CAPÍTULO 3

Hogwarts, terça-feira, 29 de setembro de 1998 (17h10)

(escondida no banheiro da Murta...)

Meu Deus! Não acredito realmente que estou fazendo isso!

Isso o que? Fugindo do Dean.

O cara já virou chiclete! Daqui a pouco acho que vou ter que mandar ele respirar!

É legal mandar na relação, MAS NÃO O TEMPO TODO!

Mas ele ainda beija bem, então vou aguentar por mais um tempo.

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Ela guardou o diário na mochila e saiu do banheiro, olhando para os lados.

Alguns corredores depois, encontrou com o trio Ron, Harry e Hermione. Nossa, há tempos não via Harry! Nem se lembrava da última vez em que falara com ele.

- Oi, Harry. – ela chegou sorrindo.

- Oi, Ginny. – ele disse um pouco sem graça, o que ela estranhou.

Cumprimentou os outros.

- Não vejo muito você ultimamente...

- É... – ele foi evasivo e Ginny não insistiria.

- Já tá na minha hora.

- E como vai o Dean? – Ron ainda não gostava desse namoro.

- Você dorme com ele, o conhece melhor que eu.

O irmão ficou vermelho e ia falar algo, mas Ginny susurrou como se fosse uma tortura:

- Falando no diabo...

- Ginny, tava te procurando, amor! – ele disse ao chegar ao lado dela.

- Er, eu também. – ela deu um sorrisinho amarelo – Tchau. – ela disse aos outros enquanto era puxada por Dean, que tagarelava algo que ela nem se deu ao trabalho de escutar.

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Hogwarts, terça-feira, 29 de setembro de 1998 (21h56)

(na segurança do meu quarto!)

Tá, Dean já está me sufocando!

Preciso de um substituto urgente.

Me lembrei do Malfoy (NÃO! NÃO COMO O SUBSTITUTO!). É que (felizmente!) tem um tempo que eu não cruzo com ele (será que ele morreu? ^^)(mas não devo ter tanta sorte)...

Peraí! Malfoy sumido, Harry sumido, será que... ELES ESTÃO TENDO UM CASO? hahahahahahahahahahahahahahaha

Não... tadinho do Harry... Aliás... Percebi que ele tá diferente comigo, fica toda hora sem graça. Pode ser pelo caso dele com o Malfoy (cara, eu nunca vou me superar nessa! x} ), ou... será que ele está gostando de mim?!?!?!?!?!?!?!

Bom... se for isso a situação fica totalmente diferente...

Foi difícil (mas não impossível) tirar o Harry dos meus pensamentos (e do meu coração), e agora que eu finalmente consegui superar aquela paixão masoquista ele resolve olhar pra mim!? Parece bem injusto! Agora que eu sou bonita e todos os garotos olham pra mim?! Agora que todos os garotos querem me beijar (e vice-versa)?! Agora que eu posso ter QUALQUER garoto hetero de Hogwarts (o que exclui 99% da Sonserina)?!

Será que eu devo deixar rolar ou cortar o mal pela raiz?

Há grandes chances de que eu....

Ah! Não vou mais pensar nisso (não hoje). Vou dormir um pouco e quem sabe não me surge uma luz?

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Hogwarts, quarta-feira, 30 de setembro de 1998 (12h48)

Só pra deixar uma nota: Já arrajei um substituto!

Adivinha quem é? (Espero que não adivinhe, já que é um diário sem magia nenhuma! --' ) Enfim... meu novo peguete é o... Michael Corner. Isso mesmo, meu ex da Cornival!

Ele dá pro gasto, por enquanto.

E o Dean? Continuo com ele, pra manter as aparências... É muito excitante fazer tudo escondido! (6)

Preciso me apressar, combinei com o Mike de nos encontrarmos perto da Floresta Proibida (bom lugar pra fazer coisas proibidas...) *-*

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Ginny foi até o lago depois das aulas. Desta  vez sozinha. Fazia muito tempo que não conseguia ficar sozinha (nem quando dormia estava sozinha!).

Se sentou numa árvore escondida do castelo e ficou admirando a vista da floresta. O céu estava rosado com o final de tarde.

Uma lágrima caiu dos seus olhos e, assustada, ela a enxugou rapidamente. Viu casais felizes ao longe e desviou o olhar.

Começou a brincar com a grama quando ouviu movimento numa árvore. Se levantou de um pulo.

- Weasley? O que faz aqui? - Draco tinha a mesma expressão pasma que ela.

Ela até que tentou dizer algo, mas nenhum som saiu de sua boca. Não sabendo o que fazer, ela voltou depressa para o castelo.

Passou pelo primeiro corredor quando foi puxada para trás de uma coluna, e só não gritou porque outra boca comprimiu a sua com força.

- Tava com saudades de você, ruivinha! - Michael disse enquanto beijava o pescoço dela - Aquele chato do Thomas não saiu do seu pé hoje. Toda vez que eu tentava chegar ele aparecia do nada. - ele a beijou furiosamente nos lábios.

Ela o afastou, ofegante.

- Calma, Mike, eu não vou morrer amanhã. - disse sorrindo.

Ele voltou a beijá-la, mais carinhosamente.

- Por que mesmo a gente terminou?

- É melhor nem lembrar.

Ela ia beijá-lo quando avistou Malfoy vindo.

- Ai caramba! - ela estava começando a entrar em desespero - Mike, precisa me esconder. O Malfoy vem vindo!

Com um sorriso maroto ele a impressou contra a parede.

- Tá melhor assim? - sussurrou e antes que ela pudesse responder, voltou a beijá-la.

- Nada de agarramentos no corredor. - Malfoy disse mecanicamente, mas não parou de andar e seguiu sem nem olhar direito o casal, tinha muita coisa na cabeça naquele momento, uma difícil decisão a tomar.

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Naquela noite, assim que Ginny passou pelo buraco na parede, ouviu Dean.

- Aonde você estava?

Fingiu que nem escutou e foi para a mesa em que sentavam Ron, Harry e Hermione, de costas para o resto da sala comunal.

- Ele tá vindo pra cá? - perguntou quase sem mover a boca.

- Não, ele foi pro dormitório. - foi Harry quem respondeu.

- Ótimo. - ela relaxou na cadeira.

- Impressão minha, ou você tá evitando o Dean? - Mione inqueriu.

- Não é só impressão... Quero terminar, mas não sei como fazer isso delicadamente.

- Ué, é só dizer: "Thomas, você é muito chato, some da minha vida". - Ron sugeriu.

- Quero terminar um namoro, não deixá-lo traumatizado. Se uma garota dissesse isso pra você, aposto que ficaria um mês trancado no quarto com a foto da Tia Muriel nas mãos. - Hermione e Harry lutavam para segurar o riso enquanto Ron ficava vermelho - Bem, estou aberta a outras sugestões...

- Ah, Gi, acabei de me lembrar de uma coisa que pode te interessar. - disse Mione.

- Algum feitiço infalível pra eu me livrar do Dean?? - os olhos dela brilharam diante da esperança.

- Não, é sobre o Colin...

- O que que tem ele?? - Ginny perguntou mais animada ainda.

- Bom, Ron e eu estávamos na sala da monitoria e ouvimos... mas não foi de propósito, eu juro que...

- Tá! O que vocês ouviram?

- Parece que Dumbledore conseguiu finalmente convencer os pais deles a trazê-los para Hogwarts. Acho que houve um ataque aos trouxas por perto, e ele e o irmão vão voltar pra cá.

- Mas isso é demais! - o rosto dela se iluminou - Me empresta pergaminho e pena? Tenho que ver se é mesmo verdade.

- Vai mandar uma carta pra ele a essa hora? - Mione a repreendeu.

- Aff, não tá tão tarde assim.

A ruiva escreveu algumas linhas e se levantou.

- Quer que alguém te acompanhe? - Harry se ofereceu.

- Pode ser...

Ron também se levantou para acompanhá-los.

- Ron, você ainda não acabou a tarefa. - Hermione disse. Era isso ou bater no amigo para se sentar.

- Mas, Mione...

O olhar dela o fez se calar. Ginny não entendeu nada e viu Harry corando.

- Ahn... vamos? - a ruiva disse acanhada.

Já no corredor, ela voltou a falar.

- Não acredito que a Mione fez isso, deixou a gente sair depois do toque de recolher...

- É.

Ginny esperava mais que uma resposta monossilábica, mas não ganhou nada além disso. Suspirou. Aquela seria uma viagem longa...

- Melhor não abusar da sorte... - ela disse baixo, acelerando o passo.

Era como se estivesse sozinha. Até se assustou quando ele finalmente quebrou o silêncio.

- Não sabia que era amiga do Colin.

Ela olhou de esgueira para ele.

- Ele não é meu amigo. É meu MELHOR amigo. Desde... o 3º ano. (N/A: fail)

Harry ficou sem graça, não queria parecer idiota. Então Ginny riu.

- Sabe, Harry, não precisa mais ficar assim. - ela falou divertida - É até engraçado. Ficar sem graça quando estamos juntos era o meu papel. - quando percebeu o que falou, corou. Por sorte já estavam no corujal - Er... você podia ficar aqui pra me avisar se o Filch estiver vindo...

Ele concordou.

A ruiva subiu rápido as escada e viu um vulto lá dentro.

- Quem está aí? - perguntou da porta.

- Eu posso tirar pontos da Grifinória por estar perambulando pelo castelo essa hora da noite. - disse uma familiar voz fria.

- Pode, mas não vai. - ela disse entrando e procurando sua coruja - Porque você também não deveria estar aqui.

Touchè.

Um sorriso displicente surgiu nos lábios dela ao vê-lo sem palavras.

Pela escuridão ele lhe lançou um olhar mortal.

Ele saiu com ela logo atrás.

Ao passar por Harry, lançou o tradicional olhar de ódio, mais intenso que nunca. Potter era culpado por todos os seus problemas. Draco não demorou muito e logo foi para as masmorras.

- Odeio o Malfoy. - Ginny declarou não pela primeira e certamente não pela última vez.

Depois desse comentário, concluiram o caminho de volta calados.