Capítulo 5



"Gosto de ser otimista,


mas não posso perder


a visão da realidade,


e nela não vejo


nada deslumbrante."


- Lya Luft



__________________________


 


 


Capítulo 5


I'd stand up and punch them out,


cause they're all wrong!


Eu simplesmente não conseguia me mover, senti meus olhos lacrimejaram, mas não, eu não ia chorar por causa desse filho da puta. Não, eu não ia só ficar brava com a vadia da Jessica, mas sim com ele também, por mais que seja fácil só culpar a mulher na traição. Fechei a porta com força pra eles perceberem que eu estava ali antes de começarem a se comerem na minha frente. Lee me olhou desesperado, Jessica tinha um sorriso maldoso no rosto.


- Lily, não é o que parece. – Porque eles SEMPRE dão essa resposta? Puta que pariu, ele estava quase comendo ela e não é o que parece? O que era então? Ele estava salvando ela de morrer engasgada?


- É exatamente o que parece. – eu falei, seca e fria. Os dois colocaram as suas roupas, não tinha muito que falar pra ele. Para falar a verdade eu queria bater nele. – Está tudo acabado Leeland.


- Lily! – Lee gritou quando eu sai dali, cheguei no corredor e avistei o James, junto com o resto do pessoal, minha vontade era de sumir daquele colégio. Abrir um grande buraco no chão e ficar lá dentro até 2012. Sim, eu realmente espero que em 2012 o mundo acabe. – Lily espera!


- Me solta Leeland. – eu gritei quando senti o Lee pegar no meu braço, Jessica estava atrás dele, rindo da minha cara. – Porque justo ela? Porque você me traiu justo com essa vadia?


- Simplesmente aconteceu! Eu ia te contar e eu ia acabar com ela hoje... – ele começou a se desculpar, revirei os olhos. – Lily eu amo você e não ela.


- Ama o caralho! – eu gritei e o empurrei, o Lee me soltou e a Jessica parecia ultrapassada pelo o que Lee estava falando. Certamente feriu o orgulho dela, ainda mais sendo na frente da escola toda.


- Não foi o que me disse noite passada e essa manhã, Lee. – Ela falou, venenosa. Noite passada? Quer dizer que ele comeu ela noite passada também?


- Cala a boca Jessica. – eu gritei, senti o braço de alguém segurando meu ombro, olhei para trás e vi James, junto com Remus. Os dois sabiam. – Vocês sabiam, sabiam e não me falaram nada.


- A escola toda sabia sua lésbica. – Jessica gritou, agora já era demais. Quem ela pensava que era? Aproximei-me dela, e a encarei, ela como sempre não iria recuar.


- Você por acaso já fez plástica no nariz? – ela riu com a minha pergunta e fez não com a cabeça e continuou me encarando, como se fosse poderosa. Então foi ai que eu fiz, foi ai que me vinguei por todos os anos que ela me atormentou. Por todos os anos que ela me chamou de L.L, por todos os anos que ela jogou coisas em mim (comida, bebida, tinta...), por todos os anos que ela simplesmente existiu na minha vida. Eu dei um soco, com toda a minha força no nariz da Jessica. Senti minha mão doer, como se tivesse quebrado ela, mas o prazer de ver ela sangrando era melhor. Eu nunca fui de ser sádica, nunca apreciei sangue nem nada do estilo e nem de ficar feliz com o sofrimento dos outros, ela despertava o pior em mim. Lee me empurrou de perto de Jessica, ela estava caída no chão gritando e chorando.


- Você está louca? – Petúnia gritou, acudindo Jessica, junto com Lee, que se levantou, vermelho, eu estava ainda com raiva, MUITA raiva.


- Isso é por todos os anos que você me atormentou, sua vadia. E isso... – virei para o Lee e dei um chute em suas partes. Ele se contorceu, caindo no chão. Eu amo meu pai por pagar aulas de tae kwon do para mim todos esses anos, nessas horas vem a calhar. - ... É por ter me traído, seu estúpido, protótipo de gente!


Senti um braço enlaçando minha cintura e me puxando para fora da escola, por mim bateria mais no Lee. Eu estava furiosa. As pessoas aplaudiram o meu ato e ninguém além da Petúnia acudiu os dois. Eu estava possessa, queria gritar até perder minha voz, a ideia do buraco ainda estava de pé. James me soltou lá fora, Remus e Sirius estavam com ele, junto com a Lene e a Dorcas.


- Lily eu sinto muito. – falou Lene, ela me olhava apreensiva. Até ela que recém chegou no colégio já sabia! Eu ainda não conseguia falar, eu queria gritar, eu queria, eu queria sumir dali. James me abraçou, mas eu logo o empurrei, quem disse que eu quero abraço? Quem disse que eu quero ALGUMA coisa deles?


- Vocês sabiam e não me falaram nada. – eu repeti de novo, não estava histérica. Surpreendi-me com a minha voz controlada. São nessas situações que eu percebo o quão fria, psicopata e até mesmo hipócrita eu posso ser.


- Eu queria te contar, mas... – James começou a falar.


- Você ia achar que a gente estava tirando com a tua cara. – respondeu Remus, interrompendo James. – O James ia te contar ontem, mas eu não o deixei.


- Eu não acredito nisso. – eu mexi minha mão e senti a dor, sem contar que tinha um pouco do sangue da Jessica. Senti uma vontade súbita de vomitar, mas me controlei, toda a vez que ficava estressada, nervosa, essa súbita vontade de por tudo para fora vinha. Eu sai de perto deles, James ia me seguir, mas Remus murmurou “não” para ele, teria que agradecer ele depois... not. Remus ainda tinha me traído, apesar de tudo. Entrei no carro do meu pai e sai raspando os pneus da escola. Eu provavelmente ia ser suspensa da escola por ter batido na Jessica, mas não me importava mais. Como é fácil, você no topo do mundo, de bem com a vida e do nada você está no mais profundo oceano de depressão, profundo? Não. Balela? Totalmente. Fiquei dirigindo praticamente a manhã toda, como isso poderia ter acontecido comigo? Eu gostava do Lee, eu achava ele uma pessoa digna da minha presença e ele faz isso? Justo com ela? Se fosse qualquer outra garota provavelmente eu não estava me sentindo tão traída assim. Jessica é uma vadia, eu provavelmente já falei isso demais, mas ela realmente é e com toda a certeza dessa vez conseguiu me atingir, mas eu a atingi mais forte, literalmente. E eu ainda consegui me sentir culpada por ter apenas beijado o James, se eu soubesse disso teria feito PIOR com ele. Ok, eu iria envolver James nessa bagunça toda, mais do que ele estava envolvido, não seria justo. Eu poderia sim ter seilá, beijado James na frente dele quando eu sai daquele vestiário, mas mais uma vez eu estaria usando ele. Not cool. Balancei a cabeça negativamente e finalmente parei o carro em casa. Meu pai era o único que estava em casa, entrei em casa e quando dei conta já estava chorando, não sabia dessa minha urgência de chorar, droga queria ser insensível nessas horas.


- Lily? O que houve? – pediu meu pai preocupado, abraçando-me. Eu não consegui falar, só chorei. Eu não estava chorando pela traição de Lee, não estava chorando por isso. Na verdade eu não sei por que estava chorando. Deve ter sido porque fui uma anta por ter confiado na pessoa errada. Eu nunca me deixava levar por alguém, desde que percebi que não tinha mãe eu aprendi a não confiar facilmente nas pessoas. E o Lee foi o primeiro que eu depositei minha confiança, depois foi mais fácil com Lene, Sirius, Dorcas, Remus e... James. Porque será que tudo está parecendo um erro agora? Meu pai não me fez perguntas durante o abraço, só me deixou chorar. Ficamos assim por uns quinze minutos, eu não conseguia falar. Finalmente criei coragem.


- Eu acho que vou ser suspensa. – eu falei, separando-me do abraço do meu pai e limpando minhas lágrimas. – O Lee me traiu, eu acabei com ele e...


- Que filho da puta! – meu pai falou bravo, ele odiava me ver triste. Mas antes dele continuar terminei de falar.


- ... E eu dei um soco na Jessica, porque ela era a garota que estava com o Lee essa manhã e eu chutei o Lee. – falei mostrando minha mão para o meu pai. Ele ficou quieto e saiu indo para a cozinha, não sabia o sermão que ele ia me passar, ou o castigo. Suspirei derrotada e fui para a sala, sentando olhando para o nada. Meu pai voltou com um saco de gelo e colocou na minha mão, senti um alívio de imediato.


- Sabe... – meu pai começou a falar, sentando do meu lado. -... No colegial eu era apaixonado por uma garota, o nome dela era Rachel, um dia eu também a peguei me traindo, com o cara mais popular da escola.


- O que você fez? – eu pedi, esperançosa, esperando que ele tenha feito que nem eu.


- Nada. Eu não fiz nada e sempre me arrependi de não ter batido, ou apanhado daquele cara. – ele respondeu sorrindo. – O que você fez foi errado filha, mas eu te entendo e não eu não vou te deixar de castigo nem nada, acho que o que você está passando já é um castigo.


- Obrigada pai. – eu falei, tirando o gelo da minha mão e o abraçando. Continuei com o gelo na minha mão até ela desinchar, passei o resto do dia vendo episódio de Friends junto com o meu pai. Distrai-me pelo menos, mas meus pensamentos voaram em volta do pessoal. Eu não ia ficar brava com eles por eles não terem me contado sobre o Lee. Eu realmente não ia acreditar se o Remus tivesse me contado, ou o James e foi até bom eu descobrir sozinha. Apesar de meus instintos terem gritado alto quando Lee começou a agir estranho, dessa vez eu não poderia ignorá-los. Eles eram SIM meus amigos e eu tinha que confiar neles, eu confiava neles, só neles e meu pai e deu. Remus voltou para casa, junto com a Petúnia, mas veio mais gente junto com ele. James, Sirius, Lene e a Dorcas. Todos entraram na sala e me olharam apreensivos, Petúnia me ignorou completamente e foi para o seu quarto.


- Vocês tinham razão. – eu falei por fim, minha mão ainda estava doendo, mas não estava inchada, pelo menos. Nessas horas minha mania de falar gesticulando realmente doía. – Se tivessem me contado eu não iria acreditar, foi melhor assim.


- Ah Lily, nós ficamos tão preocupados contigo! – Lene falou, ela realmente tinha se provado uma amiga e tanto, sorri e a abracei de volta. Nunca achei possível, ou até mesmo provável eu gostar de tantas pessoas ao mesmo tempo, sabe como é, antissocial estilo de vida sempre.


- Obrigada Lene, por tudo. – falei murmurando no ouvido dela, ela se separou e sorriu. – Então, causei uma grande impressão hoje no colégio?


- Foi demais! – Dorcas falou rindo, sentando do meu outro lado, enquanto todos se acomodavam. – Até eu fiquei com vontade de bater em alguém hoje!


- Uou... – Remus ia dizer alguma coisa, mas Petúnia entrou na sala, brava com uma carta na mão.


- O diretor mandou te entregar, espero que seja expulsa pelo que fez com a Jessica. – ela falou praticamente cuspindo as palavras e jogou a carta no meu colo. Eu não consegui me controlar e sorri. Petúnia saiu mais brava ainda do que tinha entrado.


- Dizem que ela realmente vai ter que fazer plástica no nariz. – Sirius comentou rindo, todos riram. Eu me sentia bem, por mais que eu tivesse derrubado sangue. Abri a carta do diretor, que me informava que eu estava suspensa por três dias devido à agressão física na Srta. Walsh.


- Fui suspensa. – falei jogando a carta na mesa. Meu pai entrou na sala e sorriu ao ver todo mundo.


- Todos vão jantar aqui, certo? – ele falou alegre, todos assentiram. – Então Lily, eu vou no mercado e já volto!


- Você falou para o seu pai? – Remus pediu, assim que ele saiu da sala, assenti.


- Sim, ele disse que eu já estava passando por um castigo e passou um sermão por duas horas sobre bater nas pessoas. – eu inventei, meu pai pediu para eu fazer isso, já que Petúnia iria reinar com ele sobre isso. – Eu vou buscar alguma coisa para nós comermos, enquanto isso vocês podem escolher o que vamos assistir.


Eu levantei do sofá enquanto Lene olhava todos os filmes, um tanto emocionada. Como a Anna fazia os trailers dos filmes ela sempre ganhava os dvd’s deles e tinha também os seriados, mas esses eram meus, eu sou apaixonada pelas séries. E pelo o que eu tinha entendido e percebido, Marlene era uma daquelas pessoas realmente Cult, não fingidas, sabe? Fui na cozinha e procurei uns salgadinhos, quando virei, dei de cara com James.


- Como está a sua mão? – ele pediu, pegando delicadamente minha mão vermelha. Pelo o toque dele, só por isso, quase certo que ele iria ser um ótimo médico.


- Está um pouco doída, mas nada que eu não sobreviva. – eu respondi sorrindo, arrepiada com o toque dele, ele se aproximou de mim, de novo.


- Lily eu realmente queria te contar... – ele começou a se desculpar, mas eu delicadamente coloquei o dedo nos lábios dele. Não queria ouvir mais desculpas, pelo menos não hoje.


- Não precisa falar mais nada James, eu acredito. – eu respondi sorrindo. Eu acho que gostava dele, mas era muito cedo, ao contrário do Lee eu não me sentia bem em já ficar com alguém, ou trair ele. Eu me virei, acabando totalmente com o contato visual com o James, esse cara me deixava confusa. Peguei um pote no armário e comecei a abrir o salgadinho o despejando dentro do pote. Senti James segurar minha cintura de novo, me virei, o olhando. Eu não podia fazer isso. Ele colocou sua mão no meu cabelo e o tirou do meu rosto. Fechei os olhos com o toque dele e confesso que me arrepiei de novo. Dessa vez fui eu quem me aproximei e rocei os meus lábios nos dele. Coloquei minha mão na nuca dele e o deixei aprofundar o beijo. Eu me sentia nas nuvens, senti borboletas no meu estômago, nunca me senti tão clichê como agora. Eu terminei o beijo, mordendo o lábio inferior dele de leve, James sorriu. Eu o olhei e quando vi estava sorrindo também.


- James... – eu comecei a falar, baixinho. – Eu não posso fazer isso agora... é muito recente e...


- Eu entendo. – ele respondeu sorrindo e me deu um selinho. – Eu só quis terminar o que comecei de manhã.


Eu sorri, ele pegou o pote e foi pra sala, deixando-me para trás. Esse garoto não existia, em pensar que eu o odiava antes. Peguei um refrigerante na geladeira e levei na sala, todos estavam me esperando, mas antes eu voltei e peguei os copos. Nós assistimos Sherlock Holmes, eu amava esse filme. O Jude Law está muito gostoso nesse filme, vai dizer. Eu sentei do lado do James e escorei minha cabeça em seu ombro. Eu até estava gostando dessa aproximação. Vi que Marlene olhava constantemente para nós e ria junto com Sirius. Dorcas fazia o mesmo, mas eu preferia ignorar. Meu pai fez a janta e Anna chegou em casa. Ela me deu abraço antes de nos sentarmos na mesa, é quase certo que meu pai contou pra ela sobre o Lee. Sorri e retribui o abraço murmurando um: estou bem para ela.


- Pai a Lily foi suspensa. – Petúnia começou o assunto. Eu tive que me segurar pra não rir, baixei os olhos pro meu prato e comi quieta.


- Eu sei. – Meu pai falou, Petúnia fez uma cara horrorizada, todos estavam quietos.


- Ela quebrou o nariz da Jessica, coitada, ela vai precisar de uma plástica. – Petúnia continuou, eu não me aguentei e ri. James, Remus, Sirius, Dorcas e Lene fizeram o mesmo. Meu pai se controlou para não rir. – Isso não é motivo de risos!


- Desculpe Petúnia, mas a cena foi ótima. – Lene comentou, tomando um gole de seu refrigerante. Petúnia a encarou como se pedisse quem era ela. Não havia me tocado de apresentar Lene para ela.


- E depois do que ela fez com a Lily... – Continuou Dorcas, eu sorri vitoriosa, não precisei falar nada, Petúnia bufou e deixou a mesa. Eu ri mais ainda.


- Você realmente está bem? – Anna pediu para mim, preocupada, querida, sorri.


- Sim, tirando a minha mão, mas eu acho que daqui uns dias irá melhorar. – Eu respondi, sorrindo. Já não me sentia mal pela traição, a presença dos meus amigos me deixava bem, a presença da Anna e do meu pai, me acalmava também.


- Dan... – Remus começou a falar, sem encarar o meu pai. -... Você gostaria de ir comigo em um jogo de futebol, nesse sábado?


- Claro! Eu ficaria honrado! – Meu pai respondeu, sorrindo. Dorcas deu um beijo na bochecha do Remus. Por um instante vi os olhos de Anna lacrimejar. Fiquei feliz, o Remus realmente estava tentando melhorar a situação com o meu pai. A janta terminou e Anna fez questão de lavar os pratos. Nós assistimos mais um filme, dessa vez era Forrest Gump. Amava a atuação do Tom Hanks nesse filme. Run, Forrest, Run. Eu estava quase dormindo, dessa vez eu sentei do lado do meu pai e não no de James. Era quase meia noite quando Remus levou todo mundo embora. Eu dormi como um anjo e já que estava suspensa por três dias acordei tarde. Dei uma arrumada na casa, varri, lavei louça, coloquei as roupas sujas na máquina, é eu até era prendada. Meu pai fazia isso em casa na maioria das vezes, a Petúnia não sabia nem varrer a casa direito e eu tive que me virar com isso. Nos dois dias seguintes eu passei a maior parte do tempo assistindo Friends, meu seriado favorito. Eu estava vendo a última temporada e chorando de novo com o último episódio. Minha rotina era simples, arrumava a casa, fazia o meu almoço, já que todos almoçavam fora durante a semana e de tarde via os seriados e noite ia dormir cedo. O meu último dia suspensa era em uma quinta feira, mudei a minha rotina de tarde e comecei a passar os canais na TV a cabo. Parei na Discovery, estava passando uma matéria sobre abelhas.


- A abelha rainha é continuamente cercada de atendentes, que lhe provém alimento e cuidam de seus ovos, além de distribuir uma substância que contém um feromônio que inibe a construção de novas células de rainhas por parte das outras operárias. – Comecei a rir da ironia. Eu tinha brigado com a Jessica, ou seja, tinha provocado a abelha rainha do colégio, mas por incrível que pareça, ninguém gostava dela. De acordo com a Lene, que me ligava todo o dia, a Jessica não tinha aparecido na aula também nos últimos três dias. Provavelmente ela deve estar em um spa se recuperando do nariz. Eu simplesmente não entendo como tem pessoas que a seguem, ela era maldosa com todo mundo e falsa. Eu já vi a Petúnia chorando por causa dela e mesmo assim a Pet a defende com todas as forças. Desliguei a TV e peguei um rádio pequeno e coloquei em uma mesa que tem na beira da piscina. Subi no meu quarto e escolhi minha trilha sonora da tarde, optei por AC/DC Black Ice, o último álbum deles e coloquei meu biquíni preto. Desci e coloquei o cd, começou a tocar muito alto e eu sorri, era assim que gostava. Mergulhei na piscina e comecei a relaxar nela. O sol estava forte, mas nem adiantava eu querer pegar uma cor, era mais branca que a neve e o sol só refletia em mim. A única coisa que eu gostava é que minhas sardas apareciam mais com o sol. Sim, eu tenho sardas e eu gosto delas, me dá um ar de... inocente. Se bem que inocente eu não tenho nada. Sorri ao pensar nisso.


- Hei ruiva! – gritou o Sirius, enquanto Remus baixava o volume do rádio, eu virei e vi os três ali parados. – Eu também quero ser suspenso, desse jeito.


- Entrem ai! – eu disse sorrindo, Remus e o Sirius tiraram a camisa e seus tênis e pularam na piscina, eu não pude deixar de rir. O James apenas tirou o tênis e colocou os pés na água. – Como foi a escola hoje?


- Ótima, como sempre. – falou James irônico, pelo jeito não estava perdendo nada. – Boatos que a Jessica vai voltar amanhã.


- Junto comigo! Que lindo, o nariz dela deve estar uma beleza agora. – eu falei rindo.


- Como está sua mão? – Pediu Sirius me jogando água. Sério, eu sou uma garota sortuda, eu estou com três garotos, os mais populares e gostosos da escola, numa piscina e um mora comigo e o outro eu já beijei. Só falta o Sirius... Quase ri com esse último pensamento. Certo que as garotinhas sem cabeça do colégio querem me matar.


- Está ótima, pronta para bater de novo. – Eu falei rindo e nadei até o James e estiquei a minha mão. – Me ajuda a sair?


O velho truque de puxar a pessoa pra piscina, Remus e Sirius ficaram rindo, enquanto o James mergulhava de uma vez. Ele ainda estava de camisa, mas ela era branca e transparente, dava pra ver os músculos dele.


- Ah é... – James falou e me segurou, fazendo eu mergulhar com ele. Eu consegui rir até embaixo da água. Quando subimos de novo ele me abraçou e eu dei um beijo em sua bochecha e me afastei. Não queria deixar transparente essa minha aproximação com o James. Ficamos mais uma meia hora na piscina e depois saímos. Petúnia não estava em casa, então eu tomei banho no quarto dela, enquanto Remus tomava banho no dele, Sirius no de hóspedes e James no meu quarto. Por mais que meu instinto safado fosse de entrar no meu quarto e surpreender James no banho, eu esperei e bati na porta do meu quarto. Ele murmurou um pode entrar, para o desespero da nação ele já estava com a roupa do Remus e passava a toalha em seu cabelo o secando, ele estava olhando minhas fotos de quando eu era pequena. Uma que eu apertava a Petúnia e ela ria.


- O que aconteceu com a sua mãe? – ele me pediu, quando eu sentei na minha cama, escovando os meus cabelos. Ele ainda segurava a foto minha com a Petúnia.


- Ela fugiu quando eu recém nasci. – Eu falei. – Não aguentou a pressão e fugiu, demorou pro meu pai a superar...


- E agora? – ele pediu, sentando do meu lado, segurando a foto.


- É a primeira vez que eu o vejo sorrir sem motivo. A Anna tem sido muito boa com ele. – eu respondi, era verdade.


- Eu percebi, não sei se percebeu, mas eu e o Sirius sempre vivemos com o Remus e a Anna, praticamente... – ele começou a falar, James encarava a foto. - ... E nós percebemos a mudança de comportamento...


- E vocês convenceram o Lupin a dar uma chance para o meu pai. – eu conclui, sorrindo. James assentiu, então realmente não tinha sido do nada a mudança de Remus.


- Sabe, nem sempre foi assim com a Petúnia, nessa idade nós éramos melhores amigas. – eu falei, realmente, teve uma época que eu e Petúnia éramos inseparáveis. – Mas daí ela começou a crescer e percebeu que não tinha uma mãe como a maioria das garotas. E foi fácil para ela começar a me odiar, me culpar.


- Deve ter sido difícil. – Ele falou, dessa vez me olhando.


- No começo foi, mas depois eu comecei a me virar. – eu respondi encolhendo os ombros, de certa forma eu sentia falta da Petúnia pequena, inocente e doce.


- Você não é nenhum um pouco como as outras garotas... – ele disse, não sei se isso é bom ou ruim, mas fico feliz em não ser.


- Ainda bem, imagina se eu fosse como a Jessica, ia querer me matar no primeiro momento de sanidade. – eu respondi rindo, ele riu também. Ele colocou a mão em meu cabelo molhado e começou a se aproximar devagar. Eu estava meio que me viciando nesses beijos escondidos no James, vai dizer, é sempre bom beijar um cara, ainda mais quando ele é bonito. Estávamos a menos de um centímetro, quando a porta do meu quarto abriu e o Sirius entrou fazendo bagunça.


- Atrapalhei alguma coisa? – Sirius pediu rindo, eu fiquei vermelha e o James murmurou um ‘não’ baixinho. – Sai James, minha vez de falar com a ruiva.


O James colocou minha foto da Petúnia no lugar e saiu do quarto, o Sirius sentou do meu lado e ficou me olhando sorrindo abobado por uns cinco minutos.


- O que foi? – eu finalmente pedi bufando, levantei e coloquei minha escova na cômoda.


- Qual é a tua e a do James? – ele pediu, e eu fiquei vermelha como um pimentão. Nessas horas não era legal ser ruiva, Sirius pareceu se divertir ainda mais.


- Você não entrou aqui pra me pedir sobre o James, ou entrou? – eu pedi, tentando desviar o assunto. Não foi tão sutil, mas funcionou.


- Não, eu quero saber qual é a da Marlene. – ele disse sorrindo pervertido, eu ri.


- Sirius, meu querido. Eu posso até te ajudar, mas se você a magoar, eu juro que te capo. – eu falei o encarando, ele não sorriu tanto assim como antes, mas piscou para mim.


- Não é a minha intenção. – ele falou por fim, mas resolvi o encarar e percebi que ele estava falando sério.


- Ok, eu vou conversar com ela e depois passo as informações para ti. – Sirius sorriu e me deu um beijo estalado na bochecha e saiu do meu quarto.



James e o Sirius jantaram ali em casa, dessa vez quem cozinhou fui eu, já que meu pai e a Anna saíram para jantar fora. Fiz uma massa vegetariana e o Remus ficou responsável da carne, já que eu me recusava a chegar perto de uma. Sim, eu sou vegetariana e sinto nojo de carne, mas não fico pregando para os outros serem vegetarianos comigo, cada um com a sua escolha. A Petúnia estava na casa da Jessica e pelo jeito ia dormir lá. Eu, James, Remus e o Sirius ficamos assistindo House até tarde da noite. Os dois acabaram dormindo ali em casa e não, não teve nenhuma escapada do James para o meu quarto no meio da noite, por mais que eu quisesse. Adormeci rapidamente, amanhã o dia iria ser longo, não sabia o que esperar da escola, sem contar que teria que conversar com a Marlene sobre um certo amigo meu.


 


 



__________________________


 


 


 


nota da autora:


OI! Ai está o capítulo! Sorry, fiquei meio sem inspiração no final, mas não vai acontecer com o próximo hihi. Ideias a mil aqui. Agora, alguns esclarecimentos: "- Você por acaso já fez plástica no nariz?" Essa frase seguida do soco é do filme Domino, apesar de eu não gostar muito da Keira, amei esse filme e SEMPRE quis usar essa frase em algum lugar hehe :) próximo capítulo vai ser tenso, vai mostra o lado podre das stupid girls (suspense mode on)! :))


Gostaria de agradecer aos comentários: Vivilovegod, Cecília Potter, Marlene Black, Fê Black Potter, Camila W. Potter, hell yeah, Carolzinha Gregol, leehginap, Julii.Weasley, Nina H.


thanks girls, amei TODOS os comentários de coração!


Até o próximo capítulo HIHI.


 


 


bejokkks, dominique.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.