Amor ou brincadeira?

Amor ou brincadeira?



- Emilly, espere.
A professora adentrou por um terreno baldio. Estava tudo sujo e o cheiro era insuportável. Havia lixo por todos os lados. Emilly seguiu McGonagall por dentro do terreno, cuja vegetação estava sem corte e arranhava seus tornozelos, algumas chegando ate suas coxas. Minerva foi cada vez mais fundo, com Emilly em seu encalço. Emilly batia nos mosquitos á sua perna, e eles faziam zumbidos em seus ouvidos. Minerva tampava o nariz, tentando evitar o mau cheiro do lugar. E então, depois de ir um pouco mais fundo as duas conseguiram parar, Emilly já toda vermelha.
- Desculpe professora, mas por que entramos aqui ? Isso fede !
- Emilly, nós não poderíamos aparatar na frente de trouxas.
- Nós vamos apa-aparat-ar ? - Emilly perguntou assustada.
- Por Merlin criança, a senhorita achou mesmo que íamos a pé ?
Pensando melhor, Minerva nunca havia dito mesmo como iam. E sabia que era muito longe chegar ao cabeça de javali á pé.
Então a professora segurou Emilly pelo braço e a escuridão engoliu as duas. O frio compressor esmagou a barriga de Emilly, que não sentia o próprio corpo. Em uma fração de segundo, ambas estavam com os pés novamente no chão.
- Desculpe professora. - Emilly largara o braço de Minerva e saiu correndo para um beco escuro de Charing Cross, vomitando incontrolavelmente. Depois de se limpar com a manga do casaco, ela se uniu novamente a professora, que já a esperava na porta do Cabeça De Javali. Elas entraram, e Emilly ficava deslumbrada a cada passo.
- Dia Tom. - A professora cumprimentou o Barman, que estava limpando o balcão com um pano velho e surrado.
A professora avançou e bateu com a varinha nos tijolos. E em segundos a parede virou uma enorme porta, que dava para um mundo mágico, que ela sonhara em conhecer a vida toda.
Ela não entendia por que se chamava BECO Diagonal. Afinal, ele era enorme e longo. De um lado ela não via seu final. Do outro, ele acabava na frente de um grande prédio dourado e imponente, para o qual a professora parecia se dirigir. Muitos bruxos iam pra lá, e várias pessoas andavam de um lado para o outro. Elas iam cada vez mais rápido.
Emilly observava aquelas várias pessoas olhando as lojas, cada vez mais magníficas. E então, sem Emilly perceber, já havia chegado ao prédio monumental, que ela reconheceu como o Gringotes. Várias pessoas entravam por todos os lados, o tumulto era enorme.
Cada vez que se aproximavam mais ela ficava mais abismada, com a grandeza do prédio. Então ambas entraram e foram recebidas por serezinhos de orelhas pontudas, dedos longos e caras amarradas. Eles carimbavam, andavam, escreviam, limpavam, faziam tudo que era possível. Emilly seguiu Minerva, que estava indo em direção a alguns balcões.
- Olá senhora. De quem vai ser hoje ? Mas algum bruxo que nos odeia ?
- Eu já pedi perdão pelo Sr. Hopper ! Eu não sabia que ele fazia xixi quando via coisas pontudas.
- Ah, então espero que menininha aí não urine na cabeça de quem levá-la. - Ele disse, com sua voz fria e seca, apontando seu dedo pontudo para Emilly.
- Cuidarei disso. E essa é a Srta. Smith, quero entrar no cofre da família Smith, por favor.
- Tem a... chave ?
- Sim, claro. - Ela disse, entregando a chave ao duende, que as pegou. Minerva podia sentir suas mãos ranhosas rasgando seus dedos.
As duas acompanharam o duende até o vagão. Emilly chorava de alegria, até agora ainda não havia entrado em nenhum mundo mágico. O vagão começou a descer, e descer cada vez mais fundo. Emilly sabia que, quanto mais fundo, o cofre seria de uma família mais rica e tradicional. Será que sua família fora assim, e seu pai cortou a tradição casando-se com sua mãe ?
Porém, eles não chegaram a passar pelo dragão. Emilly pensou que pelo fato de Harry Potter ter fugido com ele há alguns anos. Será que não tinham resposto ?
- Sabe Emilly, Dragões não nascem em árvores. - Minerva respondeu, quando Emilly comentou com ela.
E então finalmente o vagão parou, depois de ir um pouco mais fundo. Quanto será que o pai dela havia deixado ?
E foi quando ela abriu, e viu ...
Seu cofre era lotado de galeões, muitos e muitos mesmo. Emilly ficou deslumbrada com a quantidade de metais brilhantes. A própria professora ficou assustada com os galeões. Nem ela mesma esperava por isso.
- Emilly, o pedido do seu foi que deixassem todo o cofre dele aqui com o primeiro herdeiro bruxo.
- Mas, isso é muito dinheiro !
- Não é só isso. Seu pai guardava as coisas mais valiosas cada vez mais fundas.
Emilly abaixou-se e entrou pelo cofre. Ele era bem espaçoso, suas paredes negras e frias. Ela não precisou andar tanto assim para descobrir o fundo. Bem no cantinho, havia uma pequena sacolinha de couro, amarrada por um barbante de mesmo material. Ele estava em cima de um porta-retrato amassado com o tempo, e já fedia a mofo. Ela pegou o porta-retrato e a pequena sacolinha e saiu do cofre, ainda sem fechá-lo.
Ela segurou o porta-retrato debaixo do braço e abriu a sacolinha. Dentro havia uma pequena plaquinha de madeira, aparentemente feita à mão. Nela estava escrita "Katie Smith, minha pequena princesa". Uma lágrima caiu sobre a plaquinha e o rosto de Emilly ficou molhado. Ela guardou a plaquinha novamente na sacolinha e tirou o porta-retrato de debaixo do braço. Ela olhou atentamente, e nele havia um homem. A mulher ao lado dele era totalmente familiar, afinal ela a chamava de mãe. Então esse homem ao seu lado seria seu pai ? Ambos sorriam alegremente, Emilly pensou, estavam se divertindo muito. Então essas seriam as coisas mais importantes pra ele afinal. A família. Então por que escolhera lutar no mundo bruxo ? Emilly sabia que era pra proteger elas, mas ainda sim preferiria tê-lo conhecido. Ela entrou novamente no cofre e depositou-os no fundo. Voltou e se dirigiu a professora.
- Então, quanto acha que devemos levar.
- Bem, não muito.
A menina recebeu outra sacolinha de couro, agora vazia, do duende e pegou algumas moedas, depositando-as ali dentro. Todos voltaram para o salão do Gringotes, e as duas saíram de volta ao beco diagonal.
A rua era toda de tijolinhos, em que Emilly facilmente tropeçava a cada 5 minutos. Era ladeada por muitas lojinhas, cada uma bem diferente da outra.
- Emilly, vou me separar de você por algum tempo ok ?
- Por que ?
- Tem coisas que você não precisa comprar comigo. Ai a gente pode adiantar se separando e você pode conhecer melhor, já vi que está super curiosa !
- Nossa, obrigada !
- De nada, minha querida ! - ela disse, e se virou, indo em direção á loja de vassouras.
Emilly começou a andar pelo beco, á procura das lojas que estavam relacionadas na lista de materiais. Foi quando se deparou com uma loja muito grande e colorida, quase tão imponente quanto o Gringotes. Um grande boneco ruivo tirava e botava o chapéu, onde aparecia e desaparecia um coelhinho. Através dos vidros Emilly observou um interior alegre e animado, cheio de pessoas que brincavam com os vários objetos diferentes que estavam á venda. Ela abriu o grande portão e adentrou a loja. Todos se animavam com os brinquedos que saltavam, voavam e mordiam, e um homem de cabelos ruivos corria de um lado pro outro, atendendo á todos. Para Emilly o Homem era totalmente familiar, e apesar de na entrada da loja estar escrito "Gemialidades Weasley", só percebeu que essa era a loja do Gêmeo Weasley quando percebeu uma escuridão no lugar da orelha do ruivo.
Por todos os lados havia artigos interessantes e diferentes. Um pequeno pião rodava e soltava fumaça por toda a prateleira. Tomou um susto quando um pequeno avião que soltava balinhas passou por cima dela, tocando uma música que ela não entendeu muito bem. E então ela foi se aproximando de uma prateleira onde havia várias e várias caixinhas. Todas elas haviam desenhos engraçados e nomes mais engraçados ainda. "Vomitilhas", "Pó escurecedor instantâneo", entre vários outros. Ela se aproximou mais da estante e pegou uma caixinha que havia escrito "Narigudo".
- Eu lhe recomendo não usar isso em você, ou vai ficar com cabelo seboso, virar emo, parecer um morcego e se atirar pela janela. - Emilly tomou um susto, quando Jorge apareceu ao lado dela, se encostando à prateleira, de braços cruzados.
- Ah, não fale assim do professor Snape, ele foi um homem bom. - ela disse, entre risinhos.- Mas, obrigada pela dica.
- Por nada. - Ele disse, deu uma piscadela e voltou ao trabalho, correndo atrás de um menino que montou um "carrinho de corrida diminutor".
Ela devolveu a caixeta à prateleira e resolveu conhecer melhor a loja, que tanto via nos filmes. Havia vários balcões em meio à loja, mas um que lhe chamou a atenção era rosa, cheio de pompons, e dele borbulhavam várias bolhas em forma de coraçõezinhos. As bolhas explodiam no ar e deixavam um perfume gostoso. Ela se aproximou do balcão e percebeu que ao meio de tantos pompons havia várias pequenas poções. Ela novamente pegou uma das poções e cheirou-a.
- Se eu fosse você eu não faria isso. Elas são tão poderosas quanto podemos imaginar.
Um garoto alto e moreno, de olhos claros estava ao seu lado. Ela se apoiava em um braço no balcão, e o outro estava segurando uma caixinha. Ele sorria, um sorriso diferente, alegre, animado, que subitamente deixou Emilly bem. E totalmente sem palavras.
- Ah, é. - Foi a única coisa que conseguiu exclamar quando abriu a boca, colocando o pequeno frasco de volta no balcão.
- Nova aqui ? - Ele perguntou.
- É, sim. - Ela disse, se aproximando um pouco dele. - Ah, prazer, Emilly Smith. - Ela completou, esticando a mão.
- Prazer, Billy Mcster. - Ele se apresentou, puxando sua mão e dando um beijo em seu rosto. - Bem, acho que você vai se acostumar facilmente, não é tão difícil assim. Sabe, fora os monstros, criaturas estranhas, gigantes e testrálios, não há nada fora do normal. E o Voldy-cara-de-cobra o Potter já matou. Calma, é brincadeira. - Ele disse rindo, quando viu a garota ficar assustada. - Mas qualquer coisa, é só me chamar.
Ela disse, acenando, deu as costas e foi em direção a outras prateleiras.
A menina sorriu novamente, afinal, aquela era a primeira pessoa, ser humano, que não tinha orelhas pontudas ou a falta de uma e nem um Rudolf na cabeça, que ela falara no mundo bruxo. Estava sentindo algo por dentro, uma coisa diferente, algo que nunca sentira antes. Ela se direcionou ao frasquinho de poções e novamente pegou-o, levando até o balcão alguns galeões.
Saiu da loja sorridente e feliz, com o frasquinho em uma sacolinha de couro, que ficou dentro de seu bolso. Então se deparou com uma loja um pouco menor que a GW, toda de madeira, com uma placa bem rústica. Nela estava escrito em letras cravadas: Floreio & Borrões.

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