Sorri, e disse:
- Bom-Dia pra vocês dois.
- Bom-Dia Emm. - Disseram os dois em coro.
Minha curiosidade me matava. Eu queria saber do que eles estavam falando, porque Rony tinha ficado tão bravo, e porque ele agia como se nada tivesse acontecido na noite passada. Mas nenhuma de minhas perguntas foi respondida, porque nos 10 minutos que ainda restavam antes da aula conversamos sobre quadribol e coisas fúteis do mundo mágico. Hagrid se despediu de nós e virando-se para mim, falou:
- Você pode voltar aqui sempre que quiser ou precisar.
- Tudo bem. Obrigada por tudo.
- Disponha.
Caminhei atrás de Ronald e Harry e antes de passar pelo porta de entrada da aula, puxei Rony pelo braço, falando:
- Rony... Você ainda está... Bravo, comigo?
- Não Emm, por que estaria.
- Não sei...
- Eu entendo você. Só nos conhecemos a um dia e... Ainda é muito cedo para alguns segredos.
- Obrigada. - Sorri.
- Pelo que?
- Por Entender.
O olhar de Snape queimava em minhas costas, ele nos fuzilava com os olhos, por demorar para entrar, e me senti obrigada a puxar Ronald para dentro da sala. A aula começou e depois de ler muitas páginas de um livro gigante, seguimos para a aula de poções. Eu amava essa aula, não que eu fosse muito boa, mas era a única aula em que eu não ficava confusa. Harry sempre era o melhor da turma, ele se concentrava demais, e ninguém conseguia chamar sua atenção. Tentei cortar um dos ingredientes da poção que deveriamos fazer nessa aula, mas a adaga escorregou e fez com que meu dedo se ferisse. O sangue escorria cada vez mais, mas isso não me atrapalhou, e enquanto eu ria da expressão de todos, também analisava Harry, que parecia calmo e entusiasmado. A aula, que parecia divertida no começo, se tornou uma verdadeira bagunça, e fez com que todos, menos Harry, literalmente pirassem. Quando o professor anunciou o fim da aula, fiquei aliviada, peguei meu material e segui para a sala da Grifinória.
Vi Hermione sentada lendo um jornal de trouxas, e me aproximei. Sem que fizesse nem um ruído, ela abaixou o jornal e olhou, com furia, em meus olhos. Olhando em direção aos meus pés, disse:
- Olha... Eu não espero que você intenda...
- É, e não vou entender mesmo. O que você fez é pura... Maldade.
- Não! O que eu fiz era puro amor. Mas você não entenderia.
- Eu entendo mais coisas do que você pode imaginar... - Disse ela, olhando na direção de Rony.
- Me desculpe se sou uma intrusa entre vocês, e principalmente pelo que fiz. Eu não peço que você goste ou fale comigo, mas peço que você entenda que tudo o que fiz foi por... Obrigação ou simplesmente porque achei estava apaixonada. E eu vim para cá... Para Hogwarts, porque quero mudar e recomeçar de onde parei.
- Eu entendo... - Hermione fez uma pequena pausa e sorriu- E acho que você não estaria na Grifinória se fosse uma pessoa ruim.
- Obrigada. - Sorri.
 Ela se levantou e me levantei em seguida, ela me deu um abraço rápido, dizendo:
- Acho que podemos... Ser amigas.
Atrapalhando nossa conversa, Rony chegou com uma de suas piadas e, mesmo não tendo graça, sorri. Nós quatro seguimos para a próxima aula, que passou tão rápido que mal consegui compreender o que aprendemos. O dia decorrreu normalmente e, para minha sorte, não vi Malfoy em nenhum lugar. Quando voltamos para o salão comunal, Hermione me entregou um livro e pediu que eu lesse. Não havia entendido o porque, mas mesmo assim começei a folhea-lo. Rony sentou-se ao meu lado e assim que li as primeiras palavras, vi que era um livro sobre feitiços e que, eu não sabia a maioria. Coloquei a mão em minha cabeça e fechei meus olhos, pensei um pouco nas soluções para esse problema, mas nenhuma vinha a minha cabeça.
Abri meus olhos novamente, e Hermione veio até mim, dizendo:
- Emily? O que foi?
- Bom... E-eu não sei a maioria dos feitiços que vocês sabem, como posso ir para as aulas sem saber nada?
- Nós podemos te ajudar. - Disse Ron, olhando para Harry.
- Sim, podemos estudar todas as noites, e depois praticar. - Disse Hermione, se animando com a idéia.
- Quando você quer começar? - Harry, rindo, falou.
- Obrigada. A todos vocês... - Falei.
Rimos por alguns minutos. Nunca tinha me sentido tão feliz, sabendo que podia contar com eles e que eles também podiam contar comigo. Por um momento pensei no passado e em como me sentia sozinha, mas pra que pensar em coisas ruins quando se tem amigos assim? Naquele momento, enquanto ríamos, senti-me acolhida e esqueci dos problemas. Olhei para os três. Aquelas três pessoas, que mesmo eu conhecendo a somente alguns dias... Haviam me mudado.

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