Consolo



N/A: barbara aguiar azevedo esse capitulo é para você! Você não tem idéia de como eu fico feliz com cada comentário. Espero que goste e continue comentando!




***


Consolo




Na manhã seguinte eu fui acordada com o olhar assustado e curioso de uma menina sentada ao pé da minha cama. Na escuridão do quarto vi apenas a massa de cabelos cacheados e volumosos e os olhos brilhantes.


-Hermione? – Eu perguntei confusa tentando me sentar.


-Te acordei? – Ela perguntou assustada.


-Não tenho muita certeza... – Eu perguntei ainda na dúvida se estava realmente acordada.


-Gina... Eu estou preocupada com você... – Ela murmurou com um tom de voz maternal.


-Me deixa Hermione! – Eu virei meu rosto para a parede.


-Não... – Ela disse com um suspiro segurando meu pulso e me fazendo olhar para ela.


-Por quê? – Eu perguntei irritada, sem, contudo, tentar me soltar dela.


-Porque você é minha melhor amiga! – Ela disse exasperada – Você mal fala comigo desde que cheguei, você passa os dias sozinha, fingindo que está dormindo quando eu entro no quarto...


Eu arregalei os olhos em choque, então ela tinha percebido...


-Sim Gina, você pode ser boa atriz, mas eu te conheço melhor do que isso... Você não fala com o Harry desde o primeiro diz em que chegamos e quando alguém pergunta se está bem você se esquiva ou se torna agressiva... Gina, o que você tem? Eu preciso saber...


-Você precisa saber de tudo não é mesmo Hermione? – Até mesmo eu me assustei com o tom ácido da minha voz.


Eu queria explicar tudo para Hermione, eu queria chorar e voltar a ser a melhor amiga dela, eu queria, mas quando ela falou aquilo e as emoções começaram a aflorar, foi como se algo se fechasse em torno do meu peito e eu tivesse que me livrar de Hermione, pois ela trazia aqueles sentimentos indesejáveis e dolorosos.


Hermione ficou chocada e ofendida com meu comentário, isso podia ser visto em sua boca aberta de choque, seus olhos magoados e o jeito como ela deixou o quarto as pressas. Qual era o meu problema?! Eu quis gritar para mim mesma, eu queria me bater, me matar, acabar com toda aquela confusão que eu carinhosamente chamava de vida, mas eu não fiz nada disso, eu apenas afundei na cama, completamente infeliz e dormi.


Dormi durante horas e mais horas em sonhos confusos e cheios de pessoas, emoções, lugares e luzes, que no final se reuniam todas dentro de mim, que suspirava: desculpe... Antes de me deixar cair.


-AAAAAAAAAAAAAAAAAAA! – Eu acordei já sentada em minha cama chorando desesperadamente.


Não conseguia respirar enquanto as lágrimas desciam generosamente e eu me sentia tão dolorida por dentro que tive a certeza de ter recuperado parte de minhas emoções. Só o que eu sabia é que chorava e sufocava, apavorada enquanto sentia o pânico me dominar. 


Não havia se passado nem um minuto desde o inicio de minha “crise” quando senti que alguém me abraçava com força e me deixei chorar no ombro desta pessoa, enquanto aos poucos o nó dentro de mim foi se desfazendo e eu parei de sufocar, conseguindo respirar e me acalmar, embora a dor e as lágrimas continuassem. Foi quando abri meus olhos molhados e vi quem me abraçava.


-Rony... – Eu murmurei sem forças.


-Shh... – Ele murmurou me fazendo terminar todas as minhas lágrimas abraçada a ele.


Quando me senti completamente recuperada, recostei na cabeceira da cama enquanto Rony me fitava preocupado.


-O que aconteceu Gina?


-Eu tive um pesadelo... – Murmurei dando de ombros.


-Você sabe muito bem do que eu estou falando... – Ele disse com um olhar de quem era paciente, mas não tolo.



Eu suspirei com mais força ainda.


-Eu não sei Rony... – Olhei para ele infeliz – Eu realmente não sei...


-Como assim? – Meu irmão me olhou confuso.


-Eu só... Eu me sinto fora de mim Rony! Ferida, infeliz, raivosa, traída!


-Gina... – Ele murmurou tomado de surpresa pelas minhas palavras.


-E quando alguém tenta me ajudar eu só pioro tudo! Como você pode ver ontem... – Eu parei um instante antes de me virar curiosa – Porque você veio até aqui depois do que eu fiz ontem?


Isso fez Rony revirar os olhos realmente irritado.


-Porque você é a minha irmãzinha caramba! – Ele exclamou exasperado – Nada nesse mundo, ou em outro, vai me impedir de correr quando você gritar por mim! Sempre que você precisar de mim eu estarei lá...


-Rony... – Eu murmurei emocionada abraçando ele.


Em instantes comecei a chorar baixinho.


-A Gina... – Ele murmurou sem-jeito – Não vamos ficar tão sentimentais...


-Não é por isso que eu to chorando anta! – Eu reviraria os olhos se não chorasse.


-Ah não? – Ele parecia perdido.


-Não! É porque você me disse que estaria ao meu lado quando eu precisasse! E isso é mentira! – Eu berrei chorando – Eu precisei de você! Muito! Mas você não estava aqui! A casa estava um inferno! O Jorge praticamente morto! A mamãe não estava em parte alguma! Tudo estava um caos... – Eu olhei para ele com ressentimento e magoa – Onde você estava nessa hora?


 -Aprendendo a usar uma telusao... – Ele disse infeliz, com a culpa e dor estampadas no rosto.


Eu abracei ele mais um pouco, tudo aquilo que eu tinha precisado durante os últimos tempos, todo o amor, apoio, compreensão que eu tinha esperado do meu irmão, finalmente estavam ali e eu não o deixaria escapar tão fácil.


-Eu prometo nunca mais te deixar Gina... – Rony murmurou.


-Não prometa aquilo que não vai cumprir Weasley... – Eu disse me desvencilhando do abraço e fazendo a cara séria que Percy fazia ao dar seus, muitos, sermões.


-Sinto muito Srta. Weasley... – Ele abaixou a cabeça como que arrependido.


Eu revirei os olhos.


-Estamos ficando velhos para isso...


-Talvez – Ele deu um meio-sorriso – Mas você sempre vai ser uma pirralha para mim...


Eu fuzilei-o com os olhos.


-Sem idade para fazer alguma coisa perigosa... – Ele enumerou – Sair sozinha... Parar de fazer idiotices com seus irmãos... Respeitar o Percy... Ou namorar... Especialmente os melhores amigos dos irmãos... – Rony resmungou a última frase quase que para si mesmo.


-Tá bom vô – Eu revirei os olhos – Agora com licença que eu vou me arrumar para tomar o café-da-manhã...


-Hum... Acho que não vai dar Gina... – Rony fez uma cara hesitente.


-E porque não? – Eu perguntei confusa.


-Porque o jantar vai ser servido em dez minutos...


-Isso é impossível – Eu aleguei parando diante da expressão de Rony – Eu dormi o dia inteiro?


Rony confirmou com a cabeça.


-Por Merlin... – Eu murmurei espantada.


-Crianças! – Minha mãe nos chamava, para ela nunca cresceríamos...


-Já vamos! – Berrei em conjunto com meu irmão.


 


 


Continua....



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Comentários (4)

  • vritupotter

    Adorei as movimentações da casa para cuidar de Gina. Que a boa amiga reapareceu e o irmão agiu com a honra do cargo. Incrível! No mais, repito tudo que a Barbara falou.

    2020-04-01
  • camilabh

    Vc escreve mto bem!!! Quero ler mais...

    2011-03-19
  • barbara aguiar azevedo

    Eu estou adorando a sua fic. (Alias, obrigada pela dedicatória!!! =D )O modo como vc expressa a depressão da Gina é simplesmente realista, o que faz com que a história seja real e tenha fundamentos!AAAAh, todos queeremos a Gininha bem de novoo, mas quando eu lii o 7° livro eu sabia que alguém ficaria assim, senão tds os quatro e ,como normalmente td mundo fala da depressão do Haarry, é interessante ver as dores da Gina.Ameiii!!! =DDD

    2011-03-15
  • Mariana Evans Potter

    Finalmente a Gina vai voltar ao normal, me emocioneimuito com o q vc escreveu,mas também fiqueium pouco decepcionada com a gina repelindo todos que a amavam, ainda bem que ela voltou!!POSTA  Mais!!

    2011-03-14
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