Velhos erros...



Malfoy viu a espada se aproximando como que em câmera lenta e com toda a tranquilidade amparou o golpe com as mãos, ajoelhado na frente do primo, as mãos segurando firmemente a lâmina da espada.

Ignorando o fato de que a mesma cortava-lhe as mãos, Draco sorriu ao ver a surpresa dele.

“Anos em durmstrang e nunca aprendera sobre isso?”, pensou Draco. “Definitivamente, deveria sua vida eternamente ao mestre de poções...”

Inesperadamente ouviu-se um pequeno estalo, seco, e a lâmina da espada se quebrou.

Draco levantou-se rapidamente enquanto Nicolai se afastava, pasmo com o ocorrido.



__ De igual pra igual é melhor...- comentou Draco vendo o primo avançar furioso em sua direção, o braço estendido anunciando um soco. Draco, com uma certa elegância desviou-se e com um passe ágil agarrou o braço do adversário girando-o em seguida para imediatamente, sem a menor cerimônia, arremeçá-lo no chão com uma força incrível.

Viu o primo fazer uma careta de dor e sorriu satisfeito.

Nicolai não demorou muito e logo se levantou colocando-se novamente em posição de combate.

__ Está pronto?- perguntou Draco sério.

__ Pronto?- riu Nicolai- até uma lesma estaria...



Draco não deixou o primo terminar a frase sarcástica, correu até ele e com um pulo passou por cima deste, se posicionando em suas costas e com um chute o fez perder o equilíbrio e soltar um gemido de dor.



Antes mesmo que ele caísse no chão por completo, virou o corpo e com o outro pé, deu outro chute nas costelas do loiro que, ignorando a dor causada pelo golpe recebido, habilmente colocou as duas mãos espalmadas sobre o chão e com um impulso de pernas, as entrelaçou no pescoço de Draco atirando-o com força por cima de si, para logo fazê-lo bater com tudo no chão.

Levantou rapidamente e antes que Draco também o fizesse acertou um chute em seu rosto, deslocando todo o corpo do primo tamanha a força usada naquele momento.



Draco tossiu, uma sensação de sufocamento repentina. Cerrou os punhos colacando-se de joelhos, apoiando-se no chão e tossindo com mais força.

Finalmente sentiu a sensação aliviar seguida por um gosto de sangue na boca. Cuspiu com ferocidade e limpou o sangue que escorria por seu queixo com certa brutalidade.



__ Qeu foi?- provoucou Nicolai- Precisa de alguma ajuda para se levantar?



Draco olhou em volta e viu que todos o observavam, esperando por alguma reação. Ergueu o queixo e, com a voz quase que descansada, perguntou:



__ Querendo desistir Nicolai?

__ Acho que este último golpe foi um pouco demais pra você, já está até...

O que Draco estava ou deixava de estar ele não soube pois já havia acertado o primo em cheio.

Nicolai sentiu uma dor em seu rosto e barriga lhe invadir. Sentiu seu corpo ser jogado para trás com força. Conseguiu parar, meio cambalenate, em pé.

__ O que dizia primo?- indagou Malfoy fingindo-se intensamente interessado.

Tomado pelo ódio, Num gesto rápido, Nicolai correu na direção de Draco e pulou por cima dele numa pirueta perfeita para logo em seguida tentar derrubá-lo com uma rasteira mas draco, prevendo o movimento, adiantou-se e com uma pirueta no ar, acertou o pé com tudo na cara do primo.



Nicolai tombou e pôde sentir o forte impacto que seu corpo teve com o chão, fazendo-o sentir um estranho arrepio de dor circular seu estômago.

Respirou fundo, colocou as mãos sobre o estômago dolorido e encarou os olhos de Draco. Precisava acabar logo com aquilo.

Levantou-se e colocou-se novamente em posição de combate, sob o olhar atento de Draco que a essa altura encontrava-se debaixo de uma considerável quantidade de sangue.



Os homens ao redor nem sequer piscavam, por medo de perder alguma parte daquela luta que estavam achando sensacional. Todos exibiam um misto de prazer e espanto em sua fisionomia.

Os dois começaram a andar lentamente, em círculos cada vez mais pequenos, como dois predadores a espera do momento certo para atacar seu adversário.



__ Você irá implorar a sua morte – sorriu Nicolai após acenar positivamente para Lúcio.



Draco desconcentrou-se por completo ao ver esse movimento do primo, estava prestes a se virar para ver a reaçõa do pai quando sentiu uma sequência de golpes ao longo de seu tronco, defendeu-se apenas do último que atingiria pela segunda vez o ferimento causado pela espada em seu ombro. E com um giro, Nicolai fez com que sua perna encontrasse o rosto de Draco violentamente.



Draco não deixou que seu corpo cedesse e, sabe-se lá como, permaneceu de pé, zonzo e completamente sem ar.

Quando finalmemte conseguiu sorver o ar percebeu que com certeza nunca havia respirado direito, foi como se um sopro de vida tivesse sido depositado nele.

Enquanto se recuperava, observou o primo sorrindo vitoriosamente sob os aplausos de alguns comensais que como ele julgava ser o fim do combate.



__ Pronto para implorar querido primo?- perguntou ele fazendo uma reverência, arrancado risadas dos demais.

Draco levantou-se. Estalando o pescoço, andou até o meio do círculo sem desviar um segundo sequer os olhos de Nicolai que ainda sorria. Ainda.

__ Vamos terminar logo com isso.- disse ele secamente fazendo um sinal para que o primo avançasse.



Todos naquele momento pareceram prender a respiração. Os únicos sons ouvidos eram os passos de Nicolai ecoando secamente, como tambores num ritmo agourento e perigoso. Logo em seguida um forte barulho de alguma coisa quebrando, seguido por um baque aquoso de um corpo contra o chão.



Não viu mais nada depois daquilo, apenas palmas secas e solitárias de Voldemort que agora estava de pé sob os olhares pasmos de seus comensais que iam de Lúcio Malfoy para o loiro ofegante ainda no meio do círculo.



__ E aqui temos o nosso novo Comensal da Morte - anunciou Voldemort – Draco Malfoy!



Ninguém aplaudiu, todos agora se detinham nos gemidos de Nicolai, ainda estendido no chão.

No momento em que investira todas as suas forças para enfim acabar com a vida do primo, Nicolai foi totalmente surpreendido por Draco que apesar de ter levado toda a sequência de golpes do primo, o atingiu brutalmente na nuca, fazendo o seu corpo ser arremeçado literalmente de encontro ao chão, onde estava nesse momento tentando, sem o menor sucesso, se levantar.



__ Isso... – Lúcio encontrava-se atônito. Quando viu o fillho se virar para finalmente encará-lo avançou sobre ele já com a varinha em punho.- SEU DESGRAÇADO!!!



Estava preste a lhe lançar uma maldição quando foi atingido pela maldição cruciatus. Contorceu-se e gritou de dor mas de jeito algum abaixou, não podia acreditar, estava arruinado, humilhado pelo próprio filho.

A dor cessou.



__ E que isso não se repita Malfoy- cuspiu Voldemort- retire logo essa carcaça imunda daqui.



Lúcio olhou seu mestre com um ar de total incredulidade e viu que este falava sério. Ouviu algumas risadinhas abafadas entre os comensais, estava prestes a se virar quando Voldemort voltou a falar.



__ Esse é o erro daqueles que se tornam pais- riu ele naquele seu habitual tom sem emoção.- Não acreditar que seus filhos vêm ao mundo com a única função de superá-los...você realmente acreditou que isso seria diferente com você?



As risadas agora eram altas, ecoavam dolorosamente no ouvido de Lúcio que exibia um misto de ódio e vergonha estampados no rosto absurdamente lívido.

Voldemort fez sinal para que todos se calassem e fez sinal para Snape e Draco se aproximarem.



__ De joelhos Malfoy- ordenou ele. Draco imediatamente obedeceu.- Não tenho dúvidas de seu grande futuro nesta Ordem. E você Severo, como ateriormente, estará a total dispor de um Malfoy, irônico não?



Foi tudo muito rápido. Após um clarão Draco sentiu-se tonto, mais do que já estava; De fato não tinha idéia de como ainda se mantinha em pé e vivo.

Desmaiou.

Os comensais ao redor riram e enfim começaram a se despersar em conversas alheias sobre o duelo da noite.



__ Leve-o, ou já não terei meu mais novo comensal ao meu serviço- disse Voldemort desaparatando logo em seguida, deixando Snape com o aluno inconsciente.






Gina acordou. O corpo dolorido, um aperto insuportável no peito tanto fisicamente quanto emocionalmente.



__ Aquele filho da mãe! Me estuporou!!!- falou ela consigo mesma levantando –se com dificuldade.



Havia alguma coisa de errado. Precisava descer, achar alguém...não se sentia nada bem.

Desceu se amparando nas paredes das duas primeiras escadas, andou pelos corredores rezando para encontrar algum fantasma ou algum monitor mas não havia ninguém aparentemente.

Foi quando uma dor tomou conta de si, definitivamente não conseguiria mais respirar, muito menos permanecer em pé.

O mundo girou bruscamente e ela caiu com um baque surdo no chão.



__ Draco- murmurou ela, uma lágrima de terros rolando de seus olhos. Apagou.








__ Narcisa! NARCISA!- Snape acabava de aparatar na mansão Malfoy.

Tomado pelo desespero ao ver o estado em que se encontrava o garoto, não pensou duas vezes, agarrou o corpo inerte de Draco e desaparatou assim como outros comensais faziam.

Sequer pensava em realizar tamanho feito, afinal a única pessoa que ele tivera notícia de um feito igual fora o próprio Lord Voldemort.

Não tinha tempo para aquilo agora, estava esgotado e precisava de alguém para cuidar de Draco. Voltou a berrar:



__ Narcisa!!!

__ Mas que diab...- Narcisa tomou um choque. Um Snape mortalmente pálido carregava um Draco ensaguentado e incosciente nos braços.- Céus!

__ Precisamos ser rápidos- disse Snape, colocando o aluno num sofá mais próximo.- Ainda teremos que voltar para Hogwarts antes do amanhecer.

__ Cer-certo- gaguejou ela correndo escada a cima. Em frações de segundos, voltou com uma malinha e um elfo carregando uma enorme bacia, algumas toalhas e uma tesoura.

__ Beba isso- disse ela estendendo um frasco com um líquido roxo dentro- Ande logo! Vou precisar de sua ajuda.

Snape, mesmo contrariado, tomou o conteúdo do frasco. Um tônico revigorante.

__ Obrigado- limitou-se a responder pegando a tesoura e cortando as vestes de Draco.



Narcisa soltou uma audível exclamação ao ver o corpo do filho. Vários hematomas, cortes e arranhão estavam ao longo de todo seu tronco e braços. O corte no ombro e no antebraço eram os piores.

Com lágrimas nos olhos, e um pedaço de uma das toalhas molhado numa poção asséptica, começou a tirar o sangue do corpo do filho.



__ Eu não acredito...- murmurou ela, não ousando encarar o homem a sua frente que agora mantinha a cabeça baixa, os cabelos tampando-lhe a face impedindo qualquer um de ver a expressão em seu rosto.- Meu filho...?

__ Ele escolheu assim Narcisa- interveio Snape numa voz que nem ele reconheceu como sua.

__ E você concordou com isso! Concordou com essa loucura?!- indagou ela exasperada.



Snape se calou. Pegou uma pasta verde e começou a cobrir os cortes já livres de sangue enquanto Narcisa continuava a limpar o sangue que restara.



__ A culpa é toda minha- assumiu ele depois de um tempo em silêncio, num fio de voz.

__ O quê?- perguntou ela enfim encarando-o. Snape desviou o olhar e continuou.

__ Seu filho apenas fez o que há anos atrás eu devia ter feito, te livrou daquele traste- completou amargamente.

__ Severo...- lamentou ela mas ele a interrompeu novamente.

__ Narcisa...quando for o momento certo, Draco lhe explicará os motivos de sua escolha. O quê podemos fazer no momento é aceitar. E fique tranquila, não vou deixar seu filho cometer os mesmos erros que cometi no passado.- assegurou ele ainda sem encará-la.

__ Eu não vou suportar.- choramingou ela.- não posso perder o meu filho. Não! Não vou suportar perder meu filho assim como perdi o único amor de minha vida, assim como perdi...você. Por quê tinha que ser desse jeito Severo? Por quê?



A sensação era a de que o mundo inteiro havia desabado sobre sua cabeça. Ali estava ele, na frente da mulher que amara em silêncio a vida inteira, ouvindo-a dizer que o amava, dizendo todas as palavras que ele sabia serem verdade mas nunca a ouviu dizer antes.



__ Me perdoe- pediu ele, a voz tão trêmula quanto ele próprio, finalmente fitando aqueles olhos trister e vermelhos devido ao choro, que o encaravam.

__ Não há o que perdoar- interrompeu ela num sorriso triste, banhado em lágrimas.

__ Eu nunca te dei uma chance, nunca parei para te ouvir...- continuou ele exasperado, gesticulando.

__ Shhh...- pediu ela acalmando-o, pousando delicadamente a mão em seu rosto- está tudo bem, tudo vai ficar bem... eu confio em você. Só te peço uma coisa por favor, não nos deixe... nunca, precisamos de você.

__ Eu não vou, não vou cometer o mesmo erro outra vez, não vou te perder Narcisa- disse ele, a firmeza voltando enfim para sua voz.

__ Gina...- murmurou Draco numa careta de dor. Narcisa olhou para Snape, mostrando-se confusa.

__ Gina?- insistiu ela esperando por alguma resposta.

Snape não precisou responder, o olhar que lançou a Narcisa explicava tudo.





N/A: Gnt, dsculpae u atraso de algumas horinhas huhuhu^^ mas tae

Mtu estranho? Sem sentido? Me digam me digam!!!

Mais tarde eu volto para responder os coments do capt anterior



Bjus by Naniguedez

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.