Capítulo 8



“Hoje vamos falar sobre o conceito de números transcendentais,” nosso treinador da equipe de matemática, o Sr. Jaegerman, anunciou esfregando as mãos unidas com a alegria aritmética.


Cinco de nós, os competidores de matemática inclinaram sobre nossos cadernos, canetas postadas.


 “Um número transcendental é qualquer número que não seja algébrico – não seja raiz de nenhum polinômio de número inteiro,” começou o Sr. Jaegerman. Mike Dannerker levantou a mão. “Como Pi.”


“Sim,” gritou o Mr. Jaegerman, batendo o giz na lousa escrevendo o símbolo de Pi. “Exatamente.” Ele já estava suando um pouco. Mr. Jaegerman era careca, e ligeiramente acima do peso, e vestia poliéster, mas ele tinha um entusiasmo admirável para os números.


Escrevi o símbolo Pi em meu caderno, desejando que nós não perdêssemos tempo com os conceitos teóricos. Preferiria praticar com problemas práticos, em vez de lidar com idéias abstratas.


“Pi é um excelente exemplo de um número transcendental,” continuou nosso professor. “A relação da circunferência de um círculo a seu diâmetro. Estamos familiarizados com Pi. Mas geralmente só paramos em 3,14 quando nós o usamos. Como todos sabemos, embora, o Pi seja realmente mais longo. E embora nós, seres humanos tenhamos calculado o Pi a aproximadamente o dígito de trilhões, não há nenhum final à vista. É infinito, insolúvel. E – essa é a parte mais confusa – os números não formam nenhum padrão.”


Ele rabiscou no quadro. 3,1415926535897932... “Isto continuará, aleatoriamente. Para sempre.”


Fizemos uma pausa, apreciando isso. Claro, como os estudantes interessados em matemática, todos haviam pensado sobre Pi antes.


Mas a idéia daqueles números correrem através de galáxias, através do tempo... era muito confusa. Desconcertante, quase. Impossível de compreender.


“E naturalmente,” o Sr. Jaegerman quebrou nosso devaneio. “um número transcendental como o Pi, é descrito como irracional.”


Ele fez uma pausa para que nos recuperássemos, e cuidadosamente escrevi a palavra em meu caderno. Irracional.


A palavra pareceu olhar fixamente para mim a partir da página do meu caderno.


No fundo da minha mente, ouvi minha mãe dizer: “Jessica, há coisas no mundo que não se pode explicar...”


Mas você pode explicá-las, meu cérebro se opôs. Mesmo Pi é explicável. É um tipo de número que é sólido. Real.


Exceto números que serpenteiam seu caminho para a eternidade. Eternidade.


Agora havia outro conceito que eu não podia compreender.


Almas unidas pela eternidade. Harry havia dito uma vez, quando ele tinha falado da cerimônia de noivado. Harry, a pessoa menos racional que eu conhecia. Vampiros e pactos, eles são irracionais. Como Pi?


.


“Senhorita Packwood?”


Meu nome me devolveu para a realidade. Ou o que eu pensava ser a realidade.


Por que tudo parecia tão incerto de repente? “Sim, Sr. Jaegerman?”


“Você pareceu estar sonhando acordada.” Sorriu. “Pensei que deveria devolvê-la a realidade.”


“Desculpe,” eu disse. Realidade. O Sr. Jaegerman obviamente acreditava nela.


Certamente ele não iria acreditar em coisas irreais. Como vampiros. Ou destinos eternos. Ou repugnância que se torna luxúria.


A realidade do gosto da minha caneta de plástico em minha boca. A visão do desenho horrível da gravata do Sr. Jaegerman. A sensação da mesa lisa sob as pontas dos meus dedos.


Sim. Realidade. Era bom estar de volta. Era onde eu precisava permanecer.


Quando me centrei de volta em minhas anotações, no entanto, percebi que tinha rabiscado um esboço tosco de caninos muito afiados na margem de minhas anotações. Eu nem mesmo percebi que tinha feito isso.


Agarrando minha caneta, risquei sobre o desenho, manchando com tinta, até que cada linha foi completamente apagada.


 


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Querido tio Vasile,


 


Estou escrevendo para agradecer-lhe pelo dinheiro de minha reserva, como requisitado, e por enviar-me tão rápido minha coleção de armas e diversos móveis, tapetes, etc. temo que não poderia ter resistido um dia a mais com aquelas bonecas ‘gente’ me encarando fixamente, alcançando todos os cantos, xadrez revestindo o quarto. Era como estar rodeado por um exército multiculturais de anões, esperando para me atacar alguma noite enquanto dormia.


Eu fiz aos Packwoods o favor de retirar a coleção inteira, com a ajuda da marreta medieval que você tão gentilmente incluiu. Um par de saleiros e pimenteiras fabricados como cães que desgastam com toques de seus chefes, Ah, encontraram seu destino, também. Um dia os Packwoods sem dúvida, recobraram o sentido comum e me agradeceram.


Agora as más notícias. Temo que tenha cometido um leve erro, introduzindo a Hermione ao conceito de transformação vampiresca um pouco abruptamente na noite passada. Sua reação era puro medo, seguida de negação. Francamente, Vasile, ela descreveu minas presas como algum truque de sala. Pode imaginar?


Uma das metamorfoses mais convincentes da natureza, desmentida como um ato mágico? Deus, a garota me irrita. Tão resistente. Tão racional.


Em resumo, dei um passo à frente, e dois pra trás.


Alegremente carregarei em meus ombros a culpa por me erro (eu deveria ter previsto a reação de Hermione – a minha pedagogia foi menos sutil), mas eu não previ essa dificuldade anos atrás?


Incapaz de dormir na garagem, reflito muitas vezes como teria sido diferente se Hermione tivesse sido educada como um verdadeiro vampiro. Não quero parecer arrogante, Vasile, mas sei por experiências anteriores que não repilo mulheres e Hermione, com todas suas falhas (camisetas estão no topo dessa lista)... Bem, às vezes posso ver lampejos de quem ela poderia ter sido. Do que nós poderíamos ter sido.


Certamente, a qualidade que mais me incomoda de Hermione – mencionada acima – é a mesma coisa que lhe ajudará a ser uma líder.


Ela se opõe a mim, Vasile. Quantos estão dispostos a fazer isso? Há muita inteligência nos olhos dela, também. E uma determinada indicação de zombaria – marca de pureza em nossa classe. Ela é linda, também, Vasile. Ou seria se não tentasse fortemente esconder isso. Se ela só acreditar que é bonita.


De vez em quando, não é impossível imaginar Hermione em nosso castelo, a meu lado – proporcionando-a os melhores modos, que consistiram sobre o conceito de roupas femininas, e corrigir a postura. (Ninguém na América expõe o mais leve interesse a postura correta. A maneira de andar e sentar-se corretamente parece ser uma arte perdida, como a esgrima.)


Na desejada realidade que as vezes prevejo, nosso namoro consiste em excursões a ópera de Viena, montar a cavalo em Cárpatos (ela realmente monta!), e conversamos enquanto nós atrasamos para as refeições que realmente consiste de alimentos. É como eu sempre imaginei.


Mas, é claro, sonhar acordado e desejando é um desperdício, os exercícios inativos que podem divertir de forma mais eficaz são os programas de televisão disponíveis (uma rede inteira devotado ao jogo “poker” – preciso dizer mais?), mas não faço nada para mudar a realidade. Nada horrível de minha parte mudará o fato de que Hermione é uma garota americana que, aparentemente, requer uma abordagem americana. Agora eu tenho que determinar exatamente o que isso significa. Qualquer atividade que envolva ‘um hambúrguer e batatas fritas’, sem dúvida.


Pelo menos, ‘em poucas palavras’ – por usar outro incomum americanismo (não há final para eles?) – a situação aqui na ‘nossa pequena democracia’, como a figura do seu falso pai disse, Ned é tão afeiçoado com isso de chamar repetidamente a esta coisa ‘granja’ ridícula onde praticamente nenhuma agricultura se pratica.


Francamente, se alguma vez um lugar necessitou de uma mão firme de um tirano... Menos gados no quintal, mais no forno: isso seria meu primeiro decreto. Mas, novamente, os desejos não mudam nada.


 


Seu sobrinho,


Harry


 


P.S. correndo risco de testar sua paciência. Eu tenho mais um pedido.


Eu tenho quase esgotado meu suprimento do tipo A (praticar basketball me dá sede. Vai time). Você estaria familiarizado com uma boa fonte doméstica que pudesse me indicar?


 


__-__-__


 


"Seu horóscopo diz 'hoje é um bom dia para correr um risco", Mindy leu, se encostando nos armários, com o nariz enterrado numa cópia da Cosmo.


"Eu não acredito que você lê isso." Eu ri, pegando os livros que eu precisava levar para casa. "Quer dizer, você realmente precisa saber dos '75 Truques para Deixá-lo Louco'? Vinte, ou alguma coisa assim, não devia ser suficientes para todo mundo?"


Mindy levantou o rosto das páginas, com um sorriso. "Algum dia todos eles podem ser úteis. Você não quer estar preparada num evento em que você precise 'Deixá-lo Louco'?"


Eu corei, lembrando da conversa da minha mãe, o sonho que eu tive com Harry, os sentimentos que eu tive à noite, no apartamento dele quando ele fez aquele truque estúpido com os dentes. E Jake, sem camisa, de pé na traseira daquela caminhonete... "Bem, claro. Eu acho que sim. Mas não é como se eu fosse conseguir usar esses 'truques' em breve."


"Hey, nunca se sabe." Mandy apontou para trás de mim. "Olha quem está ali."


Eu me virei, meio esperando ver Harry entre o bando de estudantes que se preparava para ir pra casa. A paixonite de Mandy estava ficando fora de controle, mas não, era Jake, tirando sua jaqueta do time de luta livre, com braços de couro, do armário. Eu me virei de volta, fingindo um interesse ainda maior no que havia dentro do meu próprio armário.


"Você devia ir falar com ele", Mandy aconselhou, um pouco alto demais. "A não ser que você finalmente tenha se dado conta que Harry é a melhor escolha..."


"Harry não é melhor, e ele não é uma escolha", eu disse.


"Está bem então, essa é sua chance de chamar Jake para o carnaval de outono",


Mindy disse. Ela ergueu a Cosmo. "Ouça seu horóscopo. Se arrisque."


"Eu sei que você isso, mas você não acredita de verdade nesse lance de 'guiado pelas estrelas', acredita?" Eu me afastei do armário, agarrando minha pilha de livros.


"É claro", Mindy disse.


Você também não, Mindy... Restou uma pessoa racional no universo


"Jake obviamente estava a fim de você naquela noite na sua casa", ela completou. "Quer dizer, ele mal falou comigo."


"Sério?"


"Jess, eu estava tipo, invisível. Vá. Pergunte a ele sobre o carnaval. A não ser, é claro, que você esteja tendo segundos pensamentos sobre Harry..."


"Não, não estou", eu assegurei.


"Então chame o Jake."


Eu olhei para a minha roupa. Por que eu usei meus All Stars sujos? E eu também não tinha perdido dez quilos. "Oh, eu acho que não... Eu estou horrorosa, e... bem, não é Jake quem deve me convidar?"


"Não estamos da Idade Média", Mindy apontou. "Garotas convidam caras para sair.. Acontece o tempo inteiro, coisa que você saberia se lesse a Cosmo."


Mindy tinha razão ai. Se tinha uma coisa da qual eu estava cansada, era ter um pé calçado de All Star e preso na Idade Média. Eu me perguntei o que Mandy pensaria se soubesse que eu não tinha escolha sobre meu marido, quanto mais para meu acompanhante no parque de outono da Woodrow Wilson High School.


Mesmo assim, eu não estava convencida de que convidar Jake era um bom plano.


"Eu posso ir sem acompanhante."


"Mas é mais legal se você tiver um acompanhante. E é melhor você se apressar, porque ele está indo embora."


Eu me virei para ver Jake fechando a porta do seu armário. Mandy me deu um empurrãozinho. "Vai!" O segundo empurrão dela me deixou sem escolha. Especialmente já que Jake estava caminhando na nossa direção.


"Hey." Ele sorriu quando eu praticamente me choquei com ele. "Obrigado pela bebida noite passada."


"Claro." Brilhante Jess. Eu olhei ao redor, procurando por Mandy pra me dar apoio, mas ela, a Cosmo e os 75 truques haviam desaparecido.


"Eu estava falando sobre você", Jake disse. "Eu ouvi dizer que você tem boas chances de ganhar a competição de saltos esse ano."


"Sério?"


"É. Faith disse que o seu cavalo salta muito."


"Faith Crosse disse isso? Tem certeza?" Mesmo que Faith guardasse seu raça pura na fazenda dos meus pais, ela conseguia fingir que eu não existia. Assim como Harry, ela parecia me confundir como uma ajudante de estábulo. Eu certamente não achava que ela se incomodava em me observar montando.


"Sim. Ela acha que você é a maior concorrente dela."


"Eu nunca vou ganhar do raça pura de Faith", eu disse. "Não com o meu cavalo. Mesmo que seja um tão bom quanto Belle."


"Tenho certeza que você vai se dar muito bem", Jake hesitou. "Talvez algum dia eu possa ir te ver montar."


"Sério? Quer dizer, isso seria ótimo." Eu sorri, encontrando o olhar lindamente claro de Jake. Seus olhos azuis eram tão abençoadamente... simples. Não eram escuros e aterrorizantes e mutáveis. E os dentes dele... Tão maravilhosamente comuns. Tão sem presas. Jake piscou. Houve um silêncio brevemente desconfortável. Era agora ou nunca. Eu respirei fundo. "Jake?"


"Sim?"


"Você vai ao carnaval?" Meu coração estava batendo com tanta força que eu estava com medo de não conseguir ouvir a resposta dele. "Porque eu estava achando que nós podíamos... você sabe, ir juntos."


Ele pausou. "Bem, eu realmente não tinha certeza -"


Oh, não.


Mesmo meio surda, eu ouvi a hesitação na voz dele. Ele estava me dando um fora. Eu sabia. É o All Star. Tem que ser o All Star. Ou os dez quilos... "Oh, eu entendo", eu interrompi, com as bochechas em chamas. "Não é nada demais."


"Não, espere -"


"Hey, roedora!" Um braço pesado desceu nos meus ombros, e eu me achei bochecha-contra-bochecha com Frank Dormand, que estava se agarrando em mim, com um sorriso bobo no rosto gordo. Horrorizada, eu tentei me libertar, mas Frank me segurou com força, me dando um sacolejo. "Eu acabei de te ouvir convidando o Jake aqui para o carnaval? Mas o que é isso?"


"Pare Frank", eu implorei, agarrando os livros no peito. "Isso não é da sua conta."


"É, Frank", Jake disse. "Deixa isso quieto."


Frank bagunçou meus cachos. "Oh, crianças malucas."


Eu tentei afastar a mão dele e arrumar meu cabelo, mas estava tão nervosa que deixei os livros caírem das minhas mãos quentes e suadas. Meu dever de casa caiu no chão, meus papéis se espalhando por todo canto. "Vai embora, Frank", eu pedi, furiosa. Uma coisa era começar uma briguinha no refeitório, mas dessa vez ele foi longe demais...


Frank piscou para Jake. "Então, o que vai ser, Jake? Você vai levar a roedora?


Porque os boatos estão dizendo que ela anda saindo com aquele estudante de intercâmbio que mora na garagem dela.


Eu me contorci embaixo do braço de Frank, tentando me afastar de novo, quando de repente eu fui liberada. Porque Frank estava espremido contra o armário, com a garganta agarrada por um estudante de intercâmbio Romeno, muito calmo, mas determinado.


Os calcanhares de Frank bateram no metal. "Hey!"


Mas Harry apenas ergueu Frank um pouco mais alto. "Cavalheiros não fazem perguntas impertinentes à damas sobre assuntos delicados." A voz dele estava uniforme, quase entediada. "E eles nunca usam expressões mal educadas na frente dos outros. Não, a não ser que estejam prontos para enfrentar as conseqüências."


"Harry, não!" Eu choraminguei.


"Me largue", Frank se debateu, o rosto dele ficando tão vermelho quanto o meu.


Ele agarrou futilmente a mão de Harry enquanto uma multidão se reunia no corredor. "Você está me sufocando, cara."


"Solte ele, Harry", eu implorei, vendo Frank passar de vermelho para azul. "Ele está sufocando!"


Harry soltou um pouco, permitindo que Frank tocasse o chão com os dedos do pé, mas o mantendo firmemente contido. "Me diga o que você quer que eu faça com ele, Jessica", Harry pediu, por cima do ombro. "Diga o castigo. Eu cuidarei dele."


"Nada, Harry!" Eu disse, com o rosto ficando ainda mais vermelho. Ele não é meu guarda costas. "Essa briga não é sua!"


"Não", Harry concordou. "É meu prazer." Ele virou sua atenção de volta para Frank, que havia parado de lutar e estava quieto, imóvel, contra o armário, com os olhos esbugalhados. "Você vai apanhar os livros da jovem dama, entregá-los para ela educadamente, e se desculpar", Harry ordenou. "Então nós vamos lá para fora, terminar o nosso assunto."


Ele soltou Frank, que se encurvou para frente, lutando por ar.


"Eu não vou lutar com você", Frank resfolegou, esfregando o pescoço.


"Será uma lição, não uma luta", Harry prometeu. "E quanto eu acabar, você não vai incomodar Jessica novamente."


Eu troquei um olhar com Jake, que estava ali, em silêncio, cauteloso.


"Nós estávamos só brincando", Frank reclamou.


Harry o encarou, do alto dos seus mais de um metro e oitenta. Ele parecia encher o corredor. "De onde eu venho causar danos a uma dama não é divertido.


Eu devia ter deixado isso claro no outro dia. Não vou perder outra oportunidade.


"De onde você vem?" Frank desafiou, inflando o peito, um pouco mais ousado, agora que ele conseguia respirar. "Alguns de nós estão começando a se perguntar."


"Eu venho da civilização", Harry rebateu. "Você não ficaria familiar com aquele território. Agora apanhe os livros."


Frank deve ter ouvido o aviso final no rosnado baixo de Harry, porque ele abaixou e fez como foi mandado, murmurando o tempo inteiro. Ele atirou os livros nas minhas mãos e começou a ir embora. Harry agarrou ele novamente.


"Você esqueceu de se desculpar."


"Desculpe", Frank disse através dos dentes cerrados.


Harry deu um empurrãozinho em Dormand. "Agora vamos lá pra fora."


"Harry", eu disse, agarrando o braço dele. Os músculos estavam rígidos embaixo dos meus dedos. Ele ia destruir o gordinho do Dormand, que não conseguia fazer dez flexões nem se sua vida dependesse disso. "Pare com isso. Agora."


Harry me encarou. "Você vale a pena, Jessica. Ele não vai te desrespeitar. Não em minha presença."


"Você não pode fazer isso aqui... não desse jeito", eu avisei. "Aqui não é a Romênia." Essa não é sua família, com qualquer que sejam as leis brutais que eles usem. "Você foi longe demais."


Nós nos encaramos por um momento. Então Harry encarou Frank. "Dê o fora daqui. E sinta-se com sorte porque teve uma folga. Porque você não vai ter outra, não importa o que a Jessica queira."


"Maluco", Frank murmurou. Mas ele correu para o meio da multidão, que havia aberto o caminho atrás dele, deixando apenas Harry, Jake e eu. Jake começou a dar pra trás também, mas Harry não tinha terminado.


"Eu acredito que vocês dois estavam envolvidos numa conversa. Por favor. Terminem."


"Nós acabamos", eu prometi, empurrando Harry. Ele ficou no lugar, sem tirar os olhos de Jake.


"Isso é verdade?" Harry perguntou a Jake. "Vocês acabaram?"


"Eu... Estávamos falando sobre..." Jake gaguejou, olhando para os pés. "Olha, Jess, eu falo com você mais tarde."


"Está tudo bem, Jake, eu compreendo. Por favor - você não tem que dizer mais nada." As lágrimas que tinham começado a se juntar nos meus olhos há cerca de cinco minutos começaram a escorrer.


"Por que ela está chorando?" Harry quis saber. "Você disse alguma coisa pra ela?"


Jake ergueu as mãos. "Não. Eu juro."


"Vai logo, Harry", eu insisti.


Harry hesitou.


"Por favor."


Ele encontrou meus olhos. Eu vi simpatia no olhar dele, e essa provavelmente era a pior parte do dia inteiro. Um rejeitado total se sentindo mal por mim. "Como você quiser", ele disse, e se afastou. Mas não antes de completar. "Eu estou de olho em você também, Zinn."


"Hey", Jake me acalmou quando Harry estava longe. "Isso foi intenso, huh?"


Eu funguei, enxugando os olhos. "Qual parte? Quando Harry quase matou Frank ou quando ele ameaçou você?"


"A coisa inteira."


"Eu sinto muito."


"Não, está tudo bem. Frank é um babaca. Ele mereceu."


"A coisa inteira é tão embaraçosa."


"É. Foi um pouco."


"Não se preocupe sobre o carnaval", eu disse. "Foi estúpido da minha parte perguntar."


"Não, eu ia dizer sim." Jake olhou para o corredor na direção que Harry havia desaparecido. "A não ser que vocês estejam... juntou, ou algo assim. Quer dizer, esse é o boato. E Harry me pareceu meio... possessivo, ali."


"Não", eu meio que lati. "Harry não é meu namorado. Mais como um... irmão mais velho super protetor."


"Bem, ele não tentaria me colar num armário se nós formos, tentaria? Porque eu podia cuidar dele, mas vendo ele em ação, eu acho que seria uma bela de uma luta", Jake disse, e parecia que ele só estava brincando um pouco.


"Não, Harry não faz mal", eu menti. Isso se você não contar o fato de que ele pensa que é um príncipe guerreiro que representa uma raça de gente-morcega semi canibalistas mortos vivos.


"Então eu vou te buscar, tudo bem?" Jake prometeu.


"Ótimo", eu sorri, quase esquecendo que estive chorando.


Jake começou a se afastar, depois hesitou. "Jess? Estou feliz por você ter me convidado."


"Eu também", eu disse, silenciosamente agradecendo Mindy e sua fé na


Cosmo e nos horóscopos enquanto ia embora, sorrindo.

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N/A: Demorei um pouquinho, mas postei =D

Obrigada pelos comentários! Continuem comentando ;D

Bye♥

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