#três.



Capítulo três


Tinha ronda novamente. E dessa vez eu não vou falar que amo ser monitora. Porque o infeliz do Josh Jordan adoeceu de última hora e eu tive que ficar no lugar dele, já que todos os outros monitores já estavam a trabalho. E, ah, adivinhem? Menos o James, que era par do Josh naquela noite, e eu tinha que ir com ele. Puta, puta merda. Agora sim, eu achava que ficar sozinha era bom. Perguntei, casualmente, para ele onde estava o Remus e ele disse, sem me olhar, que ele já tinha saído para a ronda com a Win Chang, da Corvinal.


Será que se eu cabulasse monitoria, levaria detenção?


- Er... vamos? – James disse, abrindo a porta da sala de monitores. Tudo bem, eu já estava até deixando que aquelas explicações entrassem na minha cabeça, de modo que estava menos furiosa, mas isso não queria dizer, necessariamente, que voltaria a ser o que fui sábado com ele. Porque agora eu não queria. Sei lá, vai que na próxima ronda que eu estiver só, eu também o veja se agarrando com a Narcisa? Que, por um acaso, colocou poção do amor na comida dele? Não, muito obrigada mesmo, já chorei minha cota por um ano.


Muito, mais muito diferente das outras vezes, o caminho foi todo em pleno silêncio. Mortal e daqueles constrangedores. Quero dizer, na maioria das vezes que eu era obrigada a monitorar com o James sempre - sempre mesmo - dava em briga. Ou eu tentando estuporar ele. Ou ele tentando me abraçar e eu dando aquele chute . O negócio é que nós temos uma tabela – que está na sala de monitores – em que está escrito cada par alternativamente. Como eu sou monitora chefe só da Grifinória, não foi eu quem fez, claro, e sim Minerva – chefe da monitoria geral. De modo que não é minha escolha fazer monitoria com o James quando não dá para o Remus ir comigo, já que ele é meu outro par. Eu reclamei, mas não deu muito certo.


Fiquei rolando a varinha entre os dedos, enquanto a de James fazia um pouco da iluminação. Mandamos três sonserinos para cama – ‘’ E se não for em dez segundos, vai levar bolacha na cara – eu dizendo’’ – e um, que estava jogando bombas de bosta em um casal lufa-lufa, para detenção. Olhei para o relógio só para ver que ainda faltava uma hora e meia. Ótimo, muito bom mesmo.


- Eu posso te mostrar uma coisa? – o James perguntou de súbito quando estávamos atravessando o corredor perto da biblioteca. Eu encolhi um pouco os ombros, pensativa. – É rápido.


- Tudo bem – murmurei tão baixo que pensei que ele não ouviria. E na verdade eu não queria ver nada, mas não se tem muitas escolhas quando se está só com o James há uma hora sem falar nada.


Viramos mais dois corredores até James parar e fechar os olhos para a parede. Eu já tinha visto aquela cena antes – no dia do nosso primeiro encontro, na Sala Precisa. E depois de alguns segundos uma porta se abriu da parede mesmo.


- Anh-anh, não vou entrar mesmo aí com você – disse, tensa – Nem inventa.


James se virou para mim e me fitou pela primeira vez naquela noite. Os olhinhos castanhos dele estavam escuros, diferentes do sábado passado. Tinha uma aparência cansada e estava com olheiras. Tive pena dele. Mesmo. Vai saber o quê que está tirando o sono dele... Ele suspirou e passou a mão nos cabelos.


- Olha, eu não vou fazer nada – ele disse – Eu só quero te mostrar algo.


- Mostra aqui mesmo, oras – falei.


- Não dá, você tem que entrar – disse, se afastando um pouco da porta, dando lugar para que eu passasse. Se eu passasse. – Evans, eu não vou fazer absolutamente nada contra você. Por favor, entre. Não vai demorar.


Evans. Senti minha garganta fechar, mas não era como se eu fosse chorar e sim como se travasse uma pergunta ou algo assim. Tipo, ele nunca tinha me chamado pelo sobrenome – só quando eu ameaçava chutar os dele – e aquilo chegou a minha mente de forma estranha.


Evans e não Lily.


Sou neurótica as vezes, vai entender.


Eu olhei para ele e mordi o lábio inferior. Não tinha medo dele, não mesmo, mas isso não queria dizer que eu acreditava nele. Já tinha acreditado demais por aqui. E além do mais, sou boa em defesa pessoal. Bah, meu pais são trouxas, falou? Eu aprendi essas coisas, sabe, senão viraria uma massa não identificada pela Petúnia x)


Entrei na sala devagar e ouvi o clique da porta se fechando. Legal, estava num quarto com James. Sozinha. Alone. É a treva.


Não era bem um quarto, na verdade. Parecia com o mesmo lugar que nós havíamos vindo no sábado: uma cozinha simples, com balcão e utensílios trouxas e uma mesa quadrada de mármore, iluminada por velas. No entanto, tinha uma outra sala depois da cozinha, tipo um escritório e era pra lá que o James estava indo. Eu o segui porque não ia esperar ali, sei lá, na cozinha.


- Vem aqui – ele disse eu fui até ele. Era mesmo um escritório: tinha uma mesa de madeira no meio com algumas cadeiras e uma instante cheia de livros. Acho que ele imaginou isso de algum lugar. Mas o que mais me chamou a atenção foi uma luz branca que saia do canto da sala, onde James também estava. Cheguei perto e foi aí que eu reconheci, porque tem uma dessas na sala do tio Dumbys.


Uma penseira.


Mais que raios era aquilo? Para que diabos ele iria me mostrar uma penseira? Eu sabia o que era uma penseira, mesmo nunca tendo a usado. Em meio a perguntas estúpidas a mim mesma, eu vi ele pegar a varinha, levar até a têmpora, tirar de lá um fio prateado e depois colocar na Penseira, mas rápido do que você possa dizer Chilibeans.


Eu me aproximei instintivamente e por curiosidade do objeto quando ele me ofereceu a mão. Eu hesitei por alguns instantes, porque, sei lá o que ele iria me mostrar. Vai que ele quer que eu veja todas as meninas que ele já beijou? Ah, que merda, o que diabos eu fazia ali?


Mas, antes que eu pudesse sair correndo igual a uma anta, ele pegou minha mão e nós mergulhamos no troçinho que guarda lembranças.


- Hm, e como foi? – vi o Sirius sentando na cama, folheando um gibi, quando o James da lembrança trancava a porta do quarto. Olhei para o lado e vi o James-real sorrir para mim e depois se voltar para a cena.


- Perfeito – eu sabia que o Sirius estava se referindo ao nosso encontro, pelo fato de que o James-lembrança estava usando a mesma roupa do dia em que nós saímos e estava lindo como naquele dia: pólo vermelha, calça jeans surrada e all star simples. O James-lembrança atravessou o quarto e se jogou numa cama, colocando os braços atrás da cabeça – a Lily é incrível, Sirius, precisa ver.


Senti meu rosto esquentar e dei um sorriso inconsciente. Olhei discretamente para o James-real que também estava, assim, supervermelho.


- Já chegou? – Remus falou, saiu do banheiro com uma toalha ao redor da cintura. Será que a Dora me mataria por eu estar vendo o Remus assim? Virei um pouco o rosto e James-real apenas balançou a cabeça como se dissesse que não teria nenhum stripper- tease vindo de um quase-lobo. – Cedo, hein?


- São duas da manhã, Remo – James-lembrança disse.


- E aí? Como foi o encontro com a Lils? – Remus gritou de dentro do banheiro, já que ele voltara lá para se trocar.


- Maravilhoso! – James-lembrança gritou de volta. – Ela é linda, inteligente, divertida... Incrível, simplesmente incrível.


Tudo bem, o sangue do meu pé foi para meu rosto.


- Okay, deixa ver se eu entendi: James Potter está apaixonado? – Sirius disse depois de dar uma daquelas gargalhadas de cachorro. James-lembrança jogou um travesseiro nele, muito semelhante como eu tinha feito com a Dora na noite anterior.


Eu já estava apurando meus ouvidos para saber a resposta, quando o quarto masculino foi todo dominado por uma névoa  e eu e o James-real fomos puxados para outro lugar.


Pisquei os olhos várias vezes ao ver que eu também estava no dormitório masculino só que ele estava mais claro, ou seja, já era de manhã. Sirius roncava alto (a Lene tem que saber disso) de um lado da cama, mais o dormitório já estava quase vazio, a não ser o Sirius dormindo e o Josh que estava arrumando a bolsa. Procurei o Remus, mas a cama dele – não que eu soubesse qual era a cama dele, nem nada, mas eu percebi pelos frascos que tinha na mesinha do lado de uma cama, a não ser que alguém tenha vindo para cá realmente doente – estava arrumada. Quando já rolava os olhos para procurar o James-lembrança (já que o real estava bem do meu lado) a porta de  canto do quarto se abriu.


Sei de meninas que pagariam para ver aquilo. James saiu do banheiro, igual ao Remus na noite anterior, com a toalha enrolada na cintura e o corpo pingando. E eu ia enfartar ali mesmo. Meu Deus, o que era aquilo? Deus-grego de Londres. E começou a ficar mesmo calor no quarto – ou era só eu? Senti minhas bochechas queimarem ainda mais. Mas, peraí, qual é, ele me fez vim aqui só para ver aquele – aquele – corpo? Ah, qual é, pensa que vai me seduzir com isso? E bota isso nisso. Agora minhas bochechas estavam vermelhas, mas de raiva. E James-real percebeu e se aproximou de mim.


- Eu não te trouxe para isso – ele disse como se lesse meus pensamentos.


- Eu não sou as suas vadias, Potter – sibilei, com raiva – Me tira daqui, agora.


- Espere – ele disse, naquele tom passivo.


E no instante seguinte, ouvi o barulho de pacote. Como se um bombom fosse desenrolado, sabe. Virei para a cena e vi o James-lembrança sentar no chão como uma criança e tirar de sua mala uma caixa rosa cheia de chocolates. Ele olhou confuso e abriu a caixa, pegando um doce e levando a boca. E depois comeu mais outro e mais outro até a caixa está vazia. E quando não tinha mais nada nela, vi ele pegar um pequeno papel do fundo da caixa e levantar para ler.


James-real pegou no meu braço – não de forma brusca, sabe – e me levou até lá. Mas antes que eu pudesse ver o que tinha escrito, James-lembrança levantou rápido com uma expressão estranha, murmurando o nome da vaca da Emmeline. James-real me olhou e pegou o papel que estava no chão e me deu.


‘’Eu disse que você seria meu, Jay.


Emmeline Vance.’’


E mais embaixo tinha a foto dela, acenando e sorrindo de forma sexy.


E antes que eu pudesse perguntar alguma coisa ao James-real, cheguei até a ver o Sirius levantando, a fumaça veio de novo, mas nós não paramos em outra cena e sim ficamos naquela névoa, enquanto flash passavam na nossa frente. James-lembrança beijando Emmeline, eles juntos em Hogsmead, eles nos corredores... e meu coração doeu novamente e aquele bolo na garganta se formou mais rápido que você pode dizer merda. James-real segurou na minha mão e nós voltamos para a Sala Precisa.


Caímos no chão duro do escritório, mas James amorteceu minha queda com o corpo dele. Eu me levantei rapidamente, meio sem jeito, afinal não sabia o que fazer. Certo, legal mesmo, o James era inocente na questão. Estava comprovado. E agora? Eu o abraço? Não, íntimo demais. Saio correndo? Retardada. Chamo ele de James? Do nada demais. James levantou e ficou frente a mim.


- Você consegue acreditar agora? – era impressão minha ou ele estava com a voz... magoado? Ah, qual é, nem vem agora. Seu passado te condena, querido. Tudo bem, eu não tinha acreditado nele, mas por favor, nós nem éramos amigos, amigos, amigos assim no domingo.


- Olha, James, desculpa, okay? – disse, abaixando minha cabeça. Eu realmente estava me sentindo até um pouco culpada por não ter acreditado nele, mas o James só me dera uma noite para que eu acreditasse. – Eu sei que você foi inocente, agora eu sei, mas não venha me pedir e dizer que era para eu ter acreditado antes. Eu sei quem você é, sabe. Sei que isso era típico seu e por isso acreditei no que vi.


Ele se aproximou mais de mim e ergueu minha cabeça pelo queixo. Seus olhinhos estavam brilhando de uma forma mais aliviada e ele estava com o cenho franzido. Porque ele tinha que ser tão perfeito?


- Será que você pode acreditar agora que eu mudei por você? – ele perguntou.


Eu, reunindo toda minha coragem, dei mais um passo em direção a ele, deixando-o surpreso. E no minuto seguinte, estava o abraçando. Viu como eu sou neurótica?


- Desculpa, está bem? – pedi baixinho nos ombros dele. Ah, detalhe, ele também cheira superbem *-* – Eu queria, James, mas eu vi tudo.


Ele suspirou e me abraçou com força.


- Desculpa, Lils – ele disse, com a voz fraca, no meu cabelo – Eu não devia ter comido os bombons e feito você ver aquilo.


Okay, que porra é essa? Eu já estava chorando! De novo.


- T-tudo bem – solucei e ele se afastou para ter meu rosto entre as mãos. – Você não s-sabia.


- Não chore, não – ele disse, limpando minhas patéticas lágrimas. – Está tudo bem.


Engraçado, quem nos visse ali, pensaria éramos namorados. Porque eu estava chorando por algum motivo, que eu não sei, e ele estava me abraçando. Óbvio que ele não tinha motivos para me mostrar aquilo, porque, como eu deixei claro, nós não estávamos namorando e nem éramos melhores amigos e eu não tinha o motivo para estar chorando idiotamente[ ?]  e pedindo desculpas, afinal nós nos odiávamos.


Irreal, totalmente irreal.


E, anh, eu cabulei sim minha monitoria.


E tive meu segundo-não-planejado encontro com James Potter. Quero dizer, depois da minha cena imbecil, nós fomos para cozinha e fizemos sanduíches de pasta de amendoim. E passamos a noite conversando (con-ver-san-do, okay?) como se nada tivesse acontecido.


E, quando era já umas três horas da madrugada, quando eu já estava entrando no dormitório feminino, ele me chamou e me deu aquele beijo no pescoço novamente, e não aconteceu mais nada. A não ser meu o fato que meu corpo estava tremendo exageradamente quando eu consegui entrar no quarto.



*


n.a: hey, hey, gente linda *-*


desculpem MESMO a demora, mas é que eu estava totalmente sem idéia do que fazer em relação a volta do James e Lily e além do mais, minha beta foi abduzida para algum planeta Pandoriano[?] (meu irmão me fez assistir DUAS VEZES Avatar. Eu mereço?) e não consigo encontrar essa vadia. (tu sabe que eu te amo, Ananda) e meu notebook ficou sem bateria. Merlin está conspirando contra mim, fato/


e ai? gostaram do capítulo? o James e Lily são o casal mais fofo ever *-* e eu disse que ficariam juntos , HA! o James seduz demais 66) amo ele TOTALMENTE. Enfim, obrigada as lindas qe comentaram. isso é importante, vocês sabem ;) e continuem assim:D


beijos.


Nina B.


ps: se tiver sorte de encontrar Ananda, ela beta amanhã.

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