Capítulo 17



 No capítulo Anterior…


 


    O rapaz estava com a cabeça baixa, parecia estar chorando. Lílian aproximou-se do garoto, mas quem perguntou foi Tiago:


    — O que aconteceu com a minha filha?!


 


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    Capítulo 17 


 


 


    O garoto Diggory se sobressaltou ao ouvir a repentina frase de Tiago Potter irromper pelo silêncio tortuoso que pairava sobre a enfermaria.


 


    Cedrico, sentindo seu estômago se revirar, levantou-se rapidamente e se adiantou até seus padrinhos com o rosto banhado em lágrimas que o rapaz tentava, mesmo que inutilmente, esconder.


 


    — Padrinho, madrinha… — começou o garoto. — Eu… Eu sinto tanto… É minha culpa… Eu deveria ter prestado mais atenção… Hailey entrou na frente de um dos ataques do dragão, e…


 


    — Shh. — Interrompeu Lílian ao ver que o afilhado, com olhos lacrimejantes, entrava em um estado de desespero pelo bem-estar de sua filha. — Não se martirize, querido, poderia acontecer com qualquer um. Hailey vai ficar bem, ela é forte… Não é mesmo, Tiago? — Lílian não obteve resposta alguma, e, ao se virar, viu seu marido encarando a cama onde a pequena garota se encontrava.


 


    Hailey não parecia ser tão forte como a mãe a descrevera estando ali, deitava na cama com uma grossa faixa de gazes ao redor dos cabelos muito ruivos.


 


    Tiago, paralisado, observava sua “garotinha” apreensivo, desejando estar no lugar da filha. Sem responder à esposa e ignorando o afilhado, seguiu pesadamente até a cama de Hailey e conjurou ali uma confortável poltrona de veludo preta, sentando-se ao lado da pequena ruiva e apertando sua mão.


 


    Lílian observou o homem se juntar à filha com um aperto no coração e viu o estudante se unir à cena ao segurar a outra mão da garota, cabisbaixo.


 


    Suspirando, a esbelta senhora Potter conjurou outra poltrona ao lado do marido e ainda em silêncio pôs sua mão em cima da de Tiago, beijando levemente a face do mesmo em uma tentativa de confortá-lo.


 


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    Harry e Hermione saíram lado a lado do modificado campo de quadribol, exaustos, sob a enorme ovação de todos os presentes.


 


    O Rabo Córneo, como os adolescentes já sabiam, era o mais feroz dos dragões selecionados, mas, como uma equipe, Harry e Hermione, ambos montado na vassoura Firebolt que o garoto ganhara do padrinho em seu décimo terceiro aniversário, distraíram o gigantesco dragão e, com louvor de causar inveja, apanharam facilmente o ovo dourado.


 


    Todas as atenções se concentraram neles, e os jurados — com a exceção de Olímpia Maxime e Igor Karkaroff, que descartaram a imparcialidade — distribuíram as mais altas notas obtidas na Primeira Tarefa.


 


    Alunos de todas as Casas e escolas, junto a professores e visitantes, sufocaram os dois Grifinórios com elogios. Após alguns minutos, Harry e a amiga conseguiram se desvencilhar das atenções e foram procurar pelos pais do garoto, mas apenas encontraram um Sirius e uma Marlene muito preocupados.


 


    — Padrinho! — chamou Harry. — Onde estão meus p…


 


    — Harry, Hermione, parabéns pelo show. — ela sorriu. — Mas não há tempo. Vamos até a Enfermaria. Parece que a Hailey se machucou. — explicou a mulher rapidamente.


 


    Harry arregalou os olhos e mirou sua madrinha, buscando algum vestígio de brincadeiras em seus olhos, mas apenas encontrando uma seriedade descomunal para ela. Com um suspiro pesado, o garoto se deu conta da presença da namorada, tomou a mão da mesma, e, juntos, os Black, os irmãos Potter, os Weasley, Remo, Hermione e Ninfadora Tonks seguiram a passos largos até a Ala Hospitalar.


 


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    — Será que ela vai ficar bem? – perguntou Gina olhando para a garota na cama à sua frente.


 


    — Claro que ela vai ficar. Ela é uma Potter! É forte o suficiente para superar isso! Afinal de contas, ela é minha filha! Não se esqueçam disso. — respondeu Tiago como se tentasse convencer a si mesmo enquanto observava sua filha adormecida em uma das camas da enfermaria. — Ela tem que ficar.


 


    Estavam todos na enfermaria de Hogwarts. A primeira fase do torneio terminara horas antes, e todos os participantes estavam muito bem — exceto a filha mais nova dos Potter.


 


    Era verdade que Hailey fora muito bem na tarefa do torneio, o que de certa forma orgulhou o pai, porém, em uma tentativa de defender Cedrico de um ataque do dragão ao qual enfrentavam, acabou sofrendo queimaduras graves na pele, mas tal fato passou despercebido pelos espectadores, que apenas ansiavam pelos próximos participantes. Com isso, Cedrico carregou uma desacordada Hailey até a enfermaria, onde a enfermeira, horrorizada com o estado da garota, prontificou-se a tratar da menina Potter.


 


    Harry e Hermione conseguiram a primeira colocação no Torneio com o esplêndido desempenho de ambos; Cedrico e Hailey conseguiram o segundo lugar sendo seguidos, respectivamente, por Fleur e Vítor com seus “ajudantes” selecionados.


 


    Lílian se encontrava abraçada ao marido, ambos observando sua “pequena menina” numa cama da enfermaria se recuperando de graves queimaduras a uma velocidade impressionante devido às poções de Madame Pomfrey, mas de acordo com a enfermeira, a esse ponto Hailey já deveria estar acordada. Como isso não ocorrera, todos se preocupavam com a possibilidade de maiores danos, com coma ou até mesmo a morte.


 


    Cedrico se culpava fervorosamente pelo estado da garota, e ainda segurava a mão da mesma. William e Harry observavam a reação do rapaz em silêncio, mas eram internamente gratos a ele por se preocupar com Hailey e por levá-la até a enfermaria.


 


   O clima era pesado e intenso, e todos rezavam a Merlin que tudo desse certo, temendo o desconhecido.


 


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    Três dias se passaram, e Hailey ainda não acordara. Os bruxos e bruxas convidados para assistirem ao torneio haviam deixado a escola na noite anterior.


 


    Pelos corredores da grande escola bruxa, podia-se ver o garoto lufano bastante preocupado. O rapaz não andava tão alegre como sempre fora, não ouvia mais com tanta atenção ao que os professores explicavam durante as aulas, e seus amigos se preocupavam bastante com tudo isso.


 


    Sabiam que o amigo estava triste e que a causa disso era Hailey Potter. A garota ainda estava na enfermaria, completamente inconsciente. Durante todos os seus tempos livres, Cedrico ia direto à Ala Hospitalar. Subitamente, sua maior preocupação se tornara a saúde da jovem Potter.


 


    Com um feriado se aproximando, os alunos estavam em expectativa para voltarem a suas casas, e os Potter aguardavam algum sinal de que Hailey estava melhorando para decidirem se ficariam ou não no Castelo, ou se convidariam seus amigos para desfrutarem a distância da escola na gigantesca mansão da família.


 


    Então, na hora do almoço, logo após Harry e seus amigos se sentarem e servirem seus pratos, William deixou seu olhar recair sobre a mesa da Lufa—Lufa, e avistou uma Madame Pomfrey um tanto agitada conversando com um Cedrico não-mais-deprimido.


 


    — Harry… — chamou William, e apontou para a velha senhora, que seguia caminho a passos largos até a mesa Grifinória, onde os Potter se encontravam.


 


    — Madame Pomfrey… — começou Harry quando a senhora se aproximou. — Aconteceu alguma coisa?


 


    — É sua irmã, senhor Potter. — a mulher tinha um brilho de felicidade nos olhos. — Ela está acordando.


 


    O grupo se entreolhou e, de um súbito, todos se levantaram, já acompanhando a enfermeira com uma animosidade que há muito não se via nos estudantes em questão.


 


    Em poucos minutos a enfermaria se encontrava cheia pessoas que se amontoavam ao redor do leito de Hailey, e esta, muito pálida, olhava para todos com sorrisos educados e agradecia as felicitações dos colegas de escola, mas procurava avidamente por seus amigos e por certo lufano de olhos acinzentados.


 


    — Lilly! — exclamaram Harry e William em uníssono ao passarem pelo amontoado de pessoas que ali se encontravam e logo foram expulsas por Madame Ponfrey, restando apenas os irmãos Potter no local.


 


    Ignorando a briga que ocorrera no passado, os três se abraçaram fervorosamente.


 


    — Estávamos tão preocupados! — disse Will depositando um beijo no topo dos cabelos ruivos, agora não mais cobertos pela faixa. Na realidade, as poções de Madame Pomfrey realizaram um excelente trabalho, e Hailey agora apenas estava muito branca, mas nada muito preocupante.


 


    — Sentimos muito — disse Harry cabisbaixo — Você deve ter liberdade para tomar suas próprias decisões e escolher com quem falar ou deixar de falar.


 


    — É. — concordou William com a mesa expressão do irmão — Mesmo que desaprovemos, não temos o direito de intervir em sua vida.


 


    Hailey olhou ternamente para os dois e deferiu um singelo beijo nas bochechas de cada irmão.


 


    — Estão desculpados. — a ruiva sorriu. — E me desculpem por ignorá-los depois da nossa… discussão.


 


    Os garotos sorriram e os três se abraçaram novamente.


 


    — Mas… quem ganhou a Tarefa? — perguntou a menina após um tempo.


 


    — Eu e Hermione ganhamos. — disse Harry. — Você e Cedrico ficaram em segundo, Fleur e outra garota ficaram em terceiro, e Krum e um amigo dele ficaram em último.


 


    — Fico feliz por você, irmão — Hailey disse. — Mas o que o Ced disse?


 


    — Ced? — William arqueou as sobrancelhas.


 


    — Cedrico. — ela esclareceu.


 


    — Bem, ele não disse nada sobre o Torneio. Desde que você se feriu, ele não tem falado com ninguém, e passa a maior parte do tempo aqui na enfermaria, esperando você acordar.


 


    — Ele fez mesmo isso? — os dois assentiram, e os olhos da garota brilharam, e ela olhou em volta. — Mas… cadê ele?


 


    — Eu acho que Madame Pomfrey o expulsou. — riu-se Harry, recebendo um olhar de reprovação da irmã.


 


    — Eu quero sair daqui. — a ruiva disse. — Vocês podem chamar a enfermeira?


 


     Os irmãos assentiram, e logo Harry retornou com Madame Pomfrey em seu encalço.


 


    — Eu quero sair daqui — disse Hailey rapidamente. — Já fiquei tempo demais nesta cama e perdi muito tempo das aulas. Estou melhor agora, eu quero voltar à rotina.


 


    A enfermeira a encarou por um longo tempo.


 


    — A senhorita pode ir amanhã pela manhã — decretou. — Mas hoje ficará aqui para que eu tenha certeza de que está bem.


 


    A ruiva bufou de desgosto e cruzou os braços, mas seu semblante era conformado.


 


    — Ok, que seja. Tudo o que eu quero é sair logo daqui… É tudo muito… Branco.


 


    A enfermeira sorriu e expulsou os dois garotos da Ala Hospitalar, deixando certo garoto Lufano entrar quietamente na mesma.


 


    — Hailey! — disse Cedrico aliviado, correndo para abraçar a amiga. — Lilly! Ainda bem que acordou. Eu estava tão preocupado. As coisas deixaram de ser as mesmas sem você! Oh, Lilly, minha Lilly! Eu sinto tanto! É tudo minha culpa, eu…


 


    — Shh! — silenciou-o a garota. — Não foi sua culpa coisa nenhuma! EU me joguei na frente do dragão, e…


 


    — Mas isso não teria acontecido se eu não a tivesse convidado para me auxiliar!


 


    — Pode até ter convidado — ela deu de ombros —, mas quem aceitou fui eu. Então eu também tenho minha grande parcela de culpa nisso tudo. E além do mais, olhe para mim. Estou bem, não est…


 


    Mas a frase dela foi interrompida quando seus lábios foram repentinamente tomados pelos dele em um beijo ardente e apaixonado.


 


    Os dois prolongaram tal contato até o ar lhes faltar e eles se separarem, ofegantes.


 


    — Sinto muito. — disse Cedrico entre arfadas. — Eu não devia, mas… Oras! A quem eu quero enganar? Eu realmente não me arrependo de ter feito isso, e eu realmente gostei. Muito.  Desculpe-me, Lilly, mas eu… Bem quando você estava aqui, eu descobri que minha vida não é nada sem você. Sem sua voz, seu olhar, até mesmo seu cheiro, que se perdeu rapidamente após sua chegada aqui. Eu… Eu te amo, Hailey Potter. — O garoto encarou os olhos da garota de forma penetrante e intensa ao final da frase.


 


    — Bem… — ela disse corada. — Eu também devo confessar que fiquei extremamente feliz pelo… beijo. Há muito me vi apaixonada por você, Cedrico, e esse sentimento apenas cresceu com o passar do tempo, após nos aproximarmos mais. E… Eu… — ela corou mais ainda, suas bochechas adquirindo a cor dos cabelos. — Eu te amo.


 


    Cedrico sorriu e beijou docemente os lábios de Hailey.


 


    — Bom… Eu já falei com seu pai, quando você estava… desacordada, e o pedi permissão para namorar você…


 


    — Você o quê? — exclamou a menina, arregalando os olhos.


 


    — É… Eu pedi… E daí? — ele sorriu. — Seus pais permitiram, e agora, Hailey Líllian Potter — Cedrico se ajoelhou em frente à cama, tirando uma pequena caixa preta de veludo de seu bolso e abrindo-a, revelando uma belíssima aliança de ouro com um diamante. —, você aceita ser minha namorada?


 

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