Verdade ou... Conseqüência



Cap. único –Verdade ou... Conseqüência (ela)


Eu estou realmente muito, bastante, inimaginavelmente encrencada. Num longo suspiro lembrei da aposta idiota, não, idiota é pouco. Leiga, maluca e alucinada que a Gina e as meninas me propuseram e que eu havia aceitado...


Tudo começou naquele jogo obtuso de verdade ou conseqüência, onde novamente Gina me convenceu a jogar.


-Ah! Mione, o que tem? Você tem algum segredo que não me contou? – Ela tinha aquele ar malicioso.


-Não! Claro que não!


-Então? Vamos lá, é tão divertido...


-Não, Gina. Eu tenho que estudar! Não tenho tempo pra jogos, estamos a seis meses dos NIEM’s! – eu disse em desespero.


-Ah! Relaxa, Herm! – Disse Lilá. – como você disse, ainda faltam seis meses.


-Lilá! Seis meses passam assim – estalei meus dedos exasperada.


-Tsc. Você vai acabar ficando biruta se continuar só pensando em estudo – Parvati falou sordidamente. – Você tem que descansar um pouco Mione – ela falou sério.


-O que tem? É só um joguinho... Pra tirar o estresse... – Gina completou inocentemente.


Naquele momento eu expirei. Talvez elas só quisessem ajudar, era fato que agora vivia na biblioteca, mal tinha tempo pra comer, diga lá brincar!

Harry e Rony estavam preocupados comigo. Um dia desses vieram conversar, pra variar estava com o livro enorme sobre meus joelhos.


-Hum... Mione – Rony falou hesitante.


-O que foi? – Perguntei seca, odiava que tirassem minha concentração.


-Precisamos conversar – Harry falou.


-Tem que ser agora? Não estão vendo que estou ocupada? – levantei rapidamente meus olhos e apontei pro livro.


-Tem que ser agora.


-É sobre seu estudo mesmo que queremos tratar – Harry estava estranhamente sério.


-E?


-Mione, estamos preocupados com você – Rony falou em uma careta.


-Por que? – eu perguntei sorrindo.


-Ora, Porque! Você mal come, soube que está dormindo muito tarde e ainda vive enfurnada nessa biblioteca! – Harry quase como cuspiu as palavras. – Você quer mais motivos pra nos preocupar? Daqui a pouco vai estar desmaiando pelos cantos, com olheiras imensas.


-Calma. Papai – disse sarcástica e levantei as mãos em defesa. Ele me olhou feio.


Um sorriso se formou em meus lábios antes que pudesse contê-lo.

Harry era simplesmente ele, sempre se preocupando com o bem estar dos outros e esquecia o seu próprio. Ele estava mais responsável, estudava muito, mais ainda era o mesmo Harry de sempre, meu Harry, era brincalhão e sempre sorridente, educado e por que não dizer, carinhoso? Claro que do modo dele, mas ainda assim era um cara muito fofo.

Não, ele não é meu namorado... E tudo isso me faz lembra o por quê de eu estar encrencada...


O jogo estava até divertido, até que surgiu aquela parte onde falávamos dos meninos mais cobiçados da escola, os ‘bons partidos’.


-Eu casaria com o Draco Malfoy a qualquer hora do dia ou da noite – Partavi confidenciou.


-Com o Malfoy? – achei que ela estava bêbada. – Ah! Fala sério Parvati, Draco Malfoy?!


-Por que não? Ele é uma gracinha. E também não está mais do lado das trevas.


-Mas continua arrogante e preconceituoso! – Lilá respondeu.


-Ai gente! É uma escolha da Partavi – Gina interveio. – Eu até acho ele bonitinho... Mas continuando o assunto, eu acho que o cara mais lindo da escola é o nosso Monitor – chefe! – Partavi e Lilá deram gritinhos em aprovação.


-Sem dúvida!


-Como poderia esquecer do Harry? – Parvati falou.


-O Harry?


-Ah! Vai dizer que você não acha ele bonito, Mione.


-Bem... Eu nunca pensei nele assim, desse modo – Murmurei sem graça.


-O que?! Você só pode estar com febre!


-Ou cega!


-Mione você convive com ele há sete anos e nunca reparou nas mudanças óbvias dele? Do corpo dele, dos olhos dele? Só pode estar tirando uma com a gente.


-Não estou não. Claro que ele mudou, mas não o vejo como vocês, ele é como um irmão mais velho pra mim e às vezes mais novo, que precisa da minha proteção...


-Todo mundo sabe que o Harry é o estereotipo de príncipe encantado de dez entre dez garotas! Ou melhor, nove... – Gina falou metódica. - Vai dizer que você nunca teve uma paixão platônica por ele?


-Não.


-Uma quedinha?


Eu balancei a cabeça em sinal negativo.


-Uma pontada ou qualquer coisa?


-Pode ser raiva? – perguntei.


Elas me olharam incrédulas. Lilá balançou a cabeça.


-Você deve ter muita força de vontade ou está desligada do mundo.


-Só por que não gosto do Harry de um modo diferente? Por favor!


-Vamos continuar o jogo, tudo bem?


A garrafa de cerveja amanteigada vazia estava sendo usada como indicador.


-Verdade ou conseqüência, Partavi? – Gina perguntou.


-Acho que... verdade...


-Você tentaria conquistar Harry Potter?


-Não – Ela disse simplesmente. – Ele é difícil, sempre com meninas lindas atrás, não teria chance.


-Ah! Parvati. Você é bonita!


-Acho que não conseguiria...


-Claro que sim! – eu disse. – Partavi, Harry não está atrás de meninas lindas, ele quer alguém que posso conversar com ele sem idolatra-lo, que possa entende-lo e que realmente goste dele. Qualquer uma tem chance se tiver esses ‘atributos’, digamos assim – falei naturalmente.


Elas piscaram. – O que? – perguntei, estavam com uma cara abobada.


-Hum hum. – Gina limpou a garganta. – Não conseguiria entender Harry mesmo que tudo estivesse escrito em sua testa... – as outras confirmaram.


-Que drama meninas! O Harry é tão simples, tão transparente.


-Só se for pra você...


Lilá deu uma risada que não entendi na hora. Agora, determinei de ‘Maléfica’.


-Então por que você não tenta conquistá-lo?


-An? Eu?


-É, Mione. Se ele é tão fácil e simples, como diz, porque você não nos mostra que pode conquistá-lo?


-Vocês estão brincando, né?


-Nunca falei tão sério. Vai dizer que não é capaz?


-Eu já disse que qualquer uma pode! – cruzei os braços, inconformada.


-Então nos prove.


-E por que faria isso?


-Pra nos mostrar que qualquer uma é capaz.


-Não, nem vem... Ele é meu amigo.


-Está desistindo? Com medo? Acha que não é hábil?


-Já disse que qualquer uma pode.


-E então?


-Digamos que ficou muito fácil pra você. Porque ele é seu melhor amigo, você sabe os hábitos e manias dele. Não será difícil...


-Ah! Gente, ia ser estranho pro Rony e...


-Vai dizer que você não sabe que o Rony anda se ‘pegando’ com a nossa querida Lilá? – Gina perguntou irônica.


Olhei pra Lilá surpresa. – Juro que não. É verdade, Lil?


-Eu desconheço tudo isso – disse muito vermelha olhando pra baixo. – Nada a declarar...


-Mas não vem ao caso. E então Hermione está perdendo a coragem? Não é capaz? – isso mexeu com meu brio.


-Qualquer uma pode...


-Conseguir conquistar o Harry... É, é, nós já sabemos. Mas o caso não é ‘qualquer uma’ e sim, se você pode... – disse Parvati levantando a sobrancelha. - E então vai provar?


-Ele é meu amigo! Não é o caso de provar a vocês! Se eu acabar magoando os sentimentos dele? Eu nunca me perdoaria!


-Hermione – Gina disse pensativa. Estava certa, uma amizade de sete anos não se pode jogar no lixo assim, ainda mais se essa amizade for Harry, o garoto mais fofo que Conheço, pensou ela. – Então... O que você acha de só um beijo?


Eu a olhei sem saber o que dizer.


-Um beijo de verdade! – Partavi interveio. – Na boca!


-Um desentupidor de pia! – Lilá exclamou maliciosamente.


Eu abri a boca, ‘respira, espira, se lembre...’. E não acreditei no que saiu da minha boca:


-Se eu, digamos, é uma hipótese... Se eu aceitasse o que levaria se ganhasse?


Elas se entreolharam:

-Juro que até estudaria com você – Partavi falou, Lilá assentiu.


-Nós duas. E você Gina? – Lilá falou. Eu ainda não estava muito convencida e Gina sabia, ela me olhou por um momento.


-Eu... – ela engoliu em seco. – Eu dou um beijo no Malfoy na frente do Rony – minha cara foi ao chão e intimamente sorri, ela realmente queria que eu aceitasse a aposta e se eu ganhasse, Gina pagaria um alto preço...


-Certo – eu disse pensativa. - Eu vou mostrar pra vocês.


Elas começaram a bater palmas, sorrindo felizes (a Gina nem tanto) e eu... Eu estava precisando acordar... Só poderia ser um pesadelo, um pesadelo terrível. Eu tentaria agarrar meu amigo, meu melhor amigo e... Depois?


-Pois bem, é bom esquece-lo como irmão, porque agora você é a caçadora e ele a presa.


-Que coisa clichê, Lilá! – exclamou Parvati sorrindo. – E não assuste nossa menina.


-Mesmo que tentassem não conseguiriam. – disse olhando pra meu livro de runas esquecido no carpete.


-Ah! Tem mais uma ‘cosita’...


-O que é dessa vez, Gina?


-Tem que ser daqui a uma semana dias, na sexta. Dia dos namorados – ela ergueu a sobrancelha. – Pra ficar, digamos mais românticos – ela me deu uma piscadela.


E foi assim que cheguei aqui, assistindo o treino de quadribol dele.

Rony e ele me chamaram pra assistir, disseram que precisava de ar, que estava muito pálida e sem vida. Não retruquei, o que deveriam ter achado surpreendente.

A verdade é que eu estou na arquibancada, mas não quer dizer que estou os olhando, estou estudando, o que é meu normal. Mas às vezes, não posso me vigiar e o meu pensamento vai pr’aquela ‘bendita’ aposta...

Se fosse na aposta tudo bem, mas nãooo... Eu tinha que ficar olhando para ele?! É eu tinha, porque eu, eu estava um pouco desconfortável, sabe? Com isso tudo, eu tenho que beijá-lo quase daqui uma semana...E estranho, meus olhos devem estar mal... Para quase todo lado que olho Harry está lá...


-Sabia que não estava prestando atenção... – eu quase pulei.


-Ai! Harry! – bati no ombro dele. – O que você está fazendo aqui? Deveria estar treinando.


-Se tivesse prestando atenção saberia que o treino acabou faz vinte minutos – corei até o último fio de cabelo. Ele riu. – Não acha que estuda demais? – ele perguntou calmamente, colocando uma mexa de meu cabelo atrás da minha orelha. – Hoje é sábado, sei que estudou o suficiente pra três meses, merece um descanso – ele deu um sorriso preocupado.


-Onde está o Rony?


-Ah! A última vez que o vi ele estava tomando banho correndo pra se encontrar com a Lilá.


-Então você também sabe?


-Todo mundo sabe.


-Eu não sabia! Até ontem.


-Como poderia saber se quando estuda se desliga do que há a sua volta? – falou reprovador.


-Até quando vai ficar me dando bronca? – perguntei amuada.


-Até quando eu achar necessário. Venha, podemos ir pra Hogsmead, comprar doces.


-Humm... Acho que não. Vou estu... O que? – ele me olhava descrente.


-Não vai não. Nem que ponha fogo em seus livros e nos da biblioteca.


-Você não faria isso.


-Duvida? – perguntou com ironia.


O olhei por uns segundos, eu realmente duvidava que ele fizesse isso. Mas estava precisando de qualquer forma de descanso, sem livros, fichários ou listas de exercícios. Só ficaríamos eu, doces, a tarde, brincadeiras e o Harry, sem livros ou estresse...


Pro meu desagrado, quando estávamos saindo, vi Gina.

E ela fez sinais ridículos com a mão e depois fez um sinal de positivo e dando uma piscadela disse só mexendo os lábios: - Vai nessa menina!
Revirei meus olhos e fui observar Harry, pra ver se ele tinha prestado atenção, graças a Merlin, não. Ele estava sorrindo pra umas criancinhas do primeiro ano, que ficariam lá no castelo.


-Sabe, eu fico me lembrando quando tinha a idade deles... Sem me preocupar com o que seria no futuro ou que não voltarei mais pra cá ano que vem – ele deu um longo suspiro.


-Ah! Harry... Você pode não vir aqui como aluno, mas pode vim visitar Dumbledore, os professores. – disse andando, ele me acompanhou.


-Mas não vai ser igual, Mione. A gente tá crescendo e tenho medo que um dia não veja mais você e Rony.


-Não se preocupe. Você não se livrará tão fácil de mim – brinquei. – Nem que me esconda no seu malão.


Ele deu um leve sorriso. – Lembra quando implicava comigo?


-Não. Eu lembro quando você implicava comigo.


-Eu não. Mas você era chata demais.


-Eu ainda sou chata Harry...


-Não é. Você mudou, mesmo ainda tento essa mania de estudar dez meses antes da prova – falou sorrindo da minha cara feia.


-Você deveria fazer o mesmo.


-O que?! E perder sua cara de desaprovação toda vez que fujo pra Hogsmead em vez de estudar? – perguntou irônico. – E qual seria a graça?


-Não é pra ter graça! – disse com raiva. – Você ficaria com notas melhores.


-Estou feliz com as minhas – disse meramente. – E você, mocinha. – ele parou na minha frente. – Deveria parar de pensar, ao menos alguns minutos, em estudo. Não quero ter uma amiga internada no St. Mungos, por ter queimado os neurônios.


-Hahaha. Você está tão engraçado hoje... – murmurei meio irritadiça.


-Vamos Mione! Relaxa.


-Por que todo mundo me pede pra relaxar? Como eu poderia? Estou perdendo um dia inteiro de estudo pra ficar de papo pro ar com você.


Ele me olhou chateado. – Se não quer minha companhia era só falar...


-Depois da ameaça de queimar meus livros e meu refúgio? – caçoei, não queria que Harry ficasse magoado por aquela besteira. Tinha falado sem pensar, outra vez – Vamos! Ainda quero os doces que me prometeu – peguei seu braço o puxando pra continuar andando.


Alguns minutos depois estávamos andando por qualquer rua que fosse, não estava prestando atenção naquele momento no lugar em que me encontrava, estava mais preocupada com meu amigo que estava bem calado.


-Harry, não se chateou com que falei a pouco né?


-Perdão?


-Você não está magoado comigo por ter falado aquilo né? – eu parei de andar pra encará-lo. – não foi por mal... É que esses dias tô com a cabeça a mil e... Ah! Já nem sei, eu sinto muito se te magoei não foi minha intenção e...


-Tudo bem, Mione. Não estava nem pensando nisso.


-Então?


-Ah! Caraminholas da minha cabeça.


-Divida comigo. Afinal sou ou não tua amiga?


-Sim, você é.


-E o que está esperando?


-É essa história de não voltar mais pra minha verdadeira casa... Agora que a ficha caiu, eu não tenho idéia do que possa fazer quando sair daqui...


-Você não queria ser auror? – Perguntou com a cabeça de lado.


-Queria, mas agora que Voldemort se foi, que os comensais da morte estão presos e, digamos que relativamente a paz reina sobre o nosso mundo, não vejo razão pra me tornar um auror.


-Não se preocupe Harry. Você vai encontrar um emprego que goste. Por que não quadribol?


-Acho que não. Quadribol é só uma diversão, não é coisa pra se levar a sério, não pra mim.


-Vou lembrar dessa quando disser que precisa treinar.


-Engraçadinha...


Nesses dias estava andando preocupado. O por quê dessa inquietação se resumia a uma só pessoa: Hermione Granger, minha melhor amiga e confidente.

Ela está estudando o dia inteiro, claro que é seu normal, e eu deveria imaginar que isto aconteceria este ano, que é de NIEM’s. Nunca vi alguém se preocupar tanto em ser a melhor em tudo que faz quanto Hermione. Isso de certo é bom, mas acho que ela exagera demais, eu não sei o que é, mas, vez ou outra, acho que ela tem um complexo grande de inferioridade... O que me parece um paradoxo, porque todos sabem que não há jovem mais inteligente que ela na escola toda, nem os da Corvinal.

Não quero ver minha amiga mal e sei que o estudo a está deixando sem tempo, desligada do mundo, sem aproveitar o que é realmente importante. Não digo que estudo não é importante, pelo contrário, é essencial. Mas minha amiga Hermione verdadeiramente abusa... Ela quase não come mais, pensa que não vejo, porém seus olhos demonstram todo cansaço e apreensão.


Noutro dia convenci Rony a ir comigo falar com ela. Rony estava hesitante se era o certo a fazer, ficou dizendo o caminho todo que era melhor ‘deixar quieto’, não me convenceu... Precisava lhe dar um toque, como Hermione sempre fez e tenho certeza que fará quando carecer.

Não sei se funcionou, rezo pra que sim, senão terei que tomar medidas drásticas, Nem que a irrite a tal ponto que ela nunca mais queira olhar na minha cara, ou que me azare até dizer chega e eu seja confundido com algum ser horrendo... E foi assim que bolei um plano que se ela soubesse me daria parabéns, na verdade, ela me arrancaria no ínfimo o baço, mas não vem ao caso agora...


Não sei quando certamente nossa amizade começou, tenho pra mim que naquele dia em que Rony e eu a salvamos de um Trasgo. O que interessa é que depois disso, nós sempre andávamos juntos, discutíamos, brincávamos e estudávamos juntos e de certo, crescíamos juntos. A amizade se tornou tão verdadeira que tenho certeza que Hermione às vezes me conhece melhor que eu mesmo e que ela, de algum modo, lê minha mente sem o auxilio de Legimancia. Alguns tempos atrás, era assustador pensar assim, mas agora até é reconfortante.

Nossa vida vem mudando e temo não ser mais útil ou ainda ser desconsiderado amigo por ela ou Rony. Não suporto nem imaginar esta hipótese, é uma sugestão tão irreal que a descarto de primeira, e se não conseguisse fazer isso, acho que não conseguiria dormir calmo à noite.


Foi um pouco difícil de eu aprender a decifra-la, mas logo percebi que os olhos dela eram o espelho de sua alma e que ali ela não poderia mentir, no máximo conseguiria omitir. Mas com pratica Hermione nunca mais pôde me enganar, sabia o que e por qual motivo ela estava triste, nervosa, chocada ou com raiva.

Eu tive esse plano mirabolante porque vi que não tinha dado muito resultado a conversa ‘civilizada’ (ela me chamou de Papai!) em que Rony e eu tivemos com ela. Como disse antes não tenho a menor idéia se dará certo, espero que sim...


-Vamos, vamos logo – ele me segurou pelo ombro e me guiou. – Vamos ao Dedos de mel!

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Domingo ---> Tive que repor todas aquelas horas do sábado...

Eu não disse? Harry não deixou eu encostar num livro ontem. Ele fez de tudo, ou *quase*, para me manter afastada de qualquer coisa que tivesse mais de três parágrafos. Não que eu não tenha me divertido, mas é claro que agora estou sentindo falta. *começando a achar que perdi um terço de todo meu tempo...*


Segunda---> As aulas, graças a Merlin!!! Estou tão atarefada... Entre rondas e aulas e exercícios escolares.


Terça---> Harry e Rony estavam me ludibriando ou o que? Mais uma vez, à tarde (que era livre) eles (mas para o Harry) não estavam deixando-me estudar. Harry ficava mexendo no meu cabelo, tirando minha concentração (que já estava duvidosa).


Quarta---> Gina e as meninas dando aqueles sorrisinhos zombeteiros e insinuantes. E aquela maldita aposta que estava se aproximando! Grr... Que raiva (de mim mesma)! Que ódio!


Quinta---> Eu estudei o dia inteiro (novidade), estranho, Harry estava aqui do meu lado. Quase como respirando no meu cangote... Era uma tortura prazerosa, eu não conseguia me afastar... Eu não conseguia me concentrar .


Esses dias estão voando ou estou enganada?!

É amanhã... Bem to achando que não vou conseguir dormir, por... ansiedade? É eu estou um pouco mais nervosa do que imaginava (Hum... Hum. Não que o que tinha imaginado fosse pouco).


E rapidamente a minha sexta chegou, com cara de festa (só para frisar, não a minha festa, a festa das minhas ‘amigas’).

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O dia correu e parecia que Gina e as garotas estavam me seguindo para qualquer lugar que eu fosse. Eu estava estranhamente estressada. A noite haveria uma comemoração do dia especial (estou sem irônica, se não percebeu...) que é o dia dos namorados.

Harry estava do meu lado, andávamos juntos para o salão. Ninguém à volta, ninguém a vista, Gina, Lilá e Parvati sumiram misteriosamente... Era a Hora. Mas...


-Eu não posso fazer isso, eu não posso – murmurou quase sem ar.


-O que Hermione? Não pode o que? – Harry perguntou franzindo a testa. ‘Ele está tão lindo’.


-Eu não posso... Não posso! – repetiu cobrindo os olhos.


-Pelo amor de Merlin! O que você não pode? – parou e tentou tirar as mãos dela do rosto para que pudesse olhá-la.


Ela contaria tudo pra ele! Tinha que sair dali... Ela tinha... ‘Ai, não, não olha assim...’.


-Eu... Ah! Harry... Tenho que ir, depois a gente se vê...


‘Como assim, ‘tenho que ir, depois a gente se ver?! Você vai deixá-la ir?”


-Mione, espera – ele a segurou – está tudo bem com você? – franziu a testa tentando olhar em seus olhos. – Nós não estamos indo para o mesmo lugar?


-Hã...Tá – balançou a cabeça avidamente. – To legal, Harry. Sério. É que eu...


-Não vai me dizer que vai a biblioteca! – exclamou reprovador.


-Não... É que eu não posso, eu não...


-O que você não pode fazer? – ainda a segurava pelo braço.


Ela corou. – Na, nada não.


-Quer convencer a quem assim? – sorriu marotamente.


-Harry... – ela o olhou nos olhos. Estava cada vez difícil se concentrar no seu objetivo ‘não lhe contar nada’. Respirou fundo. – Harry... – ela repetiu, havia desviado dos olhos para a boca do rapaz. E aquilo sim, era tortura. Ela fechou os olhos um pouco perdida. – Bem... É que – ela contaria? Sim, estava quase a esse ponto. A mão dele ainda no seu braço.


-É que? – a incentivou.


-Bem, - ela o olhou nervosamente. – Jura que não vai ficar chateado?


-Como eu posso jurar se nem seu o que aconteceu?


-Você jura?


-Hermione! Você está me deixando preocupado.


-Mas você jura? Jura que não vai ficar brigado comigo?


Ele já estava ficando impaciente. O que, afinal, poderia ter acontecido de tão ruim? – Juro! Juro. Satisfeita?


Ela suspirou um pouco mais calma. – Certo... Certo. – ela passou a mão pelo cabelo. –Bem. Tudo começou quando estávamos Lilá, eu, Gina e Parvati, sozinhas no salão comunal da grifinória, semana passada. Estava estudando – ele revirou os olhos, novidade... – runas – fingiu não ver a cara sarcástica do amigo. – e elas brincavam, bem, então elas me convenceram a jogar. - ele a olhava atentamente agora. – O jogo era ‘verdade ou conseqüência’ – ele ficou surpreso. – Eu sei, jogo idiota... – suspirou irritada, ele deu uma leve risada, não estava pensando assim. – Elas me convenceram a jogar, eu já disse isso, Tsc. Bom, de qualquer modo a culpa toda foi da Gina, eu não queria Harry, sério. Não queria jogar. Então, tudo estava bem... Até que houve um pergunta, uma pergunta da Gina para a Partavi, sobre você, que desencadeou tudo... Eu não vou dizer qual era a pergunta, se é isso que quer saber – ela ergueu a cabeça com os olhos um pouco estreitos. Harry já estava meio zonzo com tudo aquilo, onde ela queria chegar? – A questão é que, eu, aceitei uma aposta, é eu apostei. Eu nunca mais vou fazer isso... Mas, voltando ao caso... As meninas apostaram, não era de certo uma ‘aposta’, comigo que no dia dos namorados, hoje, eu... Eu teria que te beijar, um beijo de verdade. Me desculpe... Era só uma aposta... Eu não vou fazer isso não se preocupe, me desculpe mesmo Harry. Eu não queria, bem, eu não pensei quando aceitei, e... Ai... Eu peço que me entenda... Mas se você -


Harry achou que a garota estava falando demais, tinha que fazer alguma coisa, seus pensamentos já estavam enrolando... Céus! Como fala! Ele não conseguia ouvir mais nada, depois das palavras ‘Me desculpe... Era só...’


-Sinceramente até achei engraçado – ele disse se aproximando. E lhe deu um beijo doce nos lábios. – Isso é para você ficar quieta – ela ficou atônita, sem fala. Ele conseguiu finalmente fazer com que se calasse! Então com mais ‘ânimo’ ele passou uma de suas mãos pelo pescoço da amiga e a trouxe para mais perto, sem quebrar o contado dos olhos, a não ser quando os fechou, para beijá-la, desta vez mais ousadamente. - Isso é por causa da aposta – Hermione só se deu conta que já estava com as mãos nos cabelos rebeldes do moreno quando este se afastou. – E este... – falou com a boca na dela. – É... por mim e por querer tanto você... – Hermione ofegou, agarrando a blusa dele e trazendo-o mais para si. Aquilo era estranho, ela estava o beijando, ele estava a beijando, eles estavam beijando-se! E era bom demais...


Num canto escondido, três garotas vibravam silenciosamente com a vista do casal.

~~~~~~~~~~~~~~




-Aí Herm! Conquistou Harry Potter! - Lilá exclamou sagaz.


-Conquistar Harry Potter? – perguntou com um sorriso bobo. – Não Lilá. Está enganada – balançou a cabeça levemente. – Harry Potter me conquistou, eu só não havia me dado conta disso... Só não havia percebido – ela deu mais um sorriso e saiu pelo retrato da mulher gorda. Iria, dali a pouco, encontrar seu monitor-chefe predileto.


***


Fim^^ - Epa corte isso:


Ah! Não podia esquecer! Gina...

Ela havia dado um show à parte. E não só ela, Draco Malfoy também. Quem diria... Parecia que não iriam se soltar mais! Pareciam dois namorados, que se entendiam muito bem obrigado.


Rony não gostou muito, bem, pra dizer no mínimo. Porque a tonalidade de suas orelhas se confundiram com a do cabelo e seu rosto foi ganhando cor, e cor, e mais cor... Então ele se levantou extremamente furioso (não antes de quebrar uns três copos do lugar), mas foi detido por Harry, por sorte de Gina (ou azar). Porque estava parecendo, esqueça isso, ela (e Malfoy) *tinham* esquecido que mais de mil pessoas os viam.


Não é preciso dizer que Lilá e Partavi cumpriram a promessa (ou tentaram) de bom-grado e estudaram bastante junto a Hermione. Lilá está ainda com o Rony, finalmente assumiram o que todos já sabiam. Partavi estava com um carinha da Lufa-lufa e estava adorando a novidade.


Agora sim, Fim^^

---------

E aí! Povo! Tudo bom?

Espero que tenham gostado da ‘short’.

Desculpem algum erro.

Comentem tá?

B-jão!

Eu sei que tá idiota, e tal... Mas mesmo assim comentem...

***

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