# um.



                                                            agega



E eu estava danada da vida. E juro que não era pelo fato de que eu estava andando nos corredores sombrios de Hogwarts a meia noite e terminando mais uma ronda, pelo fato de que eu amo ser monitora *-*. Era porque eu estava monitorando sozinha. Alone. E eu nunca tinha monitorado sozinha, ou era com o Remus ou com o James. Eu fui boazinha pela manhã e dei a Remus uma folga para namorar a Dora e compensar os dias que ele ficou fora pelo probleminha, anh... Lupino. E o James? Bem, o James eu não fazia tanta questão assim... Mentira do século, essa a minha. Quero dizer, fazia questão, afinal eu não gosto de ficar só por corredores sombrios – não costuma ser meu passatempo preferido – mas não sabia como agir com ele depois do nosso primeiro encontro.


Isso. Eu tive um primeiro encontro com James Potter.


E eu não o vi desde ontem a noite, de modo que estava em parte aliviada por não ter que olhá-lo. Se bem que ele foi super gente fina ontem. Nada de arrogância, orgulho e essas coisas que ele parecia transparecer. Ele só foi o garoto que eu conheci no primeiro ano: engraçado e gentil. E não teve nenhum atentado ao pudor [?] contra a minha pessoa a não ser o beijo carinhoso e muito quente no pescoço, mas isso não vem, necessariamente, ao caso.


Bocejei pela milésima vez, tendo em vista que ontem eu também fui dormir tarde, além de estar com a consciência pesada, pois ontem fiz tudo que não deveria fazer como monitora chefe. Minha cabeça também doía um pouco e meus olhos ardiam, pois não tinha visão ultravioleta para olhar no escuro, de modo que minha varinha irradiava aquele Lumus irritante e forte.


E eu não sabia onde estava o James.


Legal, eu não queria pensar tanto nisso, mas pensava mais do que deveria já que ninguém sabia onde ele estava. Nem o Sirius ou Remus. E isso era frustrante. Quero dizer, ele não era meu namorado nem nada, nós saímos ontem, mas isso não significa que temos alguma coisa, mas eu achava que poderiamos, ao menos, se falar de forma mais civilizada depois de ontem.


Mas, eu não sei onde ele está mesmo.


E nem aquele maldito Mapa do Maroto que os Marotos criaram – dã – achavam a criatura. O que nos levava a crer que ele estava em Hogsmead. Fazendo? Não sei.


E eu não estava mesmo interessada em saber. Apenas preocupada, afinal nos tornamos amigos (nunca pensei que falaria isso) depois de ontem. Ou eu quero que nós nos tornemos. Só sei que sou uma pessoa civilizada agora em relação a James, coisa que eu não era.


E, bem, mesmo que eu não quisesse, minha mente fazia a questão de me premiar com possibilidades até aceitáveis naquela situação (sumiço do James), afinal estávamos falando de James Potter. E isso, de alguma forma, fazia com que meu estômago embrulhasse, porque eu queria que ele estivesse aqui do meu lado, por mais que eu não ia mesmo saber como agir.


Estranho, isso é estranho, Lily Evans.


Tentei pensar em outras coisas, enquanto faltavam cinco minutos para que terminasse a ronda, como em o por quê que Hogwarts não deixa que objetos não-mágicos entrarem aqui, pois eu poderia estar muito bem escutando Misery Business no meu MP5 enquanto deixava o tempo passar, afinal todos os sonserinos que em dão um puto trabalho já estão em sua cama ou em uma detenção qualquer. Isso também é tão injusto quanto o fato de eu não saber onde estava a porcaria do James.


E eu não quero mais me importar com isso. Ele é bem grandinho para isso. Fuck-se.


Passei pelo terceiro corredor e o chequei, não havia ninguém e era até estranho para um domingo a noite, mas eu não me importei, continuei a andar. E os cinco minutos passaram até meio que rápido, de modo que já estava quase indo para o Salão Comunal quando um vulto no segundo corredor me assustou. Retrocedi um pouco, pois já estava quase subindo as escadas. Passei pelas escadas e pelo terceiro corredor e virei à esquerda.


E o que eu vi, me fez congelar.


James beijava furiosamente Emmeline Vance.


Quero dizer, beijava não, comia. Ela estava com as pernas envolta do corpo dele, enquanto sua mão subia o vestido dela, imprensada na parede. E ela não ficava atrás quando tirou a camisa dele ali mesmo. Em pleno corredor.


Lembrei do dia em que a Petúnia me deu um soco no estômago porque eu não queria dar a sobremesa para ela. Doeu pra caramba, mas nada se comparava a dor que eu sentia. Nem aquela da Petúnia e nem no dia que eu quebrei o braço. Doía porque era justamente aquela pessoa a minha frente que me tratou de forma tão doce ontem.


E quando percebi já estava chorando.


E não saí dali. Não ia mesmo. E pode me chamar de mazoquista o quanto quiser, pois eu queria ver até onde iria aquela cena. Queria que meus olhos entendesse tudo aquilo e colocasse na minha cabeça que ele realmente nunca ia mudar. Isso era fato. Ele sempre seria James Potter, o mulherengo que já pegou metade da Hogwarts feminina.


Controlei muito bem meus soluços para que eles não ouvissem. Tudo que eu menos queria era que ele me olhasse e, ou dizer que foi tudo um engano ou me perguntar se eu realmente teria caído na dele ontem de que gostava de mim. Não estou sendo dramática mas eu podia sentir meu coração se contraindo. Estava doendo. Até demais. E pra variar, as cenas da noite anterior começaram a encher minha cabeça, me deixando zonza e prestes a cair no chão.


#Flashback on


- Hm, livros...?


Ela cutucou de novo o sushi antes de responder.


- Gosto de O Morro dos Ventos Uivantes – respondeu, olhando-o. – E você?


Ele fez uma careta e ela sorriu.


- Vale O Cãozinho Cliford? – Lily caiu na gargalhada.


- Ah, meu Merlim, James! – ele tentou não demonstrar o quanto aquela mudança de nome o afetara. James e não Potter. – Acho que vale sim.


- Beijo...?  – ele disse, de súbito, olhando-a. Ela franziu o cenho e pressionou um lábio contra o outro.


- Anh, no pescoço – ela sorriu fraco quando ele levantou a sobrancelha direita – Nas bochechas é muito pra político, na testa é muito pai e filha e na mão é bonitinho, mas antiquado.


Ele deu mais um sorriso, agora um bem bobo, vendo-a ficar mais vermelha enquanto olhava para a comida.


- Você não gostou? – ele perguntou, apontando para o prato. Lily abaixou a cabeça, com os pauzinhos nas mãos. – Ah, não tem problema...


- Eu não sei usar isso – murmurou baixinho, sentindo seu rosto esquentar de vergonha. Tentou mais uma vez juntá-los para que conseguisse comer, mas eles caíram no chão. Teria aula com alguém depois para aprender a usar hashis, fato.


- Desculpa, eu deveria ter perguntado – James pegou mais outro par de hashis que estavam no balcão e trouxe sua cadeira para mais perto dela. – Olha, é fácil – disse, pegando os hashis e colocando na forma certa na mão dela. O simples toque eletrificando todo seu corpo. Porra, Lily, larga de ser idiota, a ruiva disse a si mesma.


James se aproximou mais, juntando a mão dela a sua e a ajudando a mexer os hashis com habilidade.


- Pronto – disse, sua mão ainda encima da dela, enquanto equilibravam o sushi na ponta do hashi. – Opa! – e o peixinho cru caiu de novo. Culpa do tremor das mãos de ambos.


James tentou mais uma vez até ela conseguir usá-los. Virou para olhá-la e percebeu o quanto estavam próximos e no quanto ela estava vermelha. Lily sustentou o olhar.


- Seus olhos são lindos – ele sussurrou. Lily abaixou a vista e sorriu timidamente.


- Obrigada – James sorriu e voltou a seu lugar.


...


Pegou a sua mão, enquanto se colavam na parede, controlando os sorrisos. Filch por pouco, muito pouco, não os pegara. James rolou os olhos pelas escadas, contestando que não tinha mais ninguém. Era meio que difícil ter alguém ali às duas da manhã. Olhou para Lily de novo que sorria baixinho do que estava fazendo. Infligindo regras com James Potter. Irreal, totalmente irreal.


- Vem! – ele sussurrou, puxando-a pela mão e subindo pelas escadas correndo. Ela colocou a mão na boca para que não gritasse quando a escada se moveu novamente, levando-os até a Mulher Gorda.


- Ah, meu Deus, sou uma infratora mirim! – ela murmurou quando entraram pelo Salão Comunal vazio.


- E eu sou expert nisso, Lils. – ele disse, lhe dando uma piscadela. E ela não se importou mesmo com o apelido.


Subiram para os dormitórios em silêncio para não acordarem os outros. Lily parou em frente a porta do dormitório feminino e virou-se para ele.


- Foi uma noite agradável, Po... James. – falou e ele sorriu, bagunçando os cabelos. Merda, estava nervoso. – Obrigada.


- Disponha – ele disse, com aquele maldito sorriso de lado que a fazia derreter. Derreter? Puta merda, só o que me faltava. Ela virou antes que seus pensamentos ficassem explícitos demais.


- E Lily... – ela o ouviu a chamar baixinho e se virou rapidamente, mas ele estava perto demais. Olharam-se por um tempo indefinido para ambos, até ele colocar a mão em sua cintura e puxar levemente para si. Mas quando Lily achou que ele realmente iria beijá-la, James abaixou a cabeça  e colou os lábios nos pescoço exposto, num beijo longo e quente. Quente demais. – ... boa noite. – sussurrou. E antes que se tornasse irresponsável por suas atitudes, Lily deu um ‘’boa noite’’ mais fraco e entrou no dormitório, seu corpo ainda trêmulo.


Flashback off #


Mas aquilo não importava mais. Ele estava beijando Emmeline. Continuava, na verdade. E aquele James de ontem não existia e eu não queria que existisse. Meu corpo tremia em soluços incontroláveis e eu me obriguei a continuar vendo, até que a voz dele me despertou e me fez sair correndo dali. Aquele sussurro, naquele silêncio de ofegos e sussurros, praticamente gritou dentro de mim.


‘’Eu amo você, Emme’’


Entrei no Salão Comunal arfando e chorando. Minha vista embaçada só avistou quando Lene saiu do lado de Sirius e Dora do colo de Remus e praticamente me seguraram enquanto meu corpo deslizava pela porta e eu despencava, com a ajuda delas, no chão.


- Lily! – Lene quase gritou, me segurando. Eu me joguei nos braços dela e ela me abraçou, seguido por Dora.


- Lily, o que foi? Meu Deus, o que aconteceu, Lily?


Mas eu não conseguia falar. Porque tinha um bolo do tamanho do Canadá na minha garganta e eu queria expulsa-lo a todo custo. Aquela dor continuava latejando tão forte que eu estava ficando sem ar. Vi Sirius e Remus também sentado do meu lado, me olhando de forma preocupada, até eu fechar os olhos novamente e deixar – e esperar – aquela dor chata ir embora.


- Lily? Lily, me olha – Dora pediu e eu obedeci. Ela estava com os olhinhos azuis brilhando como se fosse chorar também, coisa que a Lene já fazia. Era sempre assim     –  O que houve? Me diz, Lily.


- O James... Emmeline Vance... no corredor... beijos e amassos – e aí, continuei a chorar.


- Ah, não. Droga! – Sirius falou e cochichou no ouvido de Remus – Eu sabia!


E os dois saíram do Salão.


- Shh – Lene disse, me ajudando a levantar – Vem, vamos para o quarto.



                                                               ***

N/B: O QUÊ? COMO ASSIM? eles SAEM juntos num encontro MEGAROMANTICO e na noite seguinte o James estava agarrando a Emmeline? WTF? Ninosa, eu quero explicações! como assim? vou pirar, sério. *raiva off*
aaaaaaaaaaaah, eu amei betar essa fic *-* (tirando esse fato acima, of course) Linda :)
Comentem, povo, viu?
Beijos.
Lilás M.

N/A: Lilas retardada :9' E aí gente, gostaram? James galinhão, né? Mas, eu juro que é por um bem maior[?] Tadinha da Lily... Ela vai melhorar, prometo *-*
É preciso pedir comentários? Pois é, muitos para ver se eu posto mais rápido, hein? Se o colégio não me devorar antes que eu possa dizer Black.
Beijos :*
                                 
                                                           
                                                           Nina Black
                                                            01.03.10

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