Nunca provoque uma Weasley

N/A: Tentando não ficar mais de uma semana sem postar...

Barbara Aguiar Azevedo: Aqui vai mais! E ainda terá mais drama Jorge-Angelina, mas tudo a seu tempo!

Ana Slytherin: Para você, o que acontece quando se provoca uma ruiva.

Prometo escrever mais em breve

***

Nunca provoque uma Weasley

O resto da semana transcorreu na calma. Tirando as terríveis crises se mau-humor de Rony, que ele atribuía a injusta tarefa de arrumar o sótão, mas que todos nós sabíamos sobre o que realmente se tratavam, ou melhor, sobre quem realmente se tratavam. Eu e Hermione passamos muito tempo juntas, conversando, falando mal de Rony e as vezes só pensando em silêncio, uma ao lado da outra. Ao entardecer muitas vezes jogávamos quadribol, eu, Harry e Rony, ocasiões em que Hermione ficava no quarto estudando e se recusando a sequer olhar pela janela. Eu e Harry tentávamos ao máximo ficar juntos, mas era difícil quando nem Hermione nem Rony se falavam. Assim o tempo finalmente foi passando e dia 29 chegou, levando-nos ao beco diagonal mais uma vez.

Acho que deveríamos ter previsto o que ocorreria uma vez que estivéssemos lá, mas mesmo em nossos mais loucos devaneios, não acredito que teríamos conseguido ver uma cena como a que presenciamos no instante em que colocamos os pés no Baco diagonal.

-AI MEU MERLIN! – A voz de uma menina fez-nos virar assustados, era mais de meia-noite e estava escuro, quem iria saber o que poderia estar atacando uma jovem?

-É O HARRY POTTER! AHHHH! – Uma sucessão de gritos escandalosos se seguiu enquanto uma multidão surgiu de repente.

-Harry você é meu ídolo cara! – Um garoto berrou no meio das meninas histéricas.

-Rony! Você é demais! Eu te amo! – Uma outra menina começou a berrar.

-Hermione eu só quero um autografo! – Berrou uma menina.

-E eu um beijo! – Berrou algum menino na multidão.

-Mas como é que é... – Rony começou irritado, mas ele já não podia se mover pela multidão que nos cercava.

-Weasley é nosso rei! – Vozes esparsas berraram em conjunto.

Os três estavam completamente apavorados e sem reação com a multidão que crescia e berrava, tentando se aproximar ainda mais deles.  Confesso que achava um pouco engraçada toda aquela confusão, até que eu ouvi algo que fez todo o meu sangue bruxo  entrar em ebulição.

-Haaaaaaarry – Uma voz esparsa berrou – Larga a Gina e casa comiiiiiiigo! – A menina berrava.

-Isso aí já é demais – Eu declarei sem nem ver nada pela raiva que me consumia, coloquei a varinha no meu pescoço e amplifiquei minha voz o máximo que era magicamente possível.

- CALEM SUAS MALDITAS BOCAS! – Fez-se um atordoado silêncio no beco outrora tão barulhento - ESTAMOS CANSADOS E QUEREMOS DORMIR, QUEM NÃO NOS DEIXAR EM PAZ IMEDIATAMENTE SERÁ AMALDIÇOADO PELO “TRIO MARAVILHA” E A NAMORADA DO “TODO PODEROSO POTTER”, FUI CLARA? – Berrei sentindo que minhas cordas vocais arrebentavam enquanto usava toda a ironia de que dispunha – Grata pela sua atenção – Sorri bondosamente enquanto uma manada descontrolada se afastava de nós.

-Gina... O que foi isso? – Perguntou Rony ligeiramente assustado.

-A prova de que você não é o único Weasley que gosta de exclusividade quando se trata de um amor – Respondi já com a voz falhando – Vamos entrar logo.

Entramos no caldeirão furado, onde as poucas pessoas que estavam por ali, só nós observaram atentas sem fazer contudo um comentário que fosse ou uma tentativa de se aproximar de nós. Atribui isso aos gritos que deveriam ter ouvido, pobres ouvidos. O dono do estabelecimento já nos aguardava com duas chaves para os quartos, para onde partimos imediatamente.

-Gina, não imaginava que algum dia a veria colocar tanta moral assim – Rony disse espantado enquanto subíamos as escadas, ainda com os olhares assustados da multidão lá embaixo nos seguindo.

-Só aprenda a não me provocar Rony, não se gostar da sua vida...

Eu e Hermione entramos no nosso quarto, bem ao lado do de Rony e Harry e assim que eu coloquei minha mala no chão, me joguei exausta na cama.

-Gina eu ainda não entendo – Começou Hermione – Porque seus pais não vieram dessa vez?

-Eu também não entendi – Dei de ombros – Eles disseram que tinham alguma coisa a resolver e que viriam a tempo de nos embarcar na King’s cross.

-Em três dias estaremos de volta a Hogwarts – Hermione disse como se pensasse alto.

-É... – Eu respondi na falta de algo melhor a dizer.

-Parece que faz toda uma vida desde que eu estive lá... – Eu senti o choro na voz de Hermione.

-Hermione... – Eu levantei-me e fui até a menina que soluçava de cabeça baixa sentada na cama.

-É só que foi um ano difícil... – Ela limpou as lágrimas desajeitadamente com as mãos – E estamos voltando para casa agora – Ela sorriu para mim – Não consigo acreditar que finalmente tudo isso acabou... Casa – Ela repetiu a palavra encantada.

-Mas não vai ser estranho saber que foi lá que tantas pessoas que amamos morreram? – Perguntei me arrependendo imediatamente do que havia dito.

-Não Gina... – Ela me corrigiu maternalmente – Foi lá que as mortes pararam, foi lá que tantas pessoas que amamos foram salvas de um destino terrível.

 

Na manha seguinte estávamos com medo de deixar os quartos, e ficamos mais de meia hora indecisos sobre o que fazer, mas a solução apareceu quando Hermione irritada declarou quer éramos os seres mais incompetentes do mundo e fez um feitiço de transfiguração tornando Rony loiro, o que basicamente impediu qualquer um de reconhecê-lo, porque a “ruivez” é o que mais caracteriza qualquer Weasley de quem já se tenha ouvido falar.

Harry era um fator mais complicado, que foi resolvido com um feitiço para crescer cabelos, que esconderam sua cicatriz e que ficaram alinhados, coisa inédita na história do cabelo dele, e abaixo de seu ombro. A figura fez Rony cair no chão chorando de rir.

Por fim Hermione olhou para si mesma no espelho de corpo inteiro do quarto em duvida antes de cortar seus cabelos, rápido demais para que qualquer um pudesse impedir. Estávamos em estado de choque enquanto ela ajeitava o que havia sobrado de seu cabelo.

-Hermione... – Disse Rony parecendo que ia chorar – O que você fez?

-Então... Vamos? – Ela perguntou sorrindo satisfeita para seu reflexo.

-Claro – Murmurei ainda meio chocada com o que havia acabado de presenciar, enquanto seguíamos descendo as escadas.

-E a Gina? – perguntou Harry a Hermione – Ela vai assim mesmo?

-Acho que ninguém vai ter coragem de se aproximar muito dela depois de ontem a noite – Ela piscou.

-Seu cabelo... Seu cabelo... – Choramingava Rony ainda perplexo seguindo atrás dela, olhando desconsolado para o que restava daqueles cabelos.

 

Continua...

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