Sim, eu aceito





 Capítulo Único  


O céu estava num azul marfim, banhado pelos longos dourados do crepúsculo. Ele observava as nuvens no céu seguir lentamente seu rumo, como girantes algodões. Seis anos se passaram desde que finalmente sua vida tornara-se normal, apesar de ainda ter pesadelos, ela nunca mais o incomodara. Tudo tornara-se uma dolorosa lembrança. Mas a partir deste dia, “vou me tornar o homem mais feliz do mundo” e sorriu ante tal pensamento. Mas foi despertado por um leve bater na porta.


— Entre — disse e dois homens trajando, trajes a rigor entraram no quarto.


— Minha nossa, como é difícil chegar até você Harry — disse Neville Longbottom, logo cumprimentando o amigo.


— Também passando por todo profeta diário, deve ser mesmo difícil — retrucou Ron Weasley logo se acomodando na poltrona mais próxima.


— O profeta diário inteiro? — indagou Harry Potter, dirigindo-se para a janela onde pode ver uma grande concentração de pessoas aparecendo do nada no pomar e seguindo para a entrada da A’toca.


— Com certeza não vieram para a festa.


— Mas o que eles querem afinal, Rita Skeeter já escreveu uma bibliografia minha!


— Um quarto de verdade, três quartos de lixo — debochou Ron.


— A única coisa que eles vão conseguir hoje, é ficar do lado de fora.


— É por que Hermione lançou varias vezes Salvio Hexia, e Hagrid ficou como vigia já que não pode entrar na casa. — informou Ron se levantando da poltrona e conjurando uma garrafa de cerveja amanteigada e dizendo:


— Então que tal um brinde à hoje?


— Claro.


— Com certeza.


— E ai, está preparado?— quis saber Neville, enquanto Ron conjurava e enchia os copos.


— Preparado? Nunca estive tão preparado em toda a minha vida. Eu vou me casar, cara! — disse Harry sorrindo feito uma criança ao ouvir o som das próprias palavras.


— É você vai e com a minha irmã. Então é melhor cuidar bem dela, porque eu sei a onde você mora — brincou Ron ao servir os copos de cerveja amanteigada aos amigos.


— Pode deixa. Por que depois de hoje, a sua irmã vai se tornar dona da minha vida.


— Oh! Ele está apaixonado — debochou Ron.


— Como se você não estivesse.


— Mais eu e a Hermione, já somos casamos.


— Então é oficial depois de hoje, só vai faltar você Neville.


— Não, depois de hoje só vai faltar a Hannah aceitar.


— Ah! Então vai tomar coragem também?


— É...


— Pois é! Então é isso. Um brinde as mulheres das nossas vidas e ao sim ou não da Hannah. — disse Ron e ouviu-se o Tim-Tim do bater dos copos.


 


Na casa no outro lado da colina...


 


Contemplou, mais uma vez o seu reflexo no espelho, faltavam apenas algumas horas para o grande dia. O tão esperado momento! Momento no qual não mais ficaria sozinha em seu quarto pensando se ele estaria vivo ou morto. Pois este estaria ao seu lado, para sempre a partir de hoje.


— Mais alguns remendos na barra e estará perfeito! — dissera Madame Malkin ao fazer os últimos remendos no longo vestido branco bordado, mas foi forçada a recuar-se brutalmente caindo no chão, pelo fato de três pessoas desaparatarem ao mesmo tempo no mesmo cômodo.


— A senhora já passou dos limites! — esbravejou Molly Weasley a uma senhoria excêntrica que constatava ser a tia-avó Muriel Weasley ao lado de Rita Skeeter.


— Mas o que... — indagou-se Madame Malkin que a pouco fora jogada no chão.


— A sua atitude é deplorável Molly — dissera a tia-avó Muriel.


— Pouco me importa o que a senhora acha. O que não admito, é ter essa mulher na casa do meu filho!


— Isso é um ultraje!


— Não me diga — ironizou Molly a Rita Skeeter.


— Oras, não seja ridícula Molly. A mulher quer apenas, fazer algumas perguntas a Gina. — informou Muriel.


— Exatamente! — concordou Skeeter triunfante conjurando sua pena de repetição rápida e logo se pondo a dizer: Srta. Weasley, o que têm a dizer sobre seu futuro marido? E sobre a suposição de está grávida e...


— Como se atreve a dizer isso?! Fora! Fora! Fora daqui! — esbravejou Molly a Skeeter empunhando a varinha a mulher.


— Mãe não! — disse Gina à mãe, virando-se para Rita Skeeter e completando a seguir — Srta. Skeeter quero que saiba, que a minha vida e a de Harry não estarão expostas na primeira pagina do Profeta Diário. E se não quiser ser denunciada por invasão de privacidade. Peço que se retire.


Skeeter apenas aceitou esbanjando seu sorriso amarelo, se retirando do quarto em seguir.


— A porta é a serventia da casa — dissera Molly ao acompanhar Skeeter até a porta e vela sair.


— Isso foi lamentável Gina. Dispensar a oportunidade de ter uma entrevista e seu rosto lindo na primeira pagina do Profeta Diário! — dissera a tia-avó Muriel no quarto, enquanto Madame Malkin voltava a terminar os últimos remendos do vestido.


 — O que a senhora precisa entender tia, é que não preciso de nenhuma entrevista ou do meu rosto no Profeta Diário. Tudo o que eu queria, eu vou conseguir hoje!


— Menina tola.


— Eu não posso acreditar, que a senhora teve a audácia de trazer aquela mulher aqui — advertiu Molly, ao entrar no quarto.


— Ora ela queria apenas fazer uma entrevista com Gina. Mas com a sua falta de educação e etiqueta, ela não pode.


— Ah, mas... — quis dizer Molly, mas Gina a cortou dizendo:


— Tia Muriel, poderia localizar aquela tiara que a Fleur usou no casamento dela. Poderia? — pediu Gina.


— Talvez, mas acho que a vendi. — dizendo isso se retirou aparatando.


— Bem pensado Gina. Assim ela não vai mais nós, atormentar — disse Molly aliviada.


— é antes que a senhora acabasse estuporando ela.


— Ah! Eu não iria fazer isso... Bem se ela continuasse a fazer aqueles comentários...

Mas Molly não pode terminar, pois foi interrompida por duas mulheres que entraram no quarto.


— Foi impressão ou acabamos de topar com Rita Skeeter — disse Hermione Weasley.


— Não, não foi eu conheço muito bem aquela cara feia — disse Luna Lovegood.


— Luna! Você veio! — gritou Gina ao rever a amiga.


— Claro você me chamou e eu vim — e as duas abraçaram-se.


— É seria muito feio, se uma das madrinhas não viesse — brincou Hermione.


— O vestido está pronto! — anunciou Madame Malkin.


— Ah! Que bom! — disse Molly. — Eu a acompanho até a porta, afinal, tenho que ver se o noivo também está pronto — e retirou-se com Madame Malkin.


— Então como Rita Skeeter veio parar aqui? — perguntou Hermione quando Madame Malkin e Molly, já haviam saído.


— Minha tia-avó Muriel.


— Só devia ser mesmo.


— Ah! Eu tenho um convite para vocês. — disse Luna, mudando de assusto.


— Um convite?


— É — e Luna estendeu a mão direita, Hermione e Gina puderam notar o anel no penúltimo dedo.


— Um anel de noivado! — disseram Hermione e Gina em coro.


— Exato!


— E quem é o felizardo? — quis saber Gina.


— Rolf Scamander.


— Não é o neto do autor de Animais Fantásticos & Onde Habitam? — perguntou Hermione.


— Ele mesmo.


— E quando vai ser?


— Setembro. Daqui dez meses. No Canadá.


— Canadá?!


— É a onde eu estou morando agora.


— Há quanto tempo?


— Vai fazer dois meses — contou Luna, sem dar importância.


— Dois meses! E você atravessou o oceano para vir ao meu casamento? — dissera Gina surpresa.


— É para isso que servem os amigos.


— Ah! Obrigada Luna — Gina agradeceu à amiga dando-lhe um abraço.


— Disponha. Então Hermione eu soube que você promovida.


— A mais nova chefe no Departamento de Execução das Leis da Magia — declarou Gina a amiga.


— Como você soube? — Hermione quis saber.


— Um passarinho me contou.


— E provavelmente, esse passarinho se chama Ron Weasley — adivinhou Gina.


— Na mosca, quero dizer no passarinho — disse Luna e as três riram.


— Ah! Poderiam me ajudar a colocar a flor? — perguntou Gina ao pegar a flor branca na cômoda.


— Claro, vai colocar ela no atrás do cabelo?


— Vou.


— Então quem quer adivinhar o que o noivo está fazendo? — brincou Luna.


— Provavelmente brincando com o pomo de ouro — disse Hermione.


— Provável — disse Gina.


        


         De volta a A’toca...


 


Molly Weasley deparou-se com a seguinte cena, ao entrar no quarto que pertencia a ela e seu marido Arthur Weasley:


Varias garrafas de cerveja amanteigada consistiam no chão do quarto. O tabuleiro de xadrez bruxo que Ron ganhara do seu avô Septimus Weasley estava aberto sobre cama. Com Harry, Ron e Neville disputando o xeque-mate. 


— Três... Rainha — disse Harry, e a Rainha no tabuleiro moveu-se.


— Quatro na diagonal, Rei — ordenou Ron movendo seu Rei até a Rainha de Harry.


E o Rei e a Rainha confrontaram-se, até que...


— Xeque–mate! — disse Ron derrotando Harry — e Ron Weasley vence! — completou gritando.


— Pegos no flagra! — gritou também Molly.


— Mamãe! — exclamou Ron.


— Senhora Weasley! — disseram Harry e Neville.


— O que vocês dois pensão que estão fazendo! — advertiu ela em tom de bronca concluindo a seguir — Estão querendo embebedar o noivo antes da cerimônia?


— Ah, mãe é só uma festinha de despedida de solteiro...


— Não quero saber! Já para baixo, vocês dois. Como padrinhos deveriam estar recebendo os convidados ao invés de ficar jogando xadrez!


— Mas...


— Agora! — esbravejou Molly. Assim Ron e Neville retiraram-se do quarto derrotados.


— Senhora Weasley eu posso explicar é que...


— Não se preocupe Harry, a menos que você não esteja sóbrio.


— Posso afirmar que estou muito sóbrio, senhora Weasley — disse Harry fazendo Molly rir.


— Bem, vejamos então o seu estado... — disse e analisou Harry da cabeça aos pés, pés que por sinal não constatavam ter nenhum sapato. Na verdade o noivo ainda estava apenas de camisa e calça social.


— Meu Merlin! É pior do que eu pensava — concluiu Molly.


— Ah, eu posso explicar...


— Não! Não temos tempo. Venha eu vou dar um jeito nisso — disse Molly conjurando uma gravada e num simples movimento de varinha fazendo o nó borboleta aparecer no pescoço de Harry.


— A senhora já tem pratica nisso — disse Harry realmente impressionado.


— Com quatro filhos casados, não é à toa. Agora vista isso — afirmou Molly levitando o terno preto que estava no armário, colocando-o nos braços de Harry — e não se esqueça de calçar os sapatos.


— Sim senhora — disse Harry obediente, vendo-a se retirar do quarto — Senhora Weasley! — chamou-a.


— Sim querido?


— Obrigado — agradeceu Harry e Molly voltou-se para ele sorrindo.


— Não agradeça Harry. Eu que devo agradecer por tudo que você já fez. Não só aos meus filhos, mas a todos que estão presentes hoje. E para ser sincera, eu estaria menos feliz se não fosse você que estivesse no altar com a minha filha. Afinal você sempre fez parte da família. — dizendo isso Molly retirou-se do quarto.




Alguns segundos depois...


 


Harry estava determinado a dar um jeito nos seus rebeldes cabelos, que lutavam bravamente e não se rendiam. Talvez não fosse possível, eles ficarem uniformemente acentuados. Por fim, acabou desistindo, afinal não eram todas as batalhas que poderiam ser ganhas. Assim defrontou-se com a sua imagem refletida no espelho. Por trás das lentes dos óculos redondos havia um par de olhos verdes-esmeraldas e o negro da cor dos cabelos rebeldes escondia uma lembrança sua cicatriz. O esmoquim recém comprado caia perfeitamente em sua figura adulta, ao lembrar-se do garoto magricela que fora anos atrás. Anos que seriam recompensados a partir de hoje. Hoje. E constatou o relógio no pulso esquerdo. Trestrálios sangrentos! Faltava apenas meia hora para a cerimônia! E sentiu um leve arrepio percorrer-lhe o corpo, e seu mostro interior urrar. Esboçou um sorriso para si mesmo refletido no espelho, e olhou para a pequena caixa depositada na cômoda que ficava atrás de si e que era vista por ele através do seu reflexo. Virou-se para a cômoda a fim de pegar a pequena caixa.


Ao segurar a caixinha de veludo e abri-la, constatou o seu conteúdo. Dois anéis solitários. Feitos de ouro puro. Ao segurar um deles nas pontas dos dedos, pode notar o que estava gravado nele. Eu te amo. As palavras certas. Sorriu mais uma vez, por fora e por dentro. A ansiedade era muita, mas a felicidade era ainda mais. E por um breve momento lembrou-se, daquele garoto de dezessete anos que se entregara a morte. O garoto que achará que aquele fosse o fim. E o homem em que se tornara. E foi despertado dos seus pensamentos, quando a porta do quarto foi aberta dando passagem a um garotinho de seis anos.


— Padrinho... — disse Teddy Remo Lupin seu afilhado, receado ao entrar no quarto, e Harry pode notar que os cabelos do garoto estavam num tom roxo-azulado, o que indicava certa timidez ou vergonha.


— Teddy, o que ouve? — quis saber Harry, mas ao notar a expressão de desapontamento do afilhado e este olhar com receio para as próprias roupas. Harry logo percebeu o motivo do tom roxo-azulado dos cabelos. Ele sabia que Teddy não tinha costume de se vestir com trajes a rigor, na verdade o pequeno garotinho de seis anos nunca usará nada além de camisetas folgadas e calças jeans. O afilhado não era muito amigável com ternos e calças sociais.


— Eu tenho mesmo que vestir isso? — perguntou e Harry riu. Já tivera essa discussão com Teddy, umas três vezes somente naquele dia. Os “noivinhos” era como os trouxas se referiam as duas crianças que entravam antes da noiva anunciando a sua entrada de acordo com Hermione, seriam Teddy seu afilhado e Victoire a única sobrinha de Gina filha de Gui e Fleur. Os dois davam-se extremamente bem, correndo e pulando pela A’toca apesar de raramente se verem. Harry olhou para Teddy e percebeu neste o desespero.


— Bem, vamos dar um jeito nisso então — e se abaixou ficando equilibrado somente em seus pés, a fim de ficar na mesma estatura no afilhado. Assim, se desfez do nó borboleta, tirou o terno preto e a camiseta branca social que estava por baixo da calça, deixando-a por cima da parte alta da calça. Teddy esboçou um grande sorriso de alivio e o tom dos cabelos tornaram-se castanhos a sua cor normal.


— Obrigado padrinho... — agradeceu Teddy, pulando em Harry dando-lhe um abraço.


— Espero que a sua avó não se aborreça — disse Harry, sabendo o quando deve ter sido trabalhoso para a Sra.Tonks fazer Teddy vestir o esmoquim. Mas Harry não queria que o afilhado ficasse triste, e o traje a rigor estava fazendo exatamente aquilo. Ele não tivera outra escolha. 


Mais tarde no jardim da A’toca...
 


O gramado fora devidamente aparado, todos os gnomos do jardim foram retirados. Varias cadeiras revestidas por um tecido branco estavam alinhadas em fileiras, deixando um largo corredor separando os dois conjuntos de cadeiras. Nenhuma tenda fora posta, a pedido de Gina. O céu havia tornado-se negro apenas banhado pelas estrelas da noite. Um logo tapete vermelho estava entre as cadeiras, indo em direção ao altar. Muito convidados já estavam em seus devidos lugares, aguardando a cerimônia. Vários deles falavam entre si, ora olhavam para o tumulto de jornalistas do Profeta Diário, ora olhavam para o meio-gigante parado logo adiante, não dando passagem a estes. Rúbeo Hagrid professor e guardião das chaves e terrenos de Hogwarts, assim como um grande amigo do noivo.


— Sem convite. Não entra — foi o ele disse durante, quase, três horas. Muitos bruxos e bruxas do Profeta tentaram passar por ele e alcançar uma chance de ter uma entrevista com o Eleito, mais conhecido como o Herói do mundo bruxo. O que era inútil.


— Bom trabalho Hagrid — disse Arthur Weasley, pai da noiva, visivelmente nervoso e alterado.


— Um grande bando de interesseiros, mas obrigado Arthur — disse prontamente. De repente um homem aparentemente gordo e jovial, careca, com um grande bigode prateado manifestou-se ao lado deles sorrindo.


— Meus caros rapazes, uma noite linda não acham? — disse Horácio Slughorn.


— Olá professor Slughorn. Está correto é uma noite agradável.


— Claro que sim Arthur. No entanto, vejo que você não está a apreciando devidamente. Parece preocupado. Duvidas ao seu futuro genro?


— Jamais professor Slughorn, Harry é como um filho para mim. Só estou um pouco ansioso. Afinal, a minha única filha está se casando hoje — disse com um olhar ávido, o que Slughorn pode notar perfeitamente.


— Certamente meu caro.


— Então professor, soube do seu novo cargo. Meus parabéns — disse Hagrid, e logo o professor esboçou um grande sorriso.


— Ora uma maravilha por si só, meu caro. Contudo ser diretor de Hogwarts, não é nada fácil, pode ter certeza disso.


— Meus parabéns professor. Mas não querendo ser audacioso, o que houve com a professora McGonagall?


— Minerva renunciou ao cargo Arthur. Disse que não poderia tomar o lugar de Alvo Dumbledore, então me ofereceram. E bem, não que eu queira tomar o lugar do Alvo, pelo contrario nunca faria isso. É só que, alguém teria que ser o diretor daquela escola.


— Com toda certeza — concordou Arthur, e logo pode mirar dois rapazes vindos em direção a ele. Ron e Neville falavam entre si quando se acercaram perto de Arthur, Hagrid e o professor Slughorn.


— Onde vocês estavam? — logo quis saber Arthur, dirigindo-se ao filho.


— Com o Harry. Mas a mamãe nós expulsou — disse Ron — Ah, olá professor Sloghorn.


— Olá meu caro rapaz — respondeu Shoghorn ao cumprimento, fazendo o mesmo com Neville.   


— Então Hagrid, todos já chegaram? — perguntou Ron.


— Oh, sim. Apenas a senhorita Delacour não apareceu.


— Bem, Fleur havia dito que a irmã não iria vir. Não é uma surpresa — comentou Arthur sem dar muita importância — E isso indica que, estou no horário.


— Sim, esta pai. Gina já deve estar o esperando — avisou Ron.


— Bem lembrado Ron. Com toda licença, vou buscar a minha filha — disse Arthur sorrindo e retirando-se a seguir.


— Bem, creio que eu devo ir sentar-me. Com licença — e retirou-se também o professor Sloghorn.


Todos convidados já haviam chegado e esperavam o inicio da cerimônia e a aparição dos noivos. Hagrid enfeitiçou uma das cadeiras e a fez ficar com um tamanho fora do normal, assim como Olímpia Maxime que soluçava dizendo-se emocionada fazendo um barulho estranho soar. E como padrinhos Ron e Neville aguardavam mais afastados do local — sendo pouco mais precisa os dois aguardavam perto da porta da A’toca — onde os convidados esperavam a cerimônia realizar-se.


 


Harry descia alguns lances de escada com Teddy no colo, quando chegou ao térreo pode ver Ron e Neville do lado de fora da A’toca. Num instinto olhou para o seu relógio no pulso esquerdo e percebendo que faltavam poucos minutos, seu estômago pareceu dar uma pirueta e ronronar freneticamente. Mas percebeu que alguém ou alguma coisinha pequena agarrava a barra da sua calça, olhou para baixo e viu uma figura minúscula de Fleur.


— Tio, tio, faz de novo — pedia Victorie, puxando a barra de sua calça.


— É mesmo padrinho, faz de novo — insistiu Teddy também.


— Está bem. Mas somente mais uma vez. Ok? — disse Harry já sabendo o que eles lhe pediam colocando assim Teddy no chão. Harry conjurou seu patrono, e no inicio somente uma luz acendeu-se na ponta de sua varinha, mas logo depois a luz transformou-se em um cervo reluzente não em seu tamanho normal, pois ele fizera com que este ficasse pequeno. Depois o movimentou fazendo-o dar voltas em torno dos dois, passando por de baixo da nuca e esvoaçando os cabelos loiros de Victorie. As crianças davam gargalhadas e sorriam tentando a todo custo pegar o pequeno cervo, e Harry acabava rindo junto com eles.  


— Achei, eles — Harry ouviu alguém gritar, e viu Hermione aproximar-se.


— Ah! Nós já estávamos indo — falou ele, e Hermione sorriu.


— Claro. Mas acho que agora vocês devem mesmo ir.


— Ah, não tia. Deixa o tio Harry fazer mais uma vez — disse Victorie. E Hermione a pegou no colo.


— Mas tarde meu amor. Agora o tio Harry tem uma coisa muito importante para fazer — disse ela e lançou um olhar de prontidão a Harry.


— A tia Hermione tem razão. E você dois também — lembrou Harry a eles.


— É mesmo! — lembrou-se Victorie e olhou para Teddy— Vê se segura minha mão direito — ordenou ela e o tom dos cabelos de Teddy tornaram-se roxo-azulado, fazendo-o sorrir timidamente e disser.


— Está bem — Hermione e Harry riram.


— Então vamos rápido, porque todos já estavam preocupados com vocês dois. — informou Hermione em tom de bronca a Teddy e Victorie. E seguiram para o quintal da A’toca onde se encontraram Ron, Neville e Luna que conversavam quando Harry, Hermione, Teddy e Victorie acercaram-se deles.


— Sobre o que estavam falando? — quis saber Hermione dirigindo-se ao marido.


— Oras sobre quem será o primeiro a entrar. Eu e você ou Neville e Luna — respondeu Ron.


— Eu disse que isso não importava. Mas mesmo assim vamos ser nós — contou Luna seriamente debochando.


— Hein o melhor amigo aqui sou eu — Ron dissera indicando a si mesmo.


— Então estamos empatados. Por que eu sou a melhor amiga — disse Luna, também indicando a si mesma.


— E eu digo que isso não importa. O que importa é que os quatro estejam junto comigo lá em cima — disse Harry em tom de advertência.


— Isso sem duvida, futuro-próximo cunhado — disse Ron, dando um tapinha nos ombros de Harry e este lhe lançando um olhar de vêsenãoenche.


— Vamos fazer o seguinte — falou Hermione — Todos entram juntos. Assim não tem por que um entrar primeiro — e todos concordaram com a idéia de Hermione.


— Ótima idéia amor. Mas nós entramos na frente.


— RON! — e Hermione fuzilou o marido com os olhos.


— Ok, ok. Parei — disse Ron já prevendo o futuro, e todos riram.


— Vejo que a minha mais recente cunhada, já tomou as rédeas — falou um alguém que recentemente chegara, George, e ao seu lado sua esposa Angelina.


— Você não pode falar muito não, George — avisou Ron ao irmão.


— Ah, mas...


— O seu irmão tem razão, meu amor — disse Angelina, fuzilando George nas ultimas palavras ditas, fazendo todo rirem.


— Do que você está rindo? Você é próximo — George disse a Harry, fazendo todos rirem mais ainda.


— Achei vocês! — bradou Molly ao aproximar-se do grupo — Harry você está pronto para entrar?

— Já?

— Sim. Depois dos padrinhos, vem o noivo.

— Ah, nós vamos nós sentar. Boa sorte — disse Angelina, acenado para todos e puxando um George.


— Então, vamos? — disse Molly, seguindo para o jardim onde os convidados já estavam. 

Então todos seguiram a Sra. Weasley, para o gramado.


Ron, Hermione, Luna e Neville foram mais a frente, pois seriam os primeiros a entrar. Harry percebeu que a decoração ao ar livre, fora uma ótima ideia. Havia velas flutuantes por todos os cantos, dando mais iluminação à noite. Lírios brancos e rosas vermelhas decoravam o altar, onde podia-se ver uma pequena tenda de um tecido de marfim. O tapete vermelho estava banhado por pétalas de rosas vermelhas. E Harry logo pode inalar o tão conhecido perfume de flores. Tudo estava perfeito. Assim acercaram-se do alto arco dourado que seria a entrada para a cerimônia.


Todos os convidados perceberam a chegada dos padrinhos e dos noivos. Assim o padrinhos tomaram suas posições, e ouviu-se um melodia anunciando sua passagem. Quando chegaram ao altar Hermione e Luna, ficaram do lado oposto de Ron e Neville, o lado da noiva. E Ron e Neville ficaram do lado do noivo. A melodia cessou e todos mais uma vez olharam para entrada, onde se encontrava o noivo pronto para entrar.


No em tando quando Harry estava para dar o primeiro paço até o altar suas pernas não corresponderam a suas ordens, ao invés disso elas ficaram bambas e suas mãos ficaram geladas. Ele olhava para o altar com vontade de correr para este, mas era como se estivesse petrificado. Viu o olhar de Ron e Hermione que não entendiam o que se passava com ele, assim como todos os outros. Sentiu-se desnorteado, como se fosse cair de um abismo para morte. Mas alguém veio ao seu alcance e o salvou.


— Harry querido você está bem? — quis saber a Sra. Weasley.


— Sim,... — mentiu ele. E viu a expressão de “eu duvido muito” da senhoria Weasley e continuou — Sra. Weasley poderia me fazer um favor?


Molly assentiu.


— Poderia me acompanhar? — pediu Harry e notou o olhar de espanto da Sra. Weasley e logo depois um grande sorriso de felicidade.


— Claro que sim filho.

Uma nova melodia ecoou, anunciando assim a passagem do noivo. Harry sentiu-se feliz por não ter de entrado sozinho, mas também se sentiu triste por lembrar-se de Lilian. Pensou em como seria se seus pais tivessem ali hoje. Em como seria perfeito se eles estivesse vivos compartilhando com ele, aquele dia. O dia mais feliz da sua vida.

E então olhou para Ron e Hermione seus melhores amigos, Neville e Luna que tanto lhe deram apoio e o ajudaram, Hagrid o primeiro que lhe deu um bolo de aniversário e a notícia que mudou completamente a sua vida, Sra. Weasley que fora uma mãe para ele e Gina o amor da sua vida. Sabia que Lilian, Tiago e Sirius não estavam ali, mas podia sentir a presença deles. A mesma presença que o salvara quando Voldemort lhe lançara a maldição da morte.


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