A Carta



James estava parado a porta de sua casa. Olhava para a caixa de correio, como se houvesse um dos maiores monstros lá dentro. A alavanca que trancava a caixa estava levantada, o que significava que havia uma carta lá dentro. Depois que recebeu uma mensagem de texto de Lilly, dizendo que havia algo endereçado a ele dentro da caixa de correio, ele pôs a fitar a caixa. Era apenas um meio cilindro de metal, mas ele não queria olhar. Ele sabia o que era.  Tomou coragem; caminhou bravamente. Dentro da caixa havia apenas uma carta endereçada a ele. Tinha seu nome escrito do lado de fora do envelope, junto com uma pequena parte molhada, suja de preto.


Quando abriu o envelope, se surpreendeu com o conteúdo: uma carta fina, escrita em um papel amarelado, e um pedaço de fita vermelha. Pegou a carta.


James,


Eu só queria deixar bem claro que isso foi feito pensando em você, mas eu preciso, mesmo que não seja o que eu queria, porque eu ainda gosto muito de você (Acho que todos aqueles anos de perseguição me afetaram de algum jeito). Mas eu acho que é melhor para nós dois, nos separarmos. Não que você tenha feito algo errado, é que apenas eu não me sinto preparada. Eu sinto muito se eu feri seu coração, e se você está magoado comigo. Mas tenha em mente que eu nunca vou esquecer tudo que passamos juntos, desde os passeios em Hogsmead até as nossas férias. Eu espero que um dia você possa encontrar alguém que possa corresponder o seu amor da forma que você merece (ou até mesmo eu fique pronta para você).               


Com Amor,


Lilly”


O garoto compreendeu que aquilo era o fim do relacionamento mais perfeito que ele já tivera, mas não compreendeu o motivo. Era difícil acreditar que Lilly estava colocando um ponto final na história deles. Talvez ela tivesse gostando de outra pessoa, e tivesse feito aquilo para poupar ele. Talvez. Mas como a garota sugeriu era melhor seguir em frente.


Sirius, Remo e Peter começaram a visitar o Potter com freqüência, porque a cada vez que o viam ele parecia pior. Quase uma semana depois da carta, Remo iria dormir na casa de James. Enquanto eles jogavam vídeo-game pela madrugada, Lupin tentou descobrir o porquê James estava naquele estado. Mas foram apenas tentativas falhas. Ele percebeu que o amigo realmente estava muito magoado, com alguma coisa que ninguém sabia.


Remo decidiu tomar uma atitude, não podia ver um amigo naquele estado e ficar apenas olhando. A primeira pessoa a quem ele recorreu foi Lilly; ela era namorada do James, então devia pelo menos ter alguma idéia do que estava acontecendo.


Foi até a casa da ruiva, que ele percebeu que também estava muito mal. Porém ela fingia melhor que James, qualquer um menos avisado cairia na falsa alegria da garota. Remo foi direto ao assunto. Lilly caiu aos prantos, e Remo correu para consolá-la


- Não dá mais – soluçou a garota entre várias lágrimas – eu não consigo mais viver com ele, mas é pior sem ele


- Porque você terminou com ele?- o garoto perguntou calmamente – se você ainda gosta dele, não devia ter feito isso.


- Mas eu não posso – Lilly chorava ruidosamente – eu ainda amo muito o James, mas eu percebi que viver com ele não é mais a mesma coisa


O garoto não entendeu nada do que ela queria dizer.


- Ele anda muito distante. Quando estou com ele, parece que ele está pensando em outra pessoa. Ele não me beija mais do mesmo jeito, não conversa comigo do mesmo jeito – a garota desabafou – tudo está muito diferente. Eu achei melhor acabar com tudo logo.


 


Remo compreendeu o lado da garota, porem argumentou:


- Lils, se você o visse você teria certeza que foi a pior coisa que você já fez com ele. Eu nunca vi o James tão morto. Ele mal fala, fica o dia inteiro no quarto olhando para uma fita vermelha.


A garota criava uma fagulha de esperança o fundo do peito. Será que o garoto que tanto lhe irritara, ainda gostava dela?


 


Enquanto isso, na casa dos Potter Sirius tentava convencer James a sair, para se animar, e conhecer garotas novas.


- Caramba, o Sirius tem o tato de um elefante cego – pensou James se divertindo.


- Vamos lá pontas, ainda tem muita gatinha no mundo. A Lilly não é a ultima garota linda e inteligente do nosso país.


James gostava de Sirius por causa disso: ele sempre ia direto ao ponto, sem enrolar. Às vezes isso podia ser uma tremenda furada, mas quase sempre era a melhor coisa a se fazer.


O Black desistiu depois de vãs tentativas de fazer o melhor amigo se levantar e animar-se para fazer alguma coisa. Sirius não tinha o mínimo tato, isso era fato. Porém ele sabia a hora de parar, e quando viu que era um caso perdido, desistiu e foi embora da casa do melhor amigo. Enquanto Remo convencia Lilly a voltar atrás de sua decisão, Sirius saia para se divertir.


 


James foi dormir muito depois das três da manhã. Ficou vagando pelas páginas vazias da internet, e teve a idéia de escrever um conto sobre um garoto que tinha seu coração quebrado pelo grande amor de sua vida. Era incrível como o personagem ficava parecido com ele. Por mais que ele tentasse, era a história dele que ele estava contando. Não importava o que ele mudasse, sempre acabava com tardes ensolaradas, os personagens principais sentados a beira do lago. Ele conversou um pouco com o Remo no MSN. O garoto contou tudo que Lilly tinha dito. Foi nessa hora que ele teve a brilhante idéia. Reconquistaria sua ruivinha, não importasse como. Primeiro ele pensou pelo lado mais óbvio, um poema, uma viagem, e só. Mas depois ele percebeu que se ele quisesse que a garota se sentisse especial, ele devia fazer algo diferente.


Lilly adorava jogos de perseguições.

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