Uma semana...



Hugo passava as manhas estudando com a mãe, mas naquele dia Hermione abriu uma exceção para que o caçula brincasse com o presente que os avós maternos haviam mandado. Hugo rasgou o pacote com pressa e ficou fascinado com a pista e os carrinhos que tirou de dentro da caixa. Mãe e filho passaram boa parte da manha fazendo com que os carrinhos coloridos corressem por ela. O garoto herdara o lado curioso do Sr. Weasley para objetos trouxas. Gostava de futebol e de carros de qualquer tipo, mas, como todo bruxo, também adorava vassouras e Quadribol.


Quando Rony chegou para o almoço o filho se pendurou nele para mostrar os carrinhos e como funcionavam sem magia.


–        Sabia que tem campeonatos em que carros iguais a esses competem de verdade papai? Com pessoas dentro! 


–        Mesmo? Desse tamanho?


–        Não papai! Carros grandes! Muito grandes não é mamãe?


–        Ah, sim enormes.


–        Podemos ver um dia desses?


–        Claro. – respondeu Rony sorrindo para Hermione.


Enquanto Rony se preparava para voltar ao trabalho o vidro da janela do quarto se espatifou. Refeito do susto viu que o que quebrara o vidro era um dos carrinhos do filho. Passou a mão pelas vestes. Provavelmente deixara varinha em cima da mesa quando se levantou depois do almoço. Desceu mal humorado segurando o carrinho e encontrou Hermione com um carrinho na mão coberto do creme que estava sendo preparado para cobrir o bolo do caçula.


Hugo apareceu na sala com o queixo pingando sangue. Hermione correu até o filho; os olhos do menino estavam cheios de lagrimas.


–        O que aconteceu? – perguntou Rony pegando o menino no colo. 


–        Cai da vassoura papai.


–        Dissemos para você não usar varinhas e ficar longe das vassouras. – disse Hermione fechando o corte no queixo do filho com a varinha.


–        Fiz os carrinhos voarem e achei que podia fazer a vassoura voar comigo. Onde estão meus carrinhos?


Rony o colocou no chão.


–        Quantas vezes temos que dizer para não subir sozinho na vassoura. Ela não é feita para o seu tamanho! Você não vai conseguir se equilibrar.


–        Você podia ter se ferido com mais gravidade. Bem no seu aniversário Hugo. – disse Hermione nervosa.


–        Desculpe mamãe. – fungou o menino.


–        Está de castigo! Você vai ter sua festa e o que ganhar não vai poder mexer por uma semana! – disse Rony nervoso.


–        Papai...


–        Você vai fazer o que seu pai decidiu. Agora vá para o seu quarto. Você vai... estudar até a hora da festa.


O menino subiu choramingando. Hermione olhou para Rony; os dois tão tristes quanto o filho.


–        Aquele corte deve estar doendo muito.


–        Deve mesmo. Nunca pensei que colocaria meu filho de castigo.


–        Fomos muito duros com ele?


–        E se ele se machucasse mais Hermione? Ele tem que nos obedecer.


–        Como ele pegou sua varinha?


–        Ele tem os dedos leves Weasley. Você sabe que ele tem a quem puxar.


–        Eu sei, mas... ele não era tão agitado assim. Curioso, mas ele nos obedecia.


–        Acho que com Rose em Hogwarts ele fica meio entediado e apronta essas! Eles implicam um com o outro, mas são muito unidos.


–        É uma sensação horrível castigar alguém Rony. Me senti a Umbridge.


–        Não exagere. Temos nossos motivos para dar bronca nele. Fique atenta; aqueles carrinhos podem estar em qualquer lugar. Vou sair mais cedo para ajudá-la.


–        Tudo bem. Vou buscar meus pais. Eles estão em Paris o tempo está muito ruim por lá.


–        Uma semana passa rápido Hermione e ele vai poder brincar com tudo o que ganhar.


Hugo passou sua festa com um curativo no queixo. Com exceção das crianças que perguntavam o que tinha acontecido; os adultos resolveram não tocar no assunto. Gina e Fleur cuidaram para que os filhos não tirassem os brinquedos das caixas. Jorge inventou brincadeiras que as distraíram.


Passava da meia noite quando Rony ajudou Hermione colocar o filho na cama. Havia papel de presente para todos os lados. Hermione comentou com Rony a possibilidade de reverem o castigo, mas Rony disse que teriam que manter a decisão que tomaram até o fim.


Nos dias que se seguiram viram o filho namorando a zarabatana mágica que ganhou de Harry, Gina e Lily. O belo dragão de brinquedo presente de Carlinhos não tinha sido tirado da caixa. Havia ainda um uniforme oficial da liga infantil do Chudley Cannons que Hugo ganhara do Sr. e Sra. Weasley; uma bandeira da Grifinória enviada por Rose, Tiago e Alvo que Hermione não deixou o filho colocar na parede do quarto.


–        Mas mamãe uma bandeira não é brinquedo. – protestou o garoto.


–        Tudo para você é brinquedo Hugo.


–        Acharam meus carrinhos?


–        Ainda faltam alguns.


–        Tecnicamente posso brincar com eles! Eu os ganhei antes da festa! Por que vocês deram os outros para o vovô Weasley?


–        Não demos seus carrinhos... vovô Weasley os viu e seu pai não conseguiu mais tirar das mãos dele. Você vai poder ficar com os que acharmos. Tecnicamente você não podia brincar com a varinha do seu pai, esqueceu?


No sábado, o último dia do castigo, Rony tirou Hugo da cama logo cedo.


–        O castigo acabou papai! Posso brincar com meus presentes agora!


–        Primeiro vamos encontrar com sua mãe no Beco Diagonal.


–        Mas papai você viu meu dragão? Eu nem se ele pode voar.


Rony encarou o filho. Sardento, ruivo, mais alto que os garotos de sua idade.  Com exceção dos dentes e o cabelo crespo igual aos da mãe era, sem duvida, um Weasley


No Beco Diagonal o menino tentava acompanhar o pai. Quando chegava perto Rony acelerava e o deixava para trás. Hermione os aguardava numa loja especializada em acessórios para Quadribol.


–        O que faz aqui mamãe? Você detesta Quadribol.


–        Eu não detesto! Eu assisto aos jogos da sua tia Gina!


Na loja Hugo olhava curioso para os pais. 


–        Você deve estar se perguntando por que eu e sua mãe não lhe demos um presente de aniversário. – disse Rony.


–        Vocês estavam zangados comigo.


–        Não estávamos zangados estávamos preocupados. – respondeu Hermione. – Você não pode mexer em varinhas.


–        Daqui a dois anos irá pra Hogwarts então lhe comparemos a sua varinha. 


–        Escute Hugo. – Hermione se abaixou para ficar a altura dos olhos do caçula. – Você nos deixou de coração apertado quando o vimos com aquele corte. Não podemos evitar que você se machuque, mas quando você nos desobedece... uma coisa errada só poder dar em outra coisa errada entende?


–        Como esse machucado. Achei que só veria você com uma coisa dessas no queixo quando começasse a se barbear.


Hugo riu.


–        Desculpe papai... mamãe.


Hermione enxugou uma lágrima do canto do olho. Rony pegou o filho no colo.


–        Temos uma surpresa para você. – disse ao filho que o abraçava com carinho.


–        Íamos dá-la antes, mas seu pai não ia agüentar não deixar você mexer nela por uma semana.


–        O que é?


Rony entrou com o filho. Uma vassoura Firebolt, mas bem menor brilhava em cima do balcão.


–        Por Dumbledore é uma vassoura. É pra mim?


–        Encomendei especialmente para você. Esse era o seu presente, mas só pode voar enfeitiçada por mim ou pela sua mãe. Você vai poder voar nela sozinho


–        Acompanhado de seu pai é claro. – disse Hermione.


–        Tem mais uma coisa.


Rony colocou o filho sentado balcão, mas não o deixou tocar a vassoura. O menino prestava atenção no pai.


–        Eu ganhei uma única vassoura nova da minha mãe quando já tinha quinze anos. Eu quero que você aproveite esse presente. Eu sei o quanto é legal ganhar uma vassoura novinha. Se você não cuidar dela ou não nos desobedecer só por pensamento eu vou trocá-la por um conjunto de vestes a rigor. Entendeu?


–        Entendi papai! E prometo voar só com a supervisão de vocês! Não quero vestes a rigor, nem sei para que servem. Obrigado!


A alegria do menino com sua vassoura apagou a semana deprimida de Rony e Hermione. Já anoitecia quando Hugo pediu aos pais para voltarem para casa.


–        Posso chamar Lily para mostrar meu dragão?


–        Amanha Hugo. – respondeu Rony já cansado.


Quando Hermione e Rony saíram da lareira para a sala de estar tinham uma expressão de dor. Rony massageava as costas e Hermione a testa. Hugo correu para os pais.


–        Vocês os encontraram! Obrigado papai! Obrigado mamãe! – disse Hugo pegando os carrinhos das mãos dos pais.


O menino subiu correndo as escadas para o quarto carregando a vassoura nova e seus queridos carrinhos.


–        Rony, diga ao seu pai que pode ficar com os outros.


–        Pode deixar eu digo...

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Comentários (1)

  • Mariana Berlese Rodrigues

    SIMPLISMENTE P-E-R-F-E-I-T-O ESSE CAP. A-M-E-I *.* #MORRI  A-M-E-I <3 <3 <3  MUITOOOOOOOOOO LINDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA *.* CHOREI DE RIR AQUI :)TADINHOOOOOOOOOOOOS DO HUGO E DO RON :( 

    2013-02-08
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