Difícil.
Capítulo 16 - Difícil.
- Crianças, as malas já estão arrumadas? – Senhora Weasley perguntou dócil em meio à correria em que se encontrava a Toca, como se realmente fossemos crianças.
- Não somos crianças, mãe. – Gina disse enquanto trazia o resto de suas coisas calmamente para a sala.
- Para mim sempre serão crianças! – A senhora ruiva retrucou a filha.
Era estranho, mas em mim um sentimento incomodava. Voltar a Hogwarts foi uma decisão bem difícil, havíamos deixado a escola por um ano e retornar traria muita coisa à tona. Traria saudades daqueles que já não estavam lá. Em meio aos meus pensamentos fiquei ali, sentado no sofá da sala enquanto o resto das pessoas se movimentava o suficiente para esquecer a minha presença. Eu sinceramente fiquei feliz por isso.
- No que está pensando? – Hermione perguntou me fazendo tomar um belo susto. Apesar de sempre agradável, eu não esperava sua presença ali. Estava entretido o suficiente para deixar passar.
- Nas coisas que passaram. – Confessei abaixando a cabeça.
- Você e sua mania de se prender ao passado. Já passamos uns meses em Hogwarts esse ano, por que voltar seria tão difícil? – Ela me entendia mesmo. Como podia saber que era sobre isso que eu pensava sem tanta sintonia?
- Talvez eu apenas tenha lembrado... – Comecei, mas ela de forma doce me interrompeu.
- Para de achar que a culpa é sua. – Era isso mesmo que eu sentia.
- Mas de certa forma é. – Realmente é.
- Não, não é! – Ela me repreendeu no jeito Hermione de sempre. – Entramos numa guerra com você, mas não exclusivamente por você, Harry. Nós assim como você queríamos por um fim no terror que nos rondava. – Concluiu simples e eu pude notar que as lembranças também a machucavam, Hermione tivera que apagar a memória dos pais.
- Eles se orgulhariam de você. – Falei olhando-a e acariciando sua face gentilmente, me esquecendo de que estávamos rodeados por pessoas, que ainda assim estavam apressadas demais para perceber meu gesto.
- Obrigada. – Ela disse com os olhos brilhando por lágrimas que insistia em conter de forma discreta. Algo em meu peito me apunhalava. Só eu sei o quanto doía vê-la daquele jeito e por mais que todos me dissessem não, eu sabia que aquela guerra era mais minha culpa. Fitei meu redor, vi que todos se movimentavam deixando a sala vazia, me aproximei dela e num sussurro instintivo lhe disse um “Eu te amo”. – É, eu também... – Foi tudo que ela conseguiu me dizer, mas ainda assim eu não a culpava.
- Acho melhor pegarmos nossas malas... – Comentei em meio ao total embaraço da situação anterior.
- É, vamos... – Ela disse se apressando e saindo na minha frente.
Definitivamente, estar com ela, saber que ela também me ama e não poder fazer nada estava ficando cada vez mais difícil.
N/a: Capítulo pequenininho só para não deixar a inspiração morrer. Estou agredecida por aqueles que acompanham a fic e deixam recados, muito obrigada. Beijos, até a próxima.
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