Malfoys Não Sentem Medo



PRÓLOGO:

Draco Malfoy aconchegou-se dentro de seu sobretudo preto, arrumando a gola confortavelmente. A chuva caía fina e parecia entrar dentro das suas roupas, gelando seus ossos, o tempo sempre fora assim na Alemanha.


            - Estou pronto pai. – um menino de cabelo loiro falou saindo da mansão direto para a limusine preta que esperava do lado de fora.


            Logo atrás dele vinha uma mulher morena de expressão forte estava elegantemente aprumada em um casaco de couro e calçava longas botas de cano.


            - Odeio carros. – ela disse displicentemente, já instalada no confortável banco da limusine. – Fazem a gente parecer... Trouxas nojentos.


            - Astoria! – Draco exclamou horrorizado, apontando logo em seguida para seu filho.


            - Por isso que eu digo! Scorpius devia saber o que essa gente, que vive infiltrada em nosso mundo, realmente é! – a mulher disse com convicção.


            Scorpius, ao ouvir seu nome, prestou toda a atenção no discurso da sua mãe.


            - Já conversamos sobre esse assunto! – Draco sibilou para sua mulher, encerrando a breve conversa. Depois, comunicou com o motorista o local de destino.


            A limusine ganhou velocidade à medida que avançava na longa pista da Mansão Malfoy, a saída da propriedade se aproximava rapidamente e, ao invés de reduzir, o motorista acelerou ainda mais.


            - Pai! – Scorpius disse aterrorizado. – Vamos BATER!


            Mas não, não iam. Onde antes estava uma parede sólida se via uma rua completamente diferente, a chuva cessara e o frio se amainava. Estavam em Londres, num bairro deserto.


            - IRADO! – o garoto disse movimentando os braços rapidamente. – Vamos fazer isso novamente?


            Draco apenas deu um meio sorriso e pediu para o motorista estacionar ali mesmo.


            Assim que saiu do carro, ele se deparou com um Ford Anglia azul-turquesa, Draco se viu voltando ao passado repentinamente, em uma época que ele nem lembrava existir, num longínquo 1992. Depois de um exame mais atento, percebeu um adesivo colado no vidro traseiro:


            “Weasley’s a bordo”.


            - É uma boa réplica. – Draco disse passando a mão pelo carro.


            - Traidores do próprio sangue! – Astoria(*) exclamou raivosa.


            - Não deixa de ser uma boa réplica! – seu marido repetiu contrariado. Parecia que a mulher não queria esquecer os tempos sombrios. – E é melhor você melhorar seu palavreado enquanto estivermos em King Cross, o ministério está doido para ter uma desculpa para me prender.


 


 


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            - Essa névoa é horrível! – Astoria disse abanando a mão em frente ao rosto. – Espero que ninguém... AI! Seu brutamonte! Olhe aonde coloca suas patas traseiras!


            - Quem diabos...? Ora, ora, se não é nosso querido Draco Malfoy! - Um rosnado digno de trasgo veio do homem enorme que pisara no pé da mulher. Ao se virar, a Senhora Malfoy viu Gregório Goyle com sua mulher e filho. O ex-companheiro de Draco na Sonserina estava gigante para cima e para os lados – Essa aqui é a minha mulher, Artie e esse é meu filho, Georgius.


            Georgius sorriu debilmente e acenou para Scorpius, que retribuiu de uma forma ligeiramente fria.


            - Goyle! – Draco exclamou assustado. – Essa é minha mulher, Astoria, ela é irmã da Dafne Greengrass (*), lembra dela? Estudou com a gente, também era da Sonserina. E esse é o meu garoto, Scorpius.


            Gregório deu um rápido aceno de cabeça ao ouvir o nome de Scorpius.


            - Precisamos ir Draco. – Astoria pediu, ela não gostava muito da presença de Goyle. – Se não chegaremos atrasados. Scorpius querido! Como se despede dos amigos?


            - Até mais. – o garoto disse tediosamente, se afastando com os pais.


            Após caminharem a esmo, Draco verificou que estavam defrontes ao último vagão do trem e arrumou as coisas de seu filho.


            Aos poucos, a visibilidade da plataforma foi melhorando e em um ponto perto dali, Draco reparou em Harry Potter e Rony Weasley. Os ex-colegas de Hogwarts olhavam para ele pela primeira vez depois de muito tempo. Draco acenou a cabeça formalmente e pensou que, se fosse há 25 anos atrás, já teria azarado o “Cicatriz” e o “Traidor do Próprio Sangue”, mas hoje não, nutria uma amargurada gratidão eterna por Harry Potter, o homem que havia salvado sua vida uma vez.


            - Draco. Está na hora. – sua mulher o chamou de volta a realidade. – Scorpius precisa ir.


            O velho Malfoy colocou suas mãos no ombro do filho, tentando passar segurança.


            - Estou com medo. – Scorpius confidenciou.


            O homem riu, seu filho se parecia muito com um tal de Draco Malfoy, que há muito tempo atrás também estava temeroso, e ao contar para o pai, (isso ele se lembrou com uma pontada de amargura) recebera um frio e cortante: “Malfoys não sentem medo.”


                        - Isso é normal. – respondeu por fim. Scorpius deu um sorriso imenso e partiu em direção ao expresso, que aos poucos se enchia de alunos.


 


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N/A: É, eu sei que ficou curto. São trechos de um prólogo de uma outra fic minha que não foi pra frente, foi bastante editado para corresponder à realidade pós-RM e para que mostrasse apenas os trechos com relação ao Draco. Começarei a escrever o primeiro capítulo inteiramente novo em breve. Comentem!


 


(*) O nome da mulher de Draco foi revelado pela própria J.K. Rowling numa das inúmeras entrevistas após o lançamento do sétimo livro.


 


(**) Dafne aparece no quinto livro, sendo chamada para prestar seus N.O.M logo após a Hermione. Mais tarde, Rowling confirmaria a ligação de Astoria com essa garota.


 

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