Perdão.




                                                   Capítulo 8 - Perdão.


Aquela havia sido uma das minhas piores discussões com Hermione, é claro que eu já havia dito coisas bem piores a ela, mas nunca doeu tanto. Eu passei todo o meu dia a procurando e não havia rastro, como se simplesmente não existisse. Notei a figura de Brandon entre a multidão de alunos no pátio. Ela devia estar com ele, eles iriam passar a tarde juntos. Aproximei-me, ainda de contragosto, dele que me fitava com uma raiva que eu desconhecia o motivo. Decidi perguntar a ele, ainda que ela não quisesse me ver.


- Brandon... Você viu a Hermione? – Perguntei sério a ele que me olhou de soslaio.


- O que você fez a ela Potter?! – Ele disse me segurando pela gola da camisa e eu ao notar o empurrei pra longe.


- Você está maluco?! Eu não fiz nada. – De certa forma eu havia feito. Ele veio para cima de mim novamente e eu retribui empurrando-o, quando quase todos os alunos se aproximavam almejando ver uma boa briga.


- Ela chegou chorando, não quis ir a lugar nenhum e nem ao menos quis que eu lhe fizesse companhia. Se você tiver feito algo eu mato você! – Ele grunhiu a mim.


- Eu só quero saber onde ela está! – Eu gritei de volta o empurrando de vez e continuando minha busca pelo castelo, deixando para trás um Brandon furioso.


 


Dentro de mim um desespero batia, em minha mente se passavam diversas coisas, até o absurdo de Hermione ter ido embora. De repente, tive a idéia de procurá-la no dormitório, mas eu não podia entrar lá. Todavia, como um trevo de quatro folhas avistei Gina Weasley vindo na minha direção. Ela fingiu não me ver e seguiu em frente como se não houvesse ninguém.


- Gina. – A chamei pela primeira vez e ela não atendeu. Ao vê-la quase virando o corredor junto com minha esperança desta vez gritei: - GINA! – E ela se virou espantada.


- O que você quer, Harry? – Ela perguntou sem paciência quando me aproximei.


- Quero saber da Hermione – Ela abriu a boca como se fosse dar alguma desculpa, provavelmente orientada por Hermione, mas fui mais rápido. – Não adianta dizer que não sabe, porque sabe sim.


- Ela está mal, Harry. – Ela disse com certo rancor. – Eu não sei o que você disse a ela, mas a magoou. – Meu coração era apunhalado a cada notícia que eu recebia e em mim um sentimento de culpa estava corroendo.


- Eu sei, Gina. – Confessei em desespero a ela que se assustou. – Eu preciso vê-la, pedir desculpas... Eu não sei!


- Você sabe que não pode entrar no dormitório feminino... – Ela começou sem esperanças.


- Então avise que estou lá embaixo esperando.


- Ela não vai querer falar com você. – Disse com pessimismo.


- Diga que eu não sairei dali. Uma hora ela terá que descer. – Ela me olhou incrédula. – Eu falo sério, não sairei de lá até ela falar comigo.


- Ok. Vou tentar fazer o possível. – E se retirou indo falar com Hermione.


Duas horas. Era o tempo que eu estava parado ali, esperando-a e nem sinal dela. Vi algumas meninas do 1º ano passar e as chamei na certeza que pelo menos elas não me odiavam.


- Escute, diga a Hermione que estou aqui ainda e que não vou sair. – Eu disse a uma delas, que me olhou assustada, mas assentiu com a cabeça. Depois de eternos 15 minutos, pude avistá-la descendo as escadas do dormitório vagarosamente. Seus olhos possuíam olheiras e pelo cabelo molhado pude notar que acabara de sair do banho.


- Diga. – Ela disse ao se aproximar de mim e sentar-se numa poltrona do Salão Comunal.


- Me perdoa. – Eu sussurrei simplesmente a ela que me olhava de maneira imprescindível.


- Tá. Só isso? – Questionou ao levantar-se.


- Eu falo sério, Hermione. – Grunhi a ela, mas me arrependi.


- Você acha que é simples, não é? – Eu não estava entendendo.


- O que? – Perguntei inocente.


- Dizer coisas, depois pedir perdão. – Completou sentando-se novamente.


- Hermione... Eu me preocupo com você. Eu amo você. – Pronto, eu tinha dito e dentro de mim tudo se revirava.


- Eu também te amo, Harry. Você é meu melhor amigo – Ela não tinha entendido e isso soou como um alívio. - mas as coisas não podem ser assim. Eu sei bem o que faço.


- Eu prometo não me meter mais. – Eu prometeria tudo para ter ao menos sua amizade.


- Não é questão de se meter. – Ela respondeu se inclinando na poltrona para me olhar mais de perto, sem mal saber o quanto aquilo me fazia ficar nervoso.


- Eu sei, você tem razão. Eu prometo prestar atenção no que digo, só não posso deixar minha melhor amiga ficar com raiva de mim.


- Cumpra suas promessas, Potter. – Ela disse divertida anterior ao abraço firme que eu lhe dera e ela da mesma forma retribuiu, beijando meu rosto logo após.


 

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