Capitulo I.



Capitulo I.
Defying death!


Dr. Remus Lupin.







Remus Lupin era o típico cara estranho. Assim que terminou a escola decidiu que seria médico, que iria querer salvar vidas. Cursou Medicina em Ohio e se mudou para Los Angeles para trabalhar mais perto da família. Olhava pras pessoas com carinho, cuidava delas pacientemente e tinha um ótimo humor.


Foram as primeiras coisas que consegui ler assim que o conheci, coisas óbvias que estavam na sua aura.


Assim que o observei mais tranquilamente pude ler com mais clareza. Sua aura na verdade era cinza, ele nunca se apaixonara de verdade, nunca sairia demais para se divertir. Ainda estava traumatizado pela violência cometida pelo pai contra sua mãe na infância e por isso tinha receio em se apaixonar, vá saber se não ficaria como o pai? Também consegui ver uma coisa, algo que me deixou muito magoada, ele não acreditava!


Ele não acreditava na vida, no amor e nem na morte. Ele só acreditava só na ciência, a arte mais “precisa” e a mais inescrupulosa. A ciência não tinha pena de tirar das pessoas as pontinhas de imaginação, elas cegavam as pessoas para a magia, protegiam-nas das fantasias e fascinações juvenis. Elas deixam as pessoas sérias, preocupadas e em suma maioria, infelizes.


Remus Lupin era o tipo médico infeliz, porém bem sucedido. Cego pela ciência, motivado pelo trabalho e aleijado pela mente.


Assim que ele se aproximou de mim, deu um sorriso forçado (ele já estava acostumado a ser cordial mesmo quando seus problemas estivessem para matá-lo) e me deu a mão. Eu ainda estava tonta, mamãe ficou na sala de espera enquanto lia um de seus romances de banca de revista, ela os adorava e os lia compulsivamente.


O doutor me deixou na sua sala e entrou numa pequena saleta antes de me atender. Aproveitei o momento para observá-lo fisicamente. Ele era bonito, muito bonito. Não devia ser muito mais velho que eu, no máximo teria 27 anos. Seus olhos eram castanhos, como o mel. Sua boca era bem desenhada, não muito carnuda e extremamente vermelha. Ele era pálido, o cabelo castanho cuidadosamente penteado. Os ombros largos me remeteram a sua juventude, ele era o artilheiro do time de futebol na escola.


Ele voltou, sorriu novamente.


- O que aconteceu com você Srta... – Olhou na prancheta que estava sobre sua mesa e voltou-se para mim. – Srta. Meadowes. O que aconteceu com você?


Ele estava com fortes dores de cabeça dava para perceber, ele tentava disfarçar. Era isso que estava ele estava procurando na saleta, um analgésico para a dor.


- Você não quer procurar melhor um remédio pra você não? Eu posso esperar.


Ele me olhou surpreso, não entendia como eu podia saber de sua dor de cabeça. Botou a mão na cabeça e sorriu encantado. Olhou-me intrigado com seus olhos de mel e perguntou:


- Como você sabia?


Sua voz era grave e macia, um pouco melosa. Eu poderia ficar escutando ela o tempo todo e nunca me cansaria. Ela era relaxante, tranqüila, como se todos os meus problemas sumissem no instante seguinte.


- Eu sempre sei de tudo, doutor.


- Você sempre sabe de tudo? – Perguntou interessado. – Como o que você sabe, por exemplo?


- Eu sabia que aquela bola de boliche iria acertar a minha cabeça, só não fui ágil o suficiente para desviar dela. É que eu não sou como caçadores, não eu sou só vidente. Minha vida é mais calma, eu deixo minha mente aberta o que custa deixar o corpo relaxado e não muito bem treinado...


- Eu não entendi nada. Precisamos examinar a sua cabeça pra ter certeza de que está tudo nos conformes.


Aquilo me irritou. Revirei os olhos para logo em seguida fechá-los, deixei a mente se guiar sozinha, achar algo necessário. Logo, logo eu teria informações importantes. Assim ele saberia que eu não estava mentindo, nem muito menos estava afetada pela bolada na cabeça.


Chaves debaixo do sofá. Ela irá traí-lo com o enfermeiro do Pronto Socorro. Dois garotos quebraram as lâmpadas da entrada de sua casa.


- Srta. Meadowes?


Abri meus olhos e sorri delicadamente. Ele iria começar a acreditar em mim a partir desse momento.


- Você perdeu algumas chaves não foi? Elas estão debaixo do sofá da sua casa. Você está entrando num relacionamento agora, não está apaixonada, mas a mulher é boa de cama então basta. Saiba que ela vai te trair no segundo ano de namoro com o enfermeiro do Pronto Socorro. E se eu fosse você levaria duas lâmpadas pra casa, alguns garotos brincaram de tiro ao alvo na porta da sua casa, infelizmente, as lâmpadas da entrada eram os alvos.


Ele me olhou conturbado. E com a voz ligeiramente tremula me perguntou:


- Como você sabe da chave, da Audrey, e das lâmpadas? Como você sabe?


Sorri dando de ombros querendo parecer o mais normal possível. Ele ainda estava sem palavras e ficara um pouco mais pálido do que o de normal. Se aproximou de mim com seu jaleco branco tentando se recompor e pondo a mão na minha cabeça me perguntou:


- Onde foi que a bola bateu?


Aquilo me indignou. Ele ainda achava que eu estava afetada pela bolada, que estava confusa.


- Eu não sei por que estou aqui, na verdade sei, foi mamãe que estava preocupada demais comigo e disse que se eu viesse poderia encontrar um médico bonitão igual a um dos livros dos quais ela costuma ler. Ta, eu te encontrei e você é muito lindo, não me leve a mal, porém você é muito cinza sabe. Não digo a sua pele, falo de você! Você é muito cinza! A ciência te aleijou de tal forma que eu estou espantada, você está totalmente cego.


- Você é maluca!


Era difícil me deixar irritada. E quando isso acontece, eu costumo falar muito e acabara de dar um ótimo exemplo do fato. Porém ele não acreditava em nada, mesmo eu tendo dado provas dos meus poderes. Ele sabia que a chave agora estava no quarto dele, que Audrey não era confiável (uma piranha isso sim) e que meninos haviam depredado sua casa. Ele ainda me achava maluca.


Levantei-me da maca em que estava sentada. E me dirigi até a porta, peguei minha bolsa que estava mais na ponta da maca e já estava quase saindo sem dizer nenhuma palavra, foi quando ele me puxou pela mão.


Sua mão era quente, macia e acolhedora. Mas não foi aquilo que me fez ficar, foi o que eu escutei. Meus olhos se arregalaram, senti um choque percorrer todo o meu corpo e ficar congelado por alguns segundos. Um arrepio passou por toda a minha coluna espinal e foi para os meus braços, todos os pelos se eriçaram. Comecei a tremer era muito triste, a voz tinha sido clara e a cada segundo que passava com ele me tocando e só tinha mais certeza disso.


Ela dissera: 5 dias. Isso significava que ele só tinha cinco dias de vida. Só isso. Ele era muito novo pra morrer, ele salvava vidas, ajudava as pessoas, mesmo que não acreditasse em nada. Ele ainda sim merecia viver. Ele era um ser humano, muito lindo por sinal, mas ainda sim era importante. Mesmo a morte pensando que ele era dispensável, que não tinha mais valor e que deveria morrer. Ele tinha muito que viver, tinha muitas coisas para descobrir, ele merecia a chance de conhecer a magia!


Olhei para ele com pena, assustada. Soltei sua mão bruscamente. Ele abaixou a cabeça, tristonho, envergonhado e disse acanhado:


- Me desculpe. Eu não tinha a intenção de te ofender. É só que você é diferente, você é inexplicável. Como você descobriu que eu tinha perdido as chaves do trailer da mamãe? Eu ainda nem tinha contado pra ninguém sobre Audrey e você vem e me diz que ela vai me trair... E essa história que meninos tacaram pedras nas lâmpadas da entrada da minha casa? Como você sabe que na entrada da minha casa tem lâmpadas?


Sua cara estava engraçada, ele falara tudo depressa demais. Sentou-se na sua cadeira e me indicou uma cadeira que ficava diante dele. Eu sentei timidamente. Ele me deixava constrangida, talvez por sua beleza, ou por sua voz grave e aveludada. Ele fazia meu coração bater mais forte e eu sentia que tinha que fazer algo por ele. Remus não poderia morrer cinza, não sem conhecer o melhor da vida!


- Eu te disse, eu sempre sei das coisas. Por isso que eu sabia que a bola me acertaria, na verdade fiquei sabendo uma semana antes num sonho e depois dez segundos antes num flash de futuro – ele continuou com aquele olhar de quem me achava maluca.


- Você sabia que não fala nada que faça sentido?


- Argh! É por que você é cinza demais. Você não consegue ver sentido nas coisas que fazer sentido só por serem assim. Pra você tudo tem que ter uma explicação lógica, a ciência tem que explicar. Tenho certeza que deixou de acreditar em deuses assim que soube do Big Bang. É esse tipo de coisa que você não deve fazer. As explicações bíblicas estão aí há muito mais anos que a ciência. Pois a ciência muda!


Ele ficou calado dessa vez.


- Você tem que abrir seus olhos, abrir sua mente. Veja o mundo de outra forma. Deixe que as coisas aconteçam. Acredite que a morte existe e que está por aí trabalhando piamente e que você não é muito forte contra ela!


- Você fala como se tudo fosse verdade...


- Cala a boca!


Aquela devia ser a segunda vez que eu mandava alguém calar a boca. Não achava algo sadio, nem muito educado, então evitava fazer aquilo. Uma vez foi quando um amigo disse que minhas visões eram fajutas e que eu era mentirosa, o mandei calar a boca e enfiar um pau num lugar não muito saudável. E agora hoje. Era muito difícil lidar com Remus, me dava nos nervos por que ele não conseguia ver a verdade nas minhas palavras, ele estava cego e não queria ver.


Levantei-me logo em seguida e coloquei a bolsa no ombro. Era melhor ele não me puxar de volta, pois eu poderia não voltar. Como ele conseguia ser tão bonito, tão exuberante e ao mesmo tempo não dar valor ao que importa? Minha nossa! Tive que sair daquele consultório, pois já estava ficando sem ar. Talvez ficasse cinza como ele.


Mamãe se levantou assim que surgi, preocupada. Estava vestindo um vestido todo fru fru, de zebra e uma bolsa de oncinha. Tenho que admitir que mamãe não tem senso nenhum de moda e de ridículo também. Mas adoro suas roupas, por serem únicas e engraçadas. Seus olhos são azuis como os meus, da cor do céu. Seus cabelos eram completamente brancos, assim que o primeiro fio apareceu ela decidiu que queria todos brancos.


- E aí o que ele disse?


Todas as pessoas que estavam ali eram cinza, menos que Remus, mas ainda assim cinzas. Passei por elas com medo e pena. Liam revistas enquanto esperavam suas vezes de serem atendidos. Não perceberam quando mamãe rodopiou o seu livro de banca na mão e o fez desaparecer.


- Ele não me disse nada de útil e ainda me chamou de Maluca, não pretendo voltar nunca mais a um médico. Nunca fui tão ofendida por ajudar alguém contando coisas simples de seu futuro!


- O que tanto te perturba?


Ela disse quando saímos na porta do hospital para o dia ensolarado de Los Angeles. Mamãe colocou os dedos no dedo e assoviou, no instante seguinte um táxi se materializou diante de nos. Entrei simplória, com o olhar vago, ainda lembrando de sua face engraçada, sorri ligeiramente. Senti novamente o pesar de saber que ele morreria em cinco dias, que devia fazer alguma coisa.


- Ele vai morrer em cinco dias – Disse para mamãe amargamente, ela levou a mão à boca. – A morte considera dispensável já que ele se tornou tão cinza, além de ser um inimigo, pois consegue ser bem eficiente como médico. Eu me sinto responsável. Eu não posso deixar que ele morra, pois sinto que posso mudá-lo. Posso abrir seus olhos, fazer enxergar.


Caminhão vai cruzar o sinal vermelho por estar apressado!


Senti um calafrio muito forte e soube que era o próximo. O sinal estava próximo e estava verde, ele deveria parar agora, pois um caminhão... As estradas estavam meio que vazias o que foi estranho.


- Para!


Mamãe me olhou contornada e assim que me viu com os olhos arregalados entendeu que alguma coisa estava acontecendo. Mas ele não tava querendo me ouvir e continuava andando em direção ao cruzamento, já passava da faixa de pedestre quando eu berrei novamente:


- PARA!


- Ela mandou parar, otário! – Mamãe disse tranquilamente e puxou o freio de mão bem a tempo de ficarmos em segurança e o caminhão passar a toda velocidade diante de nós.


Ambos eles ficaram assustado, mamãe de uma forma diferente, não esperava que fosse algo tão perigoso. O taxista estava assustado mesmo, por ter quase morrido e por não saber como eu sabia que o caminhão estava vindo. Olharam para mim e eu dei de ombros.


Já nem estava mais preocupada com o caminhão, havia sido evitado bem em tempo. Eu estava pensando em Remus e no que faria para tornar seus últimos cinco dias de vida especiais. Eu tinha que fazer isso por ele, mostraria a magia do mundo. O faria acreditar em mim, ele entenderia tudo sobre o meu dom. Eu seria capaz de desafiar a morte por ele.


 


I’ll do whatever to save you!



N/B: OMG, DORCAS É TOTALMENTE DEMAIS! Sério, queria ter uma amiga como essa pra poder me avisar sempre que algo acontecesse. Sim, uma amiga já que esse dom seria muita coisa pra minha cabeça –q Enfim, vou parar de tagarelar, o capítulo ficou ótimo artie, está magnífico como tudo o que você faz, ou quase tudo (?) UASHA, brincadeira amore :D Bom, é bom escrever mais e mais e as pessoas comentarem por que eu não estou a fim de ‘perder meu emprego’ mais uma vez, ok?
Beijos, Vanessa.


NA: Hey gente, aí ta o capitulo prontinho. Muito obrigado pelos comentários, fico muito felizes por terem gostado do prólogo e espero que isso continue se repetindo. HAUHAHUAHU. Eu não tenho certeza se essa fic vai agradar a todos, por que eu deixei minha imaginação solta nela, ela ficou livre pra voar (?). Então as coisas que acontecem nelas são diferentes em alguns modos. HAHAHUAHU. Beijos.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.