Armadilha



06 - Armadilha



Disclaimer: '' Devemos tudo isso a admirável, incomparável e extraordinária genialidade de J. K. Rowling, eu só pego emprestadas suas criações para me divertir um pouquinho ''.


 


Essa história se passa em Harry Potter and the Order of the Phoenix (Harry Potter e a Ordem da Fênix).


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- Ora, ora, ora – Falou ele; sua voz era como uma rajada repentina de vento gélido – Vejamos o que me trouxe, Lúcio.



Malfoy fez uma grande reverencia. Se curvou tanto que quase beijou as vestes de seu mestre.



Hermione tentou ao máximo não olhar para aquele rosto desumano á sua frente. Ela tremia, suas pernas agora estavam mais que bambas. Por alguns poucos segundos, Voldemort parou de falar e analisou a garota, como se quisesse definir qual era a melhor maneira de matá-la. Hermione, que não queria de modo algum olhar para frente, olhou para os lados.


Eles se encontravam em um aposento grande, embora com pouquíssima mobília. As paredes eram de pedra bruta, e aqui e ali alguns quadros horrendos resplandeciam. Voldemort se sentava em uma poltrona de couro vermelho. Ao lado, encontrava-se a única fonte de calor do aposento: Uma grande lareira de pedra com chamas vivas crepitantes. Um tapete de alguma cor escura indefinível devido à sujeira encontrava-se no chão, e aos pés de Voldemort, Nagini, sua cobra, enrolava-se.


Em uma das paredes existia uma porta de madeira maciça, do lado oposto, outra havia porta. Uma única janela, neste momento coberta por uma cortina da mesma cor que a poltrona, encontrava-se em uma das paredes, ao lado de um quadro que mostrava alguma cena sangrenta e meio indefinível. Do outro lado, e perto da única poltrona, estava uma estante cheia de livros. A sala, embora aterrorizante, tinha uma aparência confortável que seria digna de um lorde.


Foi um baque surdo que quebrou o silencio: uma série de pessoas entravam pela porta no outro lado da sala. Na frente da fila, vinha Rabicho, seguido por Greyback, Dolohov, Alfred, uma mulher loira que Hermione não conhecia, e, fechando a fila, Snape. Hermione levou um choque que por pouco não superou o de ver a figura de Voldemort a sua frente; ele virou-se e fechou a porta, e quando voltou-se novamente na direção de Hermione, pareceu também levar um grande susto. Ela pensou ter visto por alguns poucos segundos alguma expressão no rosto de seu professor sempre freio e distante, mas essa expressão logo desapareceu; ele era um espião. Hermione sentiu um grande alivio ao vê-lo, e agora ela pensava até em se salvar. Quando eles entraram, Voldemort se levantou e andou até o centro da sala. Todos postaram-se ao seu redor formando um circulo. A mulher loira postara-se ao lado de Malfoy, e Hermione reconheceu-a como Narcisa Malfoy.



- Narcisa, que prazer vê-la. – cumprimentou Voldemort, como num eco dos pensamentos de Hermione. – Também é um prazer saber que conseguiu escapar quase intacto de Azkaban, Dolohov. E onde estão seus amigos?



- Estão a caminho, milorde. – Dolohov fez uma reverencia.



Narcisa fez uma reverencia igual à de seu marido. Depois, cochichou algo ao ouvido de Lúcio, este, colocando as mãos dentro do casaco, tirou um jornal embrulhado. Hermione pensou que o Jornal se tratava do assassinato aos trouxas, mas quando viu o que estava escrito, descobriu que se enganou:


FUGA EM MASSA DE AZKABAN


MINISTÉRIO TEME QUE BLACK SEJA O ‘’PONTO DE REUNIÃO’’


PARA ANTIGOS COMENSAIS DA MORTE


Acima da manchete, uma enorme foto ocupava quase toda a página. Nove rostos  de bruxos, e a décima, de uma bruxa. Alguns deles zombavam em silêncio; outros tamborilavam os dedos nas molduras dos retratos, com insolência. Voldemort prorrompeu a ler em voz alta a noticia.



 - O ministério da magia anunciou á noite passada que houve uma fuga em massa de Azkaban. Em entrevista aos repórteres em seu gabinete, Cornélio Fudge, Ministro da Magia, confirmou que dez prisioneiros de segurança máxima escaparam no inicio da noite de ontem, e que ele já informou ao primeiro ministro trouxa a natureza perigosa dos fugitivos. ‘’Nós nos encontramos, infelizmente, na mesma posição de dois anos e meio atrás quando o assassino Sirius Black fugiu’’, comentou Fudge. ‘’ E achamos que as duas fugas estão relacionadas. Uma fuga nessa escala aponta para ajuda externa, e devemos nos lembrar que Black, a primeira pessoa a escapar de Azkaban, estaria em posição ideal para ajudar outros a seguirem seus passos. ‘’ – na breve pausa que Voldemort fez, foi possível escutar vários comensais soltando gargalhadas esganiçadas. – ‘’Cremos que muito provavelmente esses indivíduos, entre os quais se inclui a prima de Black, Belatriz Lestrange, se agruparam em torno de Black como seu líder. Estamos, no entanto, enviando todos os esforços para capturar os criminosos, e pedimos à comunidade bruxa que se mantenha alerta e cautelosa. Em nenhuma circunstância devem se aproximar desses indivíduos’’. – Voldemort terminou a leitura; mais gargalhadas foram ouvidas, ate mesmo ele crispou a boca em um sorriso enviesado, mas logo o desfez.



- Calem-se. – falou; rapidamente todos pararam de rir. – Solte-a.



O comensal que estivera segurando Hermione a jogou aos pés de Voldemort. Ela caiu em cima do próprio joelho em uma ridícula posição, e o sentiu estalar. Uma dor terrível percorrer toda a sua perna esquerda. Ela soltou um lamento.



- Levante-se. – ordenou Voldemort.



A garota tentou, mas sentiu que no mínimo deslocara a perna. De repente ocorreu-lhe que se fosse para morrer, não morreria aos pés de Você-Sabe-Quem. Então, com um incrível esforço, levantou-se. Percebeu que estava bem no meio do circulo de comensais.



- Acredito que você tenha ficado surpresa ao ver seu professor aqui. – começou Voldemort, falando vagarosamente. – E ele, certamente, surpreso em vê-la aqui. Mas é claro que não é coincidência terem se encontrado - sabe, tudo na vida tem um propósito – e o propósito de aqui estarem, é o que logo apresentarei. Estes, Srta. Granger, são meus... ajudantes, mas talvez eu não precise apresentá-los; afinal, como você deve saber, logo não estará mais aqui. – ele sorriu - De qualquer modo, a cortesia é sempre um ponto fundamental – Dolohov, lobo Greyback – ele fez uma reverencia e depois lambeu os lábios -, Alfred, Rabicho, Narcisa... – Voldemort pulou Snape – Minha querida cobra, que, aliás, parece estar com fome... – ele sussurrou alguma coisa na língua das cobras – e Lúcio. Mas vamos direto ao ponto, pois a senhorita deve estar se perguntado o que está fazendo aqui. Meus comensais são fieis a mim – Voldemort lançou um rápido e quase imperceptível olhar a Snape –,então esta noite encarregarei um deles de um serviço talvez fundamental.



Voldemort parou por alguns breves segundos de falar.



- Snape - chamou ele.



O silencio que em seguida se fez na sala foi absoluto. A única coisa que podia ser ouvida eram os estalidos da lareira. Snape adiantou-se alguns passos à frente, e ao chegar no centro do circulo, onde encontravam-se Hermione e Voldemort, fez uma profunda reverencia. Voldemort disse:



- E então, quais são suas noticias?



- A ordem da Fênix continua acreditando que nosso plano é agir camufladamente – na verdade, milorde, continuam acreditando cegamente em tudo que lhe contei na ultima reunião.



Hermione não pode acreditar no que estava ouvindo. Snape estava... estava...



Não, ele era um espião, estava agindo como um espião, contando mentiras. Mas mesmo com esse pensamento Hermione sabia que acabara ficando com uma pulga atrás da orelha.



- Sendo somente isso, acredito que pode começar seu... trabalho.



Por alguns segundos os olhos de Snape viraram na direção de Hermione e depois voltaram-se para Voldemort.



- Será uma grande honra milorde. – disse ele.



Voldemort, por sua vez, voltou a sentar-se em sua poltrona trazendo-a para perto com um gesto de varinha. Sua expressão era a de alguém que ia assistir a um filme a muito esperado. Hermione pensou ter visto Snape engolir em seco, mas logo percebeu que novamente se enganara. Este voltou-se para a garota. Então erguendo a varinha e com uma expressão de pura aversão para com a garota e puro divertimento para com a cena, disse:



- Crucio!



Hermione imediatamente caiu ao chão produzindo um grande barulho não esperado. Depois, começou a contorcer-se do mesmo modo que fizer na travessa, parecia a ela, á muitos meses atrás. Mas a dor que ela sentiu desta vez superou totalmente a que ela sentira lá. Desta vez, ela pensou que não ia mais agüentar, que iria morrer a qualquer segundo, e logo a sensação de proteção que ocorrera nela quando vira Snape desapareceu. Ela continuou parecia por indetermináveis horas a gritar e contorcer-se, a sentir a dor percorrer todos os seus músculos, todos os seus órgãos, todo o seu corpo... De repente ela escutou um “chega” e a dor foi diminuindo lentamente. Agora outra veio no lugar: parecia a ela ter talvez quebrado diversos e diversos ossos. Ela, que antes não percebera coisa alguma, viu que agora os comensais riam sem parar, eles contorciam-se sobre a barriga, segurando-a. Snape crispara um sorriso na boca, e Hermione, quando retomou o sentido, percebeu muito mais chocada com o que acabar de descobrir do que com o que acabar de sentir. Agora ela sabia, e não entendia como ele enganara Dumbledore: Snape não estava do lado deles, não podia estar.  Voldemort dirigiu a palavra à garota:



- Bom, talvez ela já tenha sofrido o bastante – mas percebo que não ao ponto de implorar pela sua morte. Talvez mais um pouco Snape...



- Com muito prazer. – respondeu ele.



- Na verdade, antes, gostaria de saber – não prefere morrer do que continuar, senhorita Granger? É claro que seus pedidos também devem ser levados em consideração.



- Porque você mesmo não me mata? – falou ela, desafiando.



Vários comensais tornaram a rir.



- É melhor a senhorita demonstrar mais respeito – começou Voldemort. – Ou...



- Ou o que? – disse ela – Vai em frente, mate-me.



- Você não deveria falar assim comigo. Talvez seus... amiguinhos, sofreram pelas suas palavras.



E então, entraram pela porta quatro homens. Um homem de cabelos oleosos e o rosto marcado por bexigas, que Hermione vira no jornal: Augusto Rookwood, e mais três comensais da Morte que a garota não tinha a mínima idéia de quem eram. Cada um deles segurava um garoto. Rookwood pressionava uma faca contra a garganta de Fred. Jorge, Harry e Rony eram segurados pelos outros três. A garota soltou um gritinho agudo.



- SNAPE! – Gritou Rony – SEU...



- Silêncio – ordenou Snape com a varinha apontada para Rony.



- COVARDE... – Gritou Harry, mais foi interrompido por Voldemort. Ao ver este, o garoto soltou um grito de dor e levou as mãos à cicatriz.



- Harry! – gritou Hermione, e tentou ir para perto dele, mas Dolohov colocou a varinha na garganta dela.



- E então, finalmente, consegui o que tanto queria. – disse Voldemort; fez-se silencio repentino na sala – será que não passou pela cabeça de vocês de isso ser tudo uma armadilha? Acho que não. Vocês são tão... tolos. Arriscam a vida por alguém como... essa garota sangue-ruim, que não merece nem um pingo de sangue derramado por ela.



- CALE A BOCA! – berrou Rony.



- Solte-o. – ordenou Voldemort. O comensal que segurava Rony o largou.



Hermione viu Voldemort levantar a varinha novamente.



- CRU... – começou ele, mais Hermione o interrompeu, não ia deixar seus amigos sofrerem por sua causa. Ela sabia que não tinha muitas chances, mas não custava tentar.



Apoiando-se precariamente na sua perna direita, fez um movimento decididamente veloz. Bateu com sua mão no braço do comensal que estava atrás dela; a varinha dele voou a alguns centímetros dali. Ela jogou-se no chão, desviando das maldiçoes de Voldemort e de seus capangas. Esticou o braço até alcançar a varinha, e, no momento em que ela virou-se, escutou também um barulho de estilhaço de vidro. Todos viraram-se em direção a janela, mas no momento em que fizeram isso,  ouviu-se um claque característico de uma aparatação.



Maldiçoes voaram de todos os lados da sala.



- AVADA... – começou Malfoy.



- ESTUPEFAÇA! – gritou ela, jogando Malfoy para longe de seu alvo: Jorge. Hermione pode ver que Harry correu pela outra porta na sala, a que ainda não fora aberta, e assim desviou a atenção de Voldemort, que o seguiu: ele queria ao Harry, e não aos outros.



Mas então ela foi atingida por algo que a fez sentir tanta dor, que a visão se embaçou diante de seus olhos. As únicas coisas que ela conseguiu ver antes de perder totalmente os sentidos foram vários Comensais caindo de repente por feitiços vindos de sabe se lá onde, uma almofada rasgada e suja voando, Harry voltando para a sala, seus amigos desaparecendo de repente e grandes olhos castanhos diretamente em sua frente.

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N/A: O que acontecerá com Hermione no proximo capitulo? Será que ela vai sobreviver? Tirem sua duvidas lendo o capitulo sete: "Perdão".


 

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