Capítulo I



8 horas da manhã. James Potter estava atrasado já que havia combinado de encontrar Sirius e Remus na estação 15 minutos antes do trem partir. Ele sempre levava, no mínimo, meia hora pra chegar à estação e alguns minutos mais para se arrumar. Sem vontade de levantar ele pensou em seus melhores amigos, que desde as férias do ano passado eram um pouco mais do que só amigos. Ele sorriu com o pensamento de encontrá-los, mas seus devaneios foram interrompidos pelo alarme do relógio em seu criado mudo.
- Merda! - grita ele vendo o horário. Seus pais já deviam estar acordados e prontos para sair, esperando somente que ele descesse.
Prongs, como era chamado pelos amigos, tinha pouco tempo para se arrumar. Levantou-se, rapidamente, e correu para o banheiro para escovar os dentes. Depois jogou em uma mochila alguns papéis e penas que estavam espalhados por sua escrivaninha e trocou de roupa colocando uma calça jeans rasgada nos joelhos e um sweter cor de vinho. Em seguida ele foi até o criado mudo e tirou de uma gaveta um pergaminho com aparencia de velho e um espelho guardando os dois objetos no bolso da frente da mochila, juntamente com um porta retrato com moldura de madeira que mostrava três jovens brincando de fazer chifrinhos uns nos outros que sorriram mais ainda quando olharam para James.
- Filho, vamos logo, ou você chegará trasado para encontrar com seus amigos. - ouviu um grito de sua mãe.
- Já vou - respondeu ele olhando para o quarto uma última vez para verificar de que não esquecia-se de nada.
Ele desceu as escadas e correu até a garagem onde seus pais já estavam no carro. Sim, um carro. Seus pais, por algum motivo, queriam misturar-se com os trouxas e compraram aquela casa em Londres, sendo que o Sr. Potter até aprtendera a dirigir e agora fazia questão de levá-lo até a estação com o modo de transporte trouxa, de forma que James acabava pegando trânsito no caminho.
- Filho, que história é essa de sua mãe? Que amigos você vai encontrar lá? - pergunta o pai desconfiado.
- O Remus e o Sirius, pai - responde contra vontade, mas não querendo mentir.
- Mas, querido, você só me disse que eram uns amigos. Você sabe que não gostamos muito desses dois... - começa sua mãe.
- Isso mesmo. Eles tem um jeito meio estranho e podem acabar te lavando para um mal caminho. - concorda o pai.
"Tarde demais, papai" pensa James sabendo que seu pai se referia ao fato de achar os amigos meio gays. Infelizmente, para James, seus pais eram um tanto quanto homofóbicos. De qualquer forma ele não os culpava, acreditava que isso era uma consequência de sua educação que continha pouco aceitação para qualquer coisa do tipo.
- Pai, eu já disse que isso é apenas impressão sua. Eles não são viados! - fala já acostumado a repetir a mesma coisa.
O resto do percurso foi feito em silêncio, quebrado apenas quando James usou o espelho para avisar os amigos que se atrasaria, mas assim que o carro parou, o garoto desceu, pegou sua mala e disparou para a entrada da estação. Ele praticamente correu até a passagem que atravessou sem hesitação. James despediu-se dos pais, ofegantes por tentar acompanhar o filho, e correu para dentro do expresso Hogwarts.
Ainda faltavam cinco minutos para as nove horas, quando o trem partia, mas a mioria do alunos já estava procurando cabines vazias ou seus colegas. O garoto olhou pacientemente cada cabine até encontrar uma no fundo de um dos vagões com as cortinas encostadas. Ao espiar por entre as cortinas deparou-se com uma cena que seria chocante para a mioria das pessoas: Remus Lupin estava sentado no colo de Sirius Black beijando o mesmo. Os dois separaram-se automaticamente ao ouvir alguém abrir a porta, mas relaxaram ao ver quem era.
- Six! Remie! - exclama ele, fingindo desaprovação e surpresa - Como vocês puderam realizar um ato pecaminoso desta magnetude dentro do expresso de escola! - sem conseguir conter o riso no fim.
- É fácil, Jay - responde Lupin levantando-se e selando seus lábios com os do amigo recém-chegado. - Assim, viu? - O garoto usava um casaco de abotoadura dupla azul marinho fechado até o pescoço e uma calça preta surrada. Ele abraçou James e empurrou-o para o banco, sentando-se em seu colo em seguida.
- Não monopolize o Prongs, pulguento - reclama Sirius empurrando Remus para beijar James, voltando a sentar-se em seu lugar

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