Cap. único




Apenas uma short que surgiu na minha cabeça esses dias enquanto relia o epílogo do RdM. Obrigada a Srta Pink Granger Cannon por betar para mim XD huahauhauhahauha


Bjoos pessoal :*


Boa leitura...




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É claro que ela havia obedecido o que o seu pai falou na primeira vez que viu o jovem Malfoy, ela não havia ficado muito amiga dele, porém seu pai errou em falar que ela havia herdado a inteligência de sua mãe (essa parte ficou com Hugo), e ela não conseguia superá-lo em todos os exames. Na verdade ela nem se preocupava em tentar faze-lo.


É claro que quando o jovem Malfoy entrou em Hogwarts todos esperavam por brigas entre ele e com pelo menos um dos 12 netos Weasleys, mas não foi isso que aconteceu. Bem... às vezes acontecia um bate boca entre ele, Fred ou James, mas nunca era por uma rixa familiar, somente brigas idiotas por causa do quadribol. Mas fora do campo, nenhuma palavra ou olhar eram trocados entre o jovem Malfoy e os 12 netos Weasleys. Era quase como um acordo mudo: não seremos como nossos ancestrais, cada um fica na sua, não há motivo para ser diferente.


E durante seis anos as coisas foram assim. Durante quatro pra ela na verdade, porque em seu quinto ano, Rose Weasley foi nomeada monitora, assim como Scorpius Malfoy, e então os dois tiveram que trocar palavras, mesmo que poucas, durante as reuniões e nas rondas que caiam juntos. Sempre muito formais e diretos, é claro.


Então, depois daqueles seis anos, as coisas mudaram. Ela e o jovem Malfoy agora eram monitores chefes e tinham que conviver dividindo um salão comunal. No começo eles continuaram sem se falar ou, quando preciso, falavam muito pouco. Ele não dizia nada quando ela levava os amigos para lá e ele idem. Eles não se olhavam quando de manhã se encontravam com vassouras na mão para jogar um clássico Sonserina X Grifinória, e muito menos a noite quando um deles era o perdedor. Ele não debochava quando ela toda destrambelhada saia atropelando os móveis, mas um dia ele a ajudou a fechar um corte quando um desses atropelamentos foi mais grave e ela bateu o joelho na quina da mesinha de centro. Ele não pareceu perceber como ela corou quando lhe agradeceu. Ele também lhe agradeceu quando ela o acordou numa noite dizendo que ele ia ficar dolorido se continuasse dormindo em cima dos livros na mesa de estudos.


Talvez ai já estivesse tudo diferente. Um pouco mais de simpatia nas palavras, um pouco mais de calor entre os olhares, um pouco mais de gentileza nos gestos. Primeiro aqueles agradecimentos, depois ‘bons dias’ e ‘boas noites’, e então um pedido de ajuda.


- Quer ajuda, Weasley? – perguntou Scorpius numa noite que entrou no salão comunal e viu a garota batendo a cabeça num livro.


- Malfoy... – Rose o olhou assustada – Só estou tendo um problema com aritmância, mas obrigada – ela se odiou por corar. Por que sempre acontecia isso quando o agradecia?


- Sabe... Se você quiser eu posso dar uma olhada – ele disse tímido, ao mesmo tempo em que coçava a cabeça.


- Por que não? – ela concordou – Afinal você é o primeiro dessa matéria... Viria a calhar.


- É, não é bem assim – ele respondeu sem graça.


Scorpius sentou-se ao lado da garota ruiva entre as pilhas de livro sobre aritmância que ela devia ter pegado na biblioteca, uma pilha de rascunho amassados e varias penas quebradas.


- Há quanto tempo você está tentando entender isso?


- Algumas horas...


Ele então se debruçou, pegando para analisar o gráfico numérico que ela deveria arrumar e começando a explicar para Rose onde ela estava errando. Porém ela não o ouvia. Era como se estivesse em transe.


Ela nunca havia ficado tão perto do jovem Malfoy. Nunca havia tido a chance de reparar como ele era bonito, e ela não tinha vergonha por admitir isso. Seu cabelo loiro platinado era ondulado e sua pele era mais corada da que dos outros Malfoys. Seus olhos eram azuis acinzentados por baixo das sobrancelhas franzidas, sinal de sua concentração.


- Entendeu Weasley? – ele perguntou, puxando-a de volta para a realidade - Tente fazer agora.


Rose assentiu mesmo não tendo entendido nada e puxou uma folha de rascunho pra perto, junto com uma pena. Foi a vez de Scorpius observa-la. Ele já havia reparado como ela era bonita antes, mas não era uma beleza comum como a que se espera em modelos e que geralmente o atraia, era uma beleza diferente. Cabelos ruivos escuros, e não laranja chamativo como quase todos os outros Weasleys, olhos cor de avelã, muitas sardas quase imperceptíveis sobre o nariz e logo abaixo dos olhos, e lábios do formato de coração, nos quais ela mordia enquanto se concentrava ou quando estava nervosa.


- Droga – ela gritou jogando o papel pra longe – simplesmente não entra na minha cabeça!


Scorpius a olhou enquanto ela rasgava o rascunho em pedacinhos e depois os jogava para cima. Não pode conter uma risada sarcástica quando a viu bufar.


- O que? – perguntou a garota – Por que você está rindo?


- Nada não Weasley. Vou tentar te explicar mais uma vez, tá bem?


 


Ela ficou de recuperação em aritmância durante as férias de inverno, o que fez sua mãe lhe mandar três berradores seguidos, mas o que a fez aprender que, mesmo não podendo ser muito amiga do jovem Malfoy, ela poderia ser apenas amiga daquele sonserino.


‘Bons dias’ viraram ‘Bons dias, tudo bem?’ e ‘Boas noites’ passaram a ser ‘Boas noites, durma bem’. Tudo sempre na intimidade do salão comunal. Passaram a fazer a lição de casa juntos e às vezes quando faziam uma folga falavam um pouco sobre quadribol. Quando profissionais foram à escola para falar sobre faculdade, ela lhe confessou que nunca trabalharia no Ministério ao lado de seus pais e tios, disse que ficaria louca já que a mãe era candidata a Ministra da Magia. Ele também lhe confessou que gostaria de ser medibruxo, não tocar os negócios da família como a gerações era feito. De quadribol passaram a falar de qualquer outra coisa.


Rose percebeu no natal, quando eles trocaram um tímido abraço e alguns sorrisos, que eles na verdade agora eram bons amigos e que eles não se limitavam mais à intimidade do salão comunal quando caminharam juntos até a biblioteca certa manhã e sentaram-se na mesma mesa, sem perceber o que faziam até que ouviram alguns cochichos por perto. Rose também percebeu que aquilo na verdade não era muito agradável. Não para o seu irmão pelo menos.


- Você e o Malfoy conversam quando estão sozinhos em seus dormitórios? – perguntou Hugo logo depois da ceia.


- Sim, faz parte do convívio, não é como se eu fosse ignora-lo. Por que pergunta?


- Pelo jeito que vocês se olhavam hoje... Também tem gente falando que viu vocês juntos na biblioteca e nas aulas conversando às vezes. Imagina se papai souber que vocês andam amiguinhos!


- Você não vai contar nada para o papai, Hugo! Até porque não tem nada para ser dito.


- Não? Então eu estou imaginando que vocês estão íntimos? – perguntou o garoto sarcástico.


- Ahn... Você acha que nós parecemos íntimos? – perguntou Rose corando.


- Por Merlin Rose, você acabou de se entregar!


 


Em janeiro alguns boatos sobre uma possível amizade entre a Weasley e o Malfoy já circulavam toda Hogwarts, mas quando Rose viu Scorpius entrando no salão comunal sem camisa e todo suado depois de um jogo de quadribol, ela questionou o sentido daquela amizade quando seu coração bateu mais rápido. “É só porque ele é um garoto bonito e você não namora a mais de seis meses!” – ela disse para si própria e voltou a corrigir sua redação de história da magia.


A boa amizade deles continuou a mesma, até mesmo quando a Grifinória ganhou a taça de quadribol. Porém as coisas voltaram a mudar na Páscoa, quando pela manhã ele lhe deu um ovo de chocolate.


Rose nunca se lembrou de ter corado tanto quanto naquele dia. Ela debruçou-se com a intenção de abraça-lo, esquecendo-se da mesinha de café entre os dois. O loiro tentou impedir que ela caísse, mas dois segundos depois ambos estavam no chão, ela sob ele. Eles riram do desastre dela, até que os olhares se encontraram e eles perceberam a situação embaraçosa que estavam. Ela fez menção de se afastar, mas ele segurou seu rosto gentilmente para impedir, ela olhou para os lábios finos dele e levou os seus próprios ao encontro daqueles. A língua dele pediu passagem e ela consentiu.


Foi o primeiro de muitos beijos daquela manhã. Beijos interrompidos por uma batida na porta. Rose percebeu que agora ela que estava debaixo dele, sua camisa estava aberta mostrando o sutien e a dele já estava em qualquer canto por ali, ambos estavam muito corados, com lábios inchados e cabelos despenteados.


- Ro, você não vem tomar café? – a voz de Alvo Potter veio acompanhada de mais uma batida.


- O que foi isso? – perguntou Rose aos sussurros enquanto se recompunha – O que significou isso?


- Eu... Eu não sei – disse Scorpius meio em transe enquanto recuperava sua camisa.


Nenhum deles sabia, mas os olhares trocados começaram a querer dizer algo mais, os ‘Bons dias’ e ‘Boas noites’ pareciam ter segundas intenções, e os gestos lhe causavam calafrios, como quando os braços se roçavam ao fazerem as lições de casas. Esses contatos começaram a ser mais procurados, qualquer coisa era motivo para pegarem um na mão do outro ou passar um braço em volta dos ombros. Beijos na bochecha acompanhavam os agradecimentos e cumprimentos. Não demorou muito para virem os selinhos ‘roubados’.


- O que há entre você e o Malfoy? – perguntou sua prima Lily enquanto conversavam nos jardins numa tarde.


E foi essa simples pergunta que fez Rose abrir os olhos. “Se até mesmo a desligada da Lily percebeu, quer dizer que... Merda!” – Rose pensou. Ela e Malfoy eram agora muito amigos. Muito. Talvez até mais, como tendo uma espécie de amizade colorida.


Porém ela não conseguiu se afastar dele. Havia alguma coisa em Scorpius Malfoy que a atiçava para perto e ela sabia o que era. Durante toda a sua vida Rose teve que ser a filhinha perfeita dos heróis, aguentando a cobrança de ter a inteligência da sua mãe e a espontaneidade do seu pai, nunca podendo ser ela mesma na sociedade bruxa, sempre tendo que ser a boneca perfeita. Até que surgiu Scorpius Malfoy, mais novo membro da família que vivia a séculos tendo brigas com a família dela, um sonserino que faria tudo virar de ponta cabeça, que poderia fazê-la sentir pela primeira vez o que é o perigo e como se arriscar.


Os selinhos viraram beijos, eles agora de volta a intimidade do salão comunal. Beijos viraram amassos que não passaram disso. A procura do perigo virou prazer, que virou em curtição e logo eles realmente gostavam um do outro.


Então as coisas mudaram mais uma vez. O sentimento pedia por mais. Eles começaram a agir estranhos um com o outro, tentando fugir com medo de seus próprios sentimentos e no que eles sabiam o que poderia acontecer se eles se revelassem. Eles, num acordo mudo e numa troca de olhares, resolveram voltar a serem apenas amigos.


Os boatos sobre eles aos poucos se dissolveram e os NIEMS ocuparam as cabeças de todo mundo, assim como a formatura dali alguns meses.


- Quero ir com você no baile de formatura – ele sussurrou num canto afastado da biblioteca onde a encontrou – Apesar de ter lutado, apesar de ter resistido, eu não aguento mais ficar longe de você.


Rose o olhou assustada e depois abaixou a cabeça.


- Você sabe que não podemos...


- Pro inferno que não Weasley! – ele gritou com raiva, fazendo-a olha-lo novamente – Eu sei que você sente o mesmo que eu! Você tem que sentir... E não importa o que os outros vão pensar, não deveríamos ligar para isso.


- E agora você vai dizer que nós podemos enfrentar os outros, que nós conseguiremos isso ou então fugir? - Rose abaixou novamente a cabeça e soltou uma risada.


- Está rindo do que? – perguntou Scorpius aborrecido – Estou fazendo papel de idiota aqui, é isso?


- Não, não é isso – respondeu a ruiva levantando os olhos para os dele.


- Então o que é?


 - Você não percebe o quão clichê isso tudo é?


- Olha Weasley, basta você dizer...


- Pare e pense – Rose o interrompeu – Olhe para nós mesmos: um Malfoy e uma Weasley. Malfoys e Weasleys, famílias que veem brigando durante centenas de gerações. Os Malfoys por acharem os Weasleys estúpidos por não manterem a linhagem sangue pura e por suas condições. Os Weasleys por serem orgulhosos demais para não levarem desaforo pra casa. Então, com a guerra, as coisas quase se amenizam um pouco quando as famílias quase se ajudam na batalha final, mas a rixa ainda está lá. Então surge a nova geração dessas famílias que não tem mais motivos para levar a rixa adiante. Mas espera, dá para melhorar! Afinal seria tão ridículo assim se os filhos dos inimigos se apaixonassem?! Vê o quão clichê isso é? Nós dois juntos?  Até parece Romeu e Julieta... – Rose fez uma pausa e olhou Scorpius que parecia surpreso pelo discurso da ruiva – Nós nunca falamos um com o outro sobre as nossas famílias, mas você sabe como é...  Eu... Eu... Olha, eu preciso pensar está bem?


Rose virou as costas e saiu apressadamente em direção da porta da biblioteca.


Mas ele não deu muito tempo para ela fazer isso, somente o de achar um livro ali e ler seu resumo. Ele a encontrou no salão comunal, sentada no sofá de costas para a porta. Ele foi até lá e percebeu que ela havia chorado por seu rosto marcado.


- Eu achei sobre o conto trouxa que você falou – disse Scorpius gentil enquanto se sentava também – Romeu e Julita... Eles se matam no final.


- Sim, isso acontece...


- Sabe, não acho que eu seria tão idiota de perceber que você só estaria dormindo... Quer dizer, você continuaria respirando e seu pulso batendo, só um idiota não checaria isso antes de qualquer coisa. Então acho que a gente conseguiria.


- O que? – perguntou Rose indignada – Me fingir de morta para todos e assim conseguirmos fugir e viver uma história de amor?


- Não, conseguiríamos enfrentar a todos e ai sim viver uma historia de amor – ele respondeu fazendo uma careta com a última palavra, mas depois sorriu de lado – A questão é: está disposta a colocar a sua coragem grifinória a prova em frente de todos e principalmente do seu papai?


Rose, um pouco surpresa ainda pelas palavras do loiro, também sorriu – E você? Está disposto a usar toda a sua astúcia sonserina para encarar todos e principalmente o seu papai?


Scorpius riu, aquela risada não sarcástica tão rara e que fazia ser inevitável Rose sorrir também.


- Eu ainda acho isso tudo tão clichê – ela resmungo antes dele puxa-la para um beijo.


- Agora sim é um clichê. Sempre termina com um beijo, sempre.


  


 

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Comentários (2)

  • Annabeth Lia

    awwwwwwwwwwwwwn, que linda!!!!!!!! AMEI AMEI AMEI sua fic, sério, ficou muito fofa! Continue escrevendo assim!

    2013-11-30
  • Lana Silva

    AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH eu amei, perfeiiito. A historia linda eu amo longs mas Shorts fics são capazes de mostrar toda uma historia, a construção de sentimentos em um capitulo e por isso é incrivel. Eu realmente amei! *------*

    2011-10-15
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