Um aviso



N/a: Depois de muito tempo sem postar por problemas tecnicos, aqui vai a continuação nena, obrigada por comentar. Um obrigada a Ana Slytherin  por comentar mais uma vez, você não sabe como é bom saber que eu sempre terei um comentário seu. E muito obrigada Sabrina Lopes pelo comentário e por não me abandonar mesmo que eu seja extremamente enrolada, mas tentarei ser mais rápida para postar o próximo cap, não pretendo demorar nem uma semana.


                                                          ***
                                                      Um Aviso

Saber que eu deveria contar tudo para Harry não tornava nada daquilo mais fácil e nem menos confuso. “Ah que droga Malfoy você só complica minha vida!” - Praguejei internamente -“Maldita hora que eu resolvi te considerar um ser humano ao invés da escoria da sociedade que você não é!” - Parei confusa por um momento - “É! A escória que você é!” - Me corrigi - “E dá para você por tudo que é mais sagrado parar de me confundir?!”.

-Gina? – Chamou Hermione, interrompendo temporariamente minha discussão mental – Está tudo bem com você?
-Claro – Eu forcei um sorriso – Porque a pergunta? – Olhei nervosamente para os lados enquanto torcia minhas mãos. Eu era a discrição em pessoa.
-Você só... Parecia irritada, como se estivesse brigando com alguém na sua cabeça...
-Ah... – Eu comecei sem saber ao certo como explicar.
-É o Harry não é? – Ela olhou para mim preocupada e suspirou – Ah Gina, eu sei que você está muito chateada com tudo o que aconteceu, mas eu tenho certeza de que se você conversasse com ele, ele poderia te explicar direito tudo isso...
-Você viu o que aconteceu? – Eu perguntei irritada – Ele jogou o Malfoy da vassoura! Como ele deveria me explicar isso?
-Ah... Eu não vi exatamente o que aconteceu... Eu estava olhando o Rony... Quer dizer o Rony fazer a defesa de um gol, porque afinal de contas é o primeiro jogo da grifinória e eu sei que se a gente perdesse o clima por aqui ia ficar muito pesado e então, por essa única razão eu estava atenta ao gol – Ela começou a tagarelar nervosamente – Mas ah, enfim – Ela respirou fundo se acalmando – Eu ouvi as pessoas comentando depois e afinal de contas, eu conheço o Harry e você também. Nós duas sabemos que ele nunca faria uma coisa dessas de propósito. O Rony me contou o que aconteceu depois do jogo, mas...
-Bem, eu achei que eu conhecia o Harry, mas tenho cada vez mais duvidas sobre isso... – Disse em tom sombrio – Ele nem ao menos se deu ao trabalho de parar para ajudar! Parece que para ele vencer é tudo não é mesmo?
-Gina, eu realmente acho que você está sendo meio... Não sei, parcial, em relação a isso. Você não acha que talvez esteja querendo apenas arrumar um motivo para ficar brava com o Harry? Porque sabe isso acontece e afinal de contas... – Eu vasculhava meu cérebro a procura de qualquer coisa um pouco menos irritante do que o discurso de Hermione, principalmente porque ela corria o risco de estar certa no que dizia, quando notei algo que havia me passado despercebido.
-Espera – Eu a interrompi – Você e o Rony estavam juntos agora depois do jogo? – Eu perguntei surpresa enquanto um sorriso se abria automaticamente no meu rosto.
-Hum... É – Ela começou insegura – Eu só queria falar da defesa fantástica que ele tinha feito e...
-E...? – Perguntei entusiasmada, ansiosa pelo desfecho.
-E... Só – Ela encerrou – Foi isso – Ela deu um sorriso nervoso.
Foi nesse momento que eu vi, atrás de Hermione, no canto do salão comunal, olhando por uma janela, Neville, parecendo imensamente infeliz, fitando o horizonte. Eu fiz uma anotação mental de falar com ele assim que fosse possível, quando ele se virou para olhar algo a sua esquerda, em um canto escuro do salão. Virei-me, seguindo a linha de seu olhar e fiquei olhando para aquilo, completamente confusa. Eu só estava lá congelada, encarando perplexa a cena que se desenrolava a minha frente, piscando repetidamente , como se pudesse fazer aquela imagem ganhar mais sentido.
-Ok... – Hermione disse nervosa – Eu admito... A gente se beijou... Mais de uma vez. E eu sei que é idiotice minha, mas ele foi tão fofo comigo como ele sabe ser as vezes e, ah que merda, eu amo tanto ele que eu não consegui pensar direito e... Eu já confessei então você parar de me encarar desse jeito?! – Ela despejou entre a felicidade, a confusão e a insegurança.
-Nossa – Foi tudo o que eu consegui dizer depois daquele brusco puxão de volta a conversa.
-Você não vai dizer nada? – Hermione perguntou um tanto surpresa e confusa.
-É... Claro – Eu consegui fazer meu cérebro voltar a funcionar depois da momentânea pane. “Esquece isso” eu sussurrei para meu cérebro “Apenas esquece” – Eu acho ótimo Hermione – Eu sorri sincera – De verdade. Nós duas sabemos o quanto o Rony é enrolado e confuso e problemático e irritante e... Enfim – Me forcei a voltar ao assunto a despeito dos muitos defeitos de meu querido irmão – Mas ele te ama MESMO, ele só é... Ele – Fiz uma careta – E assim que todas essas confusões se esclarecem vai ficar tudo bem – Sorri tentando parecer otimista para ela.
-Eu espero – Ela sorriu um tanto melancólica – Eu realmente espero...
Sorri meio sem jeito e falei que precisava ir estudar, mas enquanto me afastava na direção das escadas meus olhos encontraram os de Neville e naquele rápido encontro eu tive a certeza de que nós dois sabíamos que, depois do que tínhamos visto, dificilmente as coisas voltariam a ficar bem.
Foi então que, praticamente saído do nada, Rony apareceu na minha frente barrando o caminho, e então percebi que ele deveria ter ficado o tempo todo esperando eu me afastar de Hermione para me atacar. Engoli em seco, fitando-o com os olhos arregalados. Ele, percebendo que eu já sabia qual era a natureza do assunto que desejava tratar comigo, indicou a porta com a cabeça e eu comecei a seguir naquela direção, pensando em como fugir da minha inevitável condenação a morte.
Já estávamos fora do salão comunal e eu era puxada pelo pulso por Rony pelos intermináveis corredores de Hogwarts quando eu abandonei qualquer esperança de escapar e comecei a imaginar como seria minha trágica e prematura morte, queimada na fogueira provavelmente, acusada de bruxaria. Minha família tinha humor suficiente para isso. E foi em nome dessa herança que eu tentei manter o humor frente a tudo isso, até que não consegui mais.
-O que é que você quer Ronald? – Eu perguntei estacando – Meu pulso dói. Apenas acabe com isso – Eu pedi choramingando.
Rony se virou assombrado.
-Você é louca!
Eu apenas o fitei de olhos arregalados sem conseguir compreender coisa alguma quando ele suspirou.
-Gina, você já esqueceu que o Carlinhos vinha hoje visitar a gente?
-QUE? – Eu não consegui evitar a inesperada surpresa – Desde quando eu sabia disso?
-Desde... – Rony parou e então começou a parecer envergonhado – Desde que eu deveria ter te avisado isso uns dias atrás, mas dai teve aquela coisa e dai aquela outra coisa...
-Ronald! – Eu berrei possessa – Como é que você esquece de me avisar uma coisa dessas?
-Ah... Vamos logo... – Ele cruzou os braços parecendo emburrado enquanto seguia pelos corredores rumo à torre de astronomia.
-E a propósito irmãozinho quando você pretendia me contar sobre os seus beijos melosos com a sua “nada mais do que uma amiga” caríssima Hermione? – Eu provoquei piscando dramaticamente.
-Mais ou menos na mesma conversa em que você me contava sobre desde quando quase entra em colapso ao ver o Malfoy machucado – Ele pensou rápido, com as orelhas em chamas.
Eu parei estreitando meus olhos para ele me perguntando como ele ousava barganhar uma coisa dessas comigo.
-Feito – Rosnei entre dentes estendendo minha mão.
Ele a sacudiu parecendo ainda mais ameaçador, firmando assim nosso pacto de silêncio. Pacto esse em que era difícil determinar para qual das duas partes era mais vantajoso.
-Hey! – Chamou Carlinhos animado – Vocês estão ai! – Ele abriu um largo sorriso vindo em nossa direção.
Apesar de seu rosto luminoso e sorridente eu não consegui deixar de notar suas olheiras profundas e um ar de exaustão física e mental, além de um notável emagrecimento nos últimos tempos.
-Oi Carlinhos – Cumprimentou Rony, ainda meio estressado pela minhas descoberta.
-Carlinhos – Tentei sorrir para ele.
-Como vocês estão?
-Ótimos e você? – Menti por Rony também.
-Eu também – Ele completou a mentira – E então, por aqui? – Ele perguntou indicando a porta para a torre de astronomia.
Passamos por ela e ficamos um tempo apenas parados ali sobre o vento quente do final de tarde. Eu sentei-me sobre o muro e fiquei balançando as pernas, esperando uma explicação sobre a repentina reunião familiar.
-Carlinhos – Eu falei quando, após dez minutos, ficou obvio que ninguém ali pretendia iniciar a conversa – Desembucha. O que dragões você está fazendo aqui?
-Ginevra isso são modos para uma dama? – Ele me repreendeu, unicamente para ganhar algum tempo, tendo sido pego desprevenido pelas minhas palavras – Eu vim aqui porque queria conversar com vocês...
-Nota-se – Falei irônica.
-Olha... A coisa toda é mais complexa do que parece – Ele passou a mão pelo cabelo sem saber para onde olhar – Vocês devem saber que aquele-que-não-deve-ser-nomeado foi morto e os comensais da morte desapareceram ou foram presos...
-Ouvimos falar – Eu disse vagamente – Veio aqui para nos contar isso?
-Deixa ele terminar Gina! – Rony disse ríspido.
Virei-me assustada para ele, e percebi que ele estava apenas muito nervoso como eu.
-Não acabou – Soltou Carlinhos de repente.
-Que? – Eu perguntei em conjunto com meu irmão.
-Não acabou – Ele disse agitado, andando de um lado para o outro parecendo seriamente perturbado – A coisa toda não é tão simples assim.
-Que coisa? – Eu perguntei pulando para o chão da torre, ansiosa.
Rony estava congelado, de olhos arregalados, fitando o vazio.
-Carlinhos que coisa? – Eu pedi me aproximando dele e colocando minhas mãos sobre seus ombros, o obrigando a me fitar.
-Não é fácil de explicar a vocês, mas... Essas coisas – Ele disse estressado gesticulando nervosamente – Não acabaram. Matar Voldemort foi apenas o começo do fim. Eles ainda estão por ai. Vocês tem que tomar cuidado! – Ele pediu subitamente desesperado olhando Rony e eu, alternadamente nos olhos.
-Carlinhos eu não estou entendendo nada! – Eu pedi me sentindo a beira do choro – O que não acabou?
-Você não entende... – Ele suspirou cansado – Comensais da morte, magia negra, isso não acabou Gina, mas agora ninguém mais está tentando ver. Vocês não podem confiar em ninguém. Em ninguém estão me ouvindo? Confiem em nossa família e em nada mais. Ninguém acreditará, todos querem achar que acabou, mas não acabou e alguns ainda tentarão... eu sei que vão... Tomem cuidado por favor... – Ele fez um ultimo apelo a mim e a Rony e eu só tive uma imensa sensação de que ele falava apenas para mim – Eles tentarão te enganar, mas vocês não podem cair em nenhum disfarce. NENHUM. – Ele enfatizou.
Eu e Rony nos entreolhamos assustados.
-Eu sinto muito... – Ele falou – Eu não deveria ter assustado vocês... Eu nem deveria estar aqui... – E assim ele sumiu pela porta.
Eu e Rony ficamos estáticos em um silêncio profundo por algum tempo até que nos recuperamos do choque.
-Gina... – Ele começou – Você acha que o Carlinhos falava do...
-Cala a boca! – Eu ordenei nervosa – Nenhuma palavra sobre isso! Foi o tratado.
-Mas Gina e se...
-EU NÃO VOU FALAR SOBRE ISSO RONALD – Eu berrei antes de me virar para sair impetuosamente pela porta.
-Gina... – Ele me segurou pelo pulso.
-O QUE É? –Perguntei duplamente irritada pelo fato de que as pessoas jamais se cansariam de me puxar pelo pulso.
-Então pelo menos promete que vai tomar cuidado.
-Prometo Ronald – Revirei os olhos, olhando para o outro lado.
-E se alguma coisa acontecer, saiba que eu estou aqui ok?
Eu acabei concordando com um suspiro, ainda sem querer olhar para ele.
-Eu saberei Rony e a propósito – Eu olhei para ele com um sorriso cruzando a face – Não use isso como desculpa para fugir mais uma vez da Hermione, eu tenho certeza de que seu grande amor não é uma comensal da morte – Eu pisquei antes de fugir pela porta.
-GINEVRA – Eu ouvi a fúria de Rony ecoar enquanto eu fugia dali aos risos, se eu morresse por aquilo, tinha valido totalmente a pena.


Continua...
 

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Comentários (2)

  • vritupotter

    Ginevra brincando com fogo! Ou com serpentes... E atentíssimo na treta do Neville? É tanta coisa pra reparar na história que eu fico zonzo.

    2021-03-02
  • lopes slytherin

    Exelente capitulo(como sempre) espero logo o proximo! 

    2012-04-17
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