Enfim...



— Que história é essa de casamento? — perguntou Ginny, assim que voltaram para o apartamento dela. — Harry, perguntei que casamento é esse? — insistiu ela.


— O nosso, é claro!


— Mas não vai haver casamento! Eu já lhe disse que não pretendo continuar mais com essa farsa de noivado além do tempo necessário. Quanto ao casamento, não há nem o que discutir.


— Você não suporta mesmo ficar perto de mim, não é?


— Exatamente.


— Engraçado, você não demonstrou isso sábado à noite.


— Isso é passado...


— Sei... E as coisas mudaram desde então, em apenas dois dias?


— Dois dias podem mudar uma vida inteira — disse ela. — E torno a lembrá-lo de que, no sábado, já não era mais sua noiva.


— Exatamente — concordou Harry.


— O que quer dizer?


— Que eu não era seu noivo, assim como também não era na noite passada, quando você se enrolou no meu corpo como se estivesse habituada a fazer isso sempre.


— Mas eu não sabia que era você. Eu... — Interrompeu-se ao tomar consciência de suas palavras.


— Não se incrimine ainda mais, Ginny — disse ele com desprezo. — Eu já sei o que você é, mas não me peça para dizer.


— Isso não é necessário — disse ela, virando o rosto.


— Também sei disso.


— Agressão não vai ajudar a resolver o problema do casamento.


— Temos muito tempo para isso.


— Você chama quatro semanas de muito tempo? Por Deus, sua mãe vai preparar tudo antes que você possa explicar. Será que não poderia contar a verdade a ela? Lilly não precisaria contar a seu pai, mas pelo menos evitaria o constrangimento de termos que cancelar tudo.


— Você é egoísta demais! Será que só pensa em si mesma? E claro que você está pouco se importando com a preocupação da minha mãe... Contanto que você não se sinta constrangida, tudo bem! É difícil de acreditar, Ginny!


— Isso não é verdade! Eu...


— Não precisa dizer mais nada — interrompeu-a, seco. — Desde que nos conhecemos, você sempre agiu como uma egoísta. Primeiro me envolveu com essa farsa de noivado porque se sentiu insultada, depois mentiu a Luna, falando da data do nosso casamento. E tudo por dar crédito a uma fofoca. Simpatizou com o meu irmão e resolveu conquistá-lo, sem dar a mínima para as possíveis conseqüências. Agora vai fazer apenas uma coisa: calar essa boca e se comportar direito. E não ouse ver David de novo até que tudo esteja resolvido!


— Você não manda em mim! Ponha isso na sua cabeça! Se eu quiser ver David, ninguém vai me impedir.


Na verdade não tinha a menor intenção de fazê-lo. Ela e David não tinham mais nada a dizer um para o outro.


— Você não vai ver ninguém sem o meu consentimento!


— Você é arrogante demais, Harry!


Ele se aproximou dela; seus olhos brilhavam.


— Só há um meio de convencê-la. — Abraçou-a com força. Ginny não opôs resistência. — Eu gosto de sentir você assim, mesmo sabendo que é falsa e mentirosa — sussurrou próximo aos lábios dela, segurando-lhe a cabeça por trás. Dessa vez seus beijos não foram ternos. Neles havia um misto de paixão, raiva e desprezo.


Com um safanão Ginny afastou-se dele.


— Não admito que você me trate assim, Harry!


— E daí? Pego em você quanto e quando quiser! Só que agora não tenho tempo nem vontade...


— Nem eu — disse ela, esfregando os lábios com a palma da mão. — Eu desprezo você!


— Verdade? — Deu um passo em direção a ela. — Quer que eu prove o contrário?


— Não, não! Não suporto você perto de mim — disse Ginny, afastando-se dele.


— Tenho de voltar para o hospital, mas se quiser posso passar aqui mais tarde.


— Não precisa se incomodar!


— Eu só disse que posso. Se ficar tarde, eu...


— Vá para casa. Harry. Não espere encontrar minha porta aberta esta noite.


— Seria sorte demais! — brincou Harry. abrindo a porta para ir embora. — Não vá trabalhar amanhã. Talvez eu precise de você durante o dia.


— Pode precisar quanto quiser, porque vou, vou trabalhar de qualquer jeito.


— Certo, então está despedida.


— Você não pode fazer isso!


— Eu sei — concordou. — Você está de licença até que meu pai saia do hospital. Depois pode voltar a trabalhar quando quiser.


— Mas isso não é...


— Justo? Não é justo mesmo, mas é assim que quero.


— Você é que não passa de um egoísta...


Harry puxou-a, então, para junto de seu corpo e disse:


— Se eu sou egoísta, imagine então o que você é! Se meu pai quiser voltar a vê-la, quero que esteja disponível. Fui bem claro?


— Até demais!


Harry largou-a tão abruptamente que ela quase perdeu o equilíbrio.


— Que milagre! Pela primeira vez você não discutiu!


— Até logo, Harry. Estarei aqui se seu pai precisar de mim, mas fora isso não quero mais vê-lo.


— Não tente me impedir, Ginny — ameaçou-a.


— Você é pretensioso demais! Se pensa que vai tocar em mim outra vez, desista!


— Não minta para si mesma, Ginny. Quando a gente se toca, você não resiste.


— Fora daqui, Harry!


Assim que ele saiu, Ginny afundou-se na poltrona mais próxima. Não iria agüentar por muito mais tempo. O pior é que Harry estava certo! Sua paixão por ele a enfraquecia, fazia com que perdesse o amor-próprio.


Harry a tratava como uma qualquer. Não tinha a menor dúvida de que Luna Longbotton continuava sendo a favorita dele.


Não conseguiu conter um gemido. Por que Luna não podia deixar Harry em paz?


Ah, que inferno! Frustrada, Ginny socava a ai mofada a seu lado. Claro que amava Harry e desejava-o, mas não do jeito dele. Se fosse para a cama com ele, ele logo se cansaria dela e voltaria para os braços de Luna.


O cansaço acabou tomando conta dela e Ginny adormeceu ali mesmo. O sono foi tão profundo que demorou a ouvir alguém batendo à porta. Levantou-se e viu que eram quase sete horas da noite. Não havia comido nada o dia todo. Se fosse Harry, estava certa de que não suportaria outra discussão. Mas felizmente era David.


— Posso entrar?


— Claro — respondeu, fria.


— Obrigado — disse ele, fechando a porta.


Ginny sentiu uma tontura muito forte e, ao tentar se apoiar, desmaiou. Quando abriu os olhos, percebeu que estava deitada no sofá. Tentou sentar-se, mas não teve forças e acabou sorrindo sem jeito para David.


— Normalmente não costumo desmaiar para minhas visitas!


— É um modo bem diferente de receber alguém, você não acha? — brincou ele.


— Na verdade, eu não sei o que aconteceu comigo. De repente tudo escureceu e eu caí.


David ficou sério e perguntou:


— Já sentiu isso antes?


— Não — respondeu ela. — Mas acho que não é nada sério.             ,


— Não se deve pensar assim. Se você desmaiou é porque deve haver algum motivo. Você...


— Sim?


— Bem... não tenho nada com isso.


Ginny franziu a testa.


— O que é que está pensando agora? — Suspirou, conseguindo afinal sentar-se. — Não precisa me dizer, já sei, especialmente depois de Harry dar a impressão a vocês de que vivo com ele há bastante tempo. Não, não é gravidez, estou apenas com fome. Tanta coisa aconteceu nestes últimos dias que eu acabei me esquecendo de comer.


David pareceu aliviado.


— Quer dizer que não comeu nada?


— Só tomei muito café.


David tirou o casaco e arregaçou as mangas da camisa.


— Fique aqui que vou preparar uma omelete e um chá forte para você.


— Não gosto de chá forte.


— Mas vai tomar, e com muito açúcar — disse ele com firmeza. — Ordens médicas!


— Harry me preveniu sobre você e pensei que ele estivesse brincando.


— Não estava. Eu levo tudo muito a sério. Agora fique aí enquanto preparo a comida.


— Eu não ia mesmo sair daqui. — Ginny riu. — Será que você vai encontrar o que precisa?


— Dou um jeito.


E deu mesmo, pois em poucos minutos apareceu com uma bela omelete e o chá. Ginny fez uma careta ao dar o primeiro gole.


— Você é de fato um bom cozinheiro. Pelo menos sabe fazer bem omeletes...


— E um prato fácil e rápido de preparar e que sustenta. Mas também só tenho tempo para isso.


— Você é mesmo fora do comum. Eu não poderia imaginar Harry na cozinha. Aliás, ele me disse que tem uma criada.


— Ah, tem, sim, mas também sabe se virar sozinho como todos nós. Quando tinha a minha idade, ele começou a trabalhar e também recusou ajuda do meu pai, como eu.


— Eu não sabia disso. Ele sempre deu a impressão de ser uma pessoa... Bem...


— Eu sei o que quer dizer, mas ele também passou por dificuldades. — Pegou o prato vazio e perguntou: — Está se sentindo melhor agora?


— Mas é claro! — Ginny sorriu-lhe, agradecida.


— Na verdade eu vim até aqui para perguntar se você me perdoava pelo que aconteceu no outro dia. Eu conheço o gênio de Harry e acho que aumentei ainda mais as suspeitas dele.


— Bem, ainda estamos noivos — respondeu, mostrando-lhe o anel. — Isso demonstra que ele não estava tão zangado assim.


— Ainda bem. Geralmente eu não ajo daquele jeito. Minha única desculpa é que gosto demais de você. — Sacudiu os ombros. — Infelizmente vou ter que me conformar em ser apenas o seu cunhado. O que é que eu vou fazer? — Olhou para o relógio. — Agora tenho que ir, eu só queria esclarecer isso com você.


— E me preparar uma bela refeição. — Ginny levantou-se e acompanhou-o até a porta. — Gostei de você ter vindo.


Antes de sair ele perguntou:


— Será que posso dar-lhe um beijo fraternal?


— Está bem.


O beijo não foi assim tão fraternal, mas ela nem teve chance de reclamar, pois deu com o rosto furioso de Harry, que agarrou David, afastando-o dela.


— Dê o fora daqui, David, antes que eu faça alguma besteira.


— Harry, não foi...


— Saia, David! — ordenou.


O rapaz lançou um olhar desesperado para Ginny e partiu. Harry estava fora de si.


— Será que você não pode ficar longe do meu irmão apenas por algumas semanas, só até meu pai sair do hospital? Pelo amor de Deus, será que sua paixão é tão grande que não pode fazer pelo menos esse sacrifício?


— Eu...


— Por isso é que me pediu para não voltar aqui; sabia que David viria. Você me desaponta cada vez mais. E mesmo assim eu me sinto atraído por você. O que é que você faz para enlouquecer os homens desse jeito? Eu, David e aquele rapaz, o Dino. Não consigo entender! Você é bonita, mas existem centenas de outras mulheres como você...


— Especialmente Luna Longbotton. Afinal, por que veio até aqui, Harry?


— Meu pai quer vê-la amanhã. Passo aqui às dez horas.


— Agora que já disse, será que pode ir embora? — pediu Ginny, sem conseguir encará-lo. Harry tinha razão: cada vez que se encontravam, dava mais motivos para que ele pensasse mal dela. O pior é que Harry imaginava que ela e David estivessem apaixonados. Podia esclarecer tudo com o irmão, mas Ginny sabia que jamais o faria, pois seu orgulho falava mais alto.


— Não se preocupe, não tenho a intenção de ficar aqui mais do que o necessário. Boa noite.


E assim se passaram os dias. Pela manhã Ginny ia ao hospital, depois passava o resto do tempo dentro de casa, sozinha. Estava cada vez mais pálida e abatida.


Afinal, na sexta-feira, Dino apareceu para visitá-la e ela o recebeu de braços abertos. Dino olhou para ela cheio de suspeita e perguntou:


— E o noivo?


— Acabou-se o noivado. Ele pareceu surpreso.


— Ouvi dizer que vocês tinham voltado.


— Onde ouviu isso?


— Li nos jornais que você e seu noivo tinham ido visitar James Potter no hospital, e deduzi que vocês haviam se reconciliado.


— Apenas por enquanto.


— Como, por enquanto?


— Até que o Sr. Potter esteja em condições de ficar sabendo a verdade.


— Oh, entendi. Eu estava em dúvida se devia ou não vir visitá-la, mas agora estou satisfeito por ter vindo. Eu... — Interrompeu o que dizia quando a campainha tocou. — Está esperando alguém?


— Não.


— Oh, meu Deus, estou com um pressentimento... Harry é violento? Não me esqueci da ameaça dele. Gosto muito de você, mas não tenho a menor vontade de brigar por sua causa.


Ginny levantou-se, rindo.


— Não pode ser Harry; ele só vem aqui de manhã para irmos visitar seu pai.


A porta se abriu antes que ela o fizesse.


— Harry! — exclamou, sem jeito.


Ele sorriu amistosamente, sem aquele ar carrancudo dos últimos dias. Surpreendeu-se, porém, ao ver Dino.


— Estou interrompendo alguma coisa?


— Não! Sim... não... — Estava feliz por vê-lo; mas temia uma nova discussão. Olhou para ele, apreensiva. — Seu pai... houve alguma coisa com ele?


— Ele está ótimo — tranqüilizou-a. Olhou para Dino com um sorriso nos lábios. — Acho que ainda não sei o seu nome, Sr....


— Thomas, Dino Thomas. Harry apertou-lhe a mão.


— E eu sou Harry Potter, mas você já sabe disso. Na verdade eu vim até aqui para combinar com Ginny a data do casamento. Você havia se esquecido? — perguntou a ela.


— Eu... não. Eu... eu não sabia que ia ser hoje. — Ginny estava mais pálida do que nunca.


— Pensei que se lembrasse dos nossos planos.


— Sim, eu sei. Mas é um pouco cedo...


— Não vejo por que esperar mais.


Dino parecia pouco à vontade.


— Bem, acho que já vou indo. Até logo, Ginny, até mais, Sr. Potter.


— O que é que ele estava fazendo aqui? — perguntou Harry. Ginny hesitou.


— Ele...


— Não, não precisa responder — disse ele, furioso. — Não quero saber.


— Você disse que tinha vindo marcar a data do casamento, mas na verdade a brincadeira precisa chegar ao fim. Sua mãe me telefonou hoje; ela acha que já é hora de começar os preparativos.


— Acho que minha mãe está com a razão. Já é tempo de começar a organizar as coisas. E ela vai adorar ajudá-la.


— Mas nós... nós não... — Ginny arregalou os olhos.


— Nós o quê? — Harry parecia divertir-se. — Antes que você continue, vou lhe contar uma coisa: estive conversando com David e ele me jurou que vocês nunca foram amantes. Não que ele não gostasse da idéia, só que não era verdade. Por que você me disse o contrário?      


Ginny ficou com medo e afastou-se dele.


— Eu... Parecia que era isso o que você queria ouvir...


— Ora, Ginny, você sabe muito bem que não é verdade. Venho tentando entendê-la desde que falei com David, e até agora não sei por que mentiu para mim.


— Não sabe?


— Não. não sei. Mas antes quero esclarecer uma coisa com você. Diversas coisas, aliás. Vou começar pelo dia em que ficamos noivos. Quando descobri que tinha sido você, fiquei furioso.


Ginny sorriu ao se lembrar da cena.


— Mas a raiva acabou passando e me deu a maior vontade de conhecê-la melhor. Você era completamente diferente de qualquer outra mulher que eu conhecia. Pra começo de conversa, você não se deixa intimidar com ordens, o que eu acho um dado positivo.


— Eu nunca teria imaginado isso.


— Nunca ninguém me enfrentou como você, e por isso me senti atraído; e a atração foi virando amor. Sei que nem sempre fui gentil, mas você me provocou demais. Eu não estou acostumado a não conseguir o que quero, e o fato de você sempre se negar me deixava louco. Aquele dia no bosque, foi difícil me controlar. Eu tinha passado a noite inteira com você em meus braços e louco para possuí-la, lembra-se?


— Mas você não demonstrou nada. Parecia calmo e controlado quando acordamos no dia seguinte.


— Mas não estava e não foi à toa que saí daquele quarto o mais depressa possível, antes que você percebesse que eu queria ficar ali o dia inteiro.


— Harry!


— Eu sei, eu sei... Mas você não pode imaginar como foi difícil me controlar. E naquele outro dia, se David não tivesse aparecido, nada me impediria de ir até o fim. Depois disso, fiquei com medo de tê-la assustado. Você sabe, eu não sou um garoto que se satisfaz apenas com beijos e carícias, eu queria tudo de você. Mas, por outro lado, acho que sou velho demais...


Ginny não estava entendendo onde ele queria chegar com aquela conversa, mas aquele não era certamente o Harry que ela conhecia.


— Sua idade nunca foi empecilho, aliás, jamais pensei nisso. A única diferença é que você é mais experiente do que eu.


— Isso de fato eu não gostaria que você fosse, só que nas últimas vezes em que vim procurá-la tive sempre que expulsar um homem daqui. Você nem pode imaginar o que sinto ao vê-la com alguém!


Ginny decidiu esclarecer tudo de uma vez por todas.


— As únicas vezes em que recebi outros homens aqui em casa, você apareceu. Foi pura coincidência.


— Pode ser, mas isso não altera o fato de você ter mais coisas em comum com eles do que comigo. Vou fazer trinta e oito anos no mês que vem, dezessete a mais do que você.


— Isso não tem importância.


— Claro que tem! — exclamou com violência. — Mas, apesar disso, vim aqui esta noite para lhe pedir que se case comigo.


Ginny arregalou os olhos.


— Você está me pedindo?


— Sim, estou pedindo. — Harry parecia ansioso.


— Eu... eu não estou entendendo, você disse que ia me fazer implorar para que você se casasse comigo.


— Agora quem implora sou eu — disse ele. — Estou implorando, Ginny!


— Mas... mas por quê?


— Por quê? Mas acabei de dizer por quê.


— Porque me deseja. Mas sabe que eu não aceito o casamento nessa base.


— Fui cruel e acusei você de coisas que não fez. Sei que você nunca andou com nenhum homem. Sabia disso e mesmo assim a provocava. Eu não queria ter agido desse modo, mas...


— Não estou entendendo.


— Eu amo você! — declarou, afinal. — Difícil de acreditar, não é verdade? Ainda mais depois de tê-la tratado tão mal! Mas é isso mesmo, Ginny, eu amo você demais! Estou ficando louco. Foi por isso que agi assim, por causa dessa loucura. Mas agora já passou e estou lúcido o suficiente para saber que a amo e para pedir que você se case comigo.


— Eu... eu não sei o que dizer. Isso não é um truque para que eu confesse que o amo o bastante para me casar com você, não é?


Harry franziu o cenho.


— Oh, meu Deus, será que você não acredita em mim? Não basta saber que eu a amo tanto? Perdi a sua confiança, Ginny?


— Não sei — admitiu ela com sinceridade. — E que soa estranho ouvir você dizer que me ama, se nunca demonstrou antes.


— Eu estava desesperado, prestes a perder a liberdade que prezava tanto e ir para uma mulher que não se sentia atraída por mim. Mas não era isso o que eu queria, e a forcei tanto a demonstrar algum sentimento por mim que você acabou se retraindo. Agora, se você me ama ou não, se vai se casar comigo ou não, não importa mais. Faça de mim o que quiser.


Ginny acariciou suavemente o rosto dele, sentindo um nó na garganta quando Harry lhe segurou a mão e afundou o rosto nela.


— Existe liberdade também no amor, Harry. Um tipo diferente de liberdade, mas não menos verdadeira.


— Isso quer dizer que você... que você...


— Que eu também o amo, e há muito tempo, desde quando fui trabalhar na firma.


— Oh, Deus! Eu já tinha perdido as esperanças. É verdade mesmo que você me ama?


— Sim — confirmou, sorrindo.


— Eu não mereço tanto. Mas preciso tanto de você que nada mais importa.


Abraçaram-se com paixão e ali ficaram por um bom tempo, até que Ginny perguntou de repente:


— E Luna Longbotton?


Jarrod puxou-a ainda mais junto de si e disse:


— Esqueça-se dela.


— Mas como? Você... você a ama.


— Claro que não — afirmou, rindo. — Amo você, acabei de provar.


— Mas durante todo esse tempo... Você disse que tinha um caso com ela, que a amava...


— Não, você disse isso. Eu só não desmenti.


— Mas por quê?


— Porque no começo, antes de me apaixonar por você, eu alimentei a farsa do noivado apenas para puni-la. Você tinha razão, eu sou egoísta em relação às mulheres e simplesmente não gostei do que você fez. No fim, acabei não negando o caso com Luna porque sabia que você não ia me acreditar.


— Mas você podia ter tentado explicar...


— Eu podia, mas àquela altura precisava de uma boa desculpa para continuar com a farsa do noivado. Depois que a beijei, na casa dos meus pais, descobri que, pela primeira vez na vida, estava apaixonado e que queria me casar com você. Mas não sabia como lhe contar a verdade. Puro orgulho, é claro! Por isso tentei chantageá-la com o casamento. Quando vi que não dava certo, fiquei furioso e comecei a acusá-la de ter amantes.


— É verdade?


— Pura defesa, Ginny. Eu nunca tive nada com Luna e claro que não a amo. Posso ter fama de conquistador, mas nunca tive um caso com uma mulher casada.


— Mas todos diziam...


— Mas estavam errados. Agora beije-me e pare de falar bobagens.


Ginny abraçou-se a ele, demonstrando todo o seu amor. De repente, Harry afastou-se dela e disse:


— Agora preciso ir embora, antes de perder a cabeça de novo.


Ginny segurou-lhe as mãos e pediu:


— Harry, fique comigo esta noite.


— Posso esperar até nos casarmos. Não quero que digam que seduzi você para que se casasse comigo.


— Eu nunca diria isso. Estava muito zangado no dia em que fiz aquele comentário. Por favor, Harry, fique comigo.


— Não. Eu a respeito e amo demais para fazer isso. Você é muito especial para mim, Gin. Eu a desejo loucamente, mas vou conseguir esperar até o dia certo. Os olhos dela se encheram de lágrimas.


— Oh, Harry!


— Ginny, não me tente! Vamos nos casar o mais depressa possível, pois não sei até quando terei forças para resistir a você.


— Assim que for possível? — perguntou Ginny.


— Pode ser amanhã?


— É tudo o que eu quero, meu amor.


 


FIM


Almofadinha Marota Potter:
Esta ai o ultimo espero que goste. Obrigada por comentar.

Lil:  Obrigada pelo coments, e pode deixar ja enho outra adptação a caminho ou melhor so que uma eu enh que dgitala toda entao vai demorar um poquinho para postar.

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