Capítulo único



Nancy Wylen abriu os olhos e voltou a cabeça para o despertador. Ainda faltavam treze minutos até que ele despertasse e aproveitou para permanecer um pouco mais na cama. Era uma mulher feita. Tinha um bom emprego dentro do Ministério da Magia, na área de Uso Impróprio da Magia. Atualmente Nancy encontrava-se solteira. Quando fora para Hungria, estudar em Durmstrang, apaixonou por seu instrutor de Magias Complexas e em pouco mais de dois anos eles noivaram, porém romperam dias depois por relacionamento desgastado.



Ela permaneceu sozinha durante alguns anos até conhecer Brian Grant, um auror. Com sua ajuda, Nancy conseguiu um emprego no Ministério, mas para a tristeza dela, Grant foi assassinado por um bruxo das trevas. Depois dele, Nancy não teve nenhum outro parceiro e sentia-se melhor assim.



Vivia num casarão em Londres e o dividia com seu elfo-doméstico Ozz. Possuía vários amigos, inclusive alguns Comensais da Morte que confiavam cegamente nela e não hesitavam em contar-lhe todos os segredos e planos para atacar até mesmo seu local de trabalho. Nancy quase se tornara uma Comensal, entretanto concluiu que não era exatamente o que queria para sua vida.



Lavou o rosto e arrumou-se. Desceu para o café da manhã minuciosamente preparado por Ozz e foi para o Ministério.



- Bom dia Stuart. – saudou um funcionário encarregado da limpeza do saguão principal



- Excelente dia, diria eu, Srta.Wylen!



Seguiu tranqüilamente pelo Hall até chegar ao elevador, onde cumprimentou mais alguns conhecidos. Chegando ao segundo andar, saiu. Quase fora atropelada por um rapaz de não mais que dezessete anos, cujas madeixas eram compridas e castanhas.



- Me desculpe, senhora. A machuquei?



- Não. Estou bem. Tenha mais cuidado e menos pressa. A morte te espera.



O garoto franziu as sobrancelhas e, desta vez, pôs-se a caminhar até seu local de destino - um dos sofás de espera – e sentou-se ao lado de um homem. Nancy sentiu o coração palpitar. Aquele rapaz não lhe era estranho. Algo nele a fazia lembrar-se de alguém... Quem? Desacelerou o passo afim de observá-lo.



- Qual é Severus! Me livre da sua detenção! Isto não é justo! – o garoto reclamava e Nancy sentiu uma onda de frio repentina. Severus?



Olhou o homem que finalmente voltara o rosto para o rapaz. Sim. Era Severus Snape. Cessou o passo. Seus olhares se cruzaram. Nancy se aproximou.



- O que faz aqui? – perguntou a ele



Snape parecia ter perdido a fala.



- Ah, vocês se conhecem... – o rapaz suspirou



- Está com algum problema, Severus?



- Não. Estou esperando por minha... Esposa.



- Er... – era a vez dela não saber o que falar



- Não vai me apresentar? – o garoto reclamou – Prazer, sou Alex Nozz. Primo deste aí. – indicou Snape



- E eu sou...



- Nancy Wylen. – Severus completou – Estudou comigo.



- Eu me lembro deste nome... – Nozz coçou o queixo; pensativo.



- Cale-se Alex. – o homem reprimiu



- E o que sua esposa faz aqui? – Nancy indagou



- Ela é uma auror.



- Sério? Talvez eu a conheça... Quem é?



- Tonks.



- A metamorfa?



- Exato.



- Já tomamos café juntas e me lembro bem dela ter comentado que seu marido lecionava em Hogwarts. E então, em que disciplina?



- Poções. E você, o que faz aqui?



- É meu local de trabalho. Sou da área de Uso Impróprio da Magia.



- Será que Tonks vai demorar? Eu quero ir comprar meu material... – Nozz reclamou para si



- Em minutos ela deve sair. – Snape falou



- Não gostaria de tomar alguma coisa comigo? – Nancy sugeriu



- Infelizmente n...



- Claro que dá! – Nozz intrometeu-se – É uma velha amiga, Severus. Não faça uma desfeita tão grande assim... Se Tonks sair eu digo que você foi ao banheiro.



Nancy abriu um largo sorriso em agradecimento ao garoto, que retribuiu com uma piscadela.



- E então, Severus?



- Ok. Não devo demorar.



Snape, mesmo depois de homem, lembrava o jovem Snape; temeroso e indefeso. Nancy sugeriu que fossem à uma cantina, onde poderia tomar uma cerveja amanteigada. Chegaram, sentaram-se à uma mesinha redonda.



- E então, como você está? – ela perguntou



- Bem. – ele suspirou – E como você está?



- Estou ótima. E feliz por você lecionar em Hogwarts. Você sempre foi excelente em Poções.



- Eu gostaria de auferir o cargo de professor de Defesa Contra as Artes das Trevas.



- Deve ser realmente mais interessante que Poções.



- Onde está morando?



- Aqui em Londres. E você e Tonks?



- Longe... Muito longe...



- Oh... Como ficaram as coisas em Hogwarts depois que eu saí?



- Monotonia profunda.



- E os Marotos?



- Inúteis. E tiveram fim quando Potter morreu. – Snape falou naturalmente



- Black era inocente. – Nancy comentou de repente – Mas deixemos este assunto de lado. Pensou em mim depois que fui para Durmstrang?



- Obviamente.



- Sabe, foi difícil anular você dos meus pensamentos. Você se tornou inexistente para mim até o momento em que me vi sozinha outra vez.



- Ainda me ama?



- Seria mentira se eu disse que não.



- Preciso voltar. Tonks já deve estar saindo. – Snape se levantou



- Espere. – Nancy segurou-o pela mão; seus olhares cruzaram-se e ela pôs-se de pé.



Sentira-se novamente uma jovem de quinze anos. Não se importava em estar em seu local de trabalho. O amor por Severus ressurgia novamente; ainda mais intenso.



Beijou-o.



- Está louca? – Snape sussurrou



- Talvez. Me desculpe.



- Está certo. Preciso ir.



- Eu também. Estou atrasada.



Apesar das palavras, ambos pareciam não querer ir embora.



- Nunca mais nos encontraremos, não é? – Nancy falou



- Provavelmente. Não costumo vir ao Ministério da Magia.



- Então... Sinceramente... Desejo que seja feliz. Não importa as circunstâncias.



- Seja feliz também.



- Adeus Severus. Agradeça à seu sobrinho por mim.



Snape assentiu.



- SEVERUS! – Alex Nozz gritara em meio ao corredor; o rapaz seguia Tonks



- Lembranças a Tonks. – e saiu, entrando em um corredor qualquer.



Ponto final ao amor. Abandonaria, agora, suas esperanças e seus sonhos. Suas lembranças pertenciam ao passado. Severus Snape, o único homem que amara na vida, seria posto num caldeirão, na forma de cartas que nunca enviou e de palavras que não teve o prazer de dizer-lhe. Tudo seria queimado.






FIM










N/A: É uma pena que nossa querida Joanne Rowling não se lembre de Nancy Wylen, impedindo-a de ser introduzida na cena que Harry Potter observou pela Penseira em seu quinto ano. XD~~~

Leitores, vocês sabem que eu jamais poderia unir Nancy e Snape, pois isto iria contra a trama da tia Jo! Mas se acharem necessário me xingar pelo final não-feliz, não hesitem!! Comentem mesmo que tenham abominado a fic! Hehehe

Quanto ao Alex Nozz, apenas compreenderão quando lerem minha outra fic "Hogwarts: Uma Outra História II" e óbvio, quando eu a publicar, já que Jack e eu ainda não terminamos.

É isso. Bjonnnn da Thai!

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