Rony e suas emoções

N/a: Comentários novos!!! Como eu amo isso! Aqui vai a continuação Lorena Keyse! Espero que esteja gostando! E Dih Potter, provavelmente vai levar um tempinho para você ler isso, mas muito obrigada pelo comentário!! E que bom que você gostou! Espero que continue lendo até chegar aqui! 

                                                          ***
                                           Rony e Suas Emoções

-Gina, eu não vou exigir que me você me explique porque quando eu acordei você estava debruçada dormindo na cama com o Malfoy...
-Eu não estava dormindo na cama com ele! – O interrompi revoltada – Eu estava dormindo em uma cadeira debruçada sobre a cama dele!
-Ou sobre o que foi tudo isso hoje de manhã – Ele prosseguiu como se eu não tivesse dito nada – Mas eu sou seu irmão e é sua obrigação me contar tudo mesmo assim.
-Não tem o que contar – Eu revirei os olhos – Eu só... Na verdade eu nem sei se posso me definir como amiga do Malfoy, mas a questão é que... Eu não odeio ele.
Rony arregalou os olhos e pareceu que ia dizer alguma coisa, mas eu o ignorei e prossegui.
-E ontem ele meio que fugiu da Ala Hospitalar e não voltou mais, então eu fui atrás dele e o encontrei desmaiado na casa dos gritos, dai eu trouxe ele de volta aparatando e quando cheguei aqui vi que você estava mal também e fiquei durante a noite para ver se você melhorava ou sei la...
-Gina – Ele falou meio engasgado.
-Tá eu sei, eu sou uma traidora de sangue, imbecil e inconsequente e eu deveria ficar longe dele... – Suspirei olhando para baixo.
-Isso também... – Ele murmurou parecendo estar pensando naquilo pela primeira vez – Mas o que eu ia dizer é... – Ele me abraçou com força e me levantou do chão – Eu estou tão orgulhoso da minha irmãzinha!
-Me bota no chão Rony! – Eu comecei a espernear.
-Tão orgulhoso! – Ele disse uma última vez antes de me pousar – Gina, você está crescendo – Ele falou meio nostálgico – Já está por ai, saindo sozinha, resgatando comensais da morte, aparatando... – Ele suspirou parecendo verdadeiramente emocionado.
-Ronald... – Eu falei com cuidado – O que fizeram com você?
-A Srta. Stendeberg – Ele falou parecendo meio confuso
-A Srta. Stead... – Eu corrigi estimulando-o a prosseguir.
-Ela mesma! – Ele sorriu feliz – Ela falou que o meu problema é que eu não entro em contato com as minhas emoções o suficiente e que eu deveria aprender a entender o que eu sinto a mostrar isso para os outros ao invés de ficar mascarando meus sentimentos com ações autodestrutivas.
-E ela com uma conversa te mudou radicalmente? – Eu perguntei um tanto cética.
-Isso e um chá rosa que ela me deu... Tinha gosto de pitangas – Ele murmurou avoado.
-Pitangas? – Eu franzi a testa.
-É você sabe... Aquelas frutinhas que tem o mesmo cheiro que o cabelo da Hermione...
-Essa poção funciona... – Me surpreendi.
-Poção? – Rony olhou para mim com olhos inocentes e confusos – Eu não entendo muito disso, mas a Hermione sabe tudo sobre elas, ela é um gênio você sabe – Ele sorriu orgulhoso.
Eu olhei para os lados onde notei que algumas pessoas estavam paradas ouvindo, como sempre. Aquilo tinha se tornado tão comum que eu nem mesmo percebia mais, mas aonde quer que Harry, Rony ou Hermione fossem havia gente em volta, como quem não quer nada, ouvindo, olhando, se intrometendo. Como eu odiava isso.
-Venha Ronald – Eu puxei ele dali – Vamos conversar em paz.
-Mas eu tenho que encontrar a Hermione e dizer para ela que o cabelo dela é cheiroso! E que ela é um gênio! Eu não porque Gina, mas de repente me deu uma vontade de contar isso para ela... Estranho não é? – Ele foi falando, sem deixar de ir para onde eu o puxava, possivelmente perdido demais em suas recém-descobertas emoções.
-Rony eu estou quase sentindo falta da pessoa fria, egoísta e insensível que você é naturalmente? – Murmurei um pouco irritada me sentando na beira do lado e o puxando para sentar-se ao meu lado.
-Ah Hermione... – Ele suspirou sonhador – Ela é tão perfeita...
-Você realmente gosta dela não é mesmo? – Eu perguntei rindo.
-Se eu gosto? – Ele se virou sério sem entender – Gina, eu amo ela.
-Como uma irmã? – Eu provoquei.
-Como... Como... Eu não sei – Ele parecia perdido em seus pensamentos – Como se eu quisesse ela do meu lado, como se eu não suportasse pensar em uma vida sem o sorriso dela, o som da voz dela, o jeito como os olhos dela se iluminam quando ela descobre ela, a forma como ela grita comigo, o cheiro do cabelo dela... – Ele suspirou pesadamente, com um sorriso melancólico no rosto – Eu acho que vou me casar com ela...
-O que?! – Eu engasguei olhando para ele, garganta seca e olhos arregalados.
-Casar com ela... – Ele sorriu amplamente – Eu gosto dessa ideia.
-Rony você não acha que está indo um pouco rápido? – Perguntei sem entender porque eu estava tão assustada com tudo aquilo.
-Como assim? – Ele parecia perdido, com a cabeça muito longe dali.
-Tipo vocês mal começaram a namorar... Nem sei se vocês estão namorando na verdade. Como você pode ter tanta certeza? – Perguntei cuidadosamente, mas ele só sorriu.
-Você não entende? Eu tenho certeza... É só que... Você já gostou tanto de alguém que dói fisicamente? E dói muito? Você já sentiu como se aquela pessoa na sua vida fosse a única certeza que você tem? Eu não sei o que vai ser da minha vida... – Ele murmurou fitando o lago – Não sei se vou realmente ser um auror, onde vou morar depois de Hogwarts, se algum dia eu vou conseguir perdoar o Jorge, se um dia eu vou esquecer tudo que eu vivi no ano passado... O futuro é muito estranho... Mas sempre que eu penso nele, não importa como ele seja, ela é parte dele. Se ela não estiver no meu futuro... Então eu não quero ter um futuro... Entende? – Ele se virou inseguro para mim.
Eu estava de boa aberta. Surpresa. Emocionada. E com inveja. Muita inveja.
-Você nunca se sentiu assim? – Ele perguntou um tanto incrédulo.
-Acho que não... – Murmurei sem jeito.
-Então não – Ele afirmou se virando para o lago de novo – Esse não é o tipo de coisa que a gente acha, é o tipo e coisa que a gente SABE.
-Rony... – Eu o chamei reunindo coragem – Se você se sente assim... Por que você faz todos esses joguinhos e toda essa confusão com a Hermione? Por que você não vai até ela e diz o que você sente e assume isso para o mundo?
-Eu queria que fosse fácil assim Gina... – Ele me olhou com a expressão mais magoada que eu já tinha visto ele fazer, não que ele fizesse muitas expressões quando não estava sob o efeito de substancias – Mas é só que... Eu não sou bom o bastante para ela! Tá legal? Ela é incrível e eu não tenho nada de especial!
-Mas ela te ama desse jeito seu palerma! – Eu perdi a paciência com a burrice dele.
-MAS ELA VAI PERCEBER! – Ele gritou me fazendo dar um pulo – Ela vai ver que eu não sou o que ela quer! E que eu nãos ei lidar com meus sentimentos! E que eu só estrago tudo! E eu vou perder ela! E eu não posso perder ela Gina – Os olhos dele brilhavam com lágrimas – Eu não posso! Se ela não estiver na minha vida... – Ele não conseguiu completar a frase ficando ali, parado, aturdido, olhando para o nada.
-Então você estraga tudo antes e perde ela sem nunca ter tido uma chance magoando ela brutalmente? É isso? – Me indignei – Porque claro, isso faz TODO o sentido!
Ele ficou parado com aquela cara infeliz e então me olhou desesperado.
-O que eu faço?
-Não fuja dela! – Eu exclamei – Se você tem certeza do que quer, vai atrás! Não fique preso a um medo imbecil Rony, sério. Você ama ela e ela te ama. Não pode ser tão difícil assim...
-Eu tenho que pensar! – Ele se irritou e ficou apertando a cabeça com as duas mãos, como se ela doesse.
E ficamos um tempo em silêncio ali, olhando para o nada quando Rony falou de novo.
-Eu não gosto dessa sua amizade com o Malfoy.
-Não é do seu alvitre e eu já disse que eu não sei se somos amigos – Esclareci.
-Al que?
-Não é da sua conta Rony! – Traduzi – Convivência com a Hermione amplia o vocabulário, mas acho que você não tem como saber isso... – Provoquei.
-Não muda de assunto! E Gina, você pode dizer que não é amiga dele, mas se preocupa com ele.
Não consegui negar.
-Só toma cuidado ok? – Ele disse esfregando a cabeça – Não deixe ele te machucar de nenhuma forma... E não vire uma comensal da morte! – Ele avisou sério.
-Tentarei... – Revirei os olhos.
-Eu estou exausto...
-São as emoções Ronald... Você não tem muito prática com isso, então é difícil, mas um dia você se acostuma com elas... Ou não né...
-Eu vou lá ver aquela Srta. Stenllison! – Ele saiu marchando de volta ao castelo e eu fiquei deitada na grama, olhando para o céu e pensando em como o Rony tinha sorte.
Como seria sentir tudo aquilo? E o principal: Por que eu não sentia tudo aquilo?

 
Continua...
 

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