Lembranças de Andrômeda



 


          Eu tinha apenas quatro anos quando Andrômeda, então com 16 anos, fugiu de casa com um tal de Tonks.
Ninguém me explicou direito. A impressão que eu tinha era que minha irmã havia sido seqüestrada por um trouxa ladrão. Na minha cabeça, Trouxa era uma coisa ruim, pois representava a perda da minha irmã querida. Isso só fez aumentar meu pavor contra essa gente.

Eram férias de Natal.Todos os dias das férias eu esperava pela minha irmã, na soleira da porta. E quando ela aparecia nós brincávamos juntas de boneca e de cozinha. Mas um dia, Andy demorou a chegar. Eu me cansei de esperar e adormeci. Acordei mais tarde com uma gritaria. Sai do quarto me esgueirando pelas sombras para ouvir.


Andrômeda subiu as escadas furiosa.
       -Você não pode me impedir mãe!
       -Eu sou sua mãe, e eu mando em você Andrômeda. UM TROUXA?!
Naquela época eu ainda não sabia o significado dessa palavra.


        -Eu não entendo, quer dizer que não teria problema se eu namorasse um MALFOY ? - Gritava Andrômeda do corredor.


       -O problema é ser Malfoy? Pode escolher um LONGBOTTON, DIGGORY, CRABBLE, GOYLE. ESCOLHA! – Gritava mamãe do andar de baixo.


       -Eu não quero esses trasgos mãe.  – Disse Andrômeda entrando no quarto.


Meu pai a seguiu de perto e tentou argumentar.


      -Minha filha, o que você está fazendo com sua mãe. Não percebe que tristeza que está nos dando. Primeiro essa tal de tatuagem. Sabe lá se seu sangue não se misturou com o de algum trouxa... e agora mais isso?


     -Mas pai, o Senhor se apaixonou pela minha mãe antes de se casar. Como pode querer que eu me case sem amor?


O pai tentou amargurado.


     -Andy, paixão apaga. É melhor casar com alguém que você escolheu racionalmente e aprender amar. Você sempre vai saber por que escolheu aquela pessoa. Mas quando se casar por amor, quando a paixão acaba, você não consegue encontrar a razão para ter se casado com aquela pessoa... – o Sr. Black falou tão baixo que somente Andrômeda e eu, que estava encolhida atrás de uma estátua, ouvimos.


Depois de muito anos ao lembrar dessa conversa pude perceber como papai era infeliz, talvez por isso tenha tomado as decisões que tomei.


   Não adiantou, quanto mais Papai e Mamãe eram contra. Mais Andrômeda e o tal “Trouxa” ,que eu não sabia o nome, se apaixonavam.


Eu estava no quarto com Andy, ajudando á arrumar suas malas. Quando minha mãe entrou abruptamente segurando um envelope aberto.


      -Então quer dizer que você ainda está se encontrando com esse trouxa?


      -Mãe, eu já disse que não vou me separar do amor da minha vida, por capricho seu.


       -Não Andrômeda, eu que não vou suportar que minha filha se torne uma ovelha negra por puro capricho. – Minha mãe cuspiu as palavras, eu sentir medo. Não queria vê-las brigando.


     -E o que você vai fazer então “MAMÃE” ? – Perguntou Andrômeda em tom de deboche.


    -Se você se encontrar mais uma vez com esse sangue sujo, eu te deserdo. – Disse minha mãe pausada e claramente.


      -Como é que é? Você vai me expulsar de casa?


     -Se você voltar a encontrar com ele, pode levar todas as suas coisas para Hogwarts e nunca mais voltar.


Andrômeda começou a soluçar, ela tremia.


     -Mãe... eu estou grávida.


Eu não sabia o que isso significava, mas sabia que significava grande coisa.


Minha mãe engoliu em seco. E seu rosto se contraiu e fúria.E então ela disse friamente.


     -Você não é mais minha filha.


E fechou a porta com um estrondo.


Andrômeda caiu no chão. Cubriu seu rosto com as mãos, enquanto chorava sonoramente. Minha irmã estava tão desamparada. Eu corri para abraçá-la. Não sei se ela notou, mas fiquei ali presa a ela.


Demorou um pouco até que ela parasse de soluçar.


         -Andy, você vai embora para sempre? – Perguntei


Andrômeda sorriu forçadamente.


        -Eu vou para longe, mas vou está sempre perto. Pois eu nunca vou deixar você Cissa.


Essa foi a ultima frase que eu lembro. Depois disso Andy fechou a mala e desaparatou.


Eu dormir abraçada no travesseiro dela.


Fiquei tão apegada ao quarto de minha irmã que meu pai deixou que eu me mudasse para ele. Se não, minha mãe teria jogado todas as coisas da Andy fora. Naquele mesmo dia ela queimou o nome de Andrômeda da nossa árvore. E minha mãe nunca mais falou o nome da minha irmã novamente.


 

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