three



Aquela garota só poderia ser maluca. Doida, doida mesmo. E durante aquele banho, do qual não podia falar mal, ele começara a perder as esperanças. Ela parecia daquelas garotas que adoravam cães e cuidavam bem deles.


 


O que diminuía suas chances de fuga para quase nulas.


 


E quando ela começara a tirar as roupas na sua frente, sentiu-se idiota por estar virando de costas. O que era ele agora, Remus Lupin? Não era do feitio de Sirius Black ser respeitoso, porém...


 


Porém, havia algo no carinho louco com o qual ela o tratara. Nem como humano nenhuma garota o havia tratado assim, sem segundas intenções. Ela era boa demais para que não se sentisse sujo enganando-a.


 


Mas também não podia simplesmente virar humano e dizer “hey, eu sou um animago, não um cachorro, viu? Agora já pode me soltar”. Não, nem sabia se ela era bruxa. Tinha que ficar ali até arranjar alguma maneira mais louca que ela para fugir.


 


A garota maluca se deitou em sua cama e Sirius observou-a sorrir. Ela também era muito bonita. Muito bonita mesmo. Queria muito olhar mais de perto.


 


Pulou sobre a cama de casal e fitou o rosto dela adormecido. Os cachos macios e castanhos emolduravam o rosto dela, já bagunçados, e a pele alva era iluminada pela luz do poste que entrava pela fresta por entre as cortinas dela. Tinha algo de muito bonito nela, mas não conseguia descobrir o que era. Algo que fazia seu coração acelerar ligeiramente e suas patas ficarem um pouco trêmulas, como se não quisesse ficar longe dela.


 


Estava atraído por aquela humana maluca e espontânea.


 


Merlin o ajudasse.


 


Um dos braços da adormecida subiu e pôs-se sobre o seu corpo peludo, puxando-o para perto. Não quis acordá-la, então deitou-se ao lado dela sob seu braço macio, sorrindo daquele jeito canino de sorrir.


 


Estava ferrado.


 


Completamente.


 


Ferrado.


 


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