Capítulo quatro.



Capítulo quatro.


 


Uma jovem com menos de 1,60m, andava de um lado para o outro em um luxuoso quarto. Sua cama de dossel parecia-lhe convidativa, mas as perguntas que lhe assolavam a mente tinham que ser respondidas.


 


“Por que Remus preferiria casar-se com Emmeline Vance?” “Sou tão repugnante assim?” De fato tinha o problema da idade, a futura duquesa Vance tinha a idade perfeita e ela, míseros dezesseis anos.


 


E também alguns dizem que a beleza e sapiência de Emmeline a fazem uma dama notável, mas Lene sabia a verdade. A mulher era um cão! E o único motivo para casar-se com seu amado primo era o fato dele ser incrivelmente rico.


 


- Isso é um absurdo! Remus também é incrivelmente lindo, não pode ser disperdiçado com uma mulherzinha daquelas!


 


Lene foi arrancada de seus devaneios por um incomôdo barulho no corredor. Abriu a porta a tempo de ver vários soldados irem aos aposentos de seu pai. “O que foi dessa vez?” pensou já se sentindo mais aflita. Saiu, sem se importar com a Lua que já ia longe no horizonte. Sua curiosidade transcendia qualquer horário impróprio para jovens damas. Seguiu a passos largos os homens que iam a frente sem nota-la em seu encalço.


 


Mas ao chegar a porta dos aposentos do rei Horace foi notada.


 


- Vossa alteza o que fazes aqui? Já passa da hora de uma jovem de tão tenra idade estar fora da cama.


 


- Me poupe dos seus sermões Fudge, já passei da puerícia a muito tempo! Tenho o direito de saber o que acontece no meu reino!


 


A menina apesar de sua pequeneza se portava como uma rainha completa. Desde muito nova Marlene já sabia como se comportar diante dos vassalos e isso dava muito orgulho ao clã Mckinnon. O conselheiro real a deixou passar sem mais demoras, afinal o rei que era o rei não tinha conseguido domar o gênio da filha, o que seria dele, um pobre criado, com uma missão quase impossível como essa?


 


Ao entrar no quarto Marlene se deparou com alguém que não a deixava nem um pouco mais tranquila. Remus estava de pé discutindo com seu pai, algo que não era do seu entendimento tão pouco interesse. Ao vê-la fez uma leve mesura, ciente dos olhos negros que o encaravam avidamente, em busca de respostas. Foi interrompido ao notar o burburinho que aumentava dentro da ante-sala dos aposentos reais.


 


- O que fazes aqui a essa hora Fudge? Marlene por que estás aqui também menina?


 


- Não sei o que faço aqui meu pai, espero enncontrar respostas tanto quanto o senhor!


 


Ao dizer isso Marlene lançou um olhar gélido ao primo, este limitou-se a desvia-lo olhando para os pés. O rei não pareceu notar o comportamento estranho dos dois.


 


- Então diga-me Fudge, qual o motivo de todos estarem ainda fora de suas camas?


 


-Majestade, creio que não seja do vosso conhecimento a mais nova manobra de ataque dos Trinovantes... Eles... Eles estão atacando os nossos produtores senhor! Fizeram barricadas em todas as estradas que dão em Galía...


 


-Em todas? Mas como isso é possível?


 


- Não sei majestade, mas essas são as notícias que chegaram! Os camponeses estão muito assustados, temo que logo entraremos num caos, majestade.


 


Fudge agora tentava inutilmente secar o suor de seu rosto. O nervosimo não era só dele. Todos pareciam agora compartilhar do mesmo temor do conselheiro real.


 


 A grande verdade é que sem o escoamento da produção dos outros reinos, Galía entraria em colapso! Por estarem acuados entre Trinovante e o mar, suas relações com os outros povos eram feitas graças a um acordo entre os dois reinos que garantia que os gauleses poderiam usar as estradas que cortavam o reino vizinho. Esse era um tratado muito antigo e já era considerado algo comum depois de muitas gerações de reis tanto gauleses quanto trinovantes que seguiam a risca as regras do mesmo.


 


O Rei Henry tinha passado dos limites! Uma coisa era lutar contra ele no campo de batalha, outra bem diferente era o crápula fazer com que seu povo passasse fome! Isso o rei Horace não podia tolerar.


 


- Remus mande acordar seu pai, quero que reunam as tropas, faremos com que esse filho da mãe prove do seu próprio veneno!


 


Remus acenou com a cabeça e saiu pela porta, Lene se sentia tão aflita com o rumo que as coisas haviam tomado que sentiam seus olhos enchendo-se de lágrimas. Num momento estava preocupada se era ou não suficientemente atraente e agora estava vendo a tão bondosa face de seu pai se transformar numa máscara de ódio. Tentou impedi-lo.


 


- Pai, por favor, seja racional!


 


A voz embargada fez o pai voltar a sua atenção ao seu rosto.


 


-Não acredito que estas com pena dessa corja Marlene! Olha o que eles estão fazendo conosco! Eles não prestam filha.


 


Lene tentou conter as lágrimas, tinha que organizar suas idéias. Seu pai iria, pelo que podia perceber, fazer um ataque surpresa a Trinovante usando provavelmente uma das muitas estradas que ligavam os dois reinos. Ela tinha que impedi-lo, um ataque como esse não era justo, tão pouco honrado. As tropas inimigas com certeza estariam dormindo a uma hora dessas, seu pai além de cruel estava sendo imprudente.


 


- Pai você nem ao menos tem um plano! Como pode atacá-los assim tão de repente? Vai tirar os soldados trinovantes de suas camas? Arranca-los dos braços de suas esposas? Isso é ridícu...


 


Marlene não pôde completar a frase, sentiu seu rosto arder. Não podia acreditar, seu pai que nunca havia sequer levantado a voz pra ela havia lhe dado um tapa. Não conteve as lágrimas. Era isso que mais temia, que o calor das batalhas alterasse o caráter dos mais honrados cavalheiros.


 


Sentia sua face queimar mas não se comparava ao ardor que sentia nos seus olhos, eles queimavam de ódio. Não contra o seu pai, mas contra a guerra e tudo que ela representava naquele reino.


 


“Como podem continuar com isso?” A guerra só trazia dor e desespero. Lene saiu dos aposentos reais correndo. Não queria ouvir uma só palavra agora. Desejavam lutar até a morte? Que assim fosse, não iria mais se importar com isso.


 


Passou tão apressadamente pelos corredores que não notou contra quem acabará de se chocar. Remus viu um borrão de cabelos negros e soluços passar por ele, sabia quem era mas não sabia se devia segui-lá. Respirou fundo “dever em primeiro lugar” pensou, sabia que a prima era muito jovem e que provavelmente aquela tristeza que estava sentindo agora iria passar com a chegada da manhã.


 


Sempre foi assim, o humor de Lene mudava na mesma frequência que as cores mudavam no céu. Ela era linda e volúvel. Mal sabia ela o quanto Remus queria passar o resto da vida analisando cada mudança, por mais sutil que fosse, em suas feições.


 


Remus balançou a cabeça afastando pensamentos tão loucos. O que ele estava pensando? Aquela era Marlene, a garotinha que sempre o acompanhava nas suas “aventuras” pelo castelo. Não podia pensar esse tipo de coisa, não em um momento como esse.


 


Tinha que pensar na guerra e em sua noiva. Vance por mais assustadora que fosse, era a mulher certa para um homem como ele. Seguiu apressado pelo corredor, o rei estava a sua espera. Hoje, ao amanhecer, partiria pra guerra!


 [N/A: Uia, capítulo tenso... ¬¬ Perdoem a autora, ela é mesmo besta e pior, fala na terceira pessoa! Agora falando sério, o capítulo ficou meio triste e sem nenhum nada, mas ele é necessário para que v6 leitores escolham quem está "certo"nessa guerra... Sou da opinião da minha mãe "Guerra é uma idiotice!". Acredite parece sábio agora, mas acontece que minha mãe repete isso toda vez que assistimos filmes de guerra e pasmem, ela gosta deles! Anyway, chega de besteira... Já vou e espero que comentem! Bjuxxx]

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