Uma Nova Relíquia



Alvo viu que sua situação não era das melhores, estava amarrado, desarmado e na companhia de Draco Malfoy, que certamente não era uma das melhores companhias...


_O que você quer? _ perguntou o garoto.


_O que eu quero... _ disse Malfoy que parecia extremamente feliz _ Veja como são as coisas... Mas uma vez eu venho pedir um favor seu... Não é irônico? Eu sendo obrigado a receber ajuda do filho de Harry Potter, o velho Dumbledore diria que isso se chama justiça poética...


_Você sabe muito bem que eu não vou te ajudar _ a raiva crescia dentro de Alvo e parecia o alimentar, ele estava totalmente atento, já não dava importância à dor que o consumia, nem ao cansaço;  todos os seus sentidos estavam concentrados no inimigo à sua frente.


_Será mesmo? Isso seria um pouco desagradável, você não quer ouvir aquela doce melodia novamente, quer?


_EU NÃO VOU TE AJUDAR!


_Porque você está gritando? _ perguntou Malfoy com um falso ar de surpresa _ Você não recebeu educação de seus queridos pais? Ou será que você está tentando chamar atenção de alguém? Se for isso, não adiantara de nada... Eu isolei toda essa área com um feitiço selador, por mais que você grite, ninguém irá ouvir, mesmo que esteja a poucos metros... Isso não é interessante?


Draco estudou sua varinha por alguns instantes como se estivesse muito interessado no objeto, displicentemente ele a apontou para Alvo que foi atingido por um raio verde que queimou seu braço como brasa.


_Oh! Desculpe-me! _ disse Malfoy enquanto o garoto berrava de dor _ Minha varinha escapou, você sabe como são essas coisas.


_VOCÊ É UM COVARDE!


_Alvo, Alvo... Você precisa aprender a ser mais diplomático, usar as palavras certas...


_Daqui a pouco alguém virá para cá! E então eu quero ver esse sorrisinho na sua cara!


_Você está se referindo à aquele bando de cabeças vermelhas que você chama de família? Eu não contaria com isso... Meus amigos são muito bons em magia, sabe?


_Seus velhos amigos comensais da morte?


_Oh não! Agora eu estou com pessoas... Hum... Mais capacitadas... Será que agora que já trocamos algumas amenidades, podemos tratar do que interessa?


Alvo continuou encarando Malfoy sem dizer nenhuma palavra.


_Você não vai responder? Pois bem _ disse Malfoy apontando a varinha para a cabeça de Alvo que começou a balançar de cima para baixo _ assim está melhor! Eu sei que o novo Prof. Dumbledore lhe deu uma tarefa. Ele mandou você pegar um certo objeto, não é mesmo?


_Eu não sei de nada disso!


_Oh! Você sabe sim! E você vai fazer isso, você vai pegar esse objeto, mas infelizmente você não vai poder entregá-lo ao Prof. Dumbledore, porque eu vou ficar com ele.


Então era isso, Draco havia armado aquilo tudo para pegar o objeto que Patrick Goudin havia escondido? Porque será que ele queria tanto aquilo?


_Onde ele está guardado Alvo?


_Eu não sei do que você está falando.


_Você realmente quer tornar as coisas mais difíceis, não é mesmo? Bem... Lembre-se que foi você que quis assim... CRUCIO!


Alvo sentiu uma dor inimaginável, cada músculo, cada tendão de seu corpo parecia estar sendo estraçalhado, era algo insuportável...


_Será que isso refrescou sua memória? _ perguntou Malfoy enquanto Alvo tentava se recuperar do golpe, tudo estava rodando à sua frente, ele se sentia enjoado...


_Não quer falar ainda? Vamos continuar a terapia então, CRUCIO!


Aquilo era terrível, se aquela situação continuasse Alvo acabaria perdendo sua sanidade mental ou até mesmo morrendo! Ele precisa encontrar uma saída...


_Tudo bem! _ disse o garoto enquanto um plano se formava em sua cabeça _ Eu vou contar o que você quer saber!


_Excelente! Veja como um pouco de dor às vezes pode ser benéfico.


_O Prof. Dumbledore me mandou sim pegar um objeto.


_E onde ele está? _ perguntou Malfoy com os olhos brilhando de cobiça.


_Na casa em ruínas que fica nessa estrada logo adiante.


_Naquela casa?! _ disse Draco um pouco desapontado.


_Sim! Você não está com ninguém invisível ao seu lado, não é mesmo?


_Do que você está falando garoto?


_Invisível! Alguém escondido...


_Será que você perdeu a razão?


Alvo estava tentando chamar a atenção de Doni, ele esperava que o garoto estivesse ali e o ajudasse, ele tinha que estar ali! Era sua única chance.


_Muito bem _ disse Malfoy _ chega de falar bobagens, vamos conferir se o tão objeto está mesmo naquela casa _ ele apontou a varinha para Alvo e as cordas que o prendiam se soltaram imediatamente, o garoto massageou um pouco os pulsos para sua circulação voltar ao normal _ vamos andando, você pode ir na frente.


_Não vai me entregar minha varinha?


_É claro que eu vou! Assim você pode ficar à vontade para fugir, não é mesmo?


_Mas aquele lugar é perigoso!


_Eu posso ser muito mais perigoso se você não começar a andar logo, vamos!


Sem ter outra opção, Alvo começou a caminhar pela relva congelada com Malfoy logo atrás apontando a varinha para o seu corpo, ele esperava que Doni fizesse alguma coisa, mas aparentemente, o garoto não estava com ele naquele momento...


Logo eles chegaram à estrada e seguiram caminho contra o vento glacial que soprava sem piedade, o céu estava muito carregado e por isso, era impossível enxergar qualquer coisa.


_Lumus! _ disse Malfoy acendendo sua varinha _ Só para garantir que você não “se perca” pelo caminho.


Mais rápido do que Alvo desejava, eles se viram no portão enferrujado da entrada daquela casa sombria, tudo estava exatamente como da última vez que Alvo a vira; a mesma árvore seca no quintal, as paredes descascadas e a chaminé que indiferente à chuva que caía há dias, continuava exalando sua espessa fumaça. O garoto abriu o portão que se moveu com um gemido, caminhou pela trilha abandonada e chegou a frente da porta que estava praticamente solta das dobradiças. Muito consciente da chuva que caía sobre o seu rosto, Alvo parou por um instante naquele lugar, será que voltaria a sentir a chuva novamente? O que estaria esperando por ele naquele lugar? Da última vê em que estivera ali, ele havia enfrentado muitos perigos, mas Doni estava lá para ajudá-lo, o que ele iria fazer agora entrando naquela casa sem nem ao menos ter sua varinha?


_O que você está esperando? _ disse Malfoy _ Entre logo!


Alvo abriu a porta e entrou na sala destruída que não lhe dava boas recordações, andou alguns passos com o soalho rangendo à seus pés.


_E agora? _ disse Draco _ Onde ele está?


_Eu não sei... Precisamos procurar.


_Você acha que eu sou idiota? _ disse Malfoy _ Aquele professor idiota certamente lhe contou onde está o objeto! Ande logo! _ Malfoy lançou mais um feitiço em Alvo que cambaleou alguns passos e pisou em algum ponto do piso que não estava firme, ele cedeu e a perna do garoto entrou inteira no buraco, por mais que se esforçasse ele não conseguia mexe-la nem um centímetro.


_Me tire daqui! _ disse Alvo.


_E porque eu faria isso? _ disse Malfoy maldoso.


_Porque senão você nunca vi conseguir o que quer, seu idiota!


_Você precisa olhar onde pisa moleque, desse jeito...


Quando Malfoy se aproximou, uma intensa luz azul começou a sair do buraco em que Alvo estava preso, era como fumaça muito bonita. Alvo sentiu seu corpo aquecido, uma sensação gostosa se espalhou pelo seu corpo; Malfoy olhava assustado para a luz que foi se condensando até se tornar um grande globo que iluminava o lugar com seu brilho fantasmagórico. Era um espetáculo bonito, aquela bola girando, girando... Até que ela se dividiu em pequenos globos que se atiraram na direção de Malfoy como balas de canhão.


_PROTEGO! _ gritou Malfoy desviando a trajetória dos globos que destruíram ainda mais a mobília da casa _ O QUE VOCÊ FEZ GAROTO!


_Não fui eu! Não sei como aconteceu isso!


_FOI O DUMBLEDORE QUE TE ENSINOU ESSE TRUQUE? AQUELE DESGRAÇADO?!


_Eu já disse que não fui eu!


_MAIS UMA GRACINHA DESSAS E VOCÊ VAI TER O MESMO FIM DOS SEUS AVÔS! ESTÁ ME ENTENDENDO!


Malfoy puxou o garoto pelo braço com violência fazendo-o cortar sua perna nas madeiras pontudas do buraco. Quando ele viu, havia uma profunda ferida em sua coxa que deixou sua calça ensopada de sangue.


_Isso é para você aprender! _ disse malfoy _ Agora vamos acabar logo com isso.


Cada passo era um martírio para Alvo, ele arrastava sua perna ferida deixando um rastro vermelho pelo caminho, começou a subir as escadas se apoiando nas paredes com malfoy logo atrás. Quando estava quase chegando ao segundo andar, sentiu uma vibração estranha sob seus pés, as paredes também começaram a tremer e ele teve dificuldades para se manter de pé.


_O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO?! _ gritou Malfoy.


_NÃO SOU EU! _ quando Alvo se virou, viu que as tábuas do início da escada estavam se soltando e uma grande engrenagem de metal vinha subindo como um rolo compressor.


_ANDE LOGO! _ gritou malfoy.


Alvo correu o mais rápido que pôde, eles terminaram de subir a escada pouco antes do último degrau ser destruído, o medonho mecanismo continuou girando naquele ponto como se desafiasse eles a retroceder, Alvo pensou em como eles sairiam daquele lugar?


O garoto chegou na primeira porta à esquerda do corredor, com um calafrio, ele se lembrou que havia sido ali que Patrick escondera o objeto.


_Ele está aqui? _ perguntou Malfoy.


_Eu acho que sim.


_Então entre!


Alvo abriu a porta e entrou no cômodo minúsculo que estava exatamente como na lembrança que vira na penseira, com apenas uma cama de armar e um velho baú empoeirado. Era ali que Patrick havia escondido... O garoto caminhou até o baú com o coração acelerado, esperava ser vítima de um ataque a qualquer momento, depois de tantas armadilhas, aquele baú certamente não estaria desprotegido. Ele fechou os olhos e acelerou o passo até esbarrar no objeto, ele havia chegado inteiro! Não havia encontrado nenhum obstáculo. Quando experimentou o baú, viu que ele estava destrancado e dentro havia apenas um objeto: Uma caixa pequena, idêntica a que ele havia pegado quando estivera naquele lugar através da caverna de Gerard, ele então a tirou do baú.


_Então é isso? _ disse Malfoy que parecia intrigado _ Esse é o tal objeto tão poderoso? Me dê ele aqui!


Alvo não sabia o que fazer, ele sabia que entregar aquilo a Malfoy poderia por todos os planos de Dumbledore à perder, toda a esperança que o consumia de encontrar seu pai estava concentrada naquela pequena caixa, mas como ele poderia enfrentar Malfoy? Ele era um bruxo adulto e ainda por cima Alvo estava sem a sua varinha... Decidiu então tentar ganhar tempo.


_Porque você quer tanto isso?


_Por quê? Isso não te interessa.


_Você nem ao menos sabe para quê serve, não é mesmo?


_É isso que você acha?


_Sim. Você o quer simplesmente porque ouviu que era importante, mas não tem a menor idéia de como usá-lo, você continua sendo o mesmo fracassado querendo chamar atenção.


_Oh! Vejam só! Um garoto de onze anos me dando lição de moral! _ apesar do suposto ar de zombaria, Malfoy parecia realmente abalado _ Eu sei muito bem para quê serve isso fedelho! O Prof. Dumbledore o quer para entrar em Gáia!


Alvo ficou em silêncio por algum tempo absorvendo aquela informação.


_Você não sabia?! _ disse Malfoy _ O seu grande mestre não te contou?


_É claro que contou!


_Você é um idiota igualzinho o seu pai. Faz tudo o que Dumbledore manda sem nem ao menos saber por quê! Ele pelo menos servia ao velho Dumbledore e você...


_Quem você pensa que é para falar de meu pai!


_Ah! Que comovente! Defendendo o papaizinho! Você também gosta de bancar o herói, não é? Vai acabar tendo o mesmo final de seu pai, onde ele está agora? Você sabe? Sabe o que aconteceu com ele?


Alvo ficou dominado pelo ódio, sem pensar no que estava fazendo, sem ponderar que Malfoy estava armado, que era muito mais forte, que não estava com corpo cheio de ferimentos; Alvo pulou em cima do homem, Malfoy pareceu ter sido pego de surpresa por aquele ato irracional e acabou se desequilibrando fazendo a varinha voar de sua mão, os dois rolaram pelo chão, Alvo queria causar dor em Malfoy, o máximo que conseguisse, mesmo que isso tivesse conseqüências ruins para si. No meio da confusão, ele nem notou que a caixa também havia caído de sua mão, nem viu que dois pontos brilhantes apareceram, um em cada extremo do quarto, eles foram aumentando de tamanho, aumentando... Até se transformarem em dois redemoinhos que cobriram as duas paredes opostas do cômodo. Malfoy havia dominado Alvo e estava batendo nele com toda a sua força, o garoto tentava reagir sem sucesso quando simplesmente sentiu Malfoy saindo de cima de seu corpo, o homem também parecia não estar entendendo o que estava acontecendo, era como se um imã o estivesse puxando, Alvo viu que ele estava indo direto para um dos redemoinhos que haviam surgido e enquanto observava aquilo atônico, também começou a ser “sugado”, uma força invisível o puxou na direção do redemoinho oposto e qualquer tentativa de resistência era inútil. Um calor incandescente tomou conta de seu corpo enquanto um zumbido preenchia seus ouvidos... Um segundo depois seu corpo inteiro atravessou aquela estranha passagem e tudo se tornou negro...


 


 


PS: Esse capítulo é dedicado a Nane Safons que vem me dando uma força aí na fic, tanto para escrever, como na divulgação!! Vlw editora!!! hahaha!! Gostaria também de pedir a quem está acompahando que comente!! Como vem fazendo o nosso amigo Mania de Potter, para que eu saiba o que estão achando!! Estamos exatamente no meio da história! Então ainda temos muita coisa pela frente, hehe, vlw!!!

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