Conversa de garotas e garotos

                                    *Capitulo Dezessete: Conversa de garotas... E garotos*

                                     “É mais fácil esconder os sentimentos que se tem do que fingir os que não se tem.”

 

 — O que?

A voz alta de Sirius ecoou pelo quarto do hospital.

Remo, sentado à cama, sobressaltou-se e Thiago olhou pra Sirius censurando-o com os olhos, tendo quase certeza que a voz de Sirius poderia ter acordado o hospital inteiro.

— Você vai desistir?

As meninas, que entravam sorrateiramente no quarto de Remo naquele momento, olharam pra Sirius assustadas com os brados dele, mas ele não parecia se importar com isso naquele momento.

— Desde quando Remo Lupin desiste de alguma coisa?

Remo olhou pra Thiago esperando um apoio, mas Thiago deu de ombros, com uma singela cara de desculpas.

— Ah Almofadinhas, relaxa cara... – Disse Thiago, dessa vez sendo censurado pelo olhar de Sirius.

— Aluado, seu fedaputa, pega essa porra desse controle logo. Eu não cheguei ate aqui no jogo pra você desistir agora.

— Eu cansei, Almofadinhas, deixa que o Pontas joga. – Disse Remo, vendo Patsy sentar-se a beira de sua cama e as meninas em cadeiras perto da amiga, vendo a “discussão” dos meninos.

Já se fazia uma semana que Remo estava no hospital, o tratamento, assim como esperado pelos médicos estava fazendo o efeito esperado e o canal arterial estava se fechando gradativamente, o que era muito bom, significava que em breve Remo poderia ir pra casa e voltar a ter sua vida normal, bom, talvez não tão normal quanto ele gostaria, algumas doses de remédios por semana seriam necessários, mas nada que o fizesse sentir como se sentiu naquele semana, onde a pior parte, com certeza, eram as ânsias e os vômitos.

Remo já estava acostumado com tudo aquilo, mas isso não quer dizer que ele gostasse ou não se importasse com aquilo, muitas vezes a vontade de desistir, se levantar e sair daquele hospital era muito grande, mas ele tinha motivos muito maiores para continuar, e eram por estes motivos, motivos iguais ao que bradava com ele naquele momento, que ele continuava

— Você é um fedaputa Aluado, você disse que conhecia as manhas do jogo.

Thiago e Remo riram, e Sirius bufou irritado.

— Era só pra ele jogar, ô burrão.

Remo riu e Sirius pegou um guardanapo, amassando ele na mão e jogando na direção de Remo, que desviou, rindo mais ainda.

— Toma, Pontas, joga ai. – Disse Remo jogando o controle do jogo nas mãos de Thiago que segurou, puxando mais a cadeira pra frente, ficando mais próximo dos pés da cama de onde ele podia ver melhor a TV.

— É, deixa eu acabar com essa fase logo senão o bebezão não vai parar de ficar chorando na minha cabeça.

As meninas e Remo riram, enquanto Sirius amassava mais guardanapos e jogava em cima de Thiago agora não muito longe dele.

— Como conseguiram esse vídeo-game? – Indagou a ruiva que observava os meninos jogando algum jogo de luta sangrento demais na opinião dela.

— O Thiago trouxe da casa dele. – Respondeu Remo, observando o jogo.

— E pode? – Indagou Patsy no momento em que a porta se abria e a mãe de Remo entrava no quarto.

— Não, não pode, mas você já viu esses meninos obedecerem a alguma regra?

As meninas riram, concordando, enquanto os três marotos sorriam marotamente.

— Eu ouvi essa, tia. – Disse Sirius, fazendo a Sra. Lupin revirar os olhos e as meninas rirem.

— É melhor vocês desligarem isso, já esta quase acabando o horário de visita.

Sirius fez um muxoxo, mas sem pausar o jogo, continuando a jogar com Thiago.

—Ah, a gente nem é visita pow.

— É isso ai, Tia, e nós somos gêmeos de barrigas separadas, se o Remo fica doente a gente também fica. – Complementou Sirius antes de levar uma almofadada de Remo.

—Hey, Aluado, cuidado com a irmãzinha do Sirius cara. – Disse Thiago, fazendo todos rirem, enquanto pausava o jogo, salvando antes de desligar e enrolar o controle do jogo.

— Como você esta? – Indagou Patsy, acariciando a mão de Remo carinhosamente e o olhando, sorrindo com aquele jeitinho meigo que Remo adorava.

— Estou bem. – ele disse simplesmente.

— Mas não pode ficar se entupindo com essas porcarias, né Sr. Lupin? – A Sra. Lupin pegou um saquinho de salgadinho posto na mesinha ao lado da cama e dos aparelhos, amassando e enfiando dentro da bolsa. – Se o Doutor ver isso aqui ele me mata. Você precisa se cuidar meu filho, você sabe que...

— Eu sei, mãe.

— É tia, e isso ai era meu e do Almofadinhas, o Remo nem comeu. – Disse Thiago tentando proteger Remo da bronca.

— É bom mesmo meninos, se vocês querem que o Remo saia logo daqui, vamos ajudar. – Disse a Sra. Lupin indo em direção a porta. – Vou conversar com o Doutor sobre a medicação e já volto. Juízo hein meninos.

Remo revirou os olhos fazendo uma cara de quem não gostava nada daquilo e Patsy acariciou a mão do namorado.

— Amor, sua mãe tem razão, você não pode levar esse tratamento na brincadeira.

— Não estou... – Começou Remo, suspirando profundamente, balançando a cabeça levemente. – Você não entende, deixa pra lá.

— Remo! – exclamou Patsy meio indignada, é claro que ela entenderia se ele explicasse.

— Relaxa, Pat, uns salgadinhos não fazem mal a ninguém. – Pat olhou meio contrariada pra Thiago, antes de olhar pior ainda pra Sirius.

— É, e depois ele vai por tudo pra fora mesmo, então não faz diferença, não é...

Sirius riu, sendo fuzilado com os olhos pelas meninas, porém acompanhado de Thiago e Remo.

Pelo visto não dava pra ter uma conversa séria com Thiago e Sirius por perto.

  

                                                           ***

 — Gente, vocês tem noção de como essa escola fica chata sem o Remo? – Indagou Sirius, afundando o rosto sobre as mãos em cima da carteira durante a aula de historia.

— E eu tenho certeza que a escola ficaria numa paz fora do comum sem você, Almofadinhas.

— Ah cala a boca, Pontas, sem eu aqui você enlouqueceria.

— Com certeza. – Disse ironicamente Thiago virando a pagina e acompanhando com os olhos o que o professor explicava a frente.

— E desde quando você estuda?

— Você deveria estudar de vez em quando.

— Ah vai. – Disse Sirius erguendo a cabeça para olhar pro lado e ver Lia escrevendo alguma coisa no caderno.

— O que você esta fazendo? – Disse Sirius num tom mais baixo de voz para apenas a garota ouvir.

— Estudando e você deveria estar fazendo o mesmo.

— Ah qual é, só porque o Remo esta no hospital todo mundo vai encarnar o espírito estudioso dele?

Lia revirou os olhos balançando a cabeça levemente, vendo o professor passando um bloco de folha por fileira e pedindo a todos silencio.

— O que é isso? Prova? /O.o – Disse Sirius arregalando os olhos e olhando pra Thiago, que riu enquanto pegava o bloco de folhas, colocando uma sobre a mesa e se virando batendo o bloco, agora bem menor, de folhas sobre a cabeça de Sirius.

— Vestibulando. Se esqueceu que estão dando essas coisas pra gente?

— Affs, todo fim de ano é a mesma coisa. – Disse Sirius bufando baixo, pegando uma folha e passando o bloco de folhas pra trás. – E eu nem sei ainda o que vou fazer.

— Shiu. – Disse Lia sentada na carteira ao lado dele, e Sirius revirou os olhos, pegando a mochila e procurando um lápis.

— Agora eu quero silencio, pessoal. Encarem esse vestibulando como uma prova, se eu ouvir alguém conversando vou tirar pontos, hein. Estão avisados.

Um silêncio ainda maior penetrou a sala. Sirius bufou irritado quando pela segunda vez ele vasculhou a mochila a procura de um lápis, mas sem sucesso.

— Lia. – ele sibilou baixinho, abaixando a cabeça de lado na carteira para que o professor não o visse. – Lia.

— O que é? – Ela sibilou baixinho em resposta, olhando-o levemente chateada. Pensando bem, ela não parecia muito bem com ele ou era apenas impressão?

— Me empresta um lápis? – Ele disse baixinho, vendo a loira revirar os olhos novamente, antes de pegar um lápis no estojinho de canetas e entregar a ele.

De volta à folha a sua frente, Sirius viu que eram muitas perguntas que ele sequer se lembrava muito bem, aquilo não era certo, se fosse mesmo um vestibular, ele teria estudado antes, mas provavelmente, mesmo assim, ele com certeza não estaria muito diferente de agora.

Lançando olhares para o lado, Sirius se mexeu inquieto na cadeira, será que ele deveria dizer algo a Lia? Será que ela realmente estava chateada com ele? Mas ele não tinha feito nada, bom, pelo menos ele não se lembrava de ter feito algo que pudesse deixá-la chateada, e com todo esse lance do Remo, o que poderia deixar ela chateada?

Bufando incomodado com os próprios pensamentos, Sirius voltou a olhar pra ela, abaixando levemente a cabeça sobre a carteira.

— Lia. – Ele chamou novamente em tom bem baixo, fazendo a loira olhar pra Sirius novamente, dessa vez franzindo a testa levemente, esperando ele falar.

— Você ta bem?

Lia franziu o cenho, confusa com a pergunta completamente fora de senso naquele momento.

— É... Eu to, você que não parece muito bem, não é?

Lia voltou os olhos pra prova.

— Porque não pareço bem? – Continuou Sirius, baixinho.

Levando a mão ao rosto, Lia balançou levemente a cabeça.

— Sirius, isso é uma prova, por favor.

— Você ta chateada comigo?

Dessa vez, Lia bufou baixinho, voltando os olhos para a prova.

— Sirius, por favor, agora não, ta?!

Bufando, Sirius voltou à atenção pra prova. Qual é, era obvio que ela estava chateada com ele, mal trocaram uma palavra desde que saíram da casa do Thiago para o hospital há quase uma semana atrás, era obvio que ela estava chateada com ele, não é?

Mulheres, a gente não faz nada e elas ficam emburradas. Pensou Sirius, balançando a cabeça levemente e pensando que seria melhor ele se concentrar naquela prova.

A verdade era que Lia tinha e muito, motivos para estar chateada com Sirius.

Quando a prova acabou, Sirius pegou a mochila, se levantando e colocando o lápis sobre a carteira de Lia, saindo à frente com Thiago, ambos comentando animadamente sobre a prova.

Lia guardou as coisas dentro da mochila, pegando a prova nas mãos para entregar para o professor e esperou as amigas arrumarem as coisas, antes de saírem.

— Vocês viram só? – Indagou Lilian apontando pra algo colado ao lado da porta da sala de aula, fazendo as meninas pararem meio segundo para olharem.

— Baile? – Disse Lia surpresa.

— Ahan, não é o máximo? – Exclamou Lilian empolgada.

— Isso significa que...

— Isso ai, Srta, Andrews, significa que os garotos terão que convidar a gente pro baile.

Lilian e Patsy riram animadas com a idéia.

— Será que o Remo vai poder vir no baile? Ai tomara que sim, vou falar com a mãe dele.

— Ah, Pat, com certeza ate o baile ele já vai estar bom e vocês vão poder ir juntos.

Patsy sorriu ao comentário animador de Lilian, que olhava com a testa levemente franzida em direção a Lia.

— O que foi, Lia?

— Ahn... Nada. – ela deu um sorriso amarelo, e começou a falar sobre vestidos, aquele com certeza era um assunto que entreteriam as meninas enquanto ela mergulhava em seus próprios pensamentos.

Era completamente difícil entender os homens, como Sirius podia perguntar a Lia se ela estava chateada se desde a noite que eles haviam transado, ele não tinha nem sequer falado com ela direito? Tudo bem que com todo aquele lance do Remo, ficou meio complicado ate mesmo os dois conversarem sozinhos e calmamente, mas ele parecia tão indiferente, como se nada tivesse acontecido que aquilo estava começando a incomodar de verdade ela, será que ele só tinha transado com ela por transar? Só por sexo? Só isso?

Sentindo um ser afundando no seu estomago, Lia voltou à atenção as amigas, era melhor não pensar naquilo ate ter oportunidade de esclarecer tudo com Sirius. Alem do mais, ela não queria falar sobre aquilo com as amigas naquele momento.

— Ah Lilly tem uma loja na Oscar Freire que tem uns vestidos lindos, a gente pode ir lá.

— Ótima, idéia, Pat. Esse baile vai ser o máximo, quer dizer, isso se o Thiago me convidar.

Lilian fez uma leve careta, pensando agora se isso era possível, bom, talvez sim.

— Ele vai convidar Lilly.

— Ai não sei, Pat.

— Alias, com todo o lance do Remo, você nem disse o que tava rolando entre você e o Thiago? Vocês brigaram?

— Vocês brigaram? – Indagou Patsy logo em seguida de Lia, surpresa, encarando a ruiva, enquanto caminhavam em direção ao portão do colégio, as aulas, ou como diriam os marotos, as torturas daquele dia, finalmente, haviam acabado. 

— Ai foi porque aquela Mayara – Lilian fez uma cara de nojo, antes de continuar. – Ficou dando em cima dele.

Lilian fez cara de quem não tinha gostado nada e Lia e Patsy riram.

— Ah Lilly, não da bola pra essa garota, ela não bate bem. Já ouviu a fama dela na escola?

Lia e Lilian olharam para Patsy, curiosas.

— A oferecidinha trouxa. Ela da em cima de todos os garotos, ate ficar com eles, e depois eles fazem ela de idiota e ela ainda fica correndo atrás.

— Nossa! – Exclamou Lia e Lilian, pasmas.

— Como uma garota consegue ser assim?

— Ah, mas tem viu, Lilly, você sabe que sempre tem umas garotas assim.

— Ah meninas, mas ele é muito galinha, quem garante que ele vai me convidar?

— Lilly, é claro que ele vai.

— É, ta na cara que ele gosta de você.

Lilian sorriu a Lia e Patsy carinhosamente, antes de seguirem direto pra casa de Patsy onde almoçariam e depois sairiam as compras a procura do vestido perfeito.

Afinal de contas, que garota não sonhava com um vestido perfeito e um baile perfeito?

  

                                                           ***

 — Aii Remo isso é nojento, sabia?

— Então... Por que... Você vem aqui?

Disse Remo, tentando controlar-se, mas em vão, segurando com firmeza a bacia que a enfermeira segurava a sua frente, sentindo o vomito saindo antes mesmo que ele pudesse se preparar para aquilo.

Ele detestava aquilo, era sem sombra de duvida, uma das piores coisas de estar naquele hospital.

Limpando a boca com um lenço umedecido, ele pegou o copo de água que a enfermeira lhe ofereceu e virou-o na boca, descendo da cama ainda segurando a água dentro da boca e seguindo direto para o banheiro do quarto.

— Ah relaxa, Aluado, não liga pra esse viadinho do Almofadinhas, não. – Disse Thiago, segurando o controle do jogo nas mãos e escolhendo um jogo legal para jogar e logo iniciando o mesmo. - Ah, a Lilly me ligou dizendo que ela e as meninas não iam poder vir porque iam comprar alguma coisa pro baile.

— A Pat me ligou avisando também, eu achei bom, não quero ela muito aqui. Ainda mais pra me ver assim.

Remo voltou do banheiro, sentando na cama e ajeitando o travesseiro nas costas, enquanto pegava o controle do vídeo game e esperava o jogo começar.

— Eu não acredito que as meninas já estão pensando naquele baile. – Sirius balançou a cabeça, incrédulo e os amigos o acompanharam, com os olhos fixos na TV.

— Mas e ai, Pontas, você vai convidar a Lilly?

Com os olhos fixos no jogo, Thiago deu de ombros.

— Sei lá, não tem outra garota mais legal pra levar, não é.

— E a Mayara? – Zuou Sirius, vendo os amigos jogando vídeo-game.

— Ahh porra, perdi na cara do Gol. – Praguejou Thiago, antes de continuar. – Sai fora, Almofadinhas, aquela mina é louca.

Os marotos riram.

— Chuta, Remo, Chuta. Isso, porra.

Thiago e Remo fizeram o toquinho dos marotos, com as mãos, de longe.

— E você, Almofadinhas?

— Que que tem eu?

— Vai convidar a Lia?

— Sei não, Aluado, ela parece meio brava comigo.

— O que você aprontou hein?

— Eu não aprontei nada, seu viadinho, não sou você, não.

— Claro que não, é pior.

Thiago e Remo riram e Sirius pegou a almofada jogando em cima de Thiago.

— Ô seu fedaputa, perdi um gol, caralho.

Sirius riu.

— Ate no Play você é ruim de bola, Pontas.

— HAHAHA vai pra merda, Almofadinhas.

— Ai. Poxa, Pontinhas, essa doeu. – Disse Sirius imitando uma voz fininha segurando a almofada nas mãos, como se fosse a voz da mesma que acabava de voar em sua direção.

 

                                                           ***

 — Ai meu Deus, esse vestido é lindo, olha, Lilly! – Exclamou Patsy segurando um lindo vestido vermelho com detalhes pretos nas mãos.

— Ah meu Deus, é lindo mesmo! Acho que vou experimentar.

— Experimenta Lilly. – Disse Patsy enquanto Lilian pegava o vestido das mãos da amiga e corria ate o provador.

— Ah, Lia, pega esse preto pra mim também? – Disse Lilian aparecendo na porta do provador, apenas com a cabeça pra fora, antes de pegar o vestido com Lia e entrar novamente no provador.

— Então, Lilly, porque você disse que o Thiago era galinha? – Indagou Patsy segurando um lindo vestido roxo e preto nas mãos e colocando-o sobre o corpo numa tentativa de saber como ficaria.

— Ai, vocês nunca viram o Orkut e o Twitter dele? – Questionou-as Lilian, com a voz levemente mais alta, de dentro do provador.

— Ele me adicionou, mas eu nem reparei no Orkut dele.

— Ta cheio de meninas em cima. – Disse Lilian abrindo a porta do provador. – Então, o que vocês acham?

— Uau Lilly, ficou perfeito! – Disseram Lia e Patsy quase em uníssono, fazendo a ruiva sorrir.

— Vou experimentar o outro pra ver.

— Mas Lilly, ele é o garoto mais bonito e popular do colégio, é obvio que as meninas vão cair em cima dele no Orkut, não é?! – Disse Lia enquanto olhava alguns vestidos pendurados em cabides pela loja.

— É Lilly, o Orkut ser cheio de menina não quer dizer que ele é galinha. – Concordou Patsy, ainda segurando o vestido preto e roxo nas mãos em frente o espelho. – O que você acha, Lia?

— Mas não foi você mesma que disse uma vez que ele e o Sirius eram galinhas?

— É, eles eram, mas eu nunca vi eles tanto tempo com uma só garota como eles estão com vocês.

— Eu achei o vestido bonito, Pat, mas parece meio dark e você é tão delicadinha, o que você acha desse, olha? – Lia pegou um vestido rosa claríssimo com detalhes Pink e entregou a Patsy que sorriu, colocando o outro vestido de lado e se olhando no espelho com o novo vestido nas mãos.

— Eu não acho que o Sirius tenha mudado só porque esta andando com a gente. – Continuou Lia, segurando um vestido preto com detalhes azuis rodado nas mãos e olhando pra ele com certo interesse.

— Alias o que aconteceu entre vocês? No dia do churrasco vocês sumiram.... – Lilian apareceu novamente à porta do provador, dessa vez trajando um vestido preto básico, colado ao corpo.

— Nossa, esse é super sexy! – As meninas riram e Lilian se olhou no espelho.

— Acho que vou levar os dois, por via das duvidas.

As meninas riram novamente, e Lilian encarou a loira com um olhar de curiosidade extrema.

— Ahn... não aconteceu nada, Lilly.

— Aconteceu sim, eu sei que aconteceu alguma coisa, você esta estranha em relação a ele. – Disse a ruiva, fechando a porta do provador novamente.

Patsy se olhando no espelho segurando o vestido sobre o corpo, olhou pra Lia como quem lhe diz que não tem escapatória ate falar.

Dando de ombros e fazendo Patsy rir baixo, Lia, segurou o vestido em uma das mãos procurando outro.

— Ah é que... – Lia pensou mais uma vez se devia contar “aquilo” pras amigas, mas aquele não era nem o lugar, nem a hora. – Bom, no dia do churrasco a gente ficou.

— Me conta alguma novidade agora, ta. – Disse Lilian mais alto de dentro do provador, e Lia revirou os olhos, enquanto Patsy ria baixo.

—A gente ficou, mas ele esta diferente comigo.

— Diferente como? – Lilian finalmente abriu o provador, vestida normalmente e saindo com os dois vestidos nas mãos.

— Ele mal falou comigo, tudo bem que teve esse lance do Remo, mas...

— Vocês ficaram, tipo, sério? – Indagou Patsy, seguindo em direção ao vestiário com dois vestidos nas mãos.

— Bom, eu acho que sim, quer dizer...

— E ele não chegou em você nem pra perguntar se você estava bem? – Lilian pendurou os vestidos nos ombros, continuando a olhar os vestidos pela loja.

— Hoje, durante a prova de historia.

— Hoje? – Indagaram as meninas em uníssono, olhando pra Lia levemente assustadas.

— Nem um “a”? – Indagou Lilian, se aproximando de Lia com um vestido rosa claro nas mãos.

— Não, nem a, nem b. – Disse Lia desanimada, suspirando profundamente. – Mas tudo bem, eu não vou dizer nada e vou tratar ele como sempre faço.

— Eu achei que o Sirius estava gostando de você.

— Ate porque a Lia com certeza esta gostando dele. - Concordou Lilian ouvindo Patsy de dentro do provador.

— Lilly! Eu não gosto dele, a gente só... Fica.

— Claro, mas ele com certeza gosta de você, Lia, ele só estava preocupado com o Remo.

— É, Lia, você viu como eles ficaram preocupados. – Disse Patsy de dentro do provador.

-- Vocês acham? – Denunciou-se Lia e Lilian caiu na risada.

-- Sabe, eu acho que o fato de você estar apaixonadíssima pelo Sr. Potter, não a torna especialista no assunto. – Falou Lia, revirando os olhos pra amiga que ainda ria.

-- Eu sei das coisas. – disse Lilian certa do que dizia. 

-- Ah esse baile... Vocês mal devem esperar não é? – Disse Lia, ajeitando o vestido preto e um rosa nas mãos para comprá-los.

-- Aposto que você também ficaria ansiosa se o Sirius te convidasse.

-- Lilly, eu não estou apaixonada pelo Sirius!

— Alguém aqui disse apaixonada?

Lilian e Patsy riram e Lia revirou os olhos, enquanto Patsy saia do provador com o vestido nas mãos.

— Vou levar esse.

— Ah, Pat, você nem deixou a gente ver o vestido.

Patsy riu, sem jeito.

— Desculpe meninas.

                                                            ***

 Alguns dias haviam se passado, Remo continuava no hospital, não vendo à hora de sair de lá. O tratamento, segundo o medico, estava indo bem, o canal arterial estava se fechando como deveria ser, e se ele continuasse naquele ritmo talvez em um ano ele pudesse fazer a cirurgia e aquilo tudo acabaria de vez. O que ele ansiava fervorosamente.

Sua aparência estava muito melhor e seu humor também, os enjôos e vômitos haviam diminuído bastante e ele já estava se sentindo bem o suficiente para ir pra casa.

Mas enquanto os médicos, e sua mãe, achavam que ele precisava ficar mais um pouco, a boa aparência de Remo e a falta de noção para regras, permitiam os marotos, agora com as meninas, a ficarem mais tempo do que permitido no quarto de Remo, sempre arrumando um jeito de se divertirem e deixarem Remo se sentir normal novamente.

O quarto de Remo no hospital estava animado e aconchegante naquele fim de tarde, seis amigos animados conversavam, comendo brigadeiro e beijinho de latinha, alem de algumas latas de coca-cola e salgadinhos.

Sentados todos em volta da cama de Remo, Lilian, Thiago, Lia, Remo e Patsy riam das piadas, bobas de acordo com Lia, que Sirius contava.

— Hey Sirius – disse Thiago animado, rindo de se acabar. – Conta aquela da puta e o Corinthiano?

Lia e Lilian se entreolharam, antes de caírem na risada, enquanto Patsy ainda se acabava com a ultima contada por Sirius sobre dois anões e um São Paulino.

— Ah não... Não, por favor, não estou agüentando mais rir... – disse Patsy tentando pegar fôlego e ficar séria. – Minhas bochechas estão doendo. – Concluiu massageando as bochechas causando mais risos nos demais, que mal perceberam a chegada silenciosa da Sra. Lupin, que ligou a TV em som baixo.

— Meninos e meninas, é melhor vocês irem agora, esta ficando tarde e o Remo precisa descansar.

— Ahhh! – Exclamaram tristemente os seis, rindo em seguida.

— Dona Ana. – Disse Patsy gentilmente, ainda permanecendo ao lado de Remo enquanto os amigos se levantavam e arrumavam a bagunça dos doces. — O Remo vai ter alta pro baile?

A Sra. Lupin se aproximou do filho pelo outro lado da cama, rindo fracamente e passando a mão pelos cabelos de Remo.

— Acho que sim, querida, ele já esta bem melhor, não é?

Patsy sorriu a mãe de Remo, acariciando a mão do namorado carinhosamente.

— Ae, ate que enfim, Aluado, você vai sair daqui cara.

Disse Sirius e as meninas riram do jeito do maroto.

— Gente olha. – Disse Lia apontando pra TV, horrorizada.

— O que foi, Lia?

— Aumenta o volume Remo. – Disse Lilian, agora lendo mais atentamente o chamado do noticiário na TV.

— Ae tia passa esse salgadinho? – Disse Sirius, no momento em que Remo aumentava o volume da TV.

— Shiu! – Fizeram todos em uníssono e Sirius se calou, virando-se para ler a legenda do noticiário também.

“Jovem é assassinada por mascarados misteriosos”

— Mascarados? – Indagou Sirius erguendo as sobrancelhas e mais uma vez ouvindo um “Shiu” como resposta.

 

“O apartamento foi encontrado totalmente revirado, objetos quebrados, paredes sujas de sangue e papeis espalhados pelo apartamento, mas nada parece ter sido roubado.

Vizinhos da jovem no prédio disseram que ouviram gritos vindo do apartamento, naquela mesma noite, o que parecia ser uma discussão.

O motivo da morte ainda não foi descoberto. Os mesmos vizinhos disseram que a jovem era educada, gentil e solteira, o que tira também a possibilidade de discussão amorosa, como já especulada.

Três mascarados foram vistos por uma testemunha ocular saindo do prédio após a queda da garota.

“Eu ouvi barulho de vidros quebrando e fui olhar, daí eu vi ela caindo da janela na rua e logo depois três caras mascarados saíram correndo, então eu chamei a policia.”

Losane Lacoste, 22 anos, residia sozinha no quinto andar do prédio situado na Alameda Lorena, no bairro Jardins em São Paulo, e estava se formando em medicina na universidade da USP. Segundo familiares ela não tinha inimigos e era uma garota muito amiga.”

 

— Na Alameda Lorena? – Indagou Lilian, levando as mãos à boca.

— Ah meu Deus é aqui perto. – Patsy olhou aterrorizada para Remo.

— Não deve ser...? – Indagou Lia olhando de Lilian para Thiago que a olhou com certo receio nos olhos.

— Devem ser só ladrões, gente, ladrões andam mascarados, lembram?

Todos olharam pra Sirius

— O Almofadinhas deve ter razão. – Disse Thiago tentando acalmar as meninas e convencer a si mesmo.

— Esse mundo anda tão violento, Meu Deus! – Exclamou a Sra. Lupin e todos olharam pra ela levemente assustados, diante da noticia esqueceram momentaneamente da presença da mãe de Remo.

— A Julia disse que ela era filha dos Donato.

— Ela? – Remo apontou pra TV antes de olhar assustado pra mãe, acompanhado dos amigos.

— Sim, meu filho, a Julia, a nossa intermediaria direta dos Donato, disse que essa moça que morreu era filha deles. – A Sra. Ana balançou a cabeça levemente triste pela noticia.

— Donato? – Indagou Patsy olhando pra Remo com um olhar interrogativo e a Sra. Ana respondeu no lugar do filho.

— São donos de uma empresa na Paulista e a filha deles sempre gostou de ser independente. Coitadinha.

Todos se entreolharam receosos, sem dizer nada.

Tentando quebrar o clima, Sirius virou-se pegando um guardanapo, fazendo dois buracos e colocando sobre o rosto antes de virar-se para encarar os amigos

— Relaxa pessoal.

— AAHHHHHHHHH! – Gritaram as meninas em uníssono e Sirius tirando o guardanapo do rosto, gargalhou.

— SIRIUS! – exclamou Lia, balançando a cabeça, enquanto o maroto ria e Thiago dava um tapa na cabeça do amigo.

— Aii, o que eu fiz? –indagou o maroto com cara de ingênuo e Lilian pegou a almofada da poltrona e jogou de volta em cima de Sirius.

— Hey, minha irmãzinha.

E todos riram, tentando espantar a sombra da sinistra e medonha lembrança que o noticiário trouxera de volta a tona.

                                                            ***

 — Ele me convidou! – Exclamou Lilian, histericamente baixo, às amigas assim que elas saíram da aula em direção ao refeitório.

— Jura?! – Exclamaram igualmente histéricas Lia e Patsy, juntas, rindo as três em seguida.

— Eu sabia que ele ia te convidar, Lilly!

— Ai gente, ele demorou tanto, e sério, tinha meninas demais dando em cima dele no Orkut.

— Ah Lilly, mas nenhuma delas é melhor que você.

— Não mesmo. – Patsy concordou com Lia, sorrindo carinhosamente a ruiva.

— Ah é que eu pensei que eu era só mais uma pra ele.

 

 — Bom, a gente ta curtindo, não é, e pelo menos agora as meninas me deixam em paz, tava ficando louco com tanto recado perguntando quando eu ia convidar elas pro baile.

Thiago passou a mão nos cabelos, com um sorriso maroto de lado.

— Eu vi, ate aquela Jessica louquinha deixou recado pra você. – Sirius, balançando-se nas duas pernas traseiras da cadeira, gargalhou e Thiago fez uma careta pra Sirius.

— Mas ela não é fake? – Disse Remo, que tivera alta e ia pela primeira vez desde o ocorrido ao colégio e agora copiava febrilmente algumas anotações de Thiago no caderno para a prova de Física depois do intervalo.

— Não sei não, mas sei que ela usa umas fotos nada a ver com ela no MSN e um nome bem esquisito. – Disse Thiago que ao olhar indagador de Sirius, continuou. – Eu sei disso porque toda vez que ela me vê no MSN ela vem encher o saco.

— É, mas você já pegou ela, Pontas.

— Eu não me lembro disso.

— Essa Jessica não é a irmã do Wood?

 

 — É, e eu acho que ele vai me convidar pra sair. – Disse Lia caminhando com as amigas pelo corredor do colégio.

— Serio?! – Exclamou Lilian e Patsy juntas, ainda histericamente baixo.

— Nossa, o Wood é muito gato. – Lilian riu baixo e as meninas concordaram.

— Nem me fale. – Lia riu, se abanando com as mãos, causando mais risos. – Hoje cedo eu passei por ele e uns amigos dele e ouvi ele comentando que ia me convidar pro baile.

— Uau, ele é lindo, Lia, e é o goleiro de Hogwarts. – Lilian fez pose de “eu sou forte” com os braços e as meninas riram.

 

 — E eu sou o Artilheiro. – Completou Sirius.

— E eu também. – Corrigiu-o Thiago e Sirius revirou os olhos.

— É, mas o que eu quero dizer é que o Wood e a irmãzinha dele não batem muito bem.

— Ué, Sirius, eu achei que você se desse bem com o cara. – Disse Remo, terminando as anotações e fechando o caderno.

— Ele gostava, ate saber que o cara vai chamar a Lia pro baile.

— Não é isso. – Sirius fechou a cara pra Thiago.

— E porque você não convida ela antes? – Indagou Remo, agora em pé, colocando a mochila nas costas.

  

— Ah se ele não me convidou ate agora, eu duvido muito que ainda convide.

As meninas adentraram o refeitório seguindo para seus lugares de costume.

— Mas pelo que eu soube, ele ainda não convidou ninguém, Lia.

— É, Lia, então pode ser que ele te convide sim.

— Ah eu não sei, eu vi ele andando por ai com a Lene.

— Marlene Mckinnon?

— É, acho que ele estava ficando com ela. – Lia tentou não demonstrar o quanto isso a chateava, mas foi meio difícil.

  

— Nãa, o Almofadinhas não tava ficando com ela, ele estava obrigando a menina a sair com ele pra fazer ciúmes pra Lia.

Thiago riu e Sirius deu um tapa na cabeça de Thiago, que passou a mão onde o amigo batera, logo em seguida.

— Se liga, Pontas. A Lene é legal, e ela tem uma das qualidades que mais me atraem numa mulher.

─ Ela respira.

Sirius fez uma cara de cão raivoso, enquanto Thiago caia na risada.

Agora caminhando pelo corredor do colégio em direção ao refeitório, Thiago passou a mão pelos cabelos, sorrindo charmosamente pra uma garota que passava por ele e Sirius deu um tapa em sua cabeça novamente.

— Qual é, Almofadinhas?

— Deixa a ruivinha ver você paquerando por ai.

— Ah qualé, eu vou ao baile com ela, não me casar.

— Ah Pontas que isso, tentando enganar seus amigos, cara? A gente já sabe que você esta de quatro pela ruivinha. – Sirius riu e Thiago fechou a cara, antes de Remo repreender Sirius com os olhos.

— Eu não to enganando ninguém, Almofadinhas, se liga.

— Só você mesmo, Pontas.

E Thiago fechou a cara pra Remo enquanto adentravam o refeitório seguindo em direção ao lugar onde as meninas já estavam sentadas.

— Olha só, eu passo uns dias fora e já tem gente tentando roubar o meu lugar. – Brincou Remo, abraçando Patsy e rindo do jeito desajeitado de Diggle.

— Que isso, Aluado.

— E ai, baixinho, que manda?

Sirius deu um tapinha de leve na cabeça de Diggle, antes de se sentar sobre a mesa, ao lado de Lia.

— Você sumiu cara. – Thiago disse, se sentando próximo de Lilian, lhe sorrindo sem jeito.

— Ele pegou suspensão, esqueceu, Pontas. – Sirius riu e o garotinho olhou pra Sirius irritado.

— Culpa sua, cara.

Sirius continuou rindo e as meninas olharam confusas de Diggle pra Sirius.

— O que houve, Diggle?

— Fui pego matando aula num bar, daí meu pai falou pro diretor me dar suspensão enquanto eu ficava de castigo em casa.

Sirius riu mais ainda e Diggle pegou uma latinha de coca na mesa ao lado jogando-a em cima de Sirius que se defendeu com as mãos, ainda rindo.

— E porque é culpa do Sirius?

— Eu não tenho nada a ver com isso não. – Se defendeu Sirius da pergunta de Lia. – Esse tapado ai que ficou me pedindo pra agarrar ele por trás e se fudeu.

Sirius gargalhou e Diggle mostrou o dedo do meio pra Sirius, o que causou mais risos no garoto.

— Eu queria que você me ensinasse a jogar bilhar, seu idiota.

— Mas ate que o Almofadinhas gostou do Diggle pedindo pra agarrar ele. – Thiago riu e ate Remo riu junto, enquanto o garoto xingava os garotos baixinhos.

— Mas sabe como é né, ele é meu amigo, me pediu pra agarrar ele por trás, eu não gostei muito não, mas fazer o que se eu sou irresistível.

Sirius passou a mão pelos cabelos, fazendo as meninas revirarem os olhos e Diggle dar um tapa na cabeça de Sirius no minuto em que o sinal tocava anunciando o final do intervalo.

— Ah droga, não deu tempo nem de comer uma pizza. – Reclamou Sirius, enquanto as meninas se levantavam e os marotos também.

Sirius continuou sentado e quando Lia se levantou pra acompanhar as meninas, ele segurou em sua mão a fazendo parar, olhando pra ele, vendo ele fazendo uma carinha de cachorrinho sem dono.

Revirando os olhos, ela sibilou baixinho a ele.

— Que foi?

Sirius não disse nada e viu os marotos lhe olhando e rindo, antes de continuarem indo em direção a sala de aula junto com as meninas.

Sirius soltou a mão de Lia, inclinando o corpo pra trás e apoiando os cotovelos na mesa, olhando pra Lia com um sorriso maroto nos lábios.

— Vai dizer ou vai ficar de gracinha?

Sirius riu balançando levemente a cabeça.

— E ai, já aceitou o convite do Wood?

Lia revirou os olhos, cruzando os braços e ficando parada em frente à mesa, encarando o maroto.

— Porque quer saber?

— Porque assim eu posso saber se ainda posso te convidar pro baile.

— Ué, achei que você fosse convidar a Lene.

— Por quê? Quer que eu convide ela?

Lia riu fraco, Sirius achou seu riso meio debochado, fechando a cara em seguida.

— Que foi agora?

Sirius ergueu o corpo, ficando sentado em cima da mesa.

— Você é louca, já te falaram isso?

— Louca? Eu? – Lia riu, nervosamente.

— É porra, e ate agora eu não sei por que você ficou brava comigo.

— Não sabe? – Lia ergueu a sobrancelha, permanecendo parada a frente de Sirius com os braços cruzados, então balançando a cabeça negativamente, ela respirou fundo. – Olha, esquece tudo ta, vamos ser amigos e...

— Esquece tudo?

— O que você quer, Sirius? Você mesmo agiu muito bem ate agora como se nem se lembrasse de nada.

— Mas você estava chateada, porra...

— E você devia saber por quê. Mas quer saber, já passou ta?!

Lia sorriu falsamente, descruzando o braço e se virando, caminhando em direção a saída do refeitório.

Num pulo, Sirius desceu da mesa e correu ate ela, segurando-lhe o braço, a puxando, fazendo Lia encará-lo.

— Sirius! Ta louco?

Sirius soltou o braço de Lia e segurou em sua cintura a fazendo caminhar alguns passos pra trás ate ela sentir a parede as suas costas. Lia franziu o cenho, confusa, olhando pra Sirius, sentindo a mão quente dele em sua cintura e o maroto a encarou por segundos.

Sirius pressionou-a contra a parede e Lia tentou conter a respiração, não queria deixar transparecer o que ele a fazia sentir cada vez que se aproximava dela, mas o fato de Sirius estar tão perto, com o corpo praticamente colado ao seu, o rosto a centímetros do seu, sentindo a respiração dele quase em seus lábios, aquilo tudo não ajudava em nada a sua respiração diminuir, ao contrario, fazia seu coração acelerar dentro do peito aumentando o ritmo da respiração.

Sirius percebeu a respiração mais ofegante de Lia, mas não fez nem disse nada, parecia hipnotizado, por isso ele não se moveu um centímetro sequer, permaneceu abraçado a Lia, segurando em sua cintura, encarando seus olhos e seus lábios, deixando Lia completamente desconcertada.

— Sirius, o que você pensa que ta...

Então, Sirius a beijou impetuosamente.

Lia não teve reação alguma, Sirius a beijou tão inesperadamente que a única coisa que conseguiu fazer foi corresponder ao beijo.

Ele apertou a cintura de Lia, pressionando-a mais contra a parede, e Lia inconscientemente levou as mãos ate o cabelo do maroto, entrelaçando os dedos no cabelo macio dele, sentindo que ele aprofundava o beijo, deixando-os totalmente entregues e perdidos naquele momento de paixão, uma paixão que parecia estar se ascendendo cada vez mais dentro dos dois.

Quando Lia achou que perderia o ar, Sirius soltou-a puxando o ar pros pulmões, Lia respirou fundo, tentando recuperar o ar, Sirius olhou-a por segundos, com um olhar que Lia jamais poderia imaginar vindo dele para ela.

— Você é louco?

Sirius riu, aquele riso que mais parecia um latido, aquele riso que ela no fundo, mesmo não querendo admitir, amava mais que tudo.

— Louco... – Sirius passou o polegar pelos lábios de Lia e sorriu marotamente. – Completamente louco.

Lia riu, dando um tapa de leve no braço dele.

— Não pense que com isso você estará perdoado...

Sirius riu novamente.

— Não? Ta louca? Esse sim foi o melhor que eu já tive na vida.

Sirius riu marotamente, passando a mão pelos cabelos, antes de segurar carinhosamente o rosto de Lia e beijá-la novamente deixando-a completamente desconcertada e sem fôlego.

Definitivamente, Sirius Black era louco.

 

 *N/A:

Nhaii pessoinhas, me desculpem se esse cap não esta lá grandes coisas
É que as vezes é difícil escrever quando você esta com a cabeça em outros capítulos \z
e eu ando pensando nos próximos, daí a ansiedade não me deixa ter muita inspiração \z
foi mal mas eu prometo que os próximos caps vão ser melhores
Prometo (yn)

 Aproveitando que falei em caps seguintes, gostaria de comentar uma coisa com vcs
Todos nós já sabemos o que realmente acontece na historia final dos marotos, Thiago e Lilian morrem, Sirius é preso, Remo vive meio nas piores situações e por ai vai
Agora, eu estou pensando, estamos na era atual, poderia a historia acabar diferente
O que acham? Nova era e novos finais para os marotos?
estou com ideias muito fodas, e eu sei que algumas pessoas vão querer me matar hihi
Mas garanto que emoções vão acontecer

Me deem a opinião de vcs sobre isso.

 Gostaria também de agradecer a todos os comentários. No próximo cap coloco os devidos agradecimentos a cada um de vcs que comentaram, mas desde já deixo meu agradecimento pelos coments, pelas visitas e por ver minha fic entre as 20 mais lidas *-*
É realmente inspirador e gratificante ver as pessoas gostando do que a gente faz sabe
Eu não escrevo apenas pelos comentários, eu escrevo porque amo escrever, porque amo os marotos, mas ver as pessoas gostando da minha historia, me deixa realmente feliz

 Então pessoal, façam um coraçãozinho feliz e comentem
Não vai doer nada em vcs e fará uma autora feliz ^^

 Então, até o próximo capitulo
Beijos

Lanah Black

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.