Crazy...-parte 1



-Não é possível! Esses idiotas não vão se cansar nunca?

Gina estava no Salão Comunal tentando estudar, mas estava realmente difícil se concentrar com todo aquele barulho. A barulheira não vinha de dentro do Salão, antes fosse porque ela daria um jeito rapidinho, mas pelo que Gina podia ouvir eram alguns alunos que tinham enfeitiçado carros, claro que daqueles de brinquedo e disputavam uma corrida nos jardins.

A garota respirou profundamente para se acalmar.

-Se não parar em um minuto eu vou tomar uma atitude!

Ficou encarando o relógio de pulso, trinta segundos, quarenta e cinco segundos, cinqüenta e nove segundos, a folia continuou.

Ela correu os olhos pelo salão para ver se mais alguém poderia dar a ela um apoio moral e profundamente irritada percebeu que estava sozinha.

Se lembrou então que maioria dos alunos estava em casa passando o Natal com os pais e os outros estavam tomando café da manhã... Ela não descera para comer, estava sem fome.

-Bom só há uma maneira de resolver o problema.

Gina foi até a janela e a abriu. Viu lá em baixo que eram três garotos, um loiro e os outros dois eram bem gorduchos. Respirou profundamente de novo, só que dessa vez juntando todas as forças que tinha e gritou para eles a plenos pulmões:

-SE NÃO FOR MUITO INCOMODO SERÁ QUE AS CRIANCINHAS PODERIAM IR BRINCAR EM OUTRO LUGAR E DEIXAR A MOCINHA AQUI ENTUDAR EM PAZ?

Gina conseguira gritar muito mais alto que o barulho incrivelmente grande que os carrinhos tão pequenos faziam e os meninos pararam estáticos olhando para cima. No mesmo instante os carrinhos se chocaram no ar e o barulho cessou.

-MAS, AGORA DE QUALQUER JEITO A BRINCADEIRINHA ACABOU NÃO É, NÃO TEM MAIS CARRINHO.

Os gorduchos olharam para baixo e viram os carros despedaçados. Já o loiro parecia ter sido imobilizado e ficou olhando para a garota na janela.

Em meio a tantos xingamentos dos gorduchinhos, Gina fechou a janela muito satisfeita e assombrada consigo mesma.

-Não sabia que eu conseguia gritar tão alto assim. -e voltou aos seus estudos.

She rolls the window down

Ela abaixa o vidro da janela

And she talks over the sound

E fala acima do som

Of the cars that pass us by

Dos carros que passam por nós

Draco pareceu sair do transe em que se encontrava quando Gina fechou a janela com um baque. Aquela garota, ele não sabia ao certo quem era ela, mais ele sabia que algo dentro dele havia mudado. Ele estava se sentindo estranho.

-Eu nunca vi cabelos tão lindos. Mas quem era aquela garota? -murmurou.

-Malfoy, tudo bem? Você está tão esquisito. -Goyle perguntou temeroso.

-Não te dou o direito de achar como eu estou ou deixo de estar. Vão arranjar o que fazer e me deixem sozinho. -Draco falou ríspido.

-Será que a gente pode enfeitiçar uns calouros da Lufa-Lufa? -arriscou Crabbe.

-Não me importo com o que vocês vão fazer, apenas saiam daqui. -Crabbe e Goyle continuaram parados -Agora!

Draco andou até o lago, e sentou-se encostado em uma árvore.

A imagem daquela garota gritando altíssimo, mas ainda assim, com uma voz extremamente doce, seus cabelos vermelhos refletindo a luz do sol da manhã e se despenteando ao vento fazia com que ele se sentisse mais leve. Ele chegou até a se arrepender da forma como tratara Crabbe e Goyle ainda há pouco.

And I don't know why

E eu não sei o por quê

But she's changed my mind

Mas ela mudou minha cabeça

Durante os cinco que se seguiram Draco mudou muito e quase nem atormentara ninguém. Exceto por umas crianças desordeiras do terceiro ano e Emilia Bustroade que trombou com ele no corredor.

Ela, a menina da janela, não saia mais da sua cabeça. Draco estava com muita vontade de vê-la de novo mas nem imaginava quem seria. Em Hogwarts existia umas vinte e cinco meninas com cabelos ruivos e poderia ser qualquer uma delas.

Por outro lado Gina tinha uma vaga idéia de que seria Draco Malfoy o loiro que vira aquele dia no jardim. Ela também ficara com o "episódio do carrinho", como ela carinhosamente chamou a ocasião, na cabeça.

Era sexta feira e Gina voltava da sua última aula da semana (Poções com o "querido" professor Snape), quando esbarrou em alguém.

Os livros dos dois caíram pelo chão e eles se abaixaram instantaneamente para recolhê-los quando finalmente se olharam nos olhos. Draco e Gina ficaram assim uns cinco segundos e voltaram aos livros.

Depois de organizarem os seus materiais ficaram de pé outra vez. Gina muito constrangida mirou os próprios pés.

-Me desculpe, Malfoy -ela baixou a voz quase em um sussurro -é que o professor Snape me tira do sério.

Ela deu a volta nele para ir embora, aquele cabelo pareceu familiar a Draco, então se fez a luz em sua cabeça. Com a mão livre ele não resistiu e a segurou pelo braço.

-Foi você não foi? Você que gritou aquele dia da janela pedindo silêncio.

-É, fui eu sim. -Gina elevou a voz ameaçadoramente -Ai. -ela colocou a mão na garganta.

-O que foi Weasley? Você está se sentindo bem?

-Draco Malfoy se preocupando com os outros? -a voz dela saiu meio rouca -Essa é nova!

-Qual é Weasley, eu só estou tentando ser gentil, coisa que é bem difícil pra mim!

Gina o olhou com muita desconfiaça, mas uma voz em sua cabeça não parava de lhe dizer: "Dê uma chance a ele! Dê uma chance a ele!".

-Bom, é que desde que gritei naquele dia com você e... Os outros garotos que estavam junto a você naquele dia eram os dois guarda-costas seus, não eram?

-Guarda-costas?

-É, aqueles dois gorduchinhos!

-Grabbe e Goyle? Não, eles não são meus guarda-costas.

-Não? Podia jurar que sim. Então no dia que gritei eram eles, não eram?

-É, eram.

-Imaginei. Mas bem, a questão é que se eu elevo demais a minha voz minha garganta começa a doer. Nos primeiros dias depois do grito eu fiquei totalmente sem voz, agora estou bem melhor ainda que minha garganta doa às vezes.

Draco desatou a rir e Gina começou a rir também.

O loiro a olhou de esguelha: "Draco Malfoy você está ficando louco ela é uma Weasley. Mas o sorriso dela é lindo, como eu não reparei nela antes? È lógico que você não repararia ela é uma Weasley".

-Eu preciso ir. -disse Gina se recuperando dos risos.

-Nos vemos por aí? -perguntou o garoto se recompondo e um tanto constrangido, mas ainda assim esperançoso.

Ah, ok! -respondeu a garota meio ressabiada.

Depois que ela se foi, Draco murmurou a si mesmo:

-Se ela não saía da minha cabeça antes, agora que eu sei quem ela é muito menos.

Would you look at her

Você olharia pra ela?

She looks at me

Ela olha pra mim

She's got me thinking about her constantly

Ela me faz pensar nela constantemente


Comentem, por favor, só leva um minutinho. Obrigada pela compreensão. =****

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