Capítulo dois.



Capítulo dois.


 


Não tão distante de Trinovante, uma jovem de olhos escuros e pele extremamente clara admirava a paisagem que se estendiam além dos limites de seu reino.


 


Era sempre mais calmo ali, naquela parte específica do castelo. Poucos se atreviam a ir onde antes ficava a sala de estudos da rainha Sofia. “Mal sabem eles que essa é a melhor vista do reino!” pensou Marlene, divertida.


 


Além da vista, lhe encantava também as muitas pinturas de sua falecida avó. Ela retratava os reinos vizinhos com uma perfeição que muitos ousavam dizer que era divina. Uma pena que seus quadros não estivessem espalhados por todo o castelo Bouillonnante.


 


A muito tempo qua a princesa Marlene pedia a seu pai para deixar aqueles quadros a vista de todos. “Os tempos são outros minha filha. Dificilmente veremos essas paisagens de novo.”. Aquilo com certeza era algo qua a entristecia. Sempre teve curiosidade de conhecer outros lugares, mas como seu pai sempre dizia, o tempo não estava para passeios.


 


Distraída com o Sol que já se escondiam por trás das planícies, Marlene não percebeu a entrada de um jovem no aposento. Pé ante pé, o rapaz se aproximava cada vez mais de onde ela se encontrava. Quando ia fechar os olhos para contemplar a brisa que soprava calmamente seus cabelos se viu cercada e não conteve um grito.


 


- Calma Lene, sou eu, Remus!


 


A garota ainda olhava assustada para aquele jovem, as palavras dele não pareciam fazer sentido. Ele era alto e tinha os cabelos loiros quase da mesma tonalidade de seus olhos âmbar. Ela conhecia aqueles olhos...


 


- Remus?


 


Ela parecia incerta. O único Remus que conhecia estava a quilômetros dali em Batávia. E aquele definitivamente não poderia ser o seu priminho Remmie.


 


- Não parece muito feliz em me vê...


 


-Ah meu Deus, é você mesmo! AHHHHHHHHHHHH! VOCÊ VOLTOU!


 


- AAAAAAAAIIIIIII! Estou surdo! Desde quando você tem uma voz tão aguda?


 


A menina já ignorava o comentário maldoso do primo. Estava mais preocupada em abraça-lo com toda a força que tinha. Estava morrendo de saudades daquele loiro metido!


 


-Mas quando você voltou? E por que? E quanto tempo vai ficar? E...


 


- HEY! Já vi que não perdeu o talento da tagarelice! Calma, se você parar de tentar me sufocar eu talvez possa te explicar tudo.


 


Marlene pareceu perceber o quanto estava sendo incoveniente agarrando Remus daquele jeito, primo ou não ele ainda era um rapaz e ela uma moça, ambos deveriam demonstrar respeito e manter distância. Afastou-se rapidamente dele e sentou-se graciosamente naquela que deveria ter sido a cadeira de sua avó.


 


- Sente-se Marquês Lupin e conte-me a que devo essa tão agradável visita.


 


Remus olhou a prima divertidamente. O que é que ela estava tentando fazer? A alguns segundos atrás estava o tratando tão informalmente que faria a Madame Malkin, professora de etiqueta real, se suicidar.


 


Remus se jogou no confortável sofá que tinha na sala, nem mesmo se importou com suas botas sujas de lama que encardiam todo o fino tecido das almofadas. Colocou as mãos folgadamente atrás da cabeça e se deitou no sofá ainda encarando a agora muito irritada princesa.


 


-Se importa se eu me deitar? Estou um pouco cansado da viagem.


 


Sorriu debochado, Lene podia não parecer mais uma menina, mas se comportava como uma.  Ela empinou o nariz e fingiu que aquela atitude não merecia demasiada importância de uma futura rainha.


 


- Fique a vontade. Infelizmente parece que sua educação se foi juntamente com sua disposição primo...


 


-Vai querer ouvi a estória ou não?


 


Lene fez um gesto seco com a mão indicando para ele começar. Remus não pôde evitar de revirar os olhos, aquela garota sabia ser muito petulante quando queria.


 


- Voltei a dois dias, mas não pude vir direto para Bouillonnante. Tive que resolver uns problemas com meu casamento antes...


 


-Vai se casar? – Lene não quis deixar transparecer a curiosidade, mas não teve certeza do seu êxito, o primo lhe olhou com um olhar distante.


 


- Sim, com a filha do duque Vance.


 


Lene não conteve uma careta e pela primeira vez o primo ficou satisfeito com sua reação.


 


- Ai Remus, mas ela é tão... – Fingiu sentir um arrepio que fez com que o primo desse risada. Era bom vê a velha Lene de novo.


 


- Eu sei, mas não tem muito coisa que eu possa fazer quanto a isso...


 


-Pode se casar comigo!


 


Remus a olhou surpreso. O que é que aquela garota tinha na cabeça? Apesar da loucura da proposta, ela parecia séria. Ele maneou levemente a cabeça e se ajoelhou na frente dela.


 


- Lene, nós dois sabemos que isso nunca poderia acontecer...


 


- Por que não? Eu preciso de um marido e você de uma esposa! É perfeito...


 


- Somos primos...


 


- De segundo grau!


 


Remus tentou argumentar, mas ela parecia decidida. Ele suspirou pesadamente. Como poderia explicar para uma princesa teimosa a realidade da vida?


 


- Por que acha que deve se casar comigo? Faz tanto tempo que não nos vemos... Provavelmente mudamos muito nesses cinco anos.


 


- Você não mudou! Ainda é o mesmo Remus arrogante e ao mesmo tempo calmo de sempre...


 


Ela agora parecia visivelmente triste. Não entendia porque as coisas não podiam ser simples como imaginava. Os dois se casariam, teriam um belo castelo onde seus filhos poderiam apreciar as obras da sua avó e até mesmo as suas se um dia tivesse vontade de pintar. Era perfeito!


 


- Sabe que as coisas não são tão simples...


 


-Nunca é! – Resmungou mal-humorada.


 


Agora estava de braços cruzados olhando para um ponto qualquer da parede com uma expressão emburrada. Remus voltou ao seu lugar contrariado. Parecia que ela vinha planejando isso a um bom tempo...


 


- Lene, sabe que não nos gostamos desse jeito.


 


- Você não gosta da Vance de jeito nenhum, mas isso não te impede de casar-se com ela!


 


- Tem certas coisa num casamento que eu nunca poderia fazer com você...


 


Remus agora estava terrivelmente envergonhado. Aquele sem dúvida não era um assunto a se conversar com uma dama. Nem ao menos sabia se ela tinha conhecimento sobre as “coisas da vida”, como poderia lhe explicar isso?


 


- Tipo o quê? – Ela agora estava um misto de raiva e curiosidade.


 


-É... Bem... Pergunte a sua mãe, ela vai saber te explicar melhor!- Levantou-se apressadamente e fez uma leve mesura. Saiu quase correndo do aposento deixando pra trás uma princesa confusa.

[N/A: eu disse q ia postar logo... Capítulo com Remus e Lene, viva!

Sem paciência para n/a's... comentem, please!]

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