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Talvez se tivéssemos rido mais. Nos entregado mais. Vivido mais. Então, talvez, não estaríamos arrependidos de não ter mais um dia.


 


Talvez se você repetisse menos que foi sai teimosia em me negar todos os pedidos para sair que me fez apaixonar por você, teria visto que eu teria me apaixonado por você de qualquer jeito. Você era feita para mim, o encaixe perfeito. Talvez, se eu repetisse menos que a culpa era sua por não termos descoberto isso antes e aproveitado mais, nós não brigaríamos tanto. E talvez, mesmo se não disséssemos nada, continuaríamos brigando tanto assim.


 


Então, talvez, não fosse tão perfeito.


 


Talvez se estivéssemos mais distantes, mesmo na escola, tivéssemos nos olhado de longe. Uma cosa é certa: teríamos ficado juntos de qualquer jeito. Eu não saberia viver sem você. Você diz que não, que eu teria me casado com uma puro-sangue meiga e elegante e teria vários filhos. Talvez, se eu dissesse mais que te amo, você acreditasse mais na minha opção.


 


Talvez se naquele passeio em Hogsmeade você não tivesse tropeçado e eu não estivesse perto, você não teria tido coragem para me beijar. Você diz que não, que fui eu que te beijei. Eu sei que você mente porque você cora e coça a cabeça. Eu conheço cada parte de você. Cada mania, cada pinta, cada beijo. Talvez, se eu não te conhecesse tão bem, acreditasse em você. E talvez assim nunca tivéssemos ficado juntos.


 


Talvez se eu não tivesse pedido você em casamento tão repentinamente, num café num dia chuvoso em Londres, logo depois de uma briga feia, você não tivesse aceitado. E talvez, se não tivesse aceitado, eu tivesse sumido de vez. Ou pedido de novo, não sei. Esta é a outra situação na qual você cora, lembrando do beijo mais intenso que nos uniu por algum tempo naquele beco escuro.


 


Talvez, se você não corasse tanto, eu não a achasse tão adorável. Talvez, se eu não fosse tão fechado, eu te mimasse mais. Você reclama que eu não sou tão romântico, mas na realidade eu sou sim, só não mostro mais isso. Fico pensando em mil e uma maneiras de te agradar. No final sempre acho a idéia estúpida ou adolescente demais e desisto. Queria demonstrar mais tantas cosias, e de nada adianta eu querer. Então nossa relação ficou cheia de palavras não-ditas. Talvez você até pudesse brigar, se a realidade fosse falta de amor, e não de coragem, que provavelmente deixei no colégio.


 


Talvez se a guerra não tivesse estourado, poderíamos ter criado o nosso filho. Teríamos ensinado-o a estudar e a jogar quadribol, a flertar com as garotas e a se apaixonar por elas. Teríamos sido felizes, com certeza. Talvez não precisasse ser assim.


 


Talvez se tivéssemos rido mais. Nos entregado mais. Vivido mais. Então, talvez, não estaríamos arrependidos de não ter tido mais um dia.


Talvez. Afinal, são todas suposições.


Suposições que, agora, não fazem diferença alguma.


 


“Devia ter amado mais


Ter chorado mais


Ter visto o sol se pôr...”


 


Fim.

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