Quadribol - Parte II



N/a: Para variar demorei mto para postar, a minha única desculpa para isso é que com a mudança de Belo Horizonte para São Paulo eu estava muito atarefada arrumando as coisas e tentando me adaptar, mas também teve muita preguiça e enrolação no meio.
Então aqui segue o novo cap, espero que gostem e me desculpem se ficar mto ruim, pois como vcs vão facilmente notar, eu nunca escrevi uma cena de quadribol e nem sei como escrever uma.
E Ana Slitheryn espero não ter te depcionado mto com o cap, eu sei que demorou e que o jogo não ficou tão bom, mas prometo que o próximo sai mais rápido E terá cenas DG, obviamente.


                                                         ***
                                         Quadribol - Parte II 

 


A multidão ao meu redor berrava com todas as suas forças, e diferentes cores e encantamentos decoravam as arquibancadas. Eu me perdi naquela visão, fascinada por tudo aquilo, com todas aquelas pessoas, que a tanto tempo não se mostravam animadas, gritando e comemorando um jogo que ainda não se tinha iniciado. Todas as casas unidas contra a sonserina, e os poucos sonserinos ainda sim agindo como se estivessem na maioria, e, não se deixando intimidar, torcendo com todas as suas forças. Era a prova viva de que algumas coisas não haviam mudado, e nem nunca mudariam.


 


Harry virou-se para mim de onde ele estava, mais a frente no campo e sorriu, tomado pelo mesmo entusiasmo que eu ao ver as arquibancadas. Sorri de volta, sentindo meu coração aquecido pelo sorriso dele, por um momento realmente nada havia mudado. Comecei a ir em sua direção, eu precisava abraça-lo, naquele instante, eu precisava falar com ele, havia tanto que eu precisava dizer. Como eu tinha sido tola por duvidar por um instante que fosse que as coisas tinham mudado, ele ainda me amava, e eu ainda amava ele e as coisas podiam voltar a ser como sempre tinham sido. Que eu fosse artilheira em vez de apanhadora, eu estava no jogo de qualquer forma, e ele estava comigo no jogo. Nós éramos um time e isso era o que mais importava.


 


E então Rony cutucou-o, fazendo-o olhar para o outro canto do campo. Parei atordoada enquanto minha mente voltava para a realidade, a triste e dolorosa realidade, e as arquibancadas se encheram de vaias, apesar das heroicas tentativas dos sonserinos de fazerem seus gritos de incentivo se sobressaírem. Foi como um soco no estomago a percepção de que as coisas nunca mais seriam como antes. Era o mesmo campo, praticamente os mesmos jogadores e a mesma torcida, mas não era a mesma coisa. Agora as torcidas eram mais agressivas, em uma rivalidade que ia muito além do esporte. E havia algo no ar, uma certa melancolia, por todos aqueles que nunca mais estariam naquele campo, por toda aquela inocência que a guerra havia nos arrancado.


 


Senti meu coração voltar a endurecer, eu já não era a mesma menina de antes, já era tão tolerante, tão ingênua, tão otimista, e infelizmente, acho que eu jamais seria tão confiante como antes. Havia uma magoa dentro de mim que eu achava que apenas o tempo algum dia conseguiria curar, se conseguisse. Enquanto o mundo ao meu redor voltava a ficar cinza e meu coração chorava pelas cores que por um momento eu tinha voltado a vislumbrar, os jogadores se preparavam para levantar vôo. Subi em minha vassoura, ainda me sentindo distante de tudo aquilo, e subi ao ar.


 


O jogo começou rápido demais, e eu não estava preparada, pessoas zuniam a minha volta e comecei a me arrepender por ter decido participar. Goles e balaços passavam rente a mim sem que eu conseguisse fazer nada a respeito. Já tinha desistido de jogar quando eu vi ele. Ele parou por um momento me fitando com um olhar superior, era possível ler a certeza da vitória naqueles arrogantes olhos cinzentos. Foi quando eu entrei no jogo. Eu não podia competir diretamente com ele, uma vez que essa disputa era entre ele e Harry, mas ia me encarregar pessoalmente de que a grifinória ganhasse todos os pontos necessários para ganhar com ou sem o pomo.


 


Demelza sorriu ao me ver ao lado dela, repentinamente alerta e atrás da goles.


 


-Acordou?


 


-Acho que já dei moleza demais para esses sonserinos – Sorri de volta para ela.


 


A goles estava com um sonserino grandalhão cujo nome eu não fazia ideia, mas não importava, para mim ele era o perdedor 1. Ele avançava rápido demais para que eu ou Demelza pudéssemos fazer alguma coisa a respeito, mas Coote nos deu um sorriso quase maligno ao representar uma difícil rebatida de um balaço, “infelizmente” fazendo com que ele fosse lançado na direção da cabeça do perdedor 1, que conseguiu desviar do balaço, mas acabou deixando a goles cair, sendo rapidamente apanhada por Córmaco, que praticamente se materializou debaixo dele, apanhando-a e então se lançando a toda na direção contrária.


 


-Foi mal aí! – Coote gritou com toda sua sinceridade para o perdedor 1.


 


-Gina! Hora do jogo! – Demelza me chamou de volta a realidade enquanto Córmaco se aproximava de nós.


 


Um jogador pequeno e ágil, de cabelos escuros e cacheados, também conhecido por mim como perdedor 2  estava se aproximando perigosamente de Coote, quando ele lançou a goles em minha direção. Assim que minhas mãos tocaram a bola, eu já não pensava, apenas agia. O vento quase cortava meu rosto enquanto me desviava de um batedor estressadinho, o perdedor 3,  que queria porque queria rebater um balaço em mim, e de alguém que não faço ideia nem a que time pertencia. Alguém gritava alguma coisa para mim, mas eu não pensava, só segurando aquela goles com mais força, meus olhos fixos nos três aros a minha frente, o perdedor numero 4, que certamente era grande e forte e tinha certeza de que conseguiria me deter ficou terrivelmente surpreso quando passei por baixo dele e segui meu trajeto. Olhei os três aros, o goleiro atento no meio deles e sem nem pensar apenas lancei a goles, fazendo-a atravessa o aro do meio, bem abaixo da vassoura do goleiro, o perdedor numero 5.


 


Eu havia me esquecido o quanto aquela sensação era ótima. Os gritos me cercaram e a emoção me encheu. Eu definitivamente gostava daquilo.


 


-Muito bem Gina! – Parabenizou Demelza – Mas dessa vez vamos tentar ouvir os gritos das coleguinhas que também querem jogar?


 


-O próximo é seu – Prometi.


 


-Perfeito – Ela sorriu ávida enquanto nós duas seguíamos atrás do perdedor numero 4, que agora estava com a goles.


 


Alguma confusão envolvendo Coote, o inédito perdedor numero 6, e uma goles constantemente rebatida entre os dois, causou o segundo de distração que Demelza precisou para conseguir a goles e passa-la a Córmaco, agora alguns metros a minha frente, ele foi cercado pelo jogador 1 e 2 e passou a goles para mim, que segui em direção aos aros e estava pronta para lançar, uma vez que ele e nosso outro batedor estavam mantendo os outros entretidos, quando vi Demelza ao meu lado e passei a goles para ela, que fez um gol com honra.


 


Dali para frente foi fácil desnortear os sonserinos e nos unirmos para fazer os gols de número três, quatro, cinco e seis. Foi no nosso sétimo avanço aos aros inimigos, que eles se organizaram o suficiente para que de repente eu e a goles estivéssemos sozinhas em frente ao perdedor numero 5 guardando os aros, com o perdedor 1 a sua frente e o perdedor 6 lançando o balaço repetidamente em cima de mim, eu já não sabia o que fazer e sentia que o perdedor numero 4 se aproximava pelas minhas costas para roubar a goles quando fiz a única coisa que podia fazer: lancei a goles. E fiz um lindo, estupendo, divido, megamaravilhoso gol. Enquanto todos comemoravam desesperadamente ergui meus olhos em busca de Harry, ou de Malfoy, na verdade dos dois, para ver se eles haviam visto o que eu havia acabado de fazer quando vi algo que me tirou toda a alegria do gol.


 


O pomo brilhava, bem em frente ao sol, e tive que colocar uma mão a frente dos meus olhos para conseguir enxerga-lo, logo a direita Malfoy se aproximava com rapidez e determinação, a mão estendida e a atenção inteira voltada para o pomo, me peguei torcendo internamente por ele, angustiada pelo tempo que agora parecia não passar, enquanto via Harry se aproximar cada vez mais, com o dobro de determinação e então, na urgência de pegar o pomo, esbarrar em Malfoy, para tira-lo do caminho.


 


Congelei enquanto vi ele se desorientar pelo repentino esbarrão e cair da vassoura, seu corpo começou a despencar rapidamente, enquanto suas mãos tentavam agarrar a vassoura que estava longe demais de seu alcance. Sem pensar comecei a guiar minha vassoura em sua direção, eu tinha que fazer alguma coisa, mas o que?  Olhei em volta para pedir ajuda, mas era inútil.


 


Grande parte da arquibancada estava congelada também, mas os jogadores a minha volta não notavam nada, continuando com o jogo, eu olhei desesperada para Harry bem a tempo de vê-lo agarrar, feliz, o pomo.


 


O tempo ao meu redor simplesmente não passava, minha vassoura não se deslocava a mais de 1 km/ano não importava o quanto eu tentasse e Malfoy continuava a despencar, o medo estampado em sua face enquanto ele continua a cair e cair, os gritos da multidão, comemorando a vitória da grinifinória finalmente se calaram, no exato segundo em que Malfoy chegou ao chão, me forçando a ouvir o som, apavorante som dele se chocando com o gramado.


 


Ninguém ousou rir daquilo, ou fazer nenhuma piada a respeito, por um segundo, Malfoy não passava de outro ser humano, que podia já não estar mais entre nós. Eu não esperei minha vassoura chegar ao chão para saltar dela e correr na direção do corpo caído na grama.


 


-Malfoy... – Eu percebi que minha voz não passava de um sussurro apavorado.


 


Foi quando eu tentei respirar e não consegui é que percebi que chorava. Eu nem ao menos soluçava, apenas lágrimas assustadas corriam pelo meu rosto. Flitiwick, que havia sido convocado para substituir madame Hooch como juiz, me afastou de Malfoy e se curvou sobre ele para verificar o nível dos ferimentos e cuidar de seu transporte a ala hospitalar.


 


Eu estava tão desamparada que foi um alivio sentir o abraço firme e protetor, que imediatamente reconheci como sendo de Rony. Ele me abraçou com força, sem perguntar ou comentar nada, enquanto Malfoy era examinado e então cuidadosamente removido dali.


 


Eu estava tão completamente apavorada.


 


-A Gina se machucou também? – Ouvi uma voz preocupada atrás de mim.


 


-É só o choque – Rony respondeu baixo a pessoa – Ela está assustada por ter visto algo desse tipo. Minha irmãzinha sempre foi muito sensível...


 


Assim que aquelas palavras me atingiram olhei para ele com raiva por baixo das lágrimas, foi quando ele suspirou e sussurrou baixo o suficiente para que apenas eu escutasse.


 


-E você queria que eu dissesse o que? Vamos ter uma conversa sobre isso depois Gina, quando você estiver mais calma, ok?


 


Eu só consegui assentir, ainda me sentindo um lixo.


 


-Hey... – Uma voz dolorosamente preocupada e doce se fez ouvir enquanto Rony se afastava e me entregava aos braços, na minha mente sujos de sangue, de Harry – Desculpe não ter vindo antes, as pessoas não paravam de vir falar comigo... – Ele sorriu acariciando minha bochecha, com meu rosto entre suas mãos possessivas e egoístas – Você está chorando?


 


Eu olhei para ele com um ódio que não imaginava conter.


 


-Você nem ao menos se sente mal? – Eu rosnei – Culpado? Levemente arrependido?


 


As pessoas em volta começaram a parar para olhar.


 


-Gina – Ele forçou um riso – Eu não tenho culpa se ele não sabe se manter na vassoura!


 


-EU TENHO NOJO DE VOCÊ HARRY POTTER! – Berrei sem conseguir me conter, dando um tapa em suas mãos e me afastando – Se é assim que você quer ganhar, bom para você! Só que não me culpe por não ter esperado que você fosse do tipo que só cresce pisando nos outros.


 


-Gina... – Ele arfou em choque – Eu posso explicar... Foi um acidente...


 


-E você nem ao menos se sente mal por isso?! Você não parou para ajudar?! Me desculpe sr poderoso potter mas não acho que tenha como você explicar isso...


 


E frente aos olhares perplexos de todos deixei o campo com um destino em mente: a ala hospitalar. Por favor, eu implorei com todas as minhas forças, esteja bem.


Continua... 


 


 


 

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Comentários (3)

  • vritupotter

    Que sensibilidade quanto aos detalhes como a animosidade da torcida pós-guerra... Essa percepção de como os grandes eventos mudam as pessoas. E que delícia que Gina, mesmo retirada de sua posição de destaque no time, conseguiu arrasar trazendo vários pontos para a Grifinória! Chocante a cena final da briga dos dois pelo pomo e a queda de Malfoy. Imagino que ele tenha sobrevivido à queda pra ter história, né, mas COMO hahaha e Harry completamente fora de si deslumbrado com a fama e a vingança. Outra coisa interessante de se analisar. Muito massa!

    2021-02-23
  • Carolina Matos

    Me desesperei quando li que o Malfoy tava caindo, e também achei que ia dar tempo da Gina pegar ele...Pobre Malfoy. Adorei o cap, e estou esperando ansiosamente pelo proximo capitulo. 

    2012-02-02
  • Ana Slytherin

    Eu pensei que ela ia conseguir pegar o Draco ou mesmo o Harry ia pega-lo  Rony vai quere ter uma conversinha com a Gina ai ai É claro que o cap n me decepicionou , só de vc ter postado ja me deixou feliz Eu quero o proximo com muuuitas cenas DG Até  

    2012-01-31
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