capitulo um



 


Capitulo um


            - Vamos logo, Lilian, nós vamos nos atrasar!- Gritava a Senhora Evans da sala de jantar. Lilian Evans, uma jovem de 18 anos que havia acaba de se formar no colegial era uma garota baixa, de longos cabelos ruivos e grandes olhos verdes esmeralda brilhantes. Ela estava deitada em sua cama, de mãos dadas com seu namorado, James Potter, um rapaz um pouco mais alto do que ela que acabará de terminar a faculdade, ele com seu habitual sorriso displicente na face e seus cabelos teimosamente desarrumadas vestia um terno feito sob medida para o casamento de uma prima de Lilian, Kaitlin.


            - Não quero ir a casamento nenhum.- Protestou Lilian em um sussurro, escondendo seu rosto na camisa de James, ela amava James mais do que qualquer outra coisa na sua vida.


            - Ah, vamos lá. - James encorajou, levantando o rosto de Lilian e dando-lhe um selinho. – Vai ser divertido. E tem que se acostumar com esse lance de casamentos, afinal daqui a pouco é o nosso. Imagina se me esquece no altar por preguiça de ir ao casamento?


            Lilian riu, abandonar James no altar. Os dois pareciam planejar aquele casamento desde o dia em que começaram a namorar, há dois anos, e para o rapaz parecia mais tangível do que nunca.


            - Isso nunca vai acontecer, Jay. Eu nunca vou te abandonar, eu juro.


            - Lilian Evans e James Potter! - A senhora Evans entrou irritada no quarto de Lilian, fazendo os dois se levantarem da cama. – Vocês têm noção do quanto estamos atrasados? Isso não é o tipo da hora para ficarem namorando, Potter, vá para o carro... AH! Lilian pelo amor de Deus venha aqui e deixe-me arrumar esse seu cabelo. Vamos rápido! Circulando Potter. – Maryllin comandava enquanto James dava mais um selinho em Lilian e saia com as mãos erguidas em sinal de rendição.


            Lilian sentou-se em sua cama, para que sua mãe pudesse arrumar sua longa trança.


            - Mãe, ninguém merece esse vestido. Eu mal consigo respirar com ele! – Lilian reclamou. De fato aquele maldito vestido branco que ia até um pouco abaixo dos joelhos apertava e muito em sua cintura que não era lá das mais finas.


            - Não reclame tanto Lilian, você está bonita, é isso que interessa. – Sua mãe deu um tapinha em suas costas para que ela se levanta-se, a garota revirou os olhos, parecia que sua mãe realmente não tinha entendido.


            - Não mãe, eu realmente não consigo respirar. – Ela disse novamente, para ver se sua mãe entendia o que ela queria dizer, que não era um exagero.


            - Você está linda, ponto final. Vamos Lilian, para o carro.


            Não iria adiantar nada discutir com sua mãe, não mesmo. Então Lilian seguiu resignada para a Mercedes de seu pai. Se existia uma coisa que sua mãe tinha orgulho de ostentar era ser da classe media Alta. Segundo ela, estavam a alguns dólares de serem ricos. Aquilo era sempre o lema da família. James também nunca fora exatamente pobre, na verdade era uma fortuna mais rico do que Lilian, uma das grandes motivações para que os pais da moça olhassem com tanta admiração para o quase marido dela.


            O casamento foi como qualquer outro, felicidade falsa e cara, presentes, uma noiva com um vestido inapropriadamente branco, padrinhos com discursos decorados e toda ostentação da possessividade do amor que era demonstrado no casamento.


            O jantar começou, Lilian tentou guardar a decoração do salão para fazer algo razoavelmente parecido em seu casamento com James. Parecia um salão de baile dos contos de fadas. Todas as mesas redondas bem dispostas no salão cobertos por uma toalha branca com outra toalha de renda rosa por cima. Havia alguns sofás brancos, um grande palco para a banda, e um grande lustre com vários diamantes pendurados em pingentes de quase 30 centímetros. Na sua mesa estavam ela, James, seus pais e um tio avó que não via há muito tempo.


            James muito mais que de repente se levantou. Depois de todos os brindes aos noivos e o inicio do jantar, Lilian franziu o cenho ao vê-lo em pé, mas pelas feições radiantes de seus pais, o que estava por vir seria bom.


            - Desculpe os senhores, mas quero como o ultimo brinde, e aproveitando o local apropriado fazer um pedido a minha linda namorada.- James disse em sua voz mais cordial, Lilian não podia acreditar que ele iria fazer aquilo, não ali, não. Ele não seria capaz. O coração de Lilian disparou ao vê-lo retirar uma pequena caixa aveludada e vermelha do bolso do terno. Sim, ele faria.


            O ar – que já estava difícil de ser puxado – tornou-se ainda mais irrespirável para Lilian.


            - Lilian Evans. – Ela abriu a pequena caixinha, lá havia um belo e reluzente anel de ouro cravejado de pequenas esmeraldas verdes, Lilian se controlou para não desmaiar. O salão tinha mergulhado no mais profundo silêncio enquanto James colocava seu joelho no chão. Ela sorria, pois podia ver sua prima Kaitlin se mordendo de ciúmes na grande mesa central, logo abaixo do lustre. Claro, ela havia roubado todas as atenções. - Quer casar-se comigo?


            Tudo passou pela cabeça de Lilian como um turbilhão, ela amava James, muito mais do que seu coração podia agüentar. Mas tinha apenas 18 anos! Aquilo podia parecer uma forma de expressar amor para James, que já beirava os 24, mas para Lilian aquilo era apenas uma forma romântica de gritar “Mamãe! Eu estou grávida!”, o que não era verdade, por que James era cavalheiro demais para se deitar com Lilian antes do casamento. Por outro lado, se não aceitasse sua mãe teria um colapso nervoso e poderia chutá-la para fora de casa. Afinal, James tinha os dólares necessários para que eles pulassem da “Classe Média Alta de Nova York” para a Parte mais rica. E se recusasse o pedido, além do mais, James ficaria ferido, e jamais pediria de novo. Aqueles pouco segundo que pareceram horas para o coração apertado de James se resumiram a um grande sorriso vindo da ruiva.


            - Oh meu deus! É claro que eu me caso com você! – Ela disse, para ser aplaudida por toda a pequena “platéia” que sem querer – bom, sem querer no caso de Lilian, por que aquilo era exatamente o que James queria; um grande show – tinham chamado a atenção. Principalmente sua mãe, que parecia que a qualquer momento levantaria da cadeira e faria a dança da vitória.  James enfiou delicadamente o anel no dedo de Lilian, e sorrindo os dois se beijaram longamente.


            Um grande show de mentiras era o que era a vida de Lilian Evans.


            Os pais de Lilian fizeram questão de levar James até sua casa, que ficava quase do outro lado da cidade, é claro. Jamais deixariam o futuro noivo rico de sua filha ficar andando de taxi pela cidade. James saiu do carro para se despedir de Lilian quando os pais dela a deixaram na porta de sua casa.


            - Boa noite senhora Potter. – Ele disse com um sorriso brincando em seus lábios. Lilian deu um grande e satisfeito sorriso, ela tocou os lábios de James cheia de amor e carinho. E James sem querer aprofundar um beijo – como o que os que ele daria em sua namorada normalmente – no meio da rua e na frente de seus pais, finalizou o beijo com um pequena mordida no lábio inferior da menina, que sorriu.


            - Boa noite, senhor Potter.- Ela disse enquanto ele entrava no carro e desaparecia na escuridão da rua. Lilian se despencou em lagrimas assim que ficou sozinha. Entrou em casa batendo o portão sem ligar se acordaria os vizinhos ou não, correu até a geladeira, ainda soluçando e retirou de lá uma gelada cerveja sueca que seu pais tinha guardado para alguma situação especial, bebeu em um grande gole, secando suas lagrimas e se dirigiu para seu quarto. Arrancou o vestido idiota, profundamente aliviada por finalmente respirar, soltou sua trança bagunçando todo seu cabelo. Sentou-se do jeito que estava na frente do computador – sem roupa -  e tomou mais um gole da cerveja que batia bem lá no fundo, tinha um gosto estranho e amargo, mas tinha álcool, a salvação de Lilian naquele momento, a única coisa que parecia entendê-la.


            Ela ligou o computador e entrou em seu MSN.  Já estava levemente bêbada – Lilian definitivamente não podia beber – quando leu sobre um novo convite.


            - Charlie Mander. – As palavras se embaralhavam em sua língua e em sua cabeça. Deu de ombros, risonha. – Por que não?


            Charlie Mander, sim, por que não? Já havia 700 desconhecidos ali, uma mais um a menos. Ela voltou sua atenção ao computador, pensando no que fazer. Ela retirou-o da tomada e colocou-o em cima da cama, voltou-se pra porta do quarto, trancando-a. Se tinha o mínimo de consciência era que seus pais não poderiam vê-la assim


            Jogou-se na cama, tomando mais um gole da cerveja sueca, o último. Ela observou a tela do computador. Charlie, falava com ela.


“Você tem um blog” Era uma das coisas mais estranhas que alguém que acabará de te adicionar podia dizer.


“Fato” Lilian digitou, ficava surpresa de ser adicionada por alguém por conta daquele blog besta de poemas. Não havia nada demais lá, decepção, decepção e decepção.


“você tem realmente um lindo blog, é só um pouco triste” assinalou o tal desconhecido. Lilian riu, pouco triste, não era exatamente uma classificação interessante. Nessas horas ela agradecia a bendita cerveja.


“é, a vida é beem triste às vezes, não é?”


“Você parece estar triste agora, que me contar?” Lilian riu, jogando sua cabeça no travesseiro, ótimo; bêbada, sem roupa, fazendo sessão de terapia pela internet.


“Você te mania de sair contando seus problemas assim para as pessoas? Por que eu não tenho”.


“Se quiser eu começo”


Lilian respirou fundo, não havia nada de mal naquilo.


“Pode começar.”


“Eu terminei com a minha namorada, ela não quer mais nem olhar para minha cara, por que eu magoei os sentimentos dela, quando ela dormiu com o filho do padrasto dela”


Aquilo não fazia muito sentido, ele magoou os sentimentos dela, e ela que havia dormido com o meio irmão. Lilia riu.


“Qual nome dela?”


“Giulia”


“é um nome bem bonito, ela também deveria ser”


“Ela era, mas o nome dela não era mais bonito que o seu, agora, é sua vez”


“Eu estou bêbada ok? Então só por isso que vou te contar”


“Deve ser um problema sério”


“Eu vou me casar”


“Não vejo problemas”


“Eu tenho 18 anos”


“Você está grávida?” Lilian riu, é claro, era o que todo mundo pensaria.


“Não, não estou grávida. Estou sendo sufocada por uma realidade paralela”


“Isso é estranho. Você deveria mandar todos se ferrarem, e ir viver sua vida”


“hahahaha, casa comigo?”


“Achei que você já estivesse noiva”


“Eu queria fugir...”


“Fuja, eu fiz isso, quando fiz 16, fugi de Washington e vim morar aqui em Luisiana”


“Luisiana é?” A terra do trabalho rural.


“É, sempre que se sentir sufocada, pegue um avião e venha me visitar”


“Olha que eu vou”


“Pode vir”


            -Lilian querida, já está dormindo? – A senhora Evans bateu na porta, fazendo Lilian revirar os olhos, ela se levantou da cama, pisando nas pontas dos pés e apagando a luz.


            - Estou tentando mãe, boa noite. – Ela disse tentando disfarçar a embriaguez.


            - Boa noite, querida.


            Lilian voltou a se deitar na cama, se cobrindo e colocando seu laptop sobre as cobertas. Voltou a digitar.


“Posso te chamar de Char?”


“Só seu eu poder te chamar de Lily”


“Você pode”


“Então, o que houve, querida?”


“Tudo, eu acabo de terminar o colegial em um lugar que eu odeio, meu pai quer que eu faça faculdade de Medicina, o que eu Tb odeio, e além do mais agora vou me casar”


“E você Tb odeia o noivo?”


“É claro que não!” Lilian sentiu-se afrontada com aquilo “Eu amo James”


“Como vocês se conheceram?”


“Em uma festa, há três anos, uma festa de 16 anos de uma amiga, nós nos beijamos, e não fizemos nada demais, se é que me entende. Ele se mudou para a Costa Leste, mas voltou há um ano, e me pediu em namoro para os meus pais. Mas eu sei lá, às vezes não me sinto segura com James, me sinto como se cada segundo da minha vida estivesse sendo cronometrado. Como se tudo não passasse de uma grande mentira, um grande engano.”


Lilian sentia-se infinitamente aliviada de estar dizendo aquilo para alguém, ela não era uma garota de ter muitos amigos, é claro. Não tinha muito tempo para aquilo, sua única amiga era Careen, e fora na festa dela que ela conhecerá James. Mas nunca em sua vida tinha desabafado daquela forma com alguém. Parou de repente, colocando o laptop de lado e deitando sua cabeça no travesseiro, sentia-se mais leve.


“Isso não me parece amor, me parece comodismo” Ele digitou por fim, depois de vários minutos.


“Comodismo?”


“Sim, por tudo que li você não parece uma pessoa com muitos pontos de apoio. E... Seu noivo, James, parece que é a única pessoa em quem você pode se apoiar. Se sua vida está tão ruim, por que não a muda de uma vez?”


            Lilian pensou seriamente sobre aquilo, sobre não amar realmente James, por um minuto pereceu-lhe um absurdo, mas talvez Charlie tivesse razão, que ponto de referencia amoroso Lilian tinha para dizer que amava James? O que ela sabia sobre amar alguém? Ela não tinha vivido nada da vida. E nem viverei, pensou Lilian com amargura.


“Sua vida amorosa também não parece estar indo bem” Lilian alfinetou por fim, queria tirar-se do foco.


“Ela não está mesmo, nem nada na minha vida está indo muito bem. Lilo também se mudou pra costa Oeste, pra morar com o marido da mãe dela e os filhos dele. Então ela se apaixonou pelo irmão mais velho e vive promiscuamente com ele desde então” Ele se explicou, Lilian riu ao ler a palavra “promiscuamente”, era bem coisa de gente Sulista, usando palavras complicadas para dizerem coisas simples, aquele eufemismo todo, e a dose de moralidade.


“Que barra”, Lilian disse por fim, ser traído com um meio-irmão deveria ser bem estranho. Ela ficou imaginando como seria dormir na mesma casa que seu namorado. Deveria ser uma espécie de casamento.


“É, você poderia vir pra cá, largar sua vida medíocre e nós nos curaríamos com amor, hahaha” Lilian não riu, diferente do que ele parecia estar fazendo, analisou bem afundo aquela proposta. Queria responder qualquer coisa, mas logo depois adormeceu. Parecia que por fim, o álcool havia cumprido seu objetivo.


 


 


            Lilian acordou no dia seguinte com uma tremenda dor de cabeça. Seu laptop ainda sobre sua cama, com a janela de Charlie aberta.  Ela fechou o computador, querendo se lembrar de quem ele era e do que tinha feito na noite passada. Viu a lata de cerveja sueca sobre sua escrivaninha. Semicerrou os olhos para evitar a passagem da luz do sol que entrava insistentemente pela porta da varanda, com as suas cortinas brancas balançando por conta do vento forte, era Abril.


            Ela colocou seu computador em cima da escrivaninha, empurrando a lata de cerveja para o lixo. Foi até o banheiro, para corar ao ver seu estado detestável. Tinha grandes bolas roxas logo abaixo dos olhos, e seu cabelo estava completamente embaraçado. Terminou de despir-se e se enfiou de baixo da água morna da banheira. Sentia-se acabada, mergulhou sua cabeça na água. Lilian havia pensando um milhão de vezes em se suicidar, ali mesmo. Mas não achou que seria uma boa idéia se matar sem roupa. Aquilo parecia requer música clássica e uma faca. Ela afastou aqueles pensamentos, lembrou-se de James, e que iria se casar. Um grande sorriso forçado surgiu em seu rosto. Enquanto ela saia da banheira e colocava um vestido azul com grandes margaridas estampadas, penteou seu cabelo e passou o Maximo de maquiagem que foi possível para disfarçar suas olheiras. Desceu as escadas com um novo e revigorante sorriso. Seus pais estavam ambos sentados na mesa da cozinha, comendo panquecas.


            - Bom dia, filha! – Disse sua mãe, se levantando e dando um longo abraço em sua filha, puxando a cadeira para que Lilian se sentasse, a ruiva achou aquilo bem estranho principalmente pelo sorriso assustadoramente feliz de seu pai. Tudo aquilo era ainda pelo casamento?


            - Bom dia papai – Ela deu um beijo estalado na bochecha dele. Ele sorriu ainda mais.


            - Querida, hoje é seu dia de sorte! Ontem o casamento, e hoje a carta! – Seu pai não se segurou a dizer, sua mãe deu uma risada satisfeita.


            - O que você disse pai? – Lilian sentiu sua voz fraquejar, seu mundo girava. Havia algo errado, muito errado. Não, ela não podia estar escutando certo; sua mãe e James nunca deixariam aquilo acontecer, não com ela.


            - Sua carta de admissão em Havard, chegou hoje. – O sorriso de Mr. Evans cresceu ainda mais, Lilian fechou os olhos, tentando não gritar e respirar profundamente, ela jamais tinha escrito sequer uma carta para Havard, e sabia o que vinha depois. – Minha futura medica!


            Ela continuava com os olhos fechados, praticando sua respiração entrecortada. Não podia gritar com seus pais, havia muito tempo que não gritava com ninguém, Lilian pensou seriamente se algum dia já tinha gritado com alguém. Aquilo deu tempo para que ela refrescasse sua mente. E se acalmasse.


            Ela abriu os olhos.


            - Que maravilha pai!- Ela jogou seus braços por de trás do corpo de seu pai, lhe envolvendo em um abraço. – Estou tão feliz! Mas... Eu na me lembro de ter escrito a Havard.


            Ela disse categoricamente.


            - Eu sei Lily – A mãe de Lilian ria, enquanto a garota virava o olhar calmamente para Marillyn. Ela podia esperar aquilo de qualquer pessoa. Menos de sua própria mãe! Seu pai era completamente apaixonado pela idéia de Lilian seguir a carreira dele ser medico. Mas sua mãe sabia que ela não queria ser médica, que ela nem sabia o que queria fazer da vida ainda! Caramba, que parte de que ela tinha 18 anos às pessoas não conseguiam entender? – Sabia que James te pediria em casamento, e pensei que ficaria muito ocupada com os preparativos e escrevi eu mesma a carta. Seu pai ficou tão satisfeito.


            - Eu também. Mãe espere um minuto. Eu vou até meu quarto e já volto está certo? Vou levar a panqueca comigo. – Ela sorriu, pegando seu prato e enchendo de mel. Ela não sabia exatamente o que pretendia fazer, mas sabia que não ficaria ali parada.


            - Ah tudo bem, não quer levar a carta? – Sua mãe lhe perguntou, estendendo a carta. Lilian pegou o mais delicadamente que pode a carta. E subiu correndo para o quarto. Ligando o som em um CD de música clássica. Colocou o prato sobre a escrivaninha. E jogou a carta sobre o mel da panqueca. Estava procurando uma tesoura dentro da gaveta.  Quando de repente seu computador começou a apitar.


            Ela olhou-o, pensando seriamente em jogá-lo pela janela. Abriu e olhou para tela, viu que era Charlie.


“Lily, estava pensando em você, o que estava fazendo?”


“Eu te conheço?” Ela perguntou mal humorada. Encontrando sua tesoura na gaveta da escrivaninha.


“É claro que me conhece, eu te conheço bastante pelo menos, ontem, você bebeu e me contou sua vida toda”


Lilian corou, lembrando-se da noite anterior, e por que tinha acordado sem roupa. Maldita cerveja sueca.


“Ah sim, eu vou me matar” Disse ela simplesmente. Indo até a penteadeira, e aumentando a música e indo trancar a porta.


“Se matar?”


“É, com uma tesoura, ouvindo música clássica, não é poético?”


“NÃO COMETA ESSA BOBAGEM!” Lilian leu descrente na tela, com a letra Calibri número 14 de Charlie. Ele estava pedindo para que ela não se matasse? Espera, a única pessoa que parecia ligar minimamente para ela morava quase do outro lado do país? “Você não pode fazer isso Evans. Se sua vida está uma droga, esqueça-se dela, venha para cá, e eu vou te mostrar o que é viver”


            Lilian apenas sorriu; ir a Luisiana, morar em uma cidade esquecida por Deus, com um cara que conhecerá pela internet. É realmente tentador.


“Não posso cometer essa loucura” Ela digitou displicente.


“Pode se matar, mas não pode ficar aqui comigo? Eu acho que seria até melhor pra você. Sabe, sem cobrança, sem nada.”


Lilian pensou sobre aquilo, fazia realmente sentido, não fazia grande diferença.


“Quando sua vida não te pertence, o que você perde jogando-a fora?” Emendou ele.


“Preciso de dinheiro”


 


n/a: até quem enfim capitulo um, yeah! espero que tenham gostado, e que eu consiga um pouco mais de leitores do que cinco. Sabe, não que eu não esteja feliz. Eu amo vocês *-* mas.. tomara eu sou tão feliz quando eu chego a marca de 100 leitroes, então, GOGOGOGOGOGOO! 


E ei, valeu pela minha primeira leitora! Nina! We Love You, baby! Sério, leiam e comentem * olhinhos do gatinha do Sherek * isso é infinitamente importante pra mim, se for pra me dizer o quanto eu escrevo mal, também pode, só comentem.

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