one

Me, Dog.

 

Sirius correu pelo asfalto molhado e se escondeu em um arbusto na primeira praça que viu. Como odiava carrocinhas! Ser um cão era tão mais fácil em Hogwarts, onde não haviam tantos trouxas para acariciá-lo e caçá-lo pelas ruas.

 

Ele sabia que a culpa era sua, afinal, não precisava ser um cão ali. Tinha um belo apartamento, amigos, e Remus estava no interior para lidar com o problema dele...

 

Mas ainda assim, a sensação de liberdade de ser um cão era maravilhosa. Não precisar cumprimentar ninguém, correr por aí sem se preocupar, ganhar comida gostosa, sentir os cheiros com mais intensidade...

 

E, é claro, aquele ventinho gostoso em suas partes íntimas.

 

Ah sim, era muito bom ser cão.

 

-Oh, mas que gracinha... – Ele ouviu uma voz feminina dizendo. Virou-se para a garota, que agora se agachara de pernas fechadas sobre os saltos do scarpin vermelho, segurando as barras do sobretudo que usava.

 

Ela era linda.

 

Sirius não pôde segurar sua cauda que, agora, balançava loucamente com a visão daquela morena graciosa.

 

-Você está sozinho aqui, é? – Ela tirou as luvas vermelhas e acariciou o pêlo dele nas costas. Sirius sentiu-se ofegante e abriu a boca, deixando a língua para fora. – Venha, vamos, eu vou te levar pra casa. Não é bom que fique na chuva hoje – Ela recolocou as luvas e Sirius parou o que fazia.

 

Não, não podia ir com ela. Mas aquelas pernas...

 

-Sorte a sua que eu acabei de ir numa pet shop comprar uma coleira para minha Fifi... – A garota se abaixou e tirou uma coleira rosa da bolsa, tentando colocá-la nele – Ela não vai ligar se eu usá-la em você. – Sirius tentava se desvencilhar, mas ficava entorpecido com o perfume dela e se distraía. Assim a coleira entrou em seu pescoço.

 

– Ah, pronto. Você vai adorar a Fifi. Ela é um amor, vocês vão ficar amigos logo de cara. Agora vamos – A garota ergueu-se e puxou-o pela guia, fazendo-o resistir. Oh céus, no que se metera? Queria liberdade e acabara em uma coleira!

 

-Vamos logo – Ela puxou-o e Sirius não teve como resistir mais, com ela lhe puxando dolorosamente pelo pescoço.

 

Tinha que fugir.

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