Segredos revelados



       – Eu tô pensando seriamente em sair correndo daqui. – Anne cochichou com Alyx que estava ao seu lado, de uma forma que os outros não escutassem. – Olha só onde e com quem a gente tá. – Anne fez um careta enquanto olhava para Hagrid e seu cachorro. – O cachorro até que é fofinho tirando a baba, mas o...
       Alyx que já estava cansada de ficar ouvindo as reclamações de Anne, adianta o passo ficando ao lado de Sirius que levava a procissão.       
       – Você sabe pra onde está nos levando? – Perguntou ela, desviando de raízes salientes.       
       – Claro que sei. Passei por aqui diversas vezes. – Respondeu ele, com um sorriso maroto nos lábios, enquanto seguia em frente.       
       – Cumprindo detenções?       
       – Er... digamos que é quase isso. – Respondeu ele, sorrindo. Ele olhou para ela que sorriu timidamente. – Como uma sonserina veio cumprir detenção com grifinórios? – Perguntou, erguendo uma sobrancelha.       
       – Digamos que eu nunca fui uma garota que cumpre protocolos, ou segue rótulos. – Respondeu ela com certo ar de supremacia.       
       – Mas fala como uma sonserina. – Comentou Sirius, que desviou os olhos da garota. – E ser animaga?       
       – Curiosidade. A professora citou isso, e eu e Anne ficamos curiosas para saber mais sobre o assunto. – Respondeu displicente.       
Enquanto isso...       
       Anne que havia sido deixada para trás pela amiga havia continuado a seguir o seu caminho reclamando.       
       – Traíra. – Falou ela enquanto olhava a amiga conversando com Sirius.       
       – O que disse Anne? – Lupin havia diminuído passo para acompanhar Anne.       
       – Er... nada não. – A garota que antes estava de cara fechada abriu um sorriso sem jeito para o garoto.       
       – Você fica melhor sorrindo do que reclamando. – Observou Lupin.       
       – Eu não fico reclamando. – Nesse mesmo momento a garota tropeçou na raiz de uma arvore. – Maldita arvore. – Disse ela enquanto pegava a mão que Lupin estendera para ela.       


       – É realmente você não reclama nem um pouco.       
       – Ok, eu reclamo um pouquinho. – Anne começou a olhar pro chão para esconder as suas bochechas vermelhas. Os dois estavam andando tão lentamente que estavam a metros de distância de James, que era o último da fila. Lupin parou na frente de Anne, fazendo a jovem esbarrar nele, pois não estava prestando atenção por onde andava, seus pensamentos estavam a mil por hora como um metrô desgovernado.       
       – Desculpe. – Sussurrou ela, devolvendo alguns passos atrás, a cabeça ainda baixa.       
       Lupin ficou em silêncio, apenas com um singelo sorriso brincando nos lábios. Ele delicadamente levantou o rosto de Anne, obrigando-a a olhar em seus olhos castanho-claros. Ele acrescentou alguns passos à frente, aproximando-se da garota, colocou a outra mão suavemente sobre sua bochecha, em seguida, tirando uma mecha do cabelo que estava por ali. A garota enrubesceu mais uma vez, e retirou outra mecha que estava em seu rosto, disfarçando e baixando mais uma vez a cabeça. Lupin levantou mais uma vez seu rosto.
       – Por que esconder um rosto tão lindo? – Disse ele, enquanto aproximava-se dos lábios da garota.       
Um suspiro, e...


       – Hey, onde está o Lupin? – Perguntou Sirius olhando para trás.       
       – E a Anne? – Alyx olhou também, se dando conta do sumiço da amiga.       
       – Estamos aqui. – Respondeu uma voz por de trás das folhagens. Em seguida apareceu o jovem de cabelos castanhos e a garota, ambos de mãos dadas.       


       – Eu tenho a impressão de ter perdido alguma coisa. – Disse Alyx olhando de Lupin para Anne, e para as mãos deles.       
       – Crianças é melhor pararem de conversar e me ajudar aqui. – Hagrid estava abaixado tentando pegar alguma coisa.        
       – Ajudar em quê? – Disse Anne que parecia estar com medo da resposta.        
       – Ora, ratazanas, não era o que estávamos procurando? – Sirius, James e Peter se aproximaram para ver o animal. Anne agarrou-se a Lupin, impedindo que ele se mexesse. Alyx ficou um pouco atrás de Sirius.       
       – Ah, er... que bom. então já podemos ir não é? – Disse Anne animada com sua própria idéia. James olhou para ela com certo ar de reprovação.       
       – Espere. Ela pediu para pegarmos ratazanas, exatamente para quê? – Perguntou Alyx, que só agora se dava conta disso. Todos olharam para ela prestando atenção.       
       – Bem, acho que era só para pegarem. Vão em frente, aí está cheio. – Hagrid abriu espaço para mostrar um buraco enorme. Em uma de suas mãos, estava um animal, parecido com um rato só que dez vezes maior.       
       – AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA. – Anne saiu correndo apavorada.       
       – ANNE! – Lupin começou a correr atrás dela, assim como os demais.       
       Eles já tinham ido muito adentro da floresta e ninguém a havia achado.        
       – Se não acharmos a garota logo vamos ter que voltar ao castelo e comunicar Dumbledore do ocorrido. – Disse Hagrid. – Depois dessa vou ser demitido. – Continuou ele agora para si mesmo.       
       – A culpa não é sua Hagrid, aquela sonserina é que não deveria ter saído gritando... – Começou James.       
       – Não fale assim dela James. – Retrucou Lupin.       
       – Discutir não vai ajudar em... – Sirius começou a falar quando um grito cortou o ar da floresta.       
       James, Sirius, Lupin e Peter se entreolharam. Em seguida, eles olharam para Alyx.       
       – Alyx, tem uma coisa que a gente precisa contar. – Começou Sirius tentando acalmar uma possível tempestade. Outro grito cortou o silêncio.       


       – Não dá tempo, por favor, Almofadinhas, tranformem-se logo. – Pediu Lupin, olhando na direção de onde vinha o grito.       
       – Almofadinhas? – Repetiu Alyx sem entender nada.       
       – Me desculpe por não ter falado antes. – Alyx estava olhando abismada para Sirius e os outros. De repente, Sirius, Peter e James começaram a diminuir de tamanho. Peter desapareceu completamente, deixando apenas as roupas para trás. Enquanto Alyx procurava descobrir o que havia acontecido com ele, um cachorro preto começou a latir do lugar onde Sirius estava. E antes que pudesse recuperar o fôlego, um veado cortou sua frente, cavalgando floresta adentro.       
       – O que... – Alyx desmaiou antes de continuar a frase, sendo segurada por Lupin.       
       – VÃO LOGO! EU CUIDO DELA, ALMOFADINHAS.       
       Com o susto que levara ao ver uma ratazana, Anne correra tanto que se perdera e agora ela estava diante de um Hinkypunk em algum lugar da Floresta Proibida.        
       – Calminha, se não se importa dá pra manter distância? – Perguntou ela enquanto pegava a varinha e apontava para o Hinkypunk. – Isso mesmo... aaaaaaaaaahhhh. – Ele avançou para cima de Anne, quando um cachorro preto pulou a sua frente e começou a rosnar para o Hinkypunk, logo um veado saiu de dentro da floresta e se colocou ao lado do cachorro.        
Em segundos o Hinkypunk saiu correndo para dentro da floresta.        
       – Ai, essa foi por pouco. – Ela olhou pros dois animais que ainda continuavam ali. – Err... obrigada animaizinhos bonitinhos, agora se me dão licença eu vou dar o fora daqui. – Disse Anne enquanto andava alguns passos para trás.       
       Anne deu as costas aos animais, e começou a dar passos lentos e bem calculados para voltar à clareira onde encontraria seus amigos.       
       – Está com medinho sonserina? – Disse uma voz conhecida.       


       – E sai sem agradecer? – Anne parou como se estivesse sido petrificada, e sem acreditar no que ouvia, virou para ver. James e Sirius estavam parados na sua frente, ofegantes. Ela atirou-se nos braços de ambos, que ficaram surpresos, mas retribuíram.       
       – Como vocês chegaram aqui? Onde vocês estavam? Espere, cadê o cachorro e o veado que estavam aqui? – Perguntou ela finalmente se dando conta da falta dos animais. De repente, algo começou a brotar do nada do solo. Era um garoto de cabelos castanho escuro e dentuço, ele estava agachado e nu.       
       – Peter? Ah, Merlin. – Ela tapou os olhos ao notar a nudez do garoto. James e Sirius começaram a rir.       
       – Nós temos que lhe explicar uma coisa. Peter, é melhor você se transformar de novo. – Comentou Sirius prendendo o riso. Anne começou a retirar as mãos dos olhos, e no lugar do garoto gordinho e dentuço, havia um rato com as mesmas características.        
       – A-animagos? – Ela estava trêmula e apontava de Sirius para James, e de James para o Peter-rato. – Por que vocês não estão sem roupa?        
       – Sua primeira reação é essa? Se eu soubesse teria falado antes. Aprendemos a conjurar roupas, é mais fácil assim. Mas, Peter é um desastre em feitiços. – Explicou Sirius aproximando-se da garota.        
       – Descobertos por uma sonserina. Que desastre! – Exclamou falsamente James.       

       James, Sirius, Anne e Peter-rato, voltaram para a clareira onde esperavam Lupin, Hagrid, canino e Alyx.       
       Alyx estava sentada em um tronco, emburrada. Enquanto Lupin estava encostado em uma árvore um pouco impaciente. Hagrid acariciava o cachorro com uma expressão nervosa no rosto. Eles começaram a ouvir risadas e viraram o pescoço em direção delas.
       – Graças a Merlin! – Exclamou Hagrid suspirando de alívio ao ver os garotos retornando. Lupin agarrou Anne quando a viu, deixando Sirius e James falando sozinhos.       
       – Desculpe. – Disse ele apenas, depois olhou fundo nos olhos de Anne e a beijou.       


       – Oh, Lupin, por favor, poupe-nos. – Brincou Sirius vendo a cena.       
       – Sirius, você deve explicações a alguém. – Lupin olhou-o seriamente, e depois apontou para a garota loira sentada que observava a cena, mas que virou o rosto quando Sirius olhou para ela.       
       – Alyx, eu... – Começou ele, mas a jovem levantou-se o contornou e foi em direção da amiga.       
       – Que bom que você está bem. Agora se não se importam eu vou voltar para o castelo. Boa noite. – Informou, sem sequer esperar pela resposta de ninguém começou a caminhar de volta para o castelo.       
       Alyx começou a seguir Hagrid que havia pegado algumas ratazanas enquanto os garotos salvavam Anne e agora estava se dirigindo a saída da floresta.       
       – Por favor, não comentem o que houve aqui com ninguém crianças, se não eu vou me dar muito mal. – Hagrid disse enquanto eles saiam da floresta.       
       – Eu deveria contar pro meu pai... – Todos olharam com cara feia para Anne. – Mas como eu sou uma pessoa muito legal eu não vou contar pra ninguém.       
       – Cadê essa pessoa muito legal? Tá vendo alguma pessoa muito legal por aqui Almofadinhas? – Disse James.       
       – Não tô vendo ninguém não. – Respondeu Sirius.       
       – Alguém pode me explicar o que quer dizer Almofadinhas? – Perguntou Anne.       
       – Alguém pode me explicar        alguma coisa? – Alyx complementou irritada.
       – Nós somos animagos. – Disse Sirius olhando seriamente para ela. Ela tinha parado no meio do caminho e se virado para ouvir uma resposta.       
       – Animagos? E por que você não me falou isso antes, Sirius? – Ela fuzilava Sirius com os olhos, estava ficando vermelha de raiva. Sirius não sabia o que falar e simplesmente olhou-a desolado.       


       – Ótimo. – Ela levantou as mãos para o alto. – Perfeito! Quer dizer que os sonserinos é que não são dignos de confiança? – Ela havia atirado em Sirius a mesma frase que uma vez ele disse para ela, muito tempo atrás. Seus olhos começaram a arder, e algumas lágrimas teimavam em querer cair, mas a raiva e o sentimento de traição tomaram a garota que saiu em disparada na direção do castelo.       
       – Alyx, ALYX!       
       – Não adianta Sirius, ela não vai te ouvir hoje. Está muito atordoada. Deixe-a quieta por enquanto. – Disse Anne num tom de voz sereno, tentando acalmá-lo, mas ele já estava correndo atrás de Alyx.       
       – Sirius ta me machuc... – Alyx havia perdido completamente a fala, o rosto de Sirius estava a milimitros do seu. E era impossível pensar em outra coisa naquele momento a não ser beija-lo. E foi isso que ela fez, como por anos havia sonhado fazer.       
Sirius sentiu os lábios da garota tocarem os seus, eram macios e gentis. Ele afrouxou o aperto em seu braço, e deslizou suas mãos pela cintura dela. Beijava-a calmamente, os braços rodeando sua cintura e acariciando suas costas. Mordia levemente seus lábios, e parou o beijo com alguns selinhos.       
       – Sou digno de confiança agora? – Perguntou ele em tom de brincadeira, com um sorriso maroto nos lábios. Alyx que permanecia de olhos fechados apenas ouviu as palavras de Sirius e deu um meio sorriso.        
       – Agora mesmo que não é. – Riu ela. Após abrir os olhos, fitou os olhos zul-acizentados do garoto, e sentiu sua respiração em sua face. – É melhor eu ir dormir agora. A gente conversa melhor amanhã. – E dito isto, a garota deu um selinho demorado em Sirius e dirigiu-se para o dormitório da sonserina.       
       Alyx estava sentada na cama, sonhadoramente esperando pela amiga que ainda não chegara, e que devia estar aos agarros com Lupin.       

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