Tempo em família

O mês que se seguiu demorou bastante para passar. Quase todos os dias Julie me liga com alguma dúvida ou medo sobre a gravidez e eu atendo sem o menor problema, sei como tudo isso pode ser difícil. Ronald também parece um pouco assustado, mas também está muito feliz com tudo isso.

No dia seguinte depois do jantar, eu passei para a minha irmã o número do obstetra em que eu ia quando estava grávida e ele marcou uma consulta para a semana seguinte. Lá, fez uma ultra-sonografia, estava tudo bem com o bebê e, para o seu alívio, não eram gêmeos.

O próximo passo era contar a novidade para os nossos pais, e Julie estava com bastante medo da reação deles, mas eu prometi que estaria ao lado dela nesse momento e isso a acalmou.

Eu estava um pouco distraída com o meu trabalho quando o telefone tocou, isso me assustou. Quando me recuperei, atendi.

- Alô! - eu disse.

- Mione! - ouvi a voz da minha mãe – Como você está querida?

- Estou bem! - respondi – Só estou um pouco cansada com o trabalho aqui na Hogwarts Magazine.

- Eu imagino isso! - riu levemente – Mas, eu espero que você vá tirar férias agora no natal.

- Vou tirar férias sim! - respondi – Mas eu não estou pensando em viajar, quero passar bastante tempo com os meus bebês.

- Sei que você está trabalhando muito e quer ficar um tempo com os gêmeos e com Harry – falou - Mas o que você acha de vir passar o natal aqui em Manchester comigo e com o Jonh.

- É mesmo uma ótima idéia! - falei depois de pensar um pouco – Faz bastante tempo que eu não vou até ai.

- Iria ser maravilhoso ter você e a Julie aqui comigo – comentou – Assim eu também vou poder passar um tempo com os meus netos e vou poder conversar um pouco mais com o Harry e com o Ronald.

- Eu vou falar com Harry assim que chegar em casa – avisei – E se você quiser eu também posso falar com a Julie.

- Pode pensar o tempo que você quiser – respondeu – Apenar me avise com, pelo menos, uma semana de antecedência, assim eu tenho tempo para arrumar as coisas aqui.

- Está bem! - completei – Tchau mãe!

- Tchau Mione! - falou em seguida.

Assim que eu desliguei o telefone, Ronald entrou no local trazendo várias pastas na mão. Eu fiz uma careta e ele deu um sorriso.

- Mais trabalho para mim! - suspirei enquanto ele colocava tudo em cima da minha mesa – Não acredito nisso.

- Nem olhe para mim – avisou – Não sou eu que escrevo tudo isso.

- Eu sei disso – concordei – Estou pensando em começar a trabalhar o dia inteiro quando passar o natal, mas não sei se tenho coragem em largar os meus bebês em uma creche enquanto eu trabalho.

- Imagino o quanto isso deve ser difícil – comentou – Eu andei conversando com a Julie. Ela vai trancar a faculdade depois que o bebê nascer, mas depois vamos ter que colocá-lo em uma creche.

- Já ia me esquecendo, minha mãe acabou de ligar – disse em seguida – Ela quer que a gente vá passar o natal lá com ela, isso vai ser bom para a Julie contar para ela sobre a gravidez.

- Isso é mesmo maravilhoso – respondeu – Eu estava mesmo planeando ir visitar o meu pai e nós iríamos até lá falar com a sua mãe. Mas assim, podemos passar o natal todos juntos.

- É mesmo! - concordei.

- E, além disso, nós dois estamos querendo passar o Réveillon em Romney Marsh com o seu pai – continuou – E Julie estava querendo te chamar para ir junto.

- Achei uma ótima idéia – concordei – Faz tanto tempo que eu não vou até Romney Marsh. E o papai ainda não conhece os gêmeos, já que não pode vir quando eles nasceram.

- Então está tudo resolvido – Ronald falou – Vão ser festas em família muito divertidas.

- Ainda não está tudo resolvido – lembrei – Ainda preciso falar com o Harry.

- Tenho certeza de que ele vai adorar a idéia – garantiu.

- É o que eu espero! - completei.

Não demorou muito para que eu fosse embora para casa. Harry já estava em casa, pois ele já está de férias (as minhas só vão começar na semana que vem). Foi então que eu contei sobre a idéia de viajarmos para Manchester e para Romney Marsh, ele adorou a idéia. Já que passamos o natal anterior passamos com os seus pais, nada mais justo que passemos esse com os meus.

- Acho que eu vou ligar para o meu pai! - avisei – Para dizer que vamos passar o Réveillon com ele.

- Ligue mesmo! - respondeu – Ele vai ficar feliz por você fazer isso.

Sorri e me sentei no sofá ao lado do telefone. Retirei o aparelho do gancho e comecei a ouvir choro de bebê.

- O que será que houve? - fiquei preocupada me levantando.

- Não tenho idéia! - ele deu de ombros – Eu deixei os dois brincando no quarto. Estavam rindo e se divertindo.

- Melhor eu ir até lá! - disse – Algum deles pode ter se machucado.

- Eu vou até lá! - Harry avisou – Resolvo isso enquanto você liga para o seu pai.

Fiquei o observando caminhar pelo corredor e, algum tempo depois, o choro parou me senti um pouco mais tranqüila. Então liguei para o número da casa do meu pai.

- Alô! - ouvi uma voz de criança do outro lado da linha.

- Quem está falando? - estranhei, normalmente é o meu pai ou a Suzan quem entende o telefone.

- É a Camile! - respondeu – Quem está falando?

- É a Mione – respondi -Sua irmã mais velha.

- Mione! - ela pareceu mais animada ainda – Quando é que você vem aqui nos visitar?

- É sobre isso que eu quero falar com o papai! - avisei – Afinal, todos vocês precisam conhecer os gêmeos!

- Os meus sobrinhos – lembrou – Contei para todo mundo no meu colégio que eu era tia.

- Não pude deixar de rir, ela tinha apenas cinco anos e já tem sobrinhos. É uma situação, no mínimo, engraçada.

- Quem é Camile? - ouvi a voz da minha madrasta.

- É a Mione, mamãe! - respondeu animada – Ela disse que vai vir aqui para eu conhecer os meus sobrinhos.

- Entendo! Agora me deixa falar com ela! - provavelmente pegou o telefone da mão da filha – Oi Mione.

- Suzan! - falei – Ela é bem animada.

- Nem imagina o quanto – suspirou pesadamente – Ela tem falado muito de você, tenho certeza de que quando você vier aqui com os bebês, ela vai se divertir muito com eles.

- E eu liguei justamente para falar com o meu pai sobre a minha viajem para ai – respondi – Ele está ai.

- Está assistindo ao jogo na televisão! - provavelmente, ela revirou os olhos nesse momento – Mas tenho certeza de que ele vai parar para falar com você.

Fiquei algum tempo esperando até que alguém pegasse o telefone novamente. Nesse momento, o Harry chegou com os nossos filhos no colo, ele me entregou Lilian e sentou-se ao meu lado juntamente com o Harryzinho.

- Mione! - finalmente, ouvi a voz do meu pai – Não sabe o quanto é bom ouvir a sua voz. Estou te devendo uma visita ai em Londres.

- Mas acho que antes disso eu preciso ir até ai em Romney Marsh – lembrei – Julie disse que vai até ai para o Réveillon, estou pensando em ir com ela.

- Vai ser maravilhoso – respondeu – Minhas três filhas junto comigo, ainda não tive essa oportunidade.

- Tem razão! - concordei – Eu tenho uma novidade para te contar e, tenho certeza, de que Julie também tem uma.

Ele riu levemente. Não demonstrou, mas sei que ele ficou curioso.

Ainda acertei alguns detalhes da minha viagem, como o dia, mas ou menos, em que eu iria. Meu também disse que iria, pessoalmente, nos buscar no aeroporto de Romney Marsh. Depois disso eu desliguei o telefone.

- Então! - Lilian estava tentando pegar o telefone da minha mão e eu o coloquei de volta na base – Por que esses dois estavam chorando?

- Aparentemente! - Harry começou a me dizer – A Lilian pegou o brinquedo que o Harryzinho estava na mão, então ele começou a chorar e bateu nela, que também começou a chorar.

- Entendo! - comecei a fazer cosquinhas na minha filha, que começou a rir - Esses dois não tem jeito mesmo.

Marcamos a passagem de avião para sábado bem cedo (no dia seguinte a eu entrar de férias). Julie e Rony decidiram viajar com a gente, assim, chegaríamos todos juntos.

- Eu estou com medo Mione – Julie, eu estava distraída vendo Harryzinho dormir no colo que estava prestando atenção na minha irmã.

- O que você disse? - perguntei me virando para ela.

- Que eu estou com medo – disse novamente – Será que a mamãe vai gostar de saber sobre a minha gravidez.

- Eu também fiquei com medo de contar para os nossos pais quando eu estava grávida – lembrei colocando a mão no ombro dela – Mas no fim, deu tudo certo.

- Nem é com a mamãe que eu estou preocupada, eu sei que ela vai me dar todo apoio – ficou passando a mão pela barriga – Mas sim, o papai. Ele vai dizer que eu ainda sou um bebê e que eu não posso criar um bebê.

- Ele disse a mesma coisa para mim – ri ao me lembrar disso – Mas tenho certeza de que ele vai ficar todo bobo por ser avô novamente. E, qualquer coisa, eu vou estar aqui do seu lado.

- Obrigada Mione! - ela disse deitando a cabeça no meu ombro – Você está mesmo me ajudando muito.

- Para que servem as irmãs! - comentei, nós duas começamos a rir.

Durante o resto da viajem eu fiquei olhando para o lado de fora da janela. Foi um vôo tranqüilo e logo estávamos pousando no aeroporto de Manchester.

- Mione! Julie! - minha correu em nossa direção e nos abraçou ao mesmo tempo – Que saudade de vocês duas! Minhas filhas!

- Oi mãe! - disse assim que elas nos soltou – Eu também estou muito feliz em estar aqui!

- E você Julie? - virou-se para a minha irmã, não pude deixar de perceber que ela estava um pouco pálida.

- Eu preciso ir ao banheiro – disse apressadamente – Não demoro.

- O que será que houve com ela? - minha mãe estranhou.

Não tenho idéia! - dei de ombros, não era eu quem iria contar tudo.

- Acho que vou ver se está tudo bem com ela! - Rony avisou e todos nós concordamos com a cabeça.

- Agora eu vou falar com os meus netos – ela se ajoelhou em frente ao carrinho que Harry estava empurrando – Mas como eles cresceram.

Minha mãe começou a fazer cosquinha nos dois eles riam divertidos.

- A última vez que você os viu eles tinham somente um mês – lembrei – Agora já estão com, quase, um ano.

- Tem razão, acho que a gente nem vê o tempo passar – concordou se levantando – O que acham de irmos tomar sorvete enquanto esperamos a Julie e o Ronald voltarem.

- É uma ótima idéia – respondi – O que você acha Harry?

- Claro! - balançou a cabeça afirmativamente – Vamos!

Chegamos ao quiosque e pedimos os nossos sorvetes, o meu, é claro, foi de passas ao rum, que é o meu favorito desde que eu me entendo por gente. Vi que Harryzinho esticando os bracinhos querendo um pouco do meu sorvete, eu dei um colherada para ele (acho que não iria fazer mal) e depois para Lilian, que acabou repetindo o gesto do irmão.

Em seguida, Rony e Julie chegaram. Minha irmã ainda estava um pouco pálida, certamente tinha passado mal.

- Quer um pouco de sorvete Julie? - quis saber – Acho que faz bem par enjôo.

- Nem me mostra esse sorvete! - pediu colocando a mão na frente – Se não eu sou capaz de vomitar de novo.

- Eu vou ali comprar um copo de água para você – Rony avisou – Então eu aproveito para comprar sorvete para mim.

- Está bem! - ela sorriu – Obrigada!

- Não sabia que você sentia enjôos quando viajava de avião – minha mãe comentou – Você não era assim quando era pequena.

- Isso também é novidade para mim – ela comentou pegando o copo e bebendo um gole – Mas não se preocupe, já está passando.

- Então vamos embora! - completou se levantando – Jonh ia tentar chegar mais cedo em casa hoje. Ele está doida para ver vocês.

Fomos caminhando até o estacionamento. O carro não era muito grande, então Harry foi no banco da frente e eu, Julie, Rony e os gêmeos, fomos apertados no banco de trás (estava rezando para que a minha irmã não tivesse outro enjôo e vomitasse em cima de mim). Não demorou muito para chegarmos na casa, o local estava vazio, então resolvemos começar a nos instalar.

- Montei os berços que eram seu e da Julie para que os bebês usem - minha mãe me avisou antes de eu subir as escadas – E os coloquei ao lado do quarto em que vocês vão ficar, assim será melhor para você.

- Eles não acordam mais de madrugada para mamar, às vezes até reclamam por tomar mamadeira antes de dormir – comentei rindo – Mesmo assim está ótimo.

Subi as escadas e entrei no quarto com a porta aberta. Harry estava começando a guardar as roupas no armário. Eu sorri e coloquei os gêmeos em cima da cama.

- Acho que já terminei de arrumar as minhas coisas – avisou me abraçando e dando um rápido selinho em meus lábios – Quer que eu te ajude com alguma coisa.

- Não obrigado! - sorri pegando uma das minhas malas – Acho que posso fazer isso sozinha.

- Tem alguma coisa ai dentro que você não quer que eu vejo – colocou a mão na minha cintura e mordeu o lóbulo da minha orelha, me deixando totalmente arrepiada – Olha que eu revisto o seu armário depois.

- É claro que não é isso – ri levemente – Mas o que você acha arrumar as coisas dos bebês lá no outro quarto.

- Está bem! - deu um rápido beijo na minha bochecha e pegou os nossos filhos no colo – Eu não demorou.

Então eu comecei a arrumar as minhas coisas no armário, provavelmente eu iria demorar um pouco para terminar com tudo, afinal são três malas, é claro que Harry reclamou da quantidade de coisas que eu trouxe. Mas o que eu poderia fazer, não sabia como estava o tempo aqui e nós também vamos para Romney Marsh logo depois (em que o clima é completamente diferente).

De repente, Julie entrou no quarto sorrindo para mim e sentou na beirada da cama. Eu me aproximei e sentei ao lado dela.

- Obrigada por não contar nada para a mamãe naquela hora em que eu comecei a passar mal – comentou – Não estava pronta para dar explicações no meio do aeroporto.

- Sei disso! - concordei – E afinal de contas, não sou eu quem devo contar.

- É! - suspirou pesadamente.

- E quanto pretende contar para ela? - resolvi perguntar – Afinal, antes de irmos embora você vai precisar falar. Ou pretende fazer isso no dia em que o bebê nascer?

- Acho que vou esperar o Jonh chegar em casa – avisou – Talvez na hora do jantar.

- Então está bem! - a abracei.

Continuamos conversando e Julie até me ajudou a desarrumar as malas. Cerca de meia hora depois de arrumarmos tudo estava na hora do jantar e estávamos todos reunidos na mesa da sala.

Vi quando minha irmã colocando os talheres de lado.

- Mãe! - ela começou – Eu e Rony precisamos contar uma coisa para vocês.

- O que é! - ela quis saber.

- Bem! - percebi que ela estava bem nervosa, mas tinha certeza de que o Rony estava segurando a mão dela por debaixo da mesa – Eu estou grávida.

Então, um silêncio se fez no local. Tinha certeza de que a minha irmã estava bem nervosa com essa falta de reação, ela sempre preferiu levar uma boa bronca a todo o silêncio do mundo. De repente, a minha mãe se levantou e abraçou Julie com bastante.

- O meu bebê vai ter um bebê – disse com uma voz de choro – Eu não acredito nisso.

- Você não está chateada comigo? - quis saber depois que se separaram.

- É claro que não! - respondeu – Eu vou ser avó de novo, isso é a coisa mais maravilhosa do mundo.

Ela apenas sorriu enquanto minha mãe se virava para Rony.

- Espero que você cuide muito bem dela – pediu – E desse bebê que está para nascer também.

- Pode deixar! - garantiu! - Vou fazer a Julie muito feliz.

- Já que eles contaram sobre a gravidez – Harry disse se virando para mim – O que acha de contarmos a nossas novidades para a sua mãe?

- Pode ser! - concordei.

- Não vai me dizer que você também está grávida! - ela quis saber.

- Não! - falei rapidamente – É que eu e Harry decidimos marcar a data do nosso casamento.

- Mas isso é maravilhoso! - ela nos abraçou ao mesmo tempo – Duas notícias dessas em um jantar. É mesmo muita informação de uma vez.

- Rimos levemente antes de voltarmos a jantar.

Depois, eu fui ajudar a minha mãe a lavar a louça e ela me ajudou a dar a papinha dos gêmeos.

- Ainda não acredito em tudo que ouvi! - minha mãe comentou – Acho que vou levar umas duas semanas para absorver tudo.

- Eu imagino isso! - ri levemente – Acredita que ela estava nervosa para te contar isso.

- Ela já é adulta e maior de idade! - lembrou – O que ela achou que eu pudesse fazer?

- Também não sei! - dei de ombros – Mas não da para se pensar racionalmente nesse momento, sei muito bem como é.

- É mesmo muito difícil ver vocês duas crescendo! - comentou – Mas eu tenho que me acostumar que agora cada uma tem a sua própria vida.

- Mas nós nunca vamos deixar de ser os seus bebês! - disse – Sempre vamos te amar muito, não importa a idade, os filhos e os casamentos.

Ela sorriu e me abraçou, foi quando Julie entrou no local.

- Abraço em grupo! - ela abraçou nós duas ao mesmo tempo.

- Pensei que você já tivesse ido dormir – minha mãe disse – Sei que todos vocês estão cansados da viajem.

- Eu já estou indo! - avisou indo em direção a geladeira – Só vim aqui tomar um copo de água.

- Enjôo? - quis saber, a minha irmã apenas balançou a cabeça afirmativamente – Eu entendo perfeitamente isso Julie, é horroroso.

- O médico disse que logo vão passar – comentou enquanto passava a mão no cabelo dos meus filhos – E eu também tenho certeza de que tudo vai valer a pena.

- Vocês vão querer saber o sexo não é? - Julie balançou a cabeça afirmativamente – E o que você acha que é?

- Não tenho a mínima idéia mãe! - comentou dando de ombros – Mas o Rony acha que vai ser um menino, mas para mim tanto faz, contanto que tenha saúde.

- Acho que a maioria dos homens querem ter um menino – eu ri levemente – Harry nunca comentou comigo quando eu estava grávida, mas sei que ele queria, pelo menos, um menino. No nosso caso, acabamos tendo um casal.

- No meu caso não tem como isso acontecer – ela comentou antes de bocejar – Acho que já vou dormir.

- Então boa noite minha filha! - minha mãe respondeu – Só mais uma coisa, você já começou a comprar as coisinhas do bebê?

- Ainda não – disse – Nem sei ainda se é menino ou menina.

- Mas você pode começar a comprar roupinhas neutras, que sirvam tanto para menino quanto para menina – sugeriu – O que acham de irmos, nós três, fazermos compras. E também poderemos comprar roupinhas para os gêmeos também.

- Claro! - nós duas falamos ao mesmo tempo.

- Ótimo! - concordou – Vamos acordar bem cedo e saímos depois do café, assim podemos aproveitar bastante o dia – ela estava empolgada, não sei por que, mas eu me lembrei bastante de Lizzie nesse momento.

Julie despediu de nós e eu voltei a alimentar os bebês, mas o sono estava começando a bater, eu acabei bocejando involuntariamente.

- Vai dormir minha filha – minha mãe disse – Eu posso terminar de dar a papinha para eles.

- Eu realmente estou com muito sono – disse me levantando – Ma primeiro eu tenho que preparar a mamadeira deles.

- Está bem! - concordou – Mas não se preocupe, eu tenho tudo sobre controle.

Sorri levemente para ela. Não demorei muito para preparar as mamadeiras e logo fui para o andar de cima da casa em direção ao meu quarto, encontrei Harry sentando na cama lendo um livro.

- Ainda está acordado? - dei um rápido nele – Pensei que estivesse com bastante sono.

- Mas eu não conseguiria dormir sem você ao lado – respondeu enquanto eu ia até o armário pegar uma camisola – Acho que você está me deixando mal acostumado.

Ri levemente indo em direção ao banheiro. Quando eu voltei, já com roupa trocada, ele já tinha voltado a sua leitura.

- Agora que eu já estou aqui!- comecei, tirando o livro da mão dele e marcando a página em que estava aberta – Você já pode ir dormir.

- Agora que você está aqui – ele se inclinou na minha direção a começou a mexer no meu cabelo – Existe outra coisa que eu quero fazer.

Ele começou a me beijar colocando a mão na minha cintura e eu acabei retribuindo e bagunçando o seu cabelo. Harry começou a me deitar mais cama e me fazendo encostar a cabeça no travesseiro e ficou por cima de mim. Foi nesse momento que tive que interrompê-lo, o empurrando levemente.

- Hoje não! - avisei – Eu estou com muito sono.

- Está bem! - ele suspirou pesadamente e ficou passando a mão pelo cabelo, mas sabia que ele tinha me entendido – Mas amanhã você não me escapa.

- Não esqueça de que estamos na casa da minha mãe – lembrei – Por isso se comporte.

- Quer dizer que agora eu vou ter que ficar longe de você enquanto estiver aqui? - fingiu-se de triste – E depois ainda vamos para Romney Marsh e vai ser pior ainda, acho que eu não sobrevivo até chegarmos a Londres.

- Não precisa ficar longe mim! - não pude deixar de rir por causa da cara dele – Mas não precisa exagerar então.

Sorri, dei um rápido selinho nele e me virei para o outro lado. Pude ouvi-lo reclamar, mas eu apenas fechei os olhos.

No dia seguinte nós acordamos cedo e logo saímos em direção ao shopping. Deixei os gêmeos com Harry, pois seria melhor ir fazer compras sem os dois, ele disse que iria sair para dar uma volta com os dois.

Compramos várias coisas e olhamos várias vitrines. Na hora do almoço nós fomos até a praça de alimentação (se a Lizzie soubesse disso ela me mataria, mas isso era bem mais rápido que almoçar de verdade).

- Você parece preocupada! - comentei com Julie, que mexia o canudo em volta do copo totalmente distraída – Aconteceu alguma coisa?

- Só estou aqui pensando! - comentou – Amanhã o Rony vai me levar para conhecer o pai dele.

- Já não era sem tempo – observei – Já tem mais de um ano que ele está querendo te trazer para te apresentar a família dele, mas você sempre arranjava uma desculpa.

- Eu apenas achava que estávamos há pouco tempo juntos para conhecer a família dele – explicou – Mas agora as coisas são completamente diferentes.

- Tenho certeza de que vai dar tudo certo! - garanti – Ele vai te adorar.

- Sua irmã tem razão! - minha mãe concordou – Você vai se sair muito bem.

Assim que terminamos de almoçar voltamos para as nossas compras. Chegamos em casa um pouco antes de anoitecer, estamos bastante cansadas.

Passei todo o dia seguinte preocupada com a minha irmã, espero que indo tudo bem na casa do pai do Rony. Quando ela chegou disse que foi tudo muito bom, as irmãs dele também estavam lá, todos eles eram muito simpáticos, também combinaram que iriam passar o natal lá (é claro que estariam aqui no dia 24).

O resto dos dias que passamos em Manchester foram muito divertidos. Passamos momentos muito agradáveis com a minha mãe e Jonh, mas chegou a hora de irmos embora, pois ainda tínhamos que ir visitar o meu pai.

O avião parou no aeroporto de Romney Marsh e meu pai estava nos esperando por nós.

- Oi Mione! Oi Julie! - ele nos deu um rápido abraço, meu pai nunca foi muito de demonstrar sentimentos – Meninos! Também é muito bom ver vocês.

Ele sorriu para Harryzinho e Lilian, que estavam escondidos atrás das pernas de Harry.

- Então esses são os meus netos! - sorriu ao dizer isso – Eles parecem maiores do que naquela foto que você me mandou.

- Ele deve ter crescido desde então! - comentei – E olha que isso só faz um mês.

- Vocês duas também cresciam muito rápido nessa idade! - ele lembrou – Eles são mesmo umas gracinhas.

- Eu sei! - disse sorrindo – Harryzinho! Lilian! Por que vocês não dizem oi para o vovô?

Eles foram caminhando um pouco desengonçados e o abraçaram. Vi que o meu pai ficou bastante emocionado, estava quase chorando.

- Onde estão Suzan e Camile? - quis saber enquanto todos caminhávamos para o estacionamento.

- Ficaram em casa! - respondeu – Ela queriam muito vir, mas não tinha espaço no carro.

Foi então que chegamos em frente a viatura de policia. Desde pequena eu tinha muita vergonha de andar naquele carro, mas não tinha escolha agora.

Assim que chegamos na casa que eu passei grande parte da minha vida, Suzan foi nos receber na porta estava muito feliz em nos ver.

- Julie! - uma menina saiu correndo em direção a porta e abraçou a minha irmã – Que saudades!

- Eu também estava com muitas saudades suas Camile – ela a pegou no colo e deu um beijo estalado na bochecha. - Minha irmãzinha linda.

- Oi! - ela se virou para mim e sorriu.

- Essa é a Mione! - Julie explicou - Não se lembra dela das fotos que eu te mostrei.

- Mione! - minha irmã caçula praticamente pulou no meu colo – Nós vamos brincar muito enquanto você estiver aqui.

- É claro que sim! - garanti a colocando no chão – Vamos brincar muito.

Naquela mesma noite, enquanto todos conversávamos na sala, Julie resolveu contar sobre a gravidez e eu também falei sobre o casamento. Meu pai chegou a engasgar com tanta informação de uma vez, mas, no fim, acabou aceitando tudo numa boa.

Eu ainda falei que estávamos planejando fazer o casamento em Romney Marsh. Meu pai e Suzan falaram que nos ajudaram que qualquer coisa que for preciso.

Isso tudo me lembrou que eu preciso começar a planejar todos os detalhes da minha festa de casamento. Seriam longos meses até as férias de verão.

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.