A Seleção



                      Em um segundo estávamos entrando naquele barquinho e no outro já havíamos chegado, apesar de o percurso não ser curto. Provavelmente porque ficamos todos olhando boquiabertos para a grandiosidade do castelo, e, realmente, ele é lindo. Assim que pisei em terra firme pude sentir que a tensão havia se instalado novamente entre nós, não sei se era apenas um reflexo do meu próprio medo ou se a Weasley, o Potter e a outra menina de fato estavam tão assustados quanto eu mesmo.


                     Aquele homem gigante, que se não me falhava a memória, se chamava Hagrid, nos guiou até uma sala do castelo, onde um homem minúsculo, com pouco cabelo e uma barba muito branca, além de óculos, estava nos esperando.


                        - Boa noite a todos e sejam bem-vindos! Eu sou o vice-diretor de Hogwarts, Filius Flitwick, e também diretor de Ravenclaw. Em alguns instantes vocês serão selecionados para suas respectivas casas, que podem ser Gryffindor, Slytherin, Hufflepuff e Ravenclaw. Enquanto estiverem aqui suas casas serão como suas famílias, seus acertos e méritos lhe renderam pontos, assim como seus erros lhe farão perder. Ao final do ano letivo os pontos são contados e uma das casas ganhará o Campeonato das Casas. Agora se puderem me acompanhar...


                        Fomos levados a um grande salão onde estavam dispostas 5 mesas enormes, 4 em paralelo, com diversos alunos e uma em perpendicular a aquelas, com os professores. O teto era simplesmente magnífico, era igualzinho ao céu lá de fora!


                        - O teto é encantado para mostrar o céu, li em Hogwarts, Uma História. – Disse a Weasley, enquanto quase tropeçava sob as vestes, por andar olhando para o teto.


                        Ficamos todos parados em frente a mesa dos professores, onde Hagrid já se encontrava. Logo depois o Prof. Flitwick colocou um banquinho a nossa frente, com um chapéu muito velho e remendado em cima. Nesse momento, de repente, abriu um rasgo nele, formando o  que se parecia uma boca, e ele começou a cantar.


                        - Ah, vocês podem me achar pouco atraente,
                       Mas não me julguem só pela aparência
                       Engulo a mim mesmo se puderem encontrar
                       Um chapéu mais inteligente do que o papai aqui.
                       Podem guardar seus chapéus-coco bem pretos,
                       Suas cartolas altas de cetim brilhoso
                       Porque sou o Chapéu Seletor de Hogwarts
                       E dou de dez a zero em qualquer outro chapéu.
                       Não há nada escondido em sua cabeça
                       Que o Chapéu Seletor não consiga ver,
                       Por isso é só me porem na cabeça que vou dizer
                       Em que casa de Hogwarts deverão ficar.
                       Quem sabe sua morada é Gryffindor,
                       Casa onde habitam os corações indômitos.
                       Ousadia e sangue-frio e nobreza
                       Destacam os alunos da Gryffindor dos demais;
                       Quem sabe é na Hufflepuff que você vai morar,
                       Onde seus moradores são justos e leais
                       Pacientes, sinceros, sem medo da dor;
                       Ou será a velha e sábia Ravenclaw,
                       A casa dos que têm a mente sempre alerta,
                       Onde os homens de grande espírito e saber
                       Sempre encontrarão companheiros seus iguais;
                       Ou quem sabe a Slytherin será a sua casa
                       E ali fará seus verdadeiros amigos,
                       Homens de astúcia que usam quaisquer meios
                       Para atingir os fins que antes colimaram.
                       Vamos, me experimentem! Não devem temer!
                       Nem se atrapalhar! Estarão em boas mãos!
                      (Mesmo que os chapéus não tenham pés nem mãos)
                      Porque sou único, sou um Chapéu Pensador!


                      Assim que o chapéu terminou de cantar, o Prof. Flitwick começou a chamar os alunos, e a cada aluno que era chamado, mais nervoso eu ficava. Apesar de meus pais não falarem, eu sei que eles realmente querem que eu mantenha a tradição e vá para Slytherin... Por outro lado, eu não consigo deixar de admirar Ravenclaw e sua inteligência... Mas eu não quero mesmo desapontá-los, então estou com muito medo de o chapéu não me colocar em Slytherin. O Potter comentou que se você pedir, o chapéu atende, tomará...


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                        Estou me esforçando ao máximo para tentar relaxar um pouco e prestar atenção à seleção, mas estou com muito medo! E se eu não for para Gryffindor? Será que meu pai irá realmente me deserdar?


                        - BADDOCK, ROBERT!


                        - SLYTHERIN!


                        - BONES, CAMILLE! – Chamou o Prof. Flitwick, e a garota que veio comigo, Al, e o Malfoy no barco, se adiantou e, tremendo um pouco, sentou-se no banquinho e então o Chapéu Seletor foi colocado em sua cabeça.


                        - HUFFLEPUFF! – O chapéu gritou.


                        - CABOT, NICHOLAS!


                        - RAVENCLAW!


                        A seleção foi transcorrendo normalmente, até que um nome me chamou a atenção, não só a minha como a do Al e de todo o salão também, que se aquietou instantaneamente.


                        - MALFOY, SCORPIUS!


                        O pequeno Malfoy pareceu ficar ainda mais pálido, e fechou rapidamente os olhos como se tentasse manter a calma, antes de seguir para o banquinho. Já com o Chapéu Seletor na cabeça, ele parecia estar travando uma batalha interna, mas parecia estar perdendo, pois a cada segundo que passava, ele ficava mais e mais nervoso e apertava cada vez mais forte a lateral do banco, até que, finalmente, alguns minutos depois o Chapéu deu seu veredito.


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                        - MALFOY, SCORPIUS!


                        Senti meu sangue fugir de meu corpo. Finalmente chegou a minha vez e eu estou com ainda mais medo do que antes... Segui lentamente até o banquinho, tentando não demonstrar meu nervosismo a todos, pois papai sempre disse para andar sempre com a cabeça erguida, não importando a situação. Mas não tenho muita certeza se consegui, acho que não. Sentei, o Prof. Flitwick colocou o velho chapéu em minha cabeça e eu logo comecei a ouvir sua voz.


                        - Ah! Um Malfoy! Sabe garoto, eu selecionei quase toda a sua família e nunca hesitei em colocar algum deles em Slytherin.


                        - Por favor, me mande para lá também, não quero decepcioná-los!


                        - Hum, você tem certeza disso garoto? Você é sangue-puro e tem uma enorme necessidade de se provar, sim, mas também admira a inteligência de Ravenclaw, não é mesmo?


                        - Si-sim, mas eu quero ir para Slytherin, como meus pais e avós!


                        - Ah, mas você não é igual aos seus pais e avós, certo garoto? Um pouco da arrogância e da vontade de vencer, sim, mas também é muito corajoso, característica que nenhum deles tinha, e Gryffindor sempre admirou...


                        - NÃO! GRYFFINDOR NÃO! TUDO MENOS GRYFFINDOR!


                        - Mas menino, onde eu poderia te colocar além de lá? Hufflepuff nem pensar, Ravenclaw? Sim, você é inteligente, mas não é sua maior característica, Slytherin, como sua família? Não acredito que você faria qualquer coisa para alcançar seus objetivos como eles... Ahh, mas você apresenta grande coragem, sim, e um coração indomável, ousado e nobre... Se não fosse sua linhagem eu teria te mandado para lá imediatamente.


                        - POR FAVOR, NÃO! ME COLOQUE EM SLYTHERIN, EU QUERO SLYTHERIN, POR FAVOR! ME FALARAM QUE VOCÊ ESCUTA NOSSOS PEDIDOS, ENTÃO, EU QUERO SLYTHERIN, POR FAVOR, SE NÃO MEUS PAIS VÃO ME MATAR!


                        - Sim, às vezes eu atendo pedidos, mas só quando eu acho que devo... Sendo assim, eu não tenho outra escolha se não lhe mandar para...


                        - GRYFFINDOR!


                        Não acreditava naquilo, não era possível, como isso pode acontecer comigo?! Eu SOU um Malfoy! Não podia estar em Gryffindor! Minha família iria me deserdar imediatamente quando soubesse! Eu serei expulso de casa! Meu pai vai me matar!


                        Eu estava tão atordoado que nem vi como cheguei até a minha mesa e sentei lá, só sei que ninguém falou comigo e também não quero falar com ninguém. Fiquei pensando em como contaria aos meus pais e o que eles fariam comigo quando outro nome fez o barulho de vozes, que havia ficado mais alto desde a minha seleção, cessar novamente.


                        - POTTER, ALBUS!


                        Nesse momento fiquei divido, por um lado, queria que ele viesse para cá também, principalmente a Weasley, pois pelo menos já havíamos conversado no trem, por outro, tenho certeza que mesmo que meu pai eventualmente me perdoe por ter caído em Gryffindor, nunca me perdoará de fazer amizade com eles... De qualquer modo, não tive muito tempo para pensar, pois mal o Chapéu encostou-se à cabeça do Potter, ele gritou:


                        - GRYFFINDOR!


                        E então, com um sorriso radiante no rosto acompanhado de uma onda de aplausos vindo de quase todos do salão, ele correu para nossa mesa e se sentou ao lado de um garoto um pouco mais velho, sardento e com cabelos ruivos escuros, que só podia ser seu parente. Depois de falar animadamente com o irmão, como acabei descobrindo, ele se dirigiu a mim, com um sorriso amistoso.


                        - Hey, Malfoy, tudo bem?


Respondi que sim com a cabeça e ele percebeu que eu ainda não estava a fim de conversar então simplesmente continuou a assistir a seleção como as outras pessoas.


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                        Que o Albus iria facilmente para Gryffindor eu tinha certeza, apesar do medo que ele estava sentindo, mas o Malfoy ter ido parar lá também foi sem dúvida nenhuma uma grande surpresa para todos naquele salão. Quando o Chapéu o selecionou todos ficaram extremamente surpresos e demoraram um pouco para reagir, mas eu estava prestando atenção mesmo era na expressão do Malfoy. Ele estava devastado, surpreso e apavorado. Fiquei com pena dele... Sei que se eu for mandada para Slytherin vou querer morrer, então posso imaginar facilmente como ele está se sentindo agora... E ao ver aquela expressão ao encaminhar para a mesa eu tomei uma decisão que espero que o papai perdoe, mas eu não posso simplesmente trata-lo com hostilidade... Não depois daquela viagem no trem e principalmente, não depois disso... Afinal, ele foi para Gryffindor, não é? Não pode ser tão ruim... Não como ser como sua família...


                        Eu estava tão compenetrada em meus pensamentos que levei um susto quando o Prof. Flitwick chamou:


                        - WEASLEY, ROSE!


                        Pronto, senti todos os olhares em cima de mim, e o medo de cair em Slytherin voltou com tudo... Caminhei rapidamente para o banquinho, torcendo para as pessoas não perceberem que eu estava tremendo... Grande corajosa que eu sou... Logo depois o Chapéu Seletor foi colocado sobre a minha cabeça.


                        - Ah! Outra Weasley! Mas também possui uma inteligência excepcional, posso ver... Não nega que é filha de Hermione Granger, agora Weasley...


                        - Por favor, me coloque em Gryffindor! Eu quero ir para Gryffindor, não para Ravenclaw!


                        - Mas eu não errei com a sua mãe, e também não errarei com você.


                        - GRYFFINDOR!


                        Nesse momento o salão explodiu em palmas, assim como meu coração de alívio! Corri para minha mesa e me sentei ao lado do Malfoy e consequentemente, de frente para o Al.


                        - Rosie! Você conseguiu! Sabia que conseguiria! – Disse Victorie com um sorriso que deixava todos os garotos babando por ela, principalmente o Teddy!


                        - Weasley. – Dessa vez foi o Malfoy que me chamou, mas baixinho. – Parabéns.


                        - A você também Malfoy! E tenta relaxar um pouco, eu sei que seus pais vão te aceitar, mas qualquer coisa quero que saiba que tem pelo menos uma amiga para te apoiar. – Respondi só para ele ouvir.


                        Depois disso ele pareceu relaxar um pouco e acabou por entrar na conversa de meus primos, que meio hesitantes, acabaram por decidir trata-lo com cordialidade. Logo depois a seleção acabou e a Prof. McGonagall se levantou, fazendo que o salão entrasse em silêncio.


                        - Primeiramente gostaria de desejar boas vindas a todos os novos alunos e um bom retorno aos antigos! Tenho alguns recados para dar, mas vou deixa-los para depois do jantar, pois todos devem estar famintos! Que comece o banquete!  - Disse McGonagall.


                        E então, imediatamente, milhares de travessas, pratos e talheres surgiram à mesa! Era magnífico! Tinha tanta comida, cada uma com aparência ainda melhor que a outra... Logo comecei a me servir de asinhas de frango, costeletas de carneiro, pudim de arroz, ahhh, batatas assadas! Mamãe sempre disse que eu puxei o apetite do papai... Mas logo pude ver que não fui a única que me animei, pois todos estavam comendo entusiasmados, inclusive o Malfoy.


                        Logo em seguida diversos fantasmas entraram e começaram a voar pelas mesas e não tardou para Sir Nicholas, ou Nick-Quase-Sem-Cabeça, como meu pai chama, o fantasma de Gryffindor ir lá falar conosco.


                        - Olá todo mundo! Como foram as férias? As minhas não foram tão boas, pois vocês acretitam...


                        - Que recusaram o seu pedido para participar da Caça Sem Cabeça – Completou James. – É, nós sabemos Nick.


Continuamos conversando com ele por um tempo, até que ele se afastou. Depois que todos havíamos acabado de comer tudo que conseguimos e de beber nosso suco de abóbora, os pratos e travessas desapareceram e logo surgiram novos, só que dessa vez com os mais variados tipos de doces! Imediatamente avançamos novamente! Dessa vez me servi de um pouco de pudim caramelado, tortinhas e biscoitos de abóbora e varinhas de pretzel! Novamente, quando todos acabamos de comer os doces, e ninguém mais aguentava mais nada, a mesa foi limpa e a Prof. McGonagall se levantou fazendo com que todos que ainda tinham forças para conversar, parassem.


                        - Bem, agora que todos comemos e estamos satisfeitos eu gostaria de dar alguns recados. Gostaria de avisar e relembrar a todos que a Floresta Proibida é terminantemente proibida a todos que não queiram morrer. Nosso zelador, Mr. Filch me pediu para lembrar a todos que é proibido fazer feitiços pelo corredor, assim como o uso de Bombas de Bosta e artigos do gênero. Isso é só e desejo a todos uma boa noite!


                        Logo depois disso os alunos e professores começaram a se retirar, mas eu não sabia onde ir, até ouvir minha prima gritar:


                        - ALUNOS DO PRIMEIRO ANO, ME SIGAM POR FAVOR! – E quando todos nós estávamos atrás dela e de outro rapaz, ela se apresentou ao restante dos alunos. – Eu sou a monitora-chefe de vocês e me chamo Victorie Weasley, me sigam, por favor, que eu irei lhe mostrar o caminho para a nossa sala comunal.


                        Seguimos por vários corredores que continham várias quadros que se mexiam e cochichavam até finalmente pararmos em frente ao de uma mulher muito gorda que se encontrava no sétimo andar.


                        - Senha, por favor? – Disse a mulher.


                        - Gente, essa é a entrada para a nossa sala comunal, é o quadro da Mulher Gorda e para vocês entrarem precisam lhe dar uma senha, de tempos em tempos elas mudam, então prestem atenção para estarem sempre atualizados, pois sem a senha correta vocês terão que ficar esperando alguém aparecer para poder abrir a entrada para vocês. Por enquanto a senha é Torta de Limão.


                        A sala comunal era toda decorada de vermelho e dourado transmitindo a sensação de conforto e aconchego, com várias poltronas e mesas espalhadas por ela.


                        - O dormitório das meninas é por aqui e o dos meninos por esse lado, seus pertences já estarão esperando por vocês nos seus quartos, boa-noite a todos e novamente, sejam bem vindos! – Completou Vick.


                        Como estava muito cansada me despedi dos meus primos e do Malfoy e logo subi para o meu quarto. Foi um dia e tanto e queria descansar bem para não ficar com sono no meu primeiro dia de aula!


 


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Aqui está o segundo cap! Espero que gostem e que façam comentários, mesmo que não sejam positivos, para seu saber a opinião de vocês, saber se continuo, se mudo alguma coisa ou não, enfim...


A canção do chapéu seletor eu tirei de Harry Potter e a Pedra Filosofal!


Também gostaria de agradecer a Alice Greene o apoio! Thanks! ^^

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Comentários (1)

  • Anne A.

    Oi!!! To passando rapidinho só pra avisar que vi seu comentario mas como confesso o sono bate a porta vou ser sucinta: o projeto seven books ainda ta de pé siimm!!! ;) na verdade tenho duas pessoas que já se candidataram e só não encontramos a ultima pessoa do quarteto porque buscavamos inicialmente um garoto e que soubesse escrever sobre quadribol, que confesso ser meu ponto fraco, coisa da qual já desistimos kkk ... :(   Se estiver realmente interessada pode deixar um novo coment na minha fic Apenas Amor que estou escrevendo atualmente e logo te passarei mais informações! Nossa escrevi um texto!!! Isso é porque eu ia ser sucinta! kkk Bjão!!!

    2011-12-30
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