Deprimido



 


Capítulo 1-Deprimido


 


Tiago Potter, o típico galã da escola, alto, lindo, famoso e inteligente. Tinha o cabelo preto desalinhado, olhos castanho-esverdeados, por trás dos aros dos óculos redondos. Ele tinha uma cara de sonho, as feições bem torneadas e o nariz delineado.


Porém, neste momento, encontrava-se no pátio da escola de magia Hogwarts, isolado, debaixo de uma árvore, olhando para o horizonte sem necessariamente ver algo.


Fazia um tempo que ele gostava de escutar o som calmo das folhas ou do vento.


Seu olhar estava apagado, acentuado pelas pequenas olheiras que surgiam na sua linda face.


A dois meses atrás, estaria andando pela escola rodeado dos seus amigos procurando algo para se divertir, jogando seu charme natural, ou então tentando conquistar Lilian Evans, sua paixão desde o 3º ano.


Agora, Tiago com 17 anos no seu 7º ano, sendo monitor-chefe não via nada senão nuvens cinzentas no seu futuro.


Tudo começou a dois meses atrás, Tiago encontrava-se na sala comunal da casa de Gryffindor, com o seu habitual grupo, os marotos. Composto por Sirius Black, Remus Lupin e Peter Pettigrew. Apesar de já estarem mais maduros e não aprontarem demasiado, ainda gostavam de se sentar e planearem aventuras para os dias de lua cheia. Afinal, com os tempos negros que se passavam e o terror que havia fora de Hogwarts por causa de Você-sabe-quem e os comensais da morte, precisavam se distrair um pouco.


-Tiago Potter! Venha agora a minha sala. -disse a Prof. McGonagall com um ar sério olhando para o grupo.


Todas as caras da sala comunal viraram-se para eles, querendo ouvir mais.


-O quê? -Repetiu Tiago confuso. Não havia aprontado absolutamente nada há uma semana! Como poderia ser chamado a sala da professora? E justo a professora McGonagall.


-Agora! -disse ela virando-se para o buraco de saída.


-Nem vem! Você é testemunha de que eu andei bem comportado. -disse Tiago ao olhar interrogativo de Lupin.


-Qualquer coisa conta connosco para te animarmos. -disse Sirius com um sorriso zombeteiro.


-Eu só estou aliviado que não fomos chamados também. Ui! -gemeu Peter depois de Sirius dar-lhe um carolo no alto da cabeça.


Ao chegar a sala da professora McGonagall no primeiro andar, Tiago notou que ela não estava séria, estava...pesarosa! Dentro da sala, encontrava-se o professor Dumbledore!


O professor Albus Dumbledore era o director de Hogwarts, ele era considerado o maior feiticeiro dos tempos modernos. E apesar de Tiago já ter falado particularmente com ele, não era reconfortante vê-lo ali.


Nesse momento Tiago sentiu um arrepio passar pela espinha. O que quer que fosse, não era boa notícia! Nem sequer um castigo habitual!


-Sente-se Tiago. -começou a Prof. McGonagall nervosa e hesitante. -Eu não sei como dizer isso...atenuando o impacto...- Depois fez se um silêncio pesado.


-É com grande pesar que informo-o Tiago, de que seus pais faleceram...Eles foram encontrados hoje, após não responderem a uma série de cartas enviadas por corujas ontem. Sinto muito. Varíola de dragão. -disse Dumbledore com voz ressentida.


Tiago ficou com o olhar desfocado.


Mamãe e papai. Mortos. Não!


-Você precisa avisar alguém?...Algum familiar? -perguntou a professora McGonagall.


Tiago apenas abanou a cabeça, não conseguia encontrar sua voz, parecia que ela estava perdida em alguma outra dimensão!


Ele estava petrificado!


Seus pais eram a sua única família, eram tudo para ele.


-Você quer que alguém te acompanhe a casa? -perguntou a Prof. McGonagall após um longo período de silêncio.


-Eu, ou a professora McGonagall podemos ir com você a sua casa para tratar dos preparativos. -ofereceu-se o Professor Dumbledore, vendo a dor estampada na cara de Tiago.


-Não. Eu tratarei de tudo. -conseguiu dizer Tiago com voz fraca.


-Tem alguém que possa ir com você? -perguntou Dumbledore com os seus olhos azuis examinando Tiago.


-Sim. Sirius Black.


-Você não quer chamar mais alguém? -insistiu McGonagall.


-Não. Eu só quero o Sirius.


E assim foi. Ele e Sirius trataram de tudo, desde o enterro no cemitério bruxo de Godric's Hallow, à enorme herança de Tiago.


Porém os dois meses que passaram não pareciam ser suficientes para Tiago. Após ter de suportar toda Hogwarts dando-lhe pêsames quando regressou de casa, agora tentava evitar o consolo das pessoas que não o deixavam em paz.


Sirius que sempre o conhecera tão bem, sabia do espaço que Tiago necessitava e assim o fez. Tentando fazer com que Tiago se habituasse a nova realidade.


 Lupin esforçava-se, mas as vezes Tiago o pegava olhando para ele com preocupação quando achava que Tiago não estava olhando.


Peter era o único do grupo que tentava mais anima-lo, chegava até a ser bastante aborrecido. Mas Tiago sempre escapava delicadamente. Sabia que o amigo só o tentava ajudar.


Não importava Tiago dizer a todos que estava tudo bem. Ninguém acreditava! Nem sequer ele próprio!


Até Lilian tentava falar com ele. Chegou mesmo a tentar confortá-lo.


Coisa rara! Já que a maior parte das vezes que eles falavam eram nas discussões, muitas vezes acaloradas.


Desde o 6º ano que Lilian e Tiago já não brigavam demasiado, em parte devido a maturidade de Tiago, que deixara de fazer disparates como sempre fizera desde que chegara a Hogwarts, e esforçou-se mais a amadurecer como homem.


Mas Tiago já estava farto da compaixão de todos. O que desejava mesmo é que o deixassem em paz.


Ele amava Lilian, mas se ela não podia olhar para ele e ver para além da sua aparência, ele não se contentaria com os restos dela, ou seja a piedade.


Ainda lembrava as vezes em que discutiam por causa disso.


Uma vez no quarto ano Lilian ficara estarrecida. Após Tiago e os amigos terem aprontado da grossa, a escola enviou cartas para os pais de todos expressando o comportamento rebelde deles.


Peter recebeu um gritador da mãe. E apesar de Tiago, Sirius e Lupin terem rido no princípio, depois voltaram-se contra os que riam a custa disso.


Os mais novos foram ameaçados com azarações para se calarem.


-Você deveria estar preocupado também. Não tem medo de receber um gritador da sua casa também? -disse Lilian após Tiago arrogantemente quase levar às lágrimas um aluno do 2º ano.


-Acho melhor o Peter ler a carta da minha mãe para todo o mundo que aqui está, engolir esse desejo absurdo. -disse Tiago se exibindo, entregando a carta dele para Peter ler em voz alta.


A carta da mãe de Tiago que deveria ser dura e aborrecimento como a de uma mãe normal após o filho desobedecer regras, apenas culpava o pai de Tiago pelo comportamento deste e o avisava de estar longe de coisas perigosas. Tendo ainda mandado uma caixinha com doces caseiros.


Quando Peter terminou de ler toda gente achou engraçado que a mãe de Tiago se preocupava mais com o estado dele que com o assunto que havia feito ela escrever para ele.


 

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