Sangue nas Veias



Capítulo 1 – Sangue nas Veias



Praga – Europa Oriental



 



Finos raios de sol atravessavam as cortinas do quarto de hotel. Uma garota sentou-se lentamente na cama, esticando os braços e exibindo um sorriso discreto, logo abrindo os olhos e fitando o quarto em tons branco e pastel. Bocejando, Hermione levantou-se e foi até o banheiro, enquanto ajeitava o pijama. Escovou os dentes e olhou para o relógio digital em cima da cômoda, 8:17 a.m. Pensou em ligar para os pais, mas lembrou que eles haviam participado de um baile na noite anterior e virariam a manhã dormindo, ela riu da ideia de seu pai passar uma manhã dormindo enquanto abria o guarda-roupa e escolhia um macaquinho solto branco e um All Star da mesma cor para usar. Prendeu o cabelo em um coque frouxo e pegou uma bolsinha transversal, colocando dinheiro e celular dentro dela. Pegou seus óculos de sol Christian Dior e saiu.



 



-Bom dia, senhorita Hermione. –Cumprimentou Jack, o gerente do restaurante do hotel, ele era loiro e alto, atraindo turistas jovens para o restaurante. –Sozinha? –Inquiriu se encaminhando até um dos bancos junto do balcão após o murmúrio de confirmação da morena.



 



-Obrigada. –Disse se sentando e pedindo uma salada de frutas e um suco. –Jack! –Chamou antes que o moço se afastasse. –Sugestão de passeio? –Inquiriu sorrindo para o loiro.



 



-Claro, só um minuto. –Disse correndo até seu posto e trazendo um folder, entregando-o à Hermione, que agradeceu.



 



Enquanto tomava seu dejejum refletia sobre sua mais recente –e nada agradável- visita ao Ministério Inglês da Magia. Remexeu a taça da salada de frutas enquanto repassava a cena de Sirius atravessando o véu naquela estranha sala. Harry não havia enviado uma carta sequer à ela nas férias, que já duravam vinte dias.



Suspirou e se levantou após pagar a conta, colocou os óculos e examinou o folder que Jack havia entregado a ela. O hotel onde estava hospedada ficava a menos de quinhentos metros da Praça da Cidade Velha, o coração da cidade de Praga.



A cidade fica na República Checa, é sua capital e uma das cidades mais populares da Europa Oriental. Antiga e com uma arquitetura majestosa é cheia de becos e vielas que divertem os turistas mais aventureiros, o folder que Hermione trazia tinha uma espécie de mapa para os pontos turísticos da cidade, escolheu um que levava até a Ponte Carlos. Caminhou cerca de dois minutos pela rua principal e resolveu cortar caminho por uma viela indicada pelo hotel.



 



-A Ponte Carlos é a ponte mais antiga de Praga, e atravessa o rio Moldava, da Cidade Velha até a Cidade Pequena. É a segunda ponte mais antiga existente na República Tcheca. –Começou a ler Hermione enquanto entrava na viela. -Sua construção começou em 1357 a pedido do rei Carlos IV, e foi finalizada a princípios do século XV. Sendo ela a única forma de atravessar o rio, a Ponte Carlos se transformou na via de comunicação mais importante entre a Cidade Velha, o Castelo de Praga e as zonas adjacentes até 1841. –Ela parou para observar uma pequena subida na rua antes de continuar o caminho. -Originalmente, esta via de comunicação foi chamada de Ponte de Pedra e Ponte de Praga, mas leva sua denominação atual desde 1870... –Sua leitura foi interrompida por um grito feminino. –Quê...? –Começou, mas foi interrompida por outro grito, dessa fez mais desesperado. Sem pensar ela desatou a correr na direção da voz. Outro grito. Hermione acelerou o passo e sentiu os machucados adquiridos no Departamento de Mistérios doerem e queimarem, mas ignorou. Em uma parte escondida da viela estava caída uma ruiva apavorada vendo dois homens brigarem. –Você está bem? –Inquiriu ajudando a garota a se levantar e leva-la para o lado oposto da rua.



-Sim. –Murmurou ela escorregando até o chão.



-O que está acontecendo?



-O... o homem de... verde me atacou... –Dizia a ruiva entre soluços. –e o de preto... me ajudou. –Continuou.



-Ok. –Respondeu e virou-se para ver a situação da briga. O homem de preto parecia estar perdendo.



A grifinória visualizou uma barra de ferro largada no canto do beco, ela correu até lá e agarrou a barra. “Devia fazer quadribol, nunca vou ter força suficiente para atacar sem magia” pensou enquanto caminhava de forma lenta até os dois. O homem de preto deu um soco no rival que o fez dar um passo para trás, desnorteado, dando a chance perfeita para Hermione bater na sua nuca com a barra de ferro. –Não adiantou. –Gemeu ao ver o homem fitá-la, ele tinha os olhos vermelhos e os caninos maiores do que o normal. –Vampiro. –Resmungou se preparando para pegar a varinha, mas o outro homem puxou o inimigo, virando-o de frente para ele e enfiando uma estaca de prata em seu peito, não sem antes receber uma mordida no pescoço. O homem de verde se transformou em cinzas enquanto o outro caia ajoelhado no chão, ofegando e pressionando o ferimento com a mão. Ela olhou para o lugar onde a ruiva havia ficado e observou-o vazio, ela deve ter saído correndo durante a briga.



-Você está bem? –Ofegou o vampiro.



-Estou sim, mas você não pode falar a mesma coisa. –Murmurou ajoelhando-se na frente dele.



-Estava te esperando, hermosa. –Falou e Hermione franziu o cenho, perplexa.



-Me esperando? –Disse caindo sentada. –Hermosa? Não, é Hermione. –Corrigiu.



-Não vou poder te explicar. –Disse pegando a mão de grifinória, que por algum motivo não se afastou. –Só... confie. –Disse antes de seus olhos brilharem vermelhos e hipnotizarem Hermione. Alguns segundos depois ele desapareceu em um brilho azulado, deixando um cálice com um liquido vermelho em seu lugar. Hermione automaticamente pegou a taça e bebeu todo o conteúdo.



-Que... –Começou ela após voltar ao normal, passou a mão nos lábios ao sentir gosto de sangue, olhou para o cálice vazio e contorceu a face em uma careta confusa. –Ai... –Gemeu levando a mão à cabeça quando sentiu uma pontada.



Castelo de Praga, meia noite. O vampiro fez-se ouvir em sua mente.



Hermione levantou confusa, apoiando-se na parede do beco, cambaleando ela voltou à rua principal, com alguma dificuldade fingiu que estava bem. Ao chegar ao hotel ela subiu rapidamente para seu quarto. Já eram 10:26 a.m.



Hermione foi até o banheiro com intuito de lavar o rosto com água fria, depois de passar água na face, fitou-se no espelho. A garota se assustou ao ver os olhos dilatados e mais escuros que o normal –quase negros- e a conjuntiva avermelhada, percebendo que estava ligeiramente pálida também e lembrou-se da informação recebida, Castelo de Praga, meia noite. Com certeza estaria lá, precisava de respostas. Trêmula, se encaminhou até a cama no centro do quarto, deitando e se enrolando no edredom, –apesar do notável calor na cidade- adormeceu.



Ela caminhava por um beco escuro, estreito e úmido. Afobada ela seguiu mais rápido que o normal, quase correndo chegou ao final da viela e observou uma figura alta e encapuzada a esperando.



-Confie –pediu uma voz rouca –só quero ajudar. –Completou sumindo em uma fumaça cinzenta. O corpo de Hermione começou a arder como se encostassem ferros em brasas pelo seu corpo.



Acordou ofegante, levou a mão rapidamente em direção à garganta, que ardia de forma desconfortável.



-Hermione? –Chamou uma voz feminina, que conheceu como sendo a de sua mãe.



-Oi. –Respondeu rouca.



-Está tudo bem?



-Sim, só estou –ela pausou pensativa –um pouco indisposta. –Continuou, fitando a porta. –Quero ver se fico de repouso, pode ir.



-Okay, qualquer coisa ligue no nosso celular, filha. –Percebeu que a mulher hesitou. –Tem certeza que não quer que eu fique?



-Sim mãe, acho que... É só um início de gripe, já tomei uma aspirina, logo melhoro. –Respondeu, tentando soar mais convencida do que sentia que estava sendo.



-Está bem. –Falou Jane e Hermione ouviu os passos da mãe se distanciarem. Levantou-se e foi em direção ao banheiro, os olhos continuavam negros e a conjuntiva mais avermelhada, tinha pequenas olheiras roxas na pele pálida, estreitou os olhos para seu reflexo e voltou para o quarto. Assustou-se ao ver que já passavam das 14:oo p.m.



Foi até o computador que estava em cima da escrivaninha e o ligou. Na barra de pesquisa digitou Castelo de Praga e apertou enter, esperando a exibição dos resultados, clicou em um site que chamou sua atenção.



Castelo de Praga O maior castelo do mundo dizia o título, baixou a tela para continuar a ler.



Localizado na capital da República Checa o gigantesco Castelo de Praga foi inaugurado por volta do ano 880 pelo príncipe Borijov, conde da Boêmia. Claro que inicialmente a construção não era assim, pois com o passar dos anos a mesma sofreu inúmeras reformas.



Torres, muros e igrejas foram sendo acrescentadas formando a atual residência oficial do governo checo. Sua área total passa dos 72 mil metros quadrados. Nesta área você encontra a Catedral de S. Vito, Torre da Pólvora, Palácio Real do Castelo de Praga, Torre Dalibor, Convento de São Jorge, Palácio Lobkowicz, Viela Dourada e muito mais. Resumindo, o castelo é uma pequena cidade dentro de outra cidade.



Voltou à página de pesquisas, outro site chamou a atenção da morena.



Lendas de Praga



Como é antiga, a cidade de Praga é cenário de muitas lendas, talvez a mais conhecida nas redondezas seja sobre vampiros.



O Castelo de Praga, segundo os mais antigos, foi lar de Conde Drácula, o Rei dos Vampiros. Como o Castelo é a residência dos governos a lenda é baseada no período em que a família real Josan morou no local, já que a família foi um tanto misteriosa, pelas várias lacunas em sua história biográfica a lenda se fortalece, já que nunca se viu realmente o pai da Princesa Rosan, que era a governante durante o século XIV.



Curiosa ela pesquisou fotos do Castelo. Grande e no centro da cidade o lugar realmente parecia propício a ser cenário de um filme de vampiros de época, parecia ser assombrado. Observou alguns guardas postados na frente dos portões e, ignorando as fisgadas na cabeça, pesquisou os horários da guarda. Meia noite em ponto havia a troca da guarda, seria mais fácil entrar lá. Mais uma pontada na cabeça a fez voltar para a cama e acomodar-se em baixo das cobertas e adormecer novamente.



***Caçadora***



Dez e meia Hermione telefonou para Jack, pedindo uma salada e um suco, empurrou o jantar, já que estava sem fome. Onze horas e a morena se esgueirava pelos corredores do hotel. Após conseguir chegar à rua ela deixou o extinto, recém adquirid0, guia-la. Chegou ao Castelo cinco minutos antes da troca da guarda.



-O que eu estou fazendo? –Murmurou para si mesma, balançando a cabeça. Foi guiada até um ponto estratégico do muro, ela se esgueirou para trás de uma árvore particularmente grande e esperou o ritual da troca de guarda. Quando eles começaram ela tirou sua varinha e bateu três vezes em um ponto específico do muro, que abriu uma passagem, ela teve que se abaixar para conseguir atravessa-la. Entrou no local sem mais problemas e seguiu por onde, antigamente, ficavam as masmorras.



“Está quase lá.” Avisou a voz em sua mente.



“Você pode ler meus pensamentos?”



“Só quando você está querendo ou conversando comigo.” Respondeu de forma calma. “Aqui” Hermione estava parada em frente a um quadro que poderia ter vindo do século XIV, a moldura era de ouro e trabalhada, já a figura retratada era a de um homem de cabelos negros até os ombros, roupas de realeza e uma expressão dura, mas se fosse examinada melhor, zombeteira.



-Abra. –Ordenou Hermione em uma voz dura. O quadro rangeu, como se há tempos não fosse usado, e revelou-se uma passagem estreita. Hermione entrou nela e caminhou em uma curva, cerca de 100 metros. Uma porta de madeira finalizava o corredor, Hermione abriu-a e deparou-se com uma espécie de casa. Uma sala com um divã vermelho sangue, uma espécie de bar no canto da mesma, que tinha as paredes entulhadas de livros organizados em estantes, mais um sofá e uma mesa de madeira.



-O que é isso? –Inquiriu ela.



-Onde eu morava. –Disse e Hermione passou a mão na testa. –Dor de cabeça? –Falou preocupado sentindo a morena assentir. –Posso te ajudar.



-Como?



-Concentre-se na minha imagem. –Hermione se concentrou na figura que agora habitava sua mente e após uns segundos a dor de cabeça diminuiu um pouco. Ao abrir os olhos Hermione se deparou com a figura de um homem moreno, cabelos bagunçados de forma proposital, olhos vermelhos, porte atlético e dentes brancos e afiados.



-Wow. –Fez ela ao ver a figura, que parecia um fantasma, mas era um pouco mais sólido, mesmo que ainda não fosse real.



-Quer ajuda para entender as coisas? –A voz aveludada fez-se ouvir.



-É o mínimo que você pode fazer! –Acusou Hermione após um minuto de perplexidade. –O que você fez comigo?! –Gritou empurrando o espectro, e se assustando quando suas mãos não atravessaram o homem, como achou que aconteceria.



-Se você não me empurrar mais eu posso tentar. –Respondeu sorrindo para a garota, que bufava, fazendo a franja voar.



-Começa logo... –Murmurou impaciente e sentou-se no sofá indicado pelo vampiro. O homem começou após dar um risinho:



-Meu nome é Alec Josan, sou um vampiro...



-Isso eu já sei. –Resmungou Hermione. –Pule para a parte do “estava te esperando”. –Sugeriu irônica.



-Isso não é tão simples falar, Hermione. –Disse ele parando em sua frente. –Já ouviu falar em ‘tente descobrir, se for para ser, simplesmente será’?



-Sim.



-Então. –Disse sorrindo. –Posso dizer o que você é. –Sugeriu ao ver a expressão de despontamento no rosto da morena. –Acho que vais gostar. –Comentou indo até uma prateleira e retirando um livro de capa negra com um fecho dourado. –Juro proteger o sangue de minha linhagem. –Recitou Alec tocando com o dedo o lugar em que havia uma ametista no fecho. O livro se abriu e ele entregou-o a Hermione. –Sempre que tiveres dúvidas e – Começou e indicou o livro, virou-se foi até a mesa e pegou uma caixa preta, abriu mostrando uma chave dourada à morena. –sempre que quiser vir para cá coloque a chave em qualquer maçaneta e recitar a mesma frase que eu falei você estará aqui. –Disse e a garota pegou a caixa. –Antes que comece a ler – Falou Alec ao ver o olhar de Hermione se direcionar para a página do livro. –tenho umas sugestões. –Ela se aprumou para ouvir melhor. –Você vai passar por algumas mudanças, como vai ver no livro, então sugiro que comece se exercitar - Hermione fez uma careta e o vampiro riu. –você vai começar a gostar - Garantiu e ela deu de ombros. –os exercícios vão servir para controle melhor dos seus poderes, e você terá uma desculpa para as mudanças físicas em você.



-Hein? –Fez a garota.



-É isso mesmo. –Disse Alec. –Agora, eu sugiro que leia atentamente o livro e –Alec foi até o bar e tirou uma garrafa de vidro com um liquido parecido com sangue dentro. –é bom você beber isso. –Avisou. –E não, não é sangue. –Disse ao vê-la abrir a boca para questionar. –A receita dela está aí no livro. –Avisou e pegou um pacotinho e entregou junto com a garrafa. –Aqui são os ingredientes. Alguma pergunta?



-Muitas, mas como eu faço para você –Ela abanou as mãos em sua direção. –ser ‘invocado’?



-Só aqui você vai conseguir, por enquanto. Acho melhor eu ir, já que você está ficando meio fraca e pálida. –Comentou ao ver Hermione piscar de maneira meio mole. –Ah, e só para avisar, seus gostos vão mudar. –E sumiu depois de tremeluzir.



-Já desconfiava, –Murmurou a garota ironicamente. –afinal, tenho sangue de vampiro nas veias. –Ela suspirou e se levantou, saindo, cautelosamente, do castelo.



***Caçadora***



N/A: Gente, eu postei! Mereço aplausos, assobios e tomatadas já que esse capítulo está, em uma escala de 1 à 10, -10.



Só espero comentários e prometo –em troca- fazer um cap bem maravilhoso –ou tentar, pelo menos- para a próxima postagem.



Mioneharryforevers2: Não desisto não, e continua acompanhando a fic e comentando.



Bethany: Ótimo, não desiste não e continua comentando!



rosana: Depois de ler seu comentário eu li a fic de novo e acabei concordando com você, é que as vezes eu dou uma navegada legal e acontece isso. Mas é bom essas puxadas de orelha e espero que –se necessário- você faça isso mesmo, vou tentar fazer a fic ficar bem melhor. Espero que não desista e comente! Afinal, você é minha leitora mais antiga.



Srtaá: Postei o capítulo e espero que você poste seu comentário!!!



Dryka: Não chora! Eu postei, mas eu vou chorar se você não comentar! Espero ansiosa sua atualização.



Beijos PamyPotter <12/10>

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Comentários (4)

  • Hermione Rosier Black Malfoy

    pamy suas fics são explêndidas..adorei a sinopse e esse começo...adoro coisas desse tipo em relação a mione como deuses,e agora vampiros..oh my god...adorei 

    2012-05-31
  • Bruna Bullock

    posta logo, ou eu vo morrer de anciedade!!!!!!!!!!!!!!!! beijossssssssssssssss

    2011-10-26
  • Bethany Jane Potter

    Ai q legal..voc postou....mt legal..gostei do capitulo...continua postando

    2011-10-13
  • HermioneMalfoy

    nem acredito que vc postou kkk depois de tanto tempo, gostei muito do capitulo, só acho que  o alec podia ter explicado mais coisas, nao demore mt pra postar,preciso de respostas e de draco e harry kkkkkkk  

    2011-10-12
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