Capitulo Unico



Ela estava mais uma vez acordada, mais uma vez ela tinha passado a noite inteira acordada. Chorava como uma criança recém-nascida, já havia passado um mês desdo ocorrido e ela não se esquecia dos detalhes, os flashes passavam atrapalhando o real, o pensamento e seu raciocínio.


Fora há um mês, exatamente um mês Gina Weasley não comia, não parava de chorar.


Estava na primavera, à estação que mais gostava, a estação do amor; como poderia ser a estação do amor se ele estava morto? Ela se lembrava do sorriso dele, ela via aquele garoto entrando em sua casa, comendo na mesa.


E pela janela da sala ela olhava, apenas olhava e olhava.


- Gina já esta lá faz um mês Mione, exatamente um mês. Não é possível que não podemos fazer nada.


- Rony, vamos deixar ela sozinha, ela precisa.


Hermione e Rony subiram as escadas, A Toca estava nostálgica. Ninguém sorria ninguém aparecia. Nada estava sendo feito. Para os Weasleys aqueles dias pós-guerra foram os piores vividos. Tonks, Lupin, Fred, Dumbledore, Olho tonto, Harry Potter. Todos eles haviam perecido no fim da Guerra. E isso não era justo.


“[...]


- Não toque nela!


- Mas veja só quem voltou do mundo dos mortos, ou será que alguém me traiu no ultimo instante?


Naquele hora seu olhar recaiu sobre os Malfoy, mas pouco importava para Voldemort, muitos haviam morrido, e agora ele estava frente a frente com o menino-que-sobreviveu. Olhando ao redor ele viu o quanto Hogwarts estava em ruínas, sangue pelas paredes, pessoas ainda duelavam.


- Veja o que fez Potter! Olhe ao seu redor, tudo isso foi por sua culpa, somente sua. Se você não tivesse sobrevivido, ninguém mais teria que perecer. Isso é culpa sua.


- Mentira! Mentira! Seu covarde!


Harry ficou abismado, não podia ser! Ela tinha que ter ficado na sala precisa. Não podia estar ali.


PAFT!


Gina estava desmaiada próxima às ampulhetas que contavam os pontos das casas.


- NÃO! Não ouse tocar nela ou eu juro, eu juro que...


- Não jure o que não pode cumprir Potter! Ambos sabemos que sou imortal!


Harry Gargalhou como nunca em sua vida era uma risada sem alegria, era uma risada sem sentida, na verdade nem parecia com uma risada.


- Veja você mesmo Tom! “.


- NÃOOOO! Por favor, não o mate! De novo não.


Gina estava debruçada ao chão da sala, sozinha gritando para não matarem seu Harry, ele não era nada alem de um rapaz de olhos verdes pra ela; e ela sabia que estava mentindo, ele era e sempre foi a sua vida.


Rony desceu a escada correndo, fazendo o ribombar conhecido por momentos mais alegres, mas estancou onde estava vendo a sua irmã, como se estivesse sendo atacada, ou torturada ou apenas como se fosse uma criança que perdeu seu melhor brinquedo, debruçada no chão por entre todas as coisas que aquela casa continha. Olhou novamente para o relógio da família que agora continham o nome de Mione e de Harry, e ao olhar de novo percebeu, só de Mione estava lá, nada de Fred, nem Harry.


- Porr faaavor nãooo.


 Aquela garota debulhava-se em lagrimas, ela arranhava o carpete, quebrando suas unhas, seus dedos já sangravam e ela não parava, por que quando mais se lembrava, mais doía.


“ – Não. Não pode ser onde arranjou essas coisas Potter? Eu ordeno que me responda!


- Tom Riddle! Você não ordena nada! Primeiramente, você não é mais imortal. Não passa de um ser fraco. E esta mais vulnerável do que pensa.


- Potter, Potter, precisa aprender a jogar. Esqueceu que Nagini ainda esta viva.


- Ela não esta!


Respondeu um garoto de rosto arredondado, Neville Longbotton atirou aos pés de Voldemort a cabeça da cobra.


- Nãoooo! Como ousa seu insolente!


- Esta luta é comigo VOLDEMORT! Sectusempra!


Voldemort apenas se desviou. E como se estivesse preparado para aquele momento, ergueu sua varinha.


- Potter, veremos quem sairá vencedor daquela profecia, mas eu quero que todos vejam, prometa-me, dê a sua palavra que ninguém atacara meus comensais, que lhe prometo que ninguém atacara seus amigos.


Harry pensou, ate por tempo demais, todos o olhavam esperando uma resposta, achando que era uma armadilha de Voldemort.


- Potter, não há truques, só eu e você! Só quero que nos apreciem, ou é isso, ou todos morrem.


Harry hesitou, mas não tinha como proteger a todos, e com um simples gesto, como uma armadilha do destino aceitou.


- Prometo.


Acatando assim a própria morte sem saber.


- Faremos ficar mais emocionante. Belatrix Venha aqui!


- O que quer com ela aqui Voldemort? Isso é apenas entre mim e você!


Belatrix veio capengando como se fosse à coisa mais maravilhosa do mundo quando Voldemort falava.


- Calma Potter, vamos deixar essa luta mais, hmm, interessante, olhe a sua direita Potter!


Prevendo o que viria a seguir, estava ela lá, acordada, alias petrificada, assim como Belatrix; observando de camarote a luta.


- Potter, elas morreriam por nós, será que você morreria por ela? Crucio!”.


Mione agarrou Gina, e tentava segurar sua cabeça, ela se recontorcia cada dia mais forte, essas lembranças não estava ajudando em nada, por que Gina gostava de lembrar. Por quê?


- De novo não! Sussurrava Gina.


- Calma. Se acalme Gina, já passou.


- Hermione, vamos leva lá ao St. Mungus, ela esta sangrando.


 


Rony observava sua irmã mais nova deitada, estava sedada novamente, a única diferente é que dessa vez foram sua calças que ficaram manchadas de sangue. Ela já tinha sido internada por rasgar seus lábios, cortar seus pulsos e braços. Isso em apenas um mês, como seria o restante de sua vida? Rony não parava de se perguntar, se preciso largaria o próprio futuro para cuidar dela. Sentou no sofá ao lado e adormeceu rapidamente.


Gina apesar de sedada continuava sonhando, ou lembrando, ela não sabia mais a diferença de nada, apenas se sentia perdida, via vultos lhe segurando, falando que já havia passado, mas como? Como havia de ter passado se ela estava vendo, constantemente a morte de seu amor?


“E perdurou por horas e mais horas, foi um duelo fascinante, entraria com certeza para a história, e seria um marco senão houvesse a maldita de Belatrix por perto.


Voldemort puxou de relance uma pedra pra ser um escudo e no momento seguinte a poeira o cegou e naquele instante todos souberam seria o fim do Lorde das Trevas.


- Morra Voldemort, SECTUSEMPRA!


E como um boneco, Voldemort foi caindo, estatelou-se contra um viga que ainda estava de pé, e ali sangrou, sangrou ate a morte. Contorcendo-se de dor, gritando a plenos pulmões.


E então ele me olhou, naquele instante Harry me olhou largou  a varinha e se aproximou de mim, enquanto os comensais fugiam, somente eu e Belatrix não nos mexíamos, Voldemort não estava morto, portanto seu feitiço perdurava.


- Gina.


Harry respira fundo e rápido. Estava cansado.


 – Minha Gina. Só saiba que eu te amo. Desculpe por isso. Vai passar, vamos superar juntos.


Aqueles olhos verdes, aquele cabelo balançando com o vento, ate o sangue estava combinando com ele. Só que eu não conseguia falar, nem piscar, e então lagrimas brotaram dos meus olhos, o terror rondava, a morte ainda estava próxima, tão próxima quanto o fim daquela guerra.


- VOLDEMORT MORREU!- Pessoas atiravam feitiços para cima, comemorando,se abraçando, esquecendo-se do mundo, gritando a morte do mais temido bruxo das trevas, mas por que tinham que se esquecer dela, justamente de Belatrix Lestrange. Abracei Harry como se nunca tivesse feito isso em vida, e então eu vi, aqueles olhos malditos, aqueles cabelos cacheados contra o vento, e num instante de loucura, ela empunhou a varinha:


- AVADA KEDAVRA!


Eu juro eu tentei nos proteger, quando me joguei ao chão ele me segurou e então eu o virei, tomaria o feitiço no lugar dele, vi os olhos de medo dele quando viu aquele feitiço vindo em nossa direção, tudo parou.


As pessoas viraram o rosto com o grito histérico daquela mulher, e logo após ela tombou morta, mas o feitiço continuava vindo, sem hesitar, sem parar, olhei para Harry, não conseguiríamos aparatar, estávamos sem varinha, não havia tempo de fazer nada. Ele me olhou nos olhos e então eu vi que realmente ele me amava, mais do que sua própria vida, e no instante que o feitiço ia nos atingir ele virou.


O feitiço o atingiu, ele morreu em meus braços, me olhando nos olhos e antes de tombar morto em meus braços, mandou uma lembrança para mim por legilimência, não sei como conseguiu fazer aquilo, assim como não sei quanto tempo demorou, para aquele feitiço atingi-lo, mas a ultima lagrima escorreu de seus olhos e ele olhava pra mim, e mais uma vez ele tinha salvado a minha vida, e eu nunca pude retribuir o feito.”


Eu estava sentada na cama, contava tudo para minha cunhada Hermione Granger. E uma ultima lagrima escorreu de minha face, e Hermione me perguntou, algo que nem eu sabia que tinha a resposta.


- Por que você conta como se fosse outra pessoa? Como se você não fosse a Gina? Você se lembra de tudo ate do que eu e Rony falávamos, por quê?


- Por que, Mione, naquele dia, nos braços daquele menino de olhos verdes e cicatriz de raio na testa, ela morreu junto. Foi-se a alma, o coração e o sentido da vida.


Mione chorava, tremia eu não pude consola-la, eu também tinha meus demônios e cada qual deve enfrentar o seu. Rony tinha um olhar perdido. Naquele instante, a lembrança que Harry me passou na sua morte, perpassou minha mente. A nossa primeira e única vez. E eu implorei.


- Por quê? Porque você se foi? Eu não sou nada sem você, eu não existo sem você, não tenho motivos para viver.


E então chorei, chorei o resto que sobrava de mim, de minha angustia, de minha alma, do meu ser.


Passou-se mais um dia, e depois outro e mais outro. E eu continuava escrevendo neste diário, foi naquela semana, quando sai de St. Mungus que tudo mudou.


Hermione seguiu sua vida, Rony também. Apesar de tentarem nada eram sem o Harry, assim como eu, ainda se viam, mas nada era como antes. Ate saberem, ate todos saberem e ai tudo criou sentido ate para mim.


Lembro-me de Harry, quando veio aqui à primeira vez, quando andava por Hogwarts como se ainda não acreditasse de suas lutas. Lembro-me de seu sorriso, de seus olhos, do seu cabelo arrepiado.


“ – Gina, o que você faria se eu morresse?


Aquilo me pegou desprevenida. Como poderia imaginar aquilo, fazia seis anos que ele enfrentava tudo e continuava vivo, como poderia morrer? Na manhã seguinte iríamos para a batalha em Hogwarts. Alguém havia contado o plano de Voldemort de dominar a escola.


- Não diga uma coisa dessas! Você é ou não é o menino-que-sobreviveu?


Rimos como nunca, na sala de estar, Mione tentava ganhar de Rony no xadrez, mas naquilo nem Mione era párea a ele.


- Gina, você pode vir aqui comigo?


Olhei estranho para ele, estava com um semblante carregado, triste, pesaroso.


- Diga Harry? O que há de tão importante que nem seus amigos podem ouvir?


- Gina, não brinque, por favor.


Realmente naquele momento eu me assustei, mais do que quando soube que eu abria a camara secreta. Aquilo não seria bom.


- Gina, eu te amo muito, não queria partir, mas não tenho outra escolha. Encontre-me aqui às duas da manhã, pode ser?


- Claro.


Respondi sem pensar, sem pestanejar, sem sequer imaginar o que poderia me acontecer.


Às duas horas eu estava lá ele estava chorando, como se o mundo tivesse acabado.


- O que houve?


- Gina, eu vou morrer! Eu sinto isso, eu sonho com isso. Foi premeditado assim, não sei por que ainda luto.


- Não diga isso! Jamais, esta me ouvindo? Você não vai morrer, e você não tem nada de importante para lutar? Para voltar? Estaremos lutando. Juntos.


- A única coisa que tenho Gina, são vocês. Os Weasley, a Mione. Você. E principalmente Você. Não vá, por favor?


Aquilo me deixou sem fôlego, e foi naquela noite que eu me entreguei a Harry Potter.”


 


- Eu chorei no seu tutmulo Harry, e agora prometo, mesmo depois dessa Guerra mesmo depois de te perder, eu jurei te amar pra sempre e assim será.


 


- Mãe de novo falando com o retrato do Papai? Vamo estamos atrasados.


 


 


Já faz 11 anos, e hoje é o dia em que James vai para Hogwarts, o filho de Harry Potter.


 



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