Na mesma moeda



Então era assim... era aquela a sensação de “pagar na mesma moeda”? Se fosse, definitivamente, ela não poderia dizer que aquilo não era extremamente “prazeroso”. Sabia que tinha atingido ele. Nunca vira Draco Malfoy sem palavras, não daquele jeito. Ele podia ser um mestre em disfarsar suas emoções mas naquele momento, em que ela acrescentara a possibilidade de não falar com ele, ele falhara.

Sorriu satisfeita. Apegando-se a essa momentânea “felicidade”ela adormeceu.

A noite não foi muito tranquila. O loiro volta e meia entrava em seus sonhos chamando seu nome, as vezes lamentando, as vezes gritando desesperado...uma única coisa que prevaleceu em todos os sonhos foi o terrível vermelho intenso do sangue, que ela não sabia se era dela ou dele.

E assim foi ao longo da semana. Durante o dia, Gina fazia questão de sempre estar perto de Harry nas trocas de uma aula para a outra. Sabia que Draco não ousaria tentar falar com ela na frente do moreno. Ao fim das aulas seguia direto para a torre da grifinória, contando com a total assistência de Dobby que se responsabilizou pela alimentação dela.

As disculpas para esse comportamento estavam se tornando cada vez mais absurdas e infundadas mas, mesmo assim ela conseguiu chagar ao fim de semana, o último daquele ano letivo.

__ É... amanhã é o dia.- comentou Rony num enorme bocejo.

__ Dá pra creditar? Sete anos aqui e amanhã estamos indo...- Hermione não conseguiu completar a frase, terminou-a com um soluço seco, que vosava impedir o choro sem muito sucesso.

__ Eu sei...- murmurou Harry. Sabia que aquele dia chegaria, o dia em que deixaria seu verdadeiro lar em busca de um outro, se é que poderia se dar ao luxo de Ter um lar... Com a guerra, era óbvio que ele voltaria para a rua dos alfeneiros ou para grimmauldplace. A toca com certeza ficaria fora de questão... não conseguiria ficar tão perto e ao mesmo tempo tão...

__ Tão longe...

__ O-o quê?- perguntou ele sendo bruscamente tirado de seus pensamentos por quem era dona deles.

__ Você? “tá com o pensamento tão longe”- repetiu ela sentando-se numa poltrona a frente dele. Ele não respondeu, apenas abaixou o olhar para logo em seguida desviá-los.- Na verdade você tem estado longe...

__ Ocupado- disse ele.

__ Longe– insistiu ela- principalmente de mim.

Harry fitou a ruiva que encarava os próprios pés. Sentiu-se mal pois era verdade o que ela dizia. Apesar de todas as tentaivas dela de se aproximar ele insitia em se afastar cada vez mais, sabia que não estava sendo um bom amigo.

__ Quer dar uma volta?- perguntou ele já de pé, em frente a ruiva que ainda encarava os próprios pés.- vamos, eu aproveito e me despeço de parte da escola...

Ela enfim o encarou. Observou cada detalhe do rosto dele, sério, um tanto preocupado...

__ Vamos então.- disse ela levantando-se.

Seguiram pelo já conhecido caminho em direção ao saguão de entrada. Ele observando cada parte do castelo, fazendo comentários banais de como o tempo continuava estranho, da neve que mesmo no verão insistia em cair...

Ela continuava apenas calada, observando-o. Não entendia o por quê dele estar agindo daquele jeito embora soubesse que definitivamente não tinha nada a ver com a partida.

__ Para de enrolar Harry- pediu ela parando abruptamente antes de descer o último lance de escadas.

__ Enrolar...?- estranhou ele.

__ Você tá estranho por algum motivo mas não quer me dizer é isso?- perguntuo ela fitando aqueles olhos intensamente verdes dele, agora um tanto escuros.

__ Não ...- desconversou ele num sorriso visivelmente forçado.

__ Fala- disse ela séria, as feições lembrando estranhamente o mesmas feições da professora MacGonagal antes de uma bronca.

__ Está tudo bem com você?- perguntou ele, subtamente tão sério quanto ela.

__ Está- respondeu ela, a voz traindo-a claramente.- Quero dizer, não... não me atrai muito a idéia de saber que ano que vem vocês não vão estar aqui.

__ E que ele está indo embora.- disse ele.

__ Não acredito... lá vem você com essa história- disse ela rolando os olhos impaciente.

__ E lá vai você fugir do assunto- retrucou ele irritado.

__ Não estou fugindo de nada- rosnou ela

__ Então porque você está praticamente rosnando pra mim?

__ Er... e-eu só...- gaguejou ela completamente desnorteada.

__ Viu!- disse ele com um ar cansado- esse tempo todo você esteve apenas fugindo dele.

__ Não...- retrucou ela vendo-o levantar uma sobrancelha- não fugindo, evitando.

__ Desde aquele dia vocês ainda não se falaram?- perguntou ele retomando a descida para o saguão de entrada.

__ Não- disse ela tentando parecer indiferente.

__ Por quê?- insistiu Harry.

__ Como você disse: “eu estava fugindo”- respondeu ela a contragosto, entredentes.

__ Então, acho que a sua fuga acabou.- disse ele parando no último degrau da escada.

__ O quê...?- ela começou mas nem precisou terminar para entander o que estava acontecendo. Bastou olhar para onde os olhar de Harry estava para encontrar a sua resposta. Lá estava ele, igualmente e visivelmente tão desconcertado quanto ela.

__ Malfoy!- chamou Harry sobressaltando-os. Alguns popucos trausentes pararam para observar a cena.

__ Harry!- censurou Gina seguindo o moreno que agora se dirigia a Malfoy.

__ Acho que...não, tenho certeza de que vocês precisam trocar algumas palavras- disse ele firmemente, ignorando o burburinho das pessoas ali perto- cuidado com o que você vai dizer e principalmente o que você vai fazer, e Gina, eu estarei te esperando na sala comunal.

Dizendo isso ele deu as costas ao casal e seguiu a passos duros para um corredor que, Gina sabia, o levaria a um atalho para o sétimo andar.

__ Harry...- chamou ela fazendo menção em seguí-lo. Draco segurou em sua mão.

__ Por favor- pediu ele puxando-a gentilmente. Ela rapidamente desvencilhou sua mão da dele porém não se afastou.

__ Peço que seja breve- pediu ela desviando o olhar. Não queria admitir que estava completamente atordoada com aquele olhar insistente e muito menos deixaria ele perceber isso.

Seguiu diretamente para as portas de carvalho evitando olhar para as pessoas que ainda os observavam.

__ Você não vem?- perguntou ela atrevendo-se a olhar para trás para ver se ela a seguia.

__ Estou aqui- respondeu ele pouco atrás dela.

A respodta dele fez com que um estranho arrepio serpenteasse suas costas.

Gina respirou fundo e logo em seguida viu-se sendo levada para a mesmíssima árvore em que há algum tempo eles havia se sentado, encharcados e gelados devido a água do lago. A lembrança não conseguiu afastar um sorriso triste que se formou sem eu lábios.

Preferiu ir para a margem do lago onde agaixou-se para “brincar”com a água, apenas um pretexto para não encará-lo.

__ Sabe? Não sei quanto a você mas eu não estou muito disposto a nadar hoje...- começou ele num tom mais relaxado.

__ Que pena... vou Ter que te jogar no lago um outro dia.- retrucou ela pretendendo ser mal educada mas apenas conseguindo fazer com que ele desse uma risada nasal.

__ Isso quer dizer que vai Ter um outro dia?- perguntou ele, a repentina sensação de insegurança assaltando-lhe.

Gina parou por uns instantes, pronta para dizer um simples não mas não foi bem essa palavra que pulou de sua boca no momento em que a abriu para falar.

__ Você me diz...- disse ela não conseguindo deixar de virar para olhá-lo.

Foi a vez das palavras pularem da boca dele:

__ Eu senti a tua falta...

“Droga! O que você está fazendo mané?!- repreendeu-se ele mentalmente. Havia se preparado para simplesmente esclarecer as coisas e dizer adeus, não era hora para declarac’~oes ou coisas do gênero...”

__ Então por que tudo aquilo?

__ Gina você...

__ Eu tentei te explicarm você sequer quis me ouvir!- cortou ela- e o pior é que eu de fato não fiz nada de errado, nada que merecesse aquilo em troca!

__ Eu sei...- disse ele como que derrotado- eu custei a perceber isso...acho que no fundo eu até já sabia que você...

__ E ainda assim você me ignorou- cortou ela novamente.

__ Você não...

__ E depois me estuporou!- continuou ela sentindo que se não colocasse tudo pra fora enquanto ainda tinha controle sobre seu tom de voz, que agora estava entrê a ironia e a raiva, ela acabaria explodindo- E depois você volta daquele jeito!

__ Você pode me ouvir por favor!- pediu ele exaltando-se, alteando a voz.

__ POR QUÊ?!- vociferou ela assustando-se consigo mesma. Respirou fundo e continuou num tom muito mais frio e perigoso- Por quê eu deveria te ouvir quando uma vez que eu pedi para que você me ouvisse você não o fez?

__ Por diferente de mim, você é uma pessoa...

__ Pelo amor de Deus! Não me venha com palavras bonitas agora Malfoy!- disse ela impaciente dando as costas a ele.

__ Acredite-me, o que tenho a dizer essa noite não é nada bonito.- disse ele num tom de voz que até então ela nunca ouvira vinda dele.

__ Bom... por que tudo o que eu quero ouvir é o que diabos está acontecendo aqui.- disse ela cruzando os braços, encarando-o com uma espressão severa e inquisitora.



Houve um longo silêncio entre os dois no qual ambos se fitaram. O coração insistindo em bater descompassadamente junto com a respiração falha.

Nos olhos edla, juntamente com a melancolia e atristeza, Draco podia ver um grande conflito entre o ódio e o...

__ Amor...- murmurou ele.

__ O quê?- estranhou ela.

__ É isso- disse ele baixando o olhar para observar a superfície do lago, suas águas que, ao contrário deles, estavam tranquilas.- Talvez essa seja a última vez em que eu vá poder lhe dizer com todas as letrasm olhando em teus olhos, que eu te amo.

__ Então por que não diz?- perguntou ela insegura, aturdida e intrigada com tal “revelação” e o tom impregado nela, afinal, Draco dissera tudo aquilo mais pra si mesmo que para ela.

__ Porque eu não sou digno.- respondeu ele mexendo-se descofortavelmente- porque eu levei tempo demais tentando ser o que eu não era, seguindo ideais que não eram os meus. Quando vi as dimensões do que eu estava envolvido eu vi que não tinha mais jeito, eu precisava dar um fim naquilo tudo...!

__ Do quê você ‘tá falan...

__ ... E então veio você! De novo... E pra dificultar as coisas aconteceu aquilo, aqui nesse lago- emendou ele numa risada triste- e eu não pude mais negar que o que eu sentia por você era real.

__ Se era tão real por que você...?- começou ela no exato momento em que Draco virava-se para encará-la.

__ Por que eu fiquei louco! Você sumiu e quando eu te encontro você estaá lá, nos braços do cicatriz!

__ Draco, não mente pra mim...- pediu ela séria. Gina podia sentir que havia algo muito mais sério que uma simples “crise de ciumes”.

__ Eu estava confuso, tinha que tomar uma decisão que... mudaria tudo.Eu contava com o seu apoio, eu precisava saber que você você ia me entender e que estaria ao meu lado mas...- ele, ao ver o olhar insistente e marejado dela não suportou mais fitá-la. Sabia que aquele olhar não era nada além do que ele podia esperar e muito menos que ele merecia.- eu decidi seguir adiante sem você.

__ Importa-se seu eu perguntar o por quê- perguntou ela um tanto irônica, a raiva definitivamente tomando conta de si.

__ por que eu não podia te levar pro meio de toda essa sujeira, de toda essa imundisse que eu me tornei para tentar concertar erros que nem são meus.- disse ele, segurando instintivamente o braço esquerdo, lágrimas teimando em escorrer por sua rosto cansado.

__ Você...- Gina começou mas as palavras sumiram de sua boca com a mesma rapidez que a compreensão daquele gesto chegava a sua mente. Não podia ser... ela tinha que ver aquilo, não podia ser real. Não podia!

__ Me diz que não é verdade- pediu ela sem conseguir segurar o choro, aproximando-se dele.

__ Eu reciso que você me ouça- pediu ele vendo-a vencer rapidamente a distância entre eles.

A próxima coisa que viu foi um misto de ódio, raiva e nojo naquele rosto tomava conta de todos os seus pensamento, todos os dias, a cada segundo, a cada momento.

Gina acabava de puxar seu braço esquerdo e vira, a marca que igualava a pessoa que mais odiava no mundo inteiro, seu pai.

__ Como você podê?- murmurou ela, trêmula.- oh meu Deus! Que idiota eu sou... é claro! Ele é um Malfoy!

__ Gina por favor...- pediu ele mais uma vez as palavras dela ardendo como brasas em seu peito.

__ Você é um deles! A cópia perfeita de seu querido e adorado pai- emendou ela num sorriso torto, cega pela raiva e pela dor de descobrir que...- você me usou. EU fui apenas uma distraçãozinha não foi Malfoy? Apenas mais uma de suas VADIAS!

__ Você tem que me ouvir até o fim...

__ Fim? Esse é o fim Malfoy. Parabéns! Quem saiu ganhando foi você...- cortou ela afastando-se dele. Num ato impulsivo draco segurou a mão dela que automatica e bruscamente desvencilhou-se dele, lançando-lhe um olhar de desprezo que ele jamais squeceria- jamais toque em mim Malfoy.





Draco abaixou a cabeça lentamente, lembrando-se exatamente do dia em que fizera o mesmo pedido a ela. Será que estava doendo tanto quanto doera nele quando ele disse aquelas palavras?



__ Gina...- chamou ele num fio de voz que ela ouviu.

__ Me esquece- murmurou ela já se afastando dele.



Ele ia ver, todos iam ver que ela estava bem, pensou ela furiosa. “O mundo continua a andar assim como a vida Gina Weasley! Não importa se com ele ou sem ele”, continuou ela, repreendendo-se mentalmente.

Não iria sofrer. Não iria chorar por causa de um... comensal da morte

__ Como ele pôde?! Como eu pude me enganar tanto?! Céus!!!- ralhou ela consigo mesma.



E assim foi, até que vencida pelo cansaço, já em sua cama de seu dormitório, ela adormeceu.









Continua.

N/A: Respondo aos coments dpois povo.(*probleminhas técnicos pra variar*)













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