'dois.



''Breathe for love tomorrow
'Cause maybe theres another way ''


Until Tomorrow - Paramore


 


# Capítulo dois.


 






Não é como se ela conseguisse mesmo ignora-lo. Não que ela quisesse, of course. Ou até sim, mas seu esforço tornava-se piegas e inútil. Ela sabia que sempre acabaria assim. Era quase uma... predestinação, sim, era isso. Tudo bem que passara as últimas doze horas planejando a forma mais dolorida de matá-lo, mas isso não contava naquele momento. Ela já estava acostumada com o fato de que sempre acontecia isso mesmo. Ficava brava por um ou dois tempos, jurava por tudo que era mais sagrado que nunca mais falaria com ele e era só Sirius abracá-la ou dizer-lhe algo que logo a amizade era restabelecida. E ela não se sentia mesmo idiota por isso.


Marlene sorriu, quando ele a acomodou melhor nos braços dele. A clareira ia ficando fria com o passar do dia e chegada da noite e ela achara melhor se acomodar nele para ficar quentinha. Sirius era sempre quente.


- Sabe, eu realmente não sei o que faço com você – ela disse e ele riu, passando a mão nos cabelos dela, que logo fechou os olhos.


- Nem eu com você, McKinnon.


- Talvez eu tenha que te matar, entende?


Sirius riu mais alto.


- Homicídio duplo. – disse e ela riu, fazendo pequenos circulos com o indicador no peito dele.


– Mas, antes disso você tinha que admitir que não vive sem mim, então...


- Morra esperando – Marlene gargalhou erguendo-se para vê-lo. As bochechas dele estavam levemente coradas, os olhos azuis escondidos pelas palpebras fechadas junto com alguns fios negros jogados na testa propositalmente e o canto dos lábios vermelhos repuxados para um cima. Marlene sempre entendera muito bem o porquê seu melhor amigo atraia tantas garotas (não somente garotas, mas enfim). Sirius tinha presença em qualquer lugar que passava assim como aquele negocinho fundamental relacionado a pura sedução correndo em suas veias.


- Acredite, não vou precisar disso – ele abriu os olhos e balançou a cabeça, negando. – Não vai doer, pode dizer.


- Você é tão...


- Maravilhosa? Tudo bem, obrigada.


- ... prepotente!


Ela estreitou os olhos para ele, fazendo beiçinho. Sirius riu ainda mais.


- E você é um intragável, isso sim – tirou as pernas que estavam entre as dele e se afastou, com os braços cruzados no peito, fechando os olhos por causa da claridade. Sirius começou a gargalhar.


Ela realmente não precisava dele então que se dane.


Estava prestes a azará-lo quando sentiu um peso nada estranho por cima do seu. E depois seus braços serem presos bem acima de sua cabeça, enquanto uma respiração calma colidia com seu rosto. Abriu os olhos lentamente, as sobrancelhas arqueadas exatamente iguais as dele.


- Prepotente e birrenta – ele murmurou, fitando-a nos olhos. Marlene reprimiu com muito esforço um sorriso. – O que você quer, Lennie?


- Que você pare de se meter na minha vida – respondeu, escarninha. – Só isso.


Ele riu como se debochasse daquilo, para logo em seguida baixar a cabeça em direção a dela e desviando a poucos centimetros de sua boca (o que Marlene engoliu um enorme seco), descendo pelo pescoço, os lábios fazendo milagres por ali. Tudo bem, talvez ela precisasse mesmo daquilo.


Talvez, uma ova!


- Que eu não me meta nos seus relacionamentos, certo? – ele apertou com um pouco mais de força os braços unidos que ameaçavam escapar, mordiscando de leve sua cravícula. Marlene fechou novamente os olhos, mordendo o lábio inferior para que algo comprometedor ficasse apenas na sua mente e não fosse ouvido. Parecia perdida demais em seu próprio deleite para conseguir responder – Certo, Lennie?


- Uhuum.


Sirius riu contra a pele dela, sabendo muito bem o que estava causando na amiga. Não é como se eles conseguisse resistir a sempre provocar um ao outro. Ele sabia que não. Era algo instintivo, mas sempre no dentro do acordo bem estipulado e certo limite. Tudo isso fruto de uma longa amizade e cumplicidade. Benefícios, isso. Era uma amizade com benefícios. E só ambos sabiam o quão bom era isso.


- Que eu não tente matar todo cara que queira algo a mais do que uns bons amassos? – perguntou mais uma vez. Marlene assentiu. – Sim ou não, Marlene?


Pelo santo Merlim, o que acontecera com sua voz?


- Sim – sussurrou baixinho.


- Hm... Que te deixe por aí, livremente, para sair com qualquer cara? – Marlene disse mais um 'sim' mesmo que se, naquela hora, pouco raciocinasse. Não com Sirius lhe tocando daquela maneira.


- Entendi – murmurou abruptamente se afastando e deitando do seu lado, como se nada tivesse acontecido. Marlene abriu os olhos, confusa – Digo mais uma vez: morra esperando.


Não. Agora ela não estava confusa merda nenhuma. Ela estava irritada, bem irritada. Afinal, quem era ele para fazer isso com ela? Quem era Sirius Black para provocá-la daquele jeito e dizer aquilo? Ninguém. Ele não era ninguém para fazer isso. E, como tudo, aquilo teria uma revanche. Ah, se teria. E nada melhor como fazê-la nesse instante, Marlene ponderou enquanto se erguia e deitava sobre ele, com uma perna de cada lado. Sirius levantou uma sobrancelha, fingidamente confuso com aquilo. Idiota.


- Sabe, Sirius, eu não me meto em seus rolos – começou, cutucando o peito dele a cada palavra. – Quero dizer, como é que você chama mesmo? Sexo casual. Isso. Eu não me meto neles.


- Porque não quer.


- Calado! – replicou, estreitando os olhos. – E sabe eu tenho o direito de ter minha própria vida.


- Eu sei disso, Lennie querida – ele deu um sorriso sarcástico, segurando sua cintura. – Mas isso não é algo que se possa controlar – ela franziu o cenho. – Eu tenho, vou e quero cuidar de você, não vejo problema.


Ela deixou um sorrisinho escapar. Mais uma vez a irritação sendo esquecida. Mordeu o lábio, enquanto fazia o mesmo que ele a pouco lhe fizera, aproximando ambas as bocas e logo a desviando, sob o olhar divertido do amigo. Desceu pela orelha, mordiscando levemente e orgulhosa de si mesma ao ver a pele dele se arrepiar. Qual é, não era qualquer uma que conseguia derreter Sirius Black.


- Está dizendo que não vive sem mim, Black?


- Não disse isso – a voz dele saiu baixa e rouca.


- Não tecnicamente. – ela sorriu, mordendo o lóbulo da orelha dele. – Nega ou confirma?


Ele riu, as mãos grandes passando por suas costas e se prendendo na cintura com força quando Marlene moveu o quadril com o dele.


- Marlene. – avisou, enrouquecido.


- Nega ou confirma? – repetiu, sensualmente.


Sirius fechou os olhos, as mãos novamente descendo e alcançando as coxas femininas na medida certa demais para seu gosto, apertando-as levemente. Marlene se moveu mais uma vez e ele ofegou.


- Marlene McKinnon, isso é jog... Marlene!


- Hm, Sirius Black? – ela gemeu no ouvido dele, movendo-se devagar, um sorriso malicioso brincando nos lábios.


Ele respirou fundo, pegando seu possível – em algum lugar, talvez – auto controle.


- Confirmo – sussurrou, por fim. – Não vivo sem você – murmurou, sorrindo, quando suas mãos entraram sorrateiramente na camiseta dela, tocando a barriga. Marlene balançou a cabeça, se erguendo novamente, triunfante, tirando a mão dele devagar de onde estava. Sirius bufou. – Você é má, mulher.


Marlene piscou marota.


- Eu sabia – ergueu o queixo – Está escrito na sua testa.  – ambos riram e ele a fez deitar em seu peito, as pernas dela ainda em cada lado de seu corpo. Marlene fechou os olhos mais uma vez, ouvindo as batidas do coração do moreno.


- Falta você – ele murmurou, passando o dedo no nariz dela e dando uma leve batida na ponta deste.


- O que? – indagou, numa expressão muito fingida de confusão que quase o conveceu quando ela olhara para cima.


- Sua vez.


- Sua vez o quê?


- 'Eu não vivo sem você, Sirius' – ele imitou a voz dela, fazendo-a gargalhar. – Vamos, diga.


- Só se for para seu ego entrar em combustão e explodir – murmurou, balançando a cabeça, enquanto suas pernas se esticavam e entrelaçavam com as deles e ela erguia-se novamente, apenas para apoiar os braços do peito dele. Sirius revirou os olhos, rindo e a envolvendo com os braços, de modo que ambos estavam com o rosto na curva do pescoço do outro. Ela suspirou o perfume que ela tinha dado a ele, tão fresco e infinitamente mais gostoso na pele dele. Suas mãos serperteavam quase que inocentemente pela barra da camisa dele.


- Então dê esse prazer a ele, antes que ele exploda, é claro – ele sussurrou, contra a pele do ombro. - Admita – ela riu, quando ele começou a espalhar beijos sobre seu pescoço. – Admita, McKinnon.


- Não – enfiou as mãos por dentro da camisa, sentindo o calorzinho. – Nunca, Black.


- Não? – ele arranhou seu pescoço com os dentes, fazendo a pele arrepiar e riu. – Sabe, Marlene, acho que você guarda uma paixão secreta por mim.


Ela balançou a cabeça, erguendo a cabeça para logo estreitar os olhos.


- Você acha isso de todas as meninas em um raio de dez quilometros, Sirius.


- E eu nunca erro, acredite.


Ela gargalhou, segurando o rosto dele entre as mãos.


- Foi mal dessa vez, mano. – ela balançou a cabeça, numa fingida expressão de pena. – Quer ajuda para juntar seu ego?


- Como você consegue ser tão prepotente? – ela revirou os olhos.


- Do mesmo modo como você consegue ser tão metido – ela riu. – Simples.


Sirius lhe deu língua e Marlene riu novamente, acomodando-se no peito dele. Céus, era muito, muito bom as sensações que Sirius lhe causava. Proteção. Ela sabia o nome. Algo que ela nunca pensava que iria encontar nele, e então, simplesmente estava lá. Sirius sempre estava lá para ela. E ela sabia perfeitamente disso.


Não soube exatamente o tempo que ficou ali. Era uma prazerosa combinação de frio e calor, naquela clareira que Merlim sabe como Sirius tinha achado. E já se achava num estado de semi-consciência quando sentiu uma pressão agradável por detrás dos joelhos e outra nas costas e depois o vento frio a colidir em si, mesmo que o abraço ali a deixasse aquecida. E depois de algum modo desconhecido para si, o vento tornou-se mais forte, mesmo que o calor estranho lhe aquecesse, naquele abraço forte, enquanto ouvia um agradável som de água, respiração e ventania.


** 
¹: Tradução: Respirar por amor amanhã/ Porque talvez haja outra forma. 


n-a: eu nem sei como vocês podem me perdoar por isso, sério. Eu demoro meses para postar e ainda venho com isso :~ Me perdoem, é o que peço. Eu sou do tipo de autora que só conseguesse escrever coisas boas quando está bem. E eu definitivamente não estou. E, sim, não são só semanas, são meses que estou assim, então me perdoem. Eu não esqueci mesmo de vocês e simplesmente adoro essa fanfic. Na verdade, estou aproveitando que 2011 está vindo para dar uma atualizada em todas, além do mais, é ANO NOVO, GALERA! Estou me auto-desejando sorte nele, porque 2010... foi um lixo, falei. Enfim, terei mais tempo para vocês e para ver se escrevo algo suficientemente decente para minhas/meus lindas/os leitoras/es. Aliás, agradeço a cada um que mandou comentários, vocês não sabem o quanto isso pode deixar uma autora emo feliz.


Desculpe o capítulo horrível. Mesmo (:

PS: FELIZ ANO NOVO, AMOOOORES ;* 


Beeeijos ;*


Nina Black.



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