P.S.



P.S. Eu te odeio



Caro Tiago Potter,


         Eu sinceramente não esperava escrever essa carta para você, nem mesmo esperava escrever uma carta sobrevocê.


         Eu poderia dizer que estou sentindo pena e por isso estou fazendo essa carta, mas estaria mentindo. Porque só falarei verdades aqui.


         A primeira coisa que eu poderia dizer, é que foi tudo uma escolha sua, tá legal? Você escolheu desistir de mim, então, por que fica aos cantos como alguém reprimido? Não pense que não sei, Remo me disse!


         Mas, em partes, admito, pode ser culpa minha. Uma escolha sua, mas total e completamente culpa minha.


         Admito que poderia ter aceitado o primeiro pedido de ir a Hogsmeade com você, a três anos atrás. Mas, você sempre vai ser o arrogante Potter.


         Porque, hoje em dia, nem mesmo eu consigo me entender.


         Eu te odeio, tenho certeza. Mas também te amo. É uma coisa complicada, como um ciclo vicioso.


         Odeio ter você por perto, mas também odeio quando você está longe. Não gosto quando você fica me cantando, mas não consigo imaginar meu dia sem um você soltar um “Te amo, ruivinha” ou “Você ainda irá sair comigo, Lily”.


         Porque não entendo o que acontece comigo. Nem entendo o que acontece entre nós.


         Não sei se nascemos para ficarmos juntos, pois se nascemos, provavelmente deveria ser complicado assim. Ou eu simplesmente piorasse tudo.


         Eu... Eu odeio amar você. Pronto falei!


         Mas também amo odiá-lo. Isso também é um fato.


         Por que quando você falava comigo e eu te ignorava, às vezes, eu sofria em meu silêncio, sem saber o que era a sua dor verdadeira.


         Mas agora, com você longe de mim, posso entender o que você sentia, o que eu sinto.


         Sei que te amo, e sei que te odeio. Sei que o que Lene disse sobre o ódio e o amor serem sentimentos próximos, serem separados por uma linhazinha, que eu já ultrapassei há muito.


         E também sei que não posso esquecê-lo. Porque, quanto mais eu tento, mais eu lembro de você, Tiago.


         Porque você desistir de mim, não foi uma benção tão boa, foi como jogarem uma maldição sem fim. Porque, por mais que não admita em sua cara, eu te acho inteligente, bonito, corajoso, leal, amável.


         Eu me rasgo por dentro ao te dar uma detenção por azarar o Seboso Snape, e quando fico brava, na verdade estou rindo. Quando você me chama de ‘ruivinha’ ou quaisquer outros apelidos que você tenha me dado, eu fico da cor de meus cabelos por vergonha, e só grito com você por hábito. Porque, na verdade, quando você fala comigo de um jeito sedutor, fico tão feliz que faria uma dança da chuva.


         Porque, quando você sai nas noites de Lua Cheia ajudar Remo, acredite eu sei que vocês Marotos são animados e Remo lobisomem, eu fico morta de preocupação, mas explodo orgulho, pelo garoto que eu amo ser tão leal e amigável.


         Mas acredite, eu te odeio mesmo assim. Porque eu odeio amar você e amo odiá-lo, mas isso eu já disse.


         Sou só uma medrosa incapaz de admitir isso a você, e a eu mesma.


Da sua, e exclusivamente, sua,


Lílian Evans.


P.S. Eu te odeio/amo.





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