Acerto de Contas



Capítulo 10 – Acerto de Contas


Severo Snape estava prestes a entrar na Floresta Negra. Lily tinha desaparecido e o garoto pressentia que ela estava correndo perigo. Empunhou a varinha e tomou coragem para entrar na floresta. Estava muito escuro. Severo murmurou "Lumus", que fizera luz suficiente apenas para iluminar seus passos. Estava com medo por Lily. A Floresta Negra estava cheia de perigos, como centauros e outras criaturas perigosas. Tinha até ouvido rumores de que lá também era a morada de uma família de Acromântulas, uma espécie de aranha gigante. Continuou andando, o ar cada vez mais gelado invadindo seus pulmões.


Após alguns minutos de caminhada, Snape começou a ouvir vozes, ainda distantes. Seu coração disparou. Seria Lily? Apertou o passo, estava quase correndo quando se viu diante de uma clareira. Rapidamente se escondeu atrás de uma grande rocha coberta de musgos e observou. Severo ficou pasmo com o que vira, um grito quase denunciou sua posição.


Lily estava caída aos pés de uma árvore, inconsciente. Avery e Mulciber conversavam ainda atentos, com as varinhas apontadas para a vítima. A respiração de Snape falhou. De repente começou a assimilar tudo. O estranho comportamento dos colegas, a Amortentia, a paixão repentina de Narcisa... tudo se encaixava. Era um plano e ele tinha caído. E agora Lily pagaria o preço de sua inocência. O ódio o inflamava por dentro. Tinha um acerto de contas pendente com Avery e Mulciber.


Sem pensar duas vezes, o garoto saiu detrás da pedra, com a varinha erguida e gritou:


– Estupefaça!


Pego de surpresa, Avery foi arremessado para longe da clareira. Mulciber se assustou e rapidamente se atirou no chão. Snape correu imediatamente para perto do corpo de Lily. Sentiu o medo invadir seu corpo ao tocar eu seu rosto e notar que estava muito frio. Esperava que fosse por causa do mau tempo. Ela não podia estar morta.


– Afaste-se, Snape, ou terá que presenciar a morte de sua preciosa sangue ruim.


Snape se virou. Mulciber já havia se reerguido e apontava a varinha diretamente para o peito da ruiva. Os dois se encararam por algum tempo. Por fim, Severo se levantou. Tinha uma expressão de puro ódio. Ainda apontando a varinha para a garota, Mulciber perguntou:


– Parece que a Ciça deixou você escapar, hein?


– O que fez com a Lily? – gritou o outro, irado.


Mulciber coçou a cabeça.


– Com a Evans? Nada, só a mantive calada. Garota irritante, não acha?- falou, cínico.


Severo fez menção de atacá-lo, mas Mulciber estava atento e logo o desarmou. A varinha voou das mãos de Snape e foi engolida pela escuridão da noite.


– Narcisa me contou tudo, Mulciber. Disse que a ameaçaram por causa de um diário e a obrigaram a me seduzir. Tudo para ter mais um em sua lista de Comensais da Morte. – cuspiu.


Mulciber tremia de raiva. Gritou:


– Aquela traidora infeliz! Precisei sequestrar Evans antes que ela descobrisse tudo. Sua sangue ruim não sabe a hora de calar a boca, então tiver que dar uma liçãozinha nela. Terá sorte se conseguir chegar viva ao castelo.


Aquela foi a gota d'água. Em uma explosão de fúria, Snape se jogou contra o corpo de Mulciber, que se assustou e acabou largando a varinha. Severo o segurou pelo colarinho e meteu-lhe um soco no nariz. O garoto, mesmo sangrando, o jogou contra uma árvore. Mulciber era bem mais forte que Severo, mais largo e com músculos bem definidos devido à prática de Quadribol. Snape logo se levantou, mas desta vez armado, já que havia caído perto de onde estava sua varinha. Mulciber também apanhou a sua e gritou:


– Crucio!


A maldição por pouco não atingiu o garoto. Snape revidou:


– Everte Statum.


Mas também errou. Só conseguiu aumentar ainda mais a ira de Mulciber que, ao mirar em uma árvore, ordenou:


– Bombarda Maxima.


Houve um clarão. As árvores do outro lado da clareira explodiram em grandes pedaços, soterrando Severo e a desacordada Lily. O garoto sentiu uma pancada na cabeça e logo percebeu o sangue quente escorrer por sua face. Conseguiu ver por entre os escombros, um borrão de cabelos ruivos mais ao longe. Precisava tirá-la de lá. Seu corpo todo doía. Reunindo todas as forças que lhe restavam, Snape levantou, apontou a varinha para o peito de Mulciber e berrou:


– SECTUMSEMPRA!


O feitiço atingiu em cheio o garoto, que caiu sangrando. Sem se preocupar com o que aconteceria com os colegas de casa, Severo correu até Lily e a retirou cuidadosamente dos escombros. Com uma pontada de culpa, viu que a ruiva tinha um enorme corte perto da sobrancelha e parecia respirar com muita dificuldade. Notou que havia uma mancha de sangue na lateral direita de sua camisa, perto das costelas. Sem se importar com a sensação estranha de tocar a pele fria de Lily, Snape levantou sua camisa para poder ver um pouco melhor o machucado. Por Merlim! Com certeza a garota havia fraturado a costela. A área estava visivelmente inchada e sangrava bastante.


O garoto a pegou cuidadosamente no colo e se dirigiu ao castelo. Tinha que chegar logo a ala hospitalar, antes que Lily parasse realmente de respirar. Não podia perdê-la. Quando já estava quase chegando a cabana de Hagrid, Snape ouviu um sussurro:


– Sev?


O coração do garoto disparou. Ela estava viva.


– Não se preocupe, Lily. Eu estou com você.

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Comentários (1)

  • Anne Monic Bell

    Que capitulo mais lindo e assustador! Eu realmente fiquei com medo de que Severo morresse... Mas a última frase foi realmente... perfeita e eu simplesmente adorei! Continue, por favor!!

    2011-09-05
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