Tem dias que a noite é foda





                                                   *Capitulo Dois: Tem dias que a noite é foda*
 

                                 Hoje é tudo ou nada, Vou com as amigas para balada e me perder na madrugada”

                                                                                                                                


 


Os dias tinham passado tranqüilamente, depois do vexame, segundo Lilian, de ter se estatelado no corredor do colégio. O que, naquela altura do campeonato, muitos já haviam esquecido, ou já havia deixado de ser engraçado, e nem comentavam mais, o que Lilian Evans agradecia imensamente, a vergonha de saber que todo mundo do colégio comentara do tombo da aluna novata, fora demais pra ela, que mal conseguira se esforçar, pra valer, pra gostar do colégio novo.


Lia sua melhor amiga, tentava incentivar a amiga ruiva o máximo, mostrando a ela que já era muito bacana terem feito uma amizade legal logo de cara, e isso Lilian não podia negar, fora realmente sorte. Patsy, a garota que conheceram logo no primeiro dia de aula, estava ajudando Lilian e Lia a conhecerem melhor a escola e também com as matérias que as duas haviam perdido por serem de outro colégio, que mesmo com fama de ser muito bom, parecia estar meio atrasado nas matérias diante de Hogwarts.


Fora Patsy também que dissera a Lilian que no colégio havia aulas extracurriculares, como teatro, musica, balé, dança, entre outras coisas bem legais, e isso animara muito Lilian, que caminhava animada com Lia por um corredor, entre tantos do colégio, em direção ao auditório, onde eram feitas as aulas de teatro.


Elas entraram, se sentaram e ficaram quietinhas no fundo, esperando um ensaio, que se seguia no palco do auditório, terminar.


 


 
― Que é isso, Padre, aonde vai?


― Para o céu, creio eu, até onde valsa dançarei.


Um padre, barrigudo, segurou as mãos de uma bela donzela que trajava um vestido, um pouco decotado demais, que lhe apertava a cintura e rodava elegantemente, quando a donzela rodopiava segura pelas mãos do padre e ria alegremente.


― Ora lá, que formosura!


Um Diabo, com olhos azuis-acinzentados, vestido todo de vermelho, uma capa esvoaçante e um tridente seguro nas mãos, riu alegremente, segurando em seguida uma das mãos da donzela a retirando do padre e a enlaçando pela cintura, rodopiando com a donzela.


― E não o censuraram por isso no vosso convento?


― Outros tantos também o fazem.


― Ora, ora, que deliciosa aventura. Entrai então, Padre, não se acanhe.


― E para onde vais?


― Para aquele fogo ardente que não tomaste vivendo.


O diabo riu demoniacamente, soltando a donzela e a empurrando em direção a um barco, de aparência muito pobrezinha.


A garota gritou assustada e uma voz de homem se sobressaltou a todo o resto.


― Ótimo! Ótimo, Black! Uma pausa pessoal.


Sirius Black puxou o arco de chifres da cabeça, passando a outra mão pelos cabelos enquanto caminhava pelo palco do auditório do colégio, um cara meio careca andava pra lá e pra cá, dando dicas a outras pessoas, também vestidas caracterizadas para a peça de teatro que preparavam.


Sirius pegou uma garrafinha de água e virou um grande gole, olhando em volta, na platéia, percebera ele, haviam varias pessoas, novatos, pensara Sirius com desgosto, odiava quando chegava muitos novatos no curso, isso sempre os atrasavam, e eles tinham pouco tempo pra apresentar aquela peça, O Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente.


Sirius sentou-se, deixando as pernas balançando pra fora do palco, colocou a garrafinha de lado e passou a mão novamente pelos cabelos, estava suando com aquela roupa, não via a hora do ensaio acabar e ele poder tomar uma ducha bem gelada, era impressão dele ou São Paulo estava voltando a ser o forno de sempre?


Seus olhos percorreram o auditório e duas coisas chamaram sua atenção, duas garotas, uma loira e a outra ruiva.


As novatas! Sirius sorriu de canto, pegando a garrafinha de água e virando mais um gole antes de colocá-la ao seu lado novamente, com um pulo descer do palco e caminhar em direção a um grupo de garotas na platéia.


 


  


― Ele é bom!


― Quem? O diabinho?


A loira riu, e Lilian confirmou com a cabeça.


― É. Ele é bom ator, achei legal a interpretação dele. Esse auto é muito legal, um dos meus favoritos do Gil Vicente.


―É, ele é bom, mas meio metidinho demais, não acha? Parece aqueles galãs mirins de novela.


Lia riu e Lilian não conseguiu conter o riso também. A loira observou que o maroto ainda vestido de diabo, “e não é que aquela cor lhe caia muito bem?!”, caminhava em direção a um grupo de meninas, não muito longe dela e de Lilian.


Lia era definitivamente o tipo de garota que não se deixava levar pela aparência, apesar dela confessar que a beleza ajudava muito, isso ninguém podia negar, mas a pessoa tinha que ter mais do que uma bela aparência, aqueles típicos garotos bonitinhos e populares, mas completamente burros e sem papo, não lhe agradavam nenhum pouco, e embora aquele garoto logo a frente, vestido de diabo, fosse realmente muito lindo e lhe chamasse a atenção, ele parecia simplesmente mais um garoto bonito e idiota, que se gabava por saber que era bonito e que todas as garotas o queria, mas tinha a mente de um garotinho de dez anos que não sabia nem escovar os dentes sozinho.


Ela viu o garoto, que fazia todas as meninas da platéia em volta dele suspirarem idiotamente, virar-se e caminhar em direção onde ela e Lilian estavam sentadas.


― Oi!


Ele parou, sentando-se, meio de lado, numa das cadeiras na fileira da frente de onde as meninas estavam e olhando diretamente pra elas.


Lilian e Lia, sorriram, cumprimentando o garoto, que ficou alguns segundos sorrindo enquanto olhavam-nas.


― E então? Vão entrar pro grupo de teatro?


― Ah não, não...


― Não, só estávamos vendo...


― É, só viemos assistir, não queremos...


Sirius riu, uma risada rouca que mais parecia um latido, reparara Lia. Ele tinha os dentes perfeitamente retos e brancos, além de caninos perfeitos, ah sim, Lia adorava caninos perfeitos, era a primeira, ou talvez a segunda coisa que ela reparava quando via uma pessoa.


― Tudo bem, ninguém vai morder vocês. O Pessoal é bacana.


Ele sorria simpaticamente, ate que ele não parecia tão idiota assim.


Ele olhou em direção ao palco do teatro, onde varias pessoas caminhavam e apontou o homem meio careta, vestindo uma camisa branca e parecendo levemente suado.


― Aquele é o Flit, eu não sei o nome dele, mas é assim que todo mundo o chama, ele é o professor e diretor das peças de teatro.


O maroto de olhos extremamente azuis-acinzentados, que mais parecia um azul-cor de gelo, muito lindo, voltou a olhar pras meninas.


― Ele é bacana, e nunca deixa ninguém com talento passar despercebido, é só falar com ele, ele vai dar um teste, nada muito assustador. – adiantou-se ele, sorrindo animado. – e se vocês forem bem, ele coloca vocês no grupo. Se pá, ate nessa peça nova que estamos ensaiando.


Ele olhou pra sua própria roupa e riu roucamente.


Ta, ele tinha, além de caninos perfeitos, olhos lindos e um sorriso maravilhoso, uma risada rouca super sexy e uma voz extremamente atraente, alem de não parecer tão idiota e ate aquele momento estar sendo bem legal.


Lia sorriu meio sem jeito.


― Tudo bem, mas é só você convencer à ruiva, ela que gosta de teatro e essas coisas.


O maroto riu e passou a conversar com Lilian animadamente, sobre as pessoas que faziam teatro junto com ele, as peças que eles já tinham feito, e alem de Lilian parecer super interessada, e começar a rir animadamente com a idéia de entrar pra turma, até Lia não pôde deixar de se empolgar em ficar ali, ouvindo-o falar sem parar, ela tinha certeza que podia gravar aquela voz e colocar pra dormir todos os dias, e que aquilo lhe garantiria excelentes e maravilhosas noites de sono.


 
                                                                    ***       


 


 ― PARA! PARA TUDO, PORRA!


Um som agitado que enchia o ambiente, se aquietou imediatamente.


Um cara de cabelos moicanos, que tocava uma bateria muito irada, segundo ele, ergueu as baquetas no ar, um baixinho que segurava o baixo soltou as mãos das cordas, e uma garota de cabelos pretos encaracolados e olhos de um azul, bem conhecido, calou-se momentaneamente, antes de lançar um olhar irritado ao guitarrista da banda, que soltava a guitarra, a deixando cair levemente de lado no seu corpo, presa pela correia alça da guitarra, e olhava irritado em direção a garota.


― Caralho Bella, eu juro que essa é a ultima vez que a gente vai tentar de novo, não deve ser tão difícil assim fazer uma porra de um agudo sem desafinar tanto, qual é?


― Mas não está tão ruim assim, Thiago.


Thiago bufou irritado, ajeitando a guitarra, pronto pra tocar novamente.


― Não esta tão ruim? Se continuar assim o único lugar onde você vai cantar, vai ser a porra do banheiro da sua casa.


Ele disse, dessa vez, mais irritado ainda.


― Mais uma vez turma.


E o som agitado recomeçou novamente, o som da guitarra ecoando mais alto e mais forte no começo da musica, então o som da bateria encheu o lugar, sendo acompanhado em seguida pelo baixo, batendo um dos pés no ritmo da musica, a garota chamada Bella recomeçou a cantar, sendo acompanhada por Thiago de vez em quando. O refrão começou agitado, agora sim, tudo parecia estar indo bem... Parecia.


― PUTAQUEPARIU, BELLA!


O som agitado desafinou total ate parar de vez, um silêncio mortal impregnou o lugar, Thiago puxou a guitarra, tirando-a de si e colocando-a no suporte.


― Chega! Se eu ouvir mais uma vez esse agouro da Samara, eu juro que vou ter pesadelos.


O garoto de cabelos moicanos riu, e a garota, bufou irritada, largando o suporte de microfone e saindo irritada da sala de ensaios.


Thiago a observou sair, pisando fundo, a garota era bonita se reparasse bem, alem dos olhos azuis, iguais aos de Sirius, meio acinzentados, ela tinha um corpo bonito, era magra, vestia sempre calças justas que destacavam mais o seu corpo, que era realmente bonito, talvez Thiago não costumasse achar isso, por ela ser prima de Sirius e saber que o amigo pegava a garota às vezes, e como dizia aquela musiquinha que ele nem sabia quem cantava “mulher de amigo meu, pra mim é homem”.


― O que deu na Bella? Quase me atropelou.


Sirius e Remo apareceram na porta da sala, onde Thiago fazia seus ensaios com a banda, que graças ao Diretor super bacana, era dentro do colégio, numa sala que mais parecia um estúdio de musica, de uma gravadora de verdade.


Thiago de ombros, pegando uma garrafinha de água e se jogando num sofá mais a frente dos instrumentos.


― Cansei de ouvir os agouros dela, preciso urgentemente de uma vocalista nova.


― Bom, você pode colocar um aviso de teste no quadro de avisos do colégio, mas é bom deixar seu funeral preparado.


Sirius riu, se largando no sofá ao lado do Thiago, que fez cara de vencido.


― Talvez uma daquelas novatas saiba cantar também?


― Porque você esta dizendo isso, Almofadinhas?


― Elas estavam na aula de teatro hoje... – começou Remo.


― Parece que a ruivinha gosta de teatro.


Sirius sentiu um tapa na cabeça e riu, passando a mão, em seguida, onde o amigo batera.


― Que é? Ta louco, Pontas?


― Tira os olhos dela, a ruivinha é minha!


― Ah foi mal, eu não sabia que ela era sua. – Zombou Sirius, rindo. – Mas relaxa, eu gostei de outra.


Sirius passou a mão pelos cabelos.


― Mas você mal a conhece, Pontas?


― Ainda, Aluado, isso é só uma questão de tempo.


Thiago imitou o gesto de Sirius e Remo revirou os olhos.


― Só não vai fazer que nem foi com a loira peituda, que você só fica falando que vai pegar, mas ate agora nada.


Remo riu do comentário de Sirius que levou outro tapa na cabeça.


― Se liga, Almofadinhas, ainda não peguei a loirona porque não quis, isso também é só uma questão de tempo.


― Ahan, em uma questão de tempo, eu também serei o presidente da Republica.


― Ta mais pra galã de novela mexicana do SBT.


― Haha, engraçadinho Sr. Aludado.


Thiago e Remo riram. E Sirius os ignorou.


― E ai, vamos na All hoje? Eu to afim de beber até me acabar.


― E quando você não bebe até se acabar, Sirius?


Thiago riu.


― Demoro!


                                                             ***                                             


 


Era sexta feira, mesmo com os vidros da janela do seu quarto, fechados, Patsy podia ouvir as buzinas altas na rua onde morava, agitadíssima naquele horário.


Ela havia acabado de tomar um banho deliciosamente longo e estava parada em frente ao guarda-roupa tentando escolher alguma coisa pra usar mais tarde, claro que ainda faltavam algumas horas até a hora combinada com as meninas, mas ela gostava de deixar tudo pronto, de modo que, quando o horário estivesse próximo, era só se vestir e se arrumar.


Ela escolheu uma calça legging preta, uma saia jeans, uma blusa branca com decote em vê nas costas, e uma bota de salto alto, também preta, e deixou tudo arrumado em cima da cama, antes de descer pra jantar com seus pais.


Se tivesse sorte poderia encontrar com ele em algum barzinho no bairro, ouvira-o falando com os amigos, um dia desses, sobre um barzinho não muito longe da casa dela, e foi com esse pensamento, que ela subiu mais tarde pro quarto e se arrumou.


Fez uma chapinha nos cabelos, se maquiou um pouco mais, o que normalmente não fazia, e se olhou no espelho uma ultima vez. Estava definitivamente linda.


Se eu o encontrar essa noite, ele tem que me notar.


  


                 ***



(♪)   I'm going out tonight
Eu vou sair esta noite


I'm feelin' alright
Estou me sentindo bem


gonna let it all hang out
Vou ficar totalmente relaxada


Wanna make some noise
Quero fazer um pouco de barulho


really raise my voice
realmente levantar minha voz


Yeah, I wanna scream and shout
Sim, eu quero gritar e berrar


No inhibitions, make no conditions
Sem inibições, não faço condições,


get a little, outta line
sair um pouquinho fora da linha


Ain't gonna act, politically correct
Eu não vou ser politicamente correta


I only wanna have a good time
Eu só quero me divertir   (♪)


 


 Tres garotas cantavam animadamente dentro de um Pub super badalado, All Black, o lugar era naturalmente meio escurecido, tinha um cheiro gostoso de colonia de homem, chopp preto e uma noite estrelada, aquele cheiro de liberdade que aflorava pela pele, deixando as garotas mais livres do que as capirinhas pareciam ser capazes de fazer.


Uma era loira, os cabelos meio acastanhados ate o meio das costas, usava uma saia jeans com uma calça legging justíssima, que a deixava extremamente sensual, uma bota de salto alto preta, e uma blusa branca, que na escuridao badalante, fluorescia, completando o visual descolado da garota, que dançava e cantava animadamente.


A outra era loira, os cabelos eram longos, lisos porem encaracolados nas pontas que batiam na cintura, bem feita, da garota, a cor dos cabelos e da pele, branquissima, se destacavam diante do vestido preto e justo que ela usava, ate o meio das coxas e nos pés uma bota, sem salto preta.


E a outra, pra completar o trio, era ruiva, linda, tinha os olhos verdes mais brilhantes que o normal naquela noite, usava tambem uma bota sem salto, preta e um vestido, mas esse porém era vermelho, com um decote em vê na frente e nas costas, nada muito ousado, mas muito lindo, que combinavam com seus cabelos.


Elas pareciam ter se esquecido do resto do mundo, cantavam num karaoke, se divertindo mais que o normal. Lilian nao se lembrava mais de quantas caipirinhas tinha tomado, a ultima coisa que se lembrava, era do garçom trazendo uma capirinha, depois uma amarula, depois um chopp preto pra ela experimentar, e bom, depois disso, tudo parecia um globo dançante e alegre, que a fazia rir e dançar animadamente pelo Pub, que na verdade nao se parecia muito com uma danceteria, era uma réplica perfeita de um Pub Londrino, tipicos bares de Londres, um lugar aconchegante, gostoso de se beber um chopp preto, cantar ou ouvir uma musica boa, conversar, rir e se divertir, mas para as meninas, naquela noite, aquele Pub era muito mais do que isso.


 


(♪)   Best thing about being a woman
A melhor coisa a respeito de ser uma mulher


Is the prerogative to have a little fun and...
 a prerrogativa de ter um pouquinho de diversão e...


Oh, oh, oh, go totally crazy
Enlouquecer totalmente


forget I'm a lady
esquecer que sou dama


Men's shirts, short skirts
Camisa de homem, saias curtas


Oh, oh, oh, really go wild, yeah!
Realmente ficar desvairada, sim


doin' it in style
fazendo isso com estilo  (♪)


 


 
― E o carinha disse, eu quero aquele acessório que coloca no pulso, acho que é pra enxugar o suor.


― Munhequeira? Pra enxugar suor?


Thiago que estava sentado numa cadeira ao lado de Sirius, riu.


 ― Daí o Diggle, muito zoadão. – Sirius deu um tapinha de leve na cabeça de um garoto baixinho, que ria, enquanto Sirius contava a historia. - Virou pro carinha: “Ah mano, eu sei o que é isso ai, é punheteira.” E o carinha tapado, vira pro cara da loja: “ô me da uma punheteira”.


Thiago, que naquele momento virava uma latinha de cerveja , engasgou, colocando a mão na boca, e engolindo a cerveja rapidamente, pra rir mais ainda em seguida.


― E o cara da loja: Punheteira o caralho, vou ligar pra sua mãe, seu filho da puta.


Continuou o garoto baixinho, chamado Diggle, enquanto Sirius, Thiago e Remo riam loucamente.


― Eu não acredito que o cara foi tão ingênuo assim.


― To falando, Remo, eu tava lá, mano. Foi muito irado, nunca ri tanto na vida, e o tapado lá, com cara de nóia, ta ligado? “Mas eu preciso de algo pra limpar minha testa, eu fico suando muito quando toco”


Disse Sirius, imitando o carinha inocente na loja de instrumentos, que Sirius fora com o Diggle comprar umas paletas novas.


Enquanto uma nova onda de risos recomeçava.


― Daí eu disse, contrata uma gostosa pra ficar te enxugando, de preferência, peladona, te garanto que os shows da sua banda vão lotar.


Os garotos riram, e Sirius virou um copo de caipirinha, tomando o resto que restava no copo.


― Muito otário mano, e usando munhequeira, vai ficar parecendo um emo viadinho.


Os garotos riram, e uma garçonete morena, se aproximou trazendo mais duas caipirinhas e duas cervejas.


Thiago e Sirius sorriram marotos, ambos passando a mão pelos cabelos.


― e ai Vick!


A garçonete sorriu aos garotos, deixou as bebidas na mesa, e se virou indo em direção a outra mesa, Sirius e Thiago acompanharam o movimento dos quadris da morena, antes de Sirius tomar mais um gole, dessa vez, da nova caipirinha e Thiago virar um gole de cerveja, olhando em volta no pub pra ver o movimento.


― Que gostosa, heim!


Sirius riu e deu um tapinha na cabeça do colega.


― E ai Diggle, ta afim de pegar? Se você quiser a gente ajeita ela pra você.


― É, ela é de boa, o Aluado pegou ela semana passada.


Os Três riram e Remo sentiu seu rosto ficar vermelho que nem pimentão, sorte que estava meio escuro e os amigos não conseguiram notar.


― O Remo? Ta brincando?


Assustou-se o garoto, Sirius e Thiago riram.


― Eu tava bêbado. – Tentou-se defender Remo, mas em vão, os amigos riram e viraram mais um gole de suas bebidas.


― É, o Aluado aqui, mandou ver, e o Pontas antes dele. Eu fui o primeiro a pegar ela.


― Caralho, então ta fácil assim?


― Facílimo, Diggle, relaxa que a gente ajeita ela pra você.


O garoto sorriu, todo cheio de esperança, e Sirius passou a mão pela cabeça do menino, zuando o garoto.


― Ê, moleque, aposto que nunca pegou uma gostosa dessas, heim?!


Os meninos riram, Thiago tomou mais um gole de cerveja e só então reparou em algo, que chamou muito sua atenção.


 


  


(♪)  Oh, oh, oh, get in the action
Entrar na ação


feel the attraction
sentir atração


color my hair, do what I dare
Colorir meu cabelo, fazer aquilo que ousar


Oh, oh, oh, I wanna be free
Eu quero ser livre


yeah! to feel the way I feel
sim, para me sentir como me sinto


Man! I feel like a woman!
Cara! Eu me sinto como uma mulher!  (♪)


 


 


Thiago nao pensou duas vezes, se levantou, disse aos amigos que ia ao banheiro, e saiu, caminhando exatamente em direçao ao banheiro, estava meio quente dentro do Pub, ele abriu a torneira da pia e deixou as mãos embaixo da agua, gelada, por um tempo, antes de fecha-lá, passar as mãos pelo rosto e em seguida pelos cabelos. Deu uma ultima olhada no espelho e saiu, foi direto até onde ela estava, sem pensar duas vezes.


Ela estava entretida com as amigas, cantando e dançando, animada, Thiago se aproximou das garotas, sorrindo, uma das garotas deu um gritinho estérico de quem o reconhecia e o puxou pro meio das garotas, fazendo ele dançar enquanto elas cantavam, Thiago riu, era péssimo em dançar, mas entrou na onda das meninas, e vendo que elas estavam adorando aquilo, ficou brincando de stripper, erguendo a camisa, enquanto as meninas ja nao sabiam se cantavam, riam ou gritavam.


― O que, aquele filho da puta, ta fazendo lá sem a gente?


Os garotos que repararam nos gritos, viu Thiago dançando no meio de três garotas e se entreolharam confusos.


Remo riu, vendo o amigo dançando sensual, sendo que a musica nem era, no meio das garotas, e quando a musica acabou, Thiago as trouxe pra se sentarem com eles, foi então que Remo a reconheceu. Ele engasgou por um segundo, antes de se levantar pra cumprimentar as garotas.


― Pat!


 A garota de cabelos loiros-acastanhados riu mais que o normal e beijou Remo no rosto, antes de sentar-se em uma das cadeiras que Thiago puxara pra perto da mesa.


― OII!! – Exclamou Lilian ao ver Sirius, e o maroto sorriu, se levantando e indo dar um beijo no rosto da ruiva, o mais rapido que ele pôde diante do olhar assassino de Thiago,  e em seguida ir ate a loira, que segundo Sirius, estava “muito gostosa”,  e ela, apesar de não ter dado nenhum gritinho de alegria ao ver ele, assim como as amigas, parecia estar num grau bem elevado.


Sirius puxou uma cadeira perto da loira e se sentou.


― Como é que você nao nos apresenta suas amigas, Patsy?


A garota riu, fazendo as apresentaçoes em seguida.


― Ah, essa é a Lilian.


― Mas podem me chamar de Lilly!


Apressou-se a ruiva, sorrindo. Caramba como ela é linda, pensou Thiago, sentado ao lado da ruiva.


― E essa é a Lia!


Patsy apontou pra Lia, que acenou com a mão, sorrindo.


Thiago abriu os labios pra dizer algo, mas Remo pronunciou-se primeiro.


― Eu sou o Remo, e essa é a Pat, que, caramba... você ta linda, Pat!


Todo mundo riu, Remo enrubesceu, e virou um grande gole do primeiro copo que viu a frente, seus olhos lacrimejaram quando algo com um forte gosto de pinga desceu queimando por sua garganta.


A garota riu, corando, mas nem teve tempo de responder.


― Eu sou o Thiago, mas podem me chamar de Pontas, esse é o Diggle. – ele apontou pro garoto mais baixinho da turma, antes de apontar pro Sirius. – E o Sirius.


― ah, o Galã!


Sirius olhou pra Lia, franzindo a testa, enquanto todo mundo na mesa ria. A garota deu de ombros, rindo, e Sirius riu, tomando um gole de caipirinha em seguida.


― Mas pode me chamar de Almofadinhas.


O maroto complementou, e a garota sorriu pra ele.


― Almofadinhas? Por causa dos cabelos?


As meninas riram, e Lilian logo emendou.


― Mas é ele que tem os cabelos que parecem uma almofadinha.


Todo mundo riu, e Thiago passou a mão rapidamente pelos cabelos.


― Ah nao tem nada de errado com meu cabelo, pow.


Todo mundo riu.


― Não, não, Ele é o Pontas, eu sou o Almofadinhas e o Remo é o Aluado.


― Mas não nos pergunte o porque dos apelidos... – Começou Thiago.


― É uma longa historia.


Complementou Remo, e os três garotos, fizeram, mesmo os três meio longe um do outro, um gesto com as mãos que lembrava o velho toquinho deles.


As meninas se entreolharam e riram.


E os quatro garotos e as três meninas começaram uma conversa animada sobre apelidos, que logo passou pros meninos, pro colégio, pra turma de teatro e pra banda de Thiago.


― Cara, eu vi você cantando. Caralho, você canta muito!


As meninas, que pediram mais bebidas pra elas na mesa dos meninos, e pareciam estar bem mais animadas do que antes, riram, achando graça do vocabulário de Thiago.


― Você não ta afim de fazer um teste na minha banda?


Lia riu e balançou a cabeça.


― Não. Eu canto mal pra caramba, só canto no banheiro de casa e olhe lá.


Ela riu. Lilian porem se agitou.


― Canta mal? Você ta louca, Lia? Eu acho a sua voz muito linda, parece a Demi lovato cantando. /*-*


Lia riu, e todo mundo na mesa riu da cara que Lilian fez, ela não assumia isso publicamente, mas adorava a Demi Lovato.


― Demi Lovato depois da agua oxigenada.


Todo mundo riu da piada de Sirius e Lia deu um tapinha de leve no braço do garoto, brincando.


― Mas se ela não se dar bem na carreira de cantora, eu acho que pode substituir o popó.


Sirius passou a mão pelo braço, fingindo que o tapa de Lia doera, e todo mundo riu.


― Ué, gente, cadê o Diggle?


Perguntou Remo do nada,  Sirius e Thiago riram. Remo, que percebeu em seguida o porque das risadas, corou.


― O que foi?


Indagou Patsy curiosa, e os garotos riram mais ainda, enquanto Remo, mais uma vez, pegava o primeiro copo que via na mesa e virava um gole.


― Ah, é que o Diggle deve ta no banheiro essas horas.


Sirius e Thiago cairam na risada e as meninas se entreolharam curiosas.


― E o que tem? – indagou ingenuamente Lilian, e Thiago rindo, encarou a ruiva por segundos, antes de dar de ombros.


― Ele ta pegando a garçonete.


Sirius e Thiago olharam pra Remo, que estava da cor dos cabelos de Lilian e riram.


As meninas estavam com a feiçao entre nojo e susto, e Sirius deu de ombros.


― Relaxem, ela é de casa, eu ja peguei ela, e o Pontas também.


― É, e semana passada foi a vez do Remo.


Sirius e Thiago fizeram um gesto com a mão que lembrava o velho toquinho deles, Patsy olhou pra Remo que, ao contrario dos amigos, não fazia nenhum gesto com a mão, mas bebia mais um gole da bebida, tentando não olhar pra ninguém e nem se pronunciar.


― Serio?! – Exclamou Lia e Lilian ao mesmo tempo.


― Eu pensei que ele era o mais quietinho de vocês.


Os garotos olharam pra Lilian e riram, ate Remo riu, abaixando os olhos, depois de colocar o copo sobre a mesa.


― Não se deixem levar pelas aparencias, garotas. Nós, absolutamente, somos muito mais do que aparentamos.


Disse Sirius, e Thiago ergueu o corpo pra frente e bateu na mão do amigo.


― Ah, moleque!


As meninas se entreolharam, deram de ombros e riram, tomando mais um gole de suas bebidas.


A noite foi passando, o Pub foi esvaziando, Lilian não sabia que horas eram, mas suspeitava que ja devia estar bem perto das cinco da manhã, ela conversava com Thiago, ele lhe contava como conhecera os amigos na infância e as trapalhadas deles.


Lilian ria, quase sempre, com tudo que ele dizia, talvez fosse a bebida, mas ele realmente parecia muito engraçado, divertido e legal, não era apenas lindo, o que obviamente, ela achara desde o primeiro minuto que o vira, mas ele era legal, agora ela começava a pensar que talvez Patsy tivesse errada sobre ele, ele não parecia tão galinha e exibicionista.


Ela pegou sua bebida e deu mais um gole, enquanto Thiago contava sobre sua banda, estava animado, percebeu Lilian, e ela demonstrava interesse na conversa, não só por educação, mas estava gostando de conversar com ele.


Ela olhou em volta, o clima parecia ter se aquietado um pouco, em vista de antes, Remo e Patsy riam bem próximos a eles, Lia e Sirius estavam sentados, agora mais perto da parede, meio entretidos, Lilian abafou uma risada e voltou a atenção pra Thiago.


― Ela é bonita sabe, costumava cantar bem, mas agora ela parece a Samara.


― A Samara? Do filme ‘O chamado’?


Thiago confirmou com a cabeça e Lilian começou a rir.


― Quando ela canta, parece aquele som estranho que a Samara fazia quando saia da TV, sabe? Grrrrrrrrr


Thiago imitou o som meio agourento e sinistro e Lilian começou a rir sem parar.


― Sem contar que, se ela começar a cantar, jogar os cabelos na cara e sair andando meio rastejante, todo mundo vai pensar que realmente é a Samara.


Lilian riu mais ainda e deu um tapinha na perna de Thiago.


― Ai que maldade.


― É verdade. É porque você não a viu cantando ainda.


Lilian, que tentava recuperar o fôlego, acenou com a cabeça.


― Tudo bem. Então você me leva pra ver um ensaio seu, o que acha?


Thiago sorriu, acenando.


― Fechado! Eu te levo pra ver um ensaio da minha banda e você me da um beijo!


Lilian parou meio segundo com o riso ainda no rosto, então Thiago riu e a garota riu junto.


― Ai que susto! Achei que você estava me cantando.


Thiago ainda risonho, franziu a testa.


― Ué, por quê? Ia me dar um fora?


Thiago fez uma careta e levou as duas mãos ao rosto, e Lilian riu.


― Não é que... Eu achei que você fosse meio... Convencido, que achava que podia pegar todas as garotas, sabe?!


Thiago fez cara de pensativo, acenando com a cabeça.


― E não acha mais?


Lilian pegou sua bebida e deu um gole, dando de ombros.


― Não, você é legal!


Thiago sorriu e passou a mão pelos cabelos.


― Você também, e... – ele parou olhando-a, abaixou os olhos, então os ergueu novamente, encarando a ruiva. – Você é linda!


A ruiva sorriu. Ainda segurando o copo entre as mãos, olhou pros olhos de Thiago, de perto eram ainda mais lindos, castanho-esverdeados, sem os óculos, Lilian reparara, ele ficava diferente, lindo também, mas mais descontraído e com os cabelos despenteados daquele jeito, ficava mais lindo ainda.


Ela sentiu que ele pegava o copo de sua mão e o colocava sobre a mesa, e ela sorriu sem jeito, quando percebeu que ele parecia estar mais perto do que o normal.


― Não é cantada, mas você é realmente linda.


Lilian sorriu e passou a língua pelos lábios suavemente. Thiago sentiu alguma coisa no seu estomago afundar, não podia mais se conter, a vontade que ele estava de beijá-la, era bem maior que ele.


Sem pensar muito, ele levou a mão ao rosto de Lilian e o acariciou, ele já havia ficado com muitas garotas, não estava se gabando, era a verdade, mas nenhuma parecia tão linda e tão doce como a ruiva à sua frente, e ele nunca desejara tanto ficar com uma garota, como desejava naquele momento.


Ele viu a ruiva fechar os olhos, então ele se aproximou lentamente, ainda com a mão acariciando o rosto dela, se aquilo era um sonho, causado pelas muitas bebidas daquela noite, por favor, ninguém me jogue um balde de água fria, pensou ele antes de aproximar mais seus lábios dos lindos lábios da ruiva e vê-la entreabri-los para beijá-lo..


 


 ― Então você me acha galã?


A loira riu, e Sirius fazendo mesmo um ar de galã passou a mão pelos cabelos, e depois riu.


― Ah qual é?! Eu não tenho pose de galã.


― Não! – Disse a garota ironicamente, antes de rir mais ainda.


― Só porque eu faço teatro? Não vem, não, Demi Lovato.


Ela riu mais ainda e deu um tapinha no braço dele, que fez uma fingida cara de dor.


― Ai, cuidado garota, você é irmã do Clark Kent?


― Exagerado... – Cantou a garota, rindo.


― Jogado aos seus pés. – Continuou Sirius, fingindo que se jogava aos pés da garota, que riu, batendo nas costas do maroto.


― Pará! Seu louco!


Sirius se aprumou na cadeira, rindo junto com a loira.


― Ate que você tem a voz legal.


A garota sorriu, dando de ombros.


― Obrigado!


― E pode apostar que o Thiago vai te querer na banda e vai te colocar numa fria.


Ele riu e a garota franziu a testa, mas Sirius deu de ombros, fazendo um gesto com a mão de quem dizia “deixa pra lá”.


― Relaxa, Demi Lovato, eu visto minha roupa de Diabo e te defendo.


A garota riu.


― Desde quando o Diabo defende as pessoas?


Os dois riram, e Sirius deu de ombros.


― Por essa boca, o Diabo faz qualquer coisa.


Lia riu e sentiu o rosto corar, antes que pudesse pensar em alguma coisa pra dizer, sentiu a mão dele no seu rosto, e então em frações de segundos os lábios dele estavam nos seus, invadindo-a, deixando-a totalmente fora do mundo.


  


― Caramba, Pat, eu não sabia que você costumava freqüentar aqui!


A garota riu, tomando mais um gole da cerveja, que dessa vez era de Remo, enquanto esperava sua bebida.


― Achou que eu era toda certinha?


Ela e Remo riram.


― Nós dois parecíamos, né?!


Remo riu e concordou.


― É, eu achei que você não era do tipo que saia muito pra bares e baladas.


― E eu achei que você era o que não aprontava e ficava puxando a orelha dos dois.


Ela indicou Thiago e Sirius com a cabeça, e Remo riu.


― E você acha que adiantaria eu puxar a orelha deles?


Os dois se entreolharam e riram.


A garçonete, outra é claro, pois Diggle, nem a tal da garçonete morena, apareceram mais, trouxe a bebida de Patsy, e ela deu um gole, e ergueu os olhos pra Remo, que a olhava, ainda com o sorriso da ultima risada no rosto.


Ela o viu erguer a mão e leva - lá ao seu rosto, e sentiu o mesmo corar furiosamente, ele pegou uma mecha de cabelo que caia por seu rosto e o colocou atrás da orelha da garota, que sorriu sem jeito e abaixou os olhos por segundos.


Então quando os ergueu, ele a estava olhando, de um jeito diferente. Ela percebeu que ele havia se aproximado um pouco mais, podia sentir seu coração disparando loucamente dentro do peito e as mãos suarem frias, mas não se importava com nada mais naquele momento, só com um par de olhos castanhos, lindos, que a olhavam de um jeito, que ela havia sonhado por muitas e muitas vezes, e que estava ali, agora, prestes a beija – lá a qualquer momento.


 


 


*N/A: Terminei!!!!!


Êeee/


Gente, sério, o começo desse cap me deu muitoo³³ trabalho, porque eu estava meio sem conseguir escrever, milhoes de ideias brotando na cabeça, e na hora de escrever, nada \z


Mas finalmente, é só tirar um dia de folga, que no outro dia, tudo corre bem, e eu finalmente terminei, depois de, aproximadamente, 5 horas escrevendo o cap \z
Mas pelo menos ele esta pronto, e eu espero, sinceramente, que vcs gostem
Eu garanto que me esforcei pra isso. 


Valeu pelos comentarios, e pelos visitantes, que, mesmo que não tenham comentado, passaram por aqui ;)


Ah, deixando que a musica que as meninas cantam é "Man I Fele like a Woman" (Shania Twain)

Comentem, façam uma escritora feliz :)


 Ate o proximo capitulo ;)


 Beijosss
 Lanah Black



 

 
                                  

Compartilhe!

anúncio

Comentários (3)

  • jully potter

    muito legal adorei foi o maximo sei la bem diferernte e lindo amei o tiago e a lily

    2011-11-03
  • Lana Silva

    Nossa amei o capitulo, só vi uma fic mostrando os marotos no Brasil e essa mostra muito mais AMEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

    2011-08-29
  • Big Bih

    Quando li o título do capítulo, pensei logo: eita, se ferraram! Mas, pelo visto, a noite foi ótima! To adorando a fic, principalmente porque retrata "O lado" brasileiro e "trouxa" dos meninos :D

    2011-07-29
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.